Medo

Foto de Marta Peres

Noturno

Noturno

O rio soprava como uma orquestra,
seu leito enfeitado de flores
e as flores caíam lentamente e com vontade,
meu coração cheio de saudades
e palavras que não foram ditas,
pensamentos em desordem a procura
dos fantasmas de mim, cruel pesadelo
que acompanha minha vida...
Quando é noite não durmo, sinto medo
Dos pesadelos que tenho, voam soltos
E não os consigo controlar...
Abro a janela e os mando embora, não entendem
Minha língua ou não querem obedecer...
Me finjo de morta tento desesperadamente a fuga,
Não morri e não consigo fugir...
Tudo retorna ao início, começa novamente
Meu martírio...

Marta Peres

Foto de The lonely

Mulheres

"Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, eles estão errados... Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."

Foto de NiKKo

Você ausente, mas presente em mim.

Eu estou tão longe de você agora
Mas pelo pensamento, eu sei que posso ter você para mim.
Assim cavalgo o vento da noite na surda esperança
para através dele, te dar esse amor que não tem fim.

Meus braços querem sentir teu corpo aconchegado
Para dele extrair o calor que necessita para viver
Pois você tem sido o sol que aquece minhas manhãs
O anjo bom que fez a minha alma renascer.

Eu sei que se meu corpo você agora abracasse
Iria sentir minha respiração ofegante a denunciar
O desejo guardado em mim desde que lhe vi
E a paixão que meus lábios está a ocultar.

Em meio a penumbra que agora me encontro
meus suspiros se perdem na inquietação.
Pois querem te fazer minha por momentos infinitos
deixar você desvendar as lacunas de meu coração.

Pois sei que tenho cantos escuros e encobertos
Afinal como todas as pessoas, eu muitas vezes já sofri.
Mas para você eu me entrego sem medo ou reservas
Por você, eu me deixo descobrir.

E me entrego dessa forma total e absoluta
Como jamais nenhuma outra já me possuiu.
Você tocou minha alma com tanto carinho sensibilidade
Que toda a minha resistência ou medo, ruiu.

Confesso que estou entregue a esse sentimento
Que não consigo mais poesias tristes escrever
Mas sei que isso só é possível agora
Porque o amor está em mim a viver.

E mesmo sentindo essa saudade toda de você
Não me sinto triste ou amargurada
Sou feliz, amor mesmo distante
Porque sei que amo, e sou amada.

Foto de Thiers R

>> Calidamente Balbuciei

Calidamente balbuciei

Era um pedaço, apenas um pedaço
de queijo branco na toalha negra
esparramada ao céu
sua beleza transcendia a vizinhança
era uma fatia dormida
na cama dos lençóis em sombras.
penso que a morderia
mas o medo de fazê-la sangrar
me intimidava.
Branca dominava o mundo
com vontade infinita
eu permitia que reinasse no silêncio
e espiasse palavras
que gostaria de pronunciar
calei-me.
Ali derramou em meu cérebro
sensual branco-azulado, rendi-me.
Doei-me no instante divino e
por momentos ficamos unidos em cópula.
Eu, a lua e nossos silêncios
os lençóis de sombra invejavam
beijos colados de beleza
cavalguei-a com carinho
e suado apesar do frio da noite de inverno
balbuciei calidamente
- sou teu! -
Fui, porque me dou inteiro
fechei olhos, bebi um copo d’água,
levantei a cabeça
ela se fora na escuridão
deixando-me a sombra por companheira
acendi a luz tendo ao lado
apenas negro teclado onde agora transcrevo
minha doce, terna e intensa noite de amor.

ThiersRimbaud>>
Agosto-4>
2007
>

Foto de ivaneti

O Encontro... Referência ao Acidente da TAM

O Encontro...

Naquela noite, tinha um brilho perdido sobre a sombra do luar
Aquecendo a imensidão lá dentro da escuridão...
Senti medo! um medo sem explicação! apenas um rápido clarão...
Vedava meus sonhos... cegava meus olhos nas curvas sem fim.

Parecia um estrondo de uma tempestade! não deu tempo de pensar
Atravessamos um universo de multidões, eu não estava lá!
Luzes inércia mergulhada nas palavras surdas sem sentido...
Sem sons! Sem sinal... sem vida! Não deu tempo pra pensar!

Um apagão! uma distância sem cérebro, sem filhos...sem mãe...
Sem pai... sem irmãos que estavam apenas na beira da razão!
Uma grande e infinita distância nos levaram ao encontro...
Onde havia somente uma porta sem saída, sem janela...

E do alto um trovão silencioso que nos chamava para um vão...
Onde fomos todos recebidos por um homem chamado JESUS!

IVANETI

Foto de Soninha Porto

S A U D A D E S

Meus olhos marejam,
Onde estás meu amor?
Iluminados por lágrimas quentes,
Lembranças... Momentos... Que seja!
Venham... Não tenho medo da dor.

O sorriso à minha frente,
Sorrio também.
O corpo sedutor... Vai e vem,
Lábios macios, beijos ardentes,
Quase posso senti-lo meu bem.

Lágrimas caem...
Lavam o rosto...
Limpam a alma.
Aqueles gemidos de prazer...
A voz rouca, palavras indecentes,
Desejos, delírios, fantasias como torrentes.
Sinto o corpo todo a arder.

Lágrimas jorram... Lindas!
Testemunhas de o meu sofrer,
Companheiras de sensações findas...

A ausência incomoda,
Marcas, pedaços, retalhos.
E agora? Lágrimas.
O silêncio, o vazio, o nada.

Meu corpo ainda é a tua morada,
Tem encantamentos, calor,
Está limpa, enfeitada, perfumada,
À espreita... Ao passares, entra ela é tua.
Estou aqui como à beira da estrada,

soninha porto
um dos mais lidos no recanto das letras

Foto de Fernanda Queiroz

Eu... Você...

Eu... Você...

Eu
Você
No sonho
Ou realidade
No abstrato
Ou no fato
No calar
No relato
No sol
Na chuva
Na brisa
No ciclone
No riso
No pranto
No doce
No amargo
Do dia
Da noite
De magia
De medo
De sonhos
De pesadelos
No grito
No silencio
Na vida
Ou na morte
No verso
Ou reverso
Por um momento
Ou pela eternidade
Eu e você.
Juntos.....

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de NiKKo

Amantes eternos

Não importa o lugar, dia ou hora
dois olhares com certeza se encontrarão
E por um instante eternizado
Os espíritos se reconhecerão.

E por se reconhecerem como amores antigos
Como ébrios se entregarão a caricias guardadas
Revivendo momentos mágicos por eras escondidas.
Em uma forma única e jamais revelada.

Serão momentos infinitos
Cheios de ternura e emoção
E por estarem a tanto tempo adormecidos
Lágrimas dos olhos escorrerão.

E os corações irão se tocar
De forma única, real e verdadeira
Que como espíritos eternos e livres
Serão um só, quebrando toda e qualquer barreira.

E num redemoinho mágico e multicolorido
Os corpos envoltos num abraço carinhoso
Romperão a tristeza que hoje sentem
Sorrindo pelo universo colorido e silencioso.

E uma chuva de cometas no céu vai surgir
E se tornará visível a todo olho humano
Que com medo acompanharam todo o feito
Sem saber é se divino ou profano.

Mas nesse instante supremo e secreto
Dois amantes estão a se reencontrar
E a própria natureza se calará silenciosa
Diante de um amor que nem a morte pode calar.

Foto de JGMOREIRA

SOUTAMÉRICA

SOUTAMÉRICA

Na América do Diabo
brilha a lua,
inocente e bela
sem saber que a espreitam
espanhóis e portugueses
somente por brilhar amarela.

Para trazer Deus aos silvícolas
urgem espadas, algemas, arcabuzes
bestas de todos os tipos.
Cortez, Pizarro e outras delas,
com a empunhadura em cruz
das lâminas afiadas
esfolam ouro nas peles que, dígnas,
postaram-se contra a fidalguia esparolada
dos cristãos que movem cruzadas
ocultando ouro na fé, esmeralda e muita prata.

Em busca do Eldorado
devastaram Potosí, Montezuma
Ouro Preto.
Venceu os índios o deslumbro,
não a força ou medo.

A América do demo propiciou,
com sua riqueza,
o requinte das realezas,
que se reerguessem reinos falidos
às custas do negro e do índio.

Contraste que emociona o esteta:
a morenez do índio
o negrume do preto
as pepitas amarelas
que guardava o chão
florindo sobre a terra
riqueza de aluvião.

América, açúcar preparando
ouro.
Negro cativo, índio massacrado,
ouro.
Ouro abrindo as portas do céu expansionista
financiando grandes conquistas.
Acumulado na matriz
gera empresas, centros urbanos
Hércules de potentíssimos neurônios
restando a América do abandono.

A América do inferno
Édem terrestre de outrora
esburacada, vazia, destripada,
assesta seus milhões de famintos
contra a América do sonho
que, herdeira protestante da crueldade cristã espanhola,
Escraviza, dizima, espezinha
impera, destrói e desola.

A América, herdeira de Espanha e Portugal,
ensarilha suas baionetas úmidas
arma seus soldados comerciantes
com desprezo por quem não lhe é igual.

Da América do sacrifício
ouve-se a voz do índio:
‘Pai de todos os pobres, de todos
os miseráveis e desvalidos,
ajudai-me a fugir de Tinta!’

Clama a voz no fundo da mina.
O pai de Todos não escuta clamores,
adormecido no seio Inca.
Mastigando coca, ouvindo tambores,
esqueceu-se dos irmãos da Mita.

‘Pai de todos os tortos, entrevados
e opressados nessa liça,
ajudai-me a fugir da Mina’’
Clama outra voz no céu de Tinta

Túpac Amaru, para falar aos índios,
necessita de língua, perdida em Wacaypata
necessita de sua cabeça, em Tinta
do braço direito, em Tungasuca
do esquerdo, em Carabaya
da perna esquerda, em Santa Rosa
da direita, em Livitaca.
Túpac quer seu tronco
lançado em cinzas no Watanay,
quer ouvir seus filhos, enviados
para o lado direito do Pai.
Amaru quer regressar à vida
para tirar de dentro da Mita
seus irmãos que clamam ajuda
contra a força que os executa.

Túpac Amaru, sentado no chão batido
de uma tribo no olvido das batalhas
chora em Potosi, Zacatecas, Guanajanauto,
Outo Preto, Colque, Porto, Andacaba, Huanchaca.
Cura as feridas gangrenadas
de Atahualpa, do Caribe, dos Maias,
Tenochtitlán, Cajamarca,
Cuzco, Cuauhtémoc, Guatemala.

Observa, com olhos sulfurados,
Colombo, Fernão Cortez, Pedro de Alvarado
Fere, com mágoa, a lembrança de Pizarro.

’Ó Pai de todos os mendigos,
inimigo dos dueños de la tierra,
ajudai-me a fugir dessa América!’
Gane uma voz no sétimo inferno da Mita
com os pulmões endurecidos de sílica

Túpac Amaru, sem lágrimas ou ferocidade,
abre seus braços de morto que dão a única fuga
abrigando, em sua redoma, os irmãos da Mita
que rapidamente ascendem aos céus de Tinta.

Os índios centro-sul americanos
acolhem-se na morte aos braços da liberdade

Foto de Nennika

Vem comigo !

Fecha os olhos... Vem comigo!
Quero passear com você,
Esquece que esse amor é proibido
Quero que conheça um lugar.
Vê essas flores?
Sinta o perfume de alfazemas no ar
Vem! Segura na minha mão
Vou te mostrar os sonhos que desenhei
Cuidadosamente para te mostrar...
Não se preocupe ninguém poderá nos ver
Aproveite... Olha o sol se pondo...
Propositadamente pintando o céu assim
Pra que nunca possamos esquecer
Esse final de tarde...
Sinta essa brisa suave tocar sua pele
A brisa que tantas vezes desejei ser
Só pra tocar seu rosto...
Vem! De um sorriso!
Porque está tão serio?
Tem medo de enlouquecer?
Vamos ser loucos por um instante!
Já que amantes não podemos ser...
Que importa se é loucura ou não?
Se só assim posso ter você
Nesse passeio pelo irreal...
Que nos faz tão cúmplices por um momento
Que chego a sentir teu cheiro...

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