Medo

Foto de Lou Poulit

Poema de Aniversário

É mesmo... Foram-se tantos anos.
Anos? Foram-se o mal congênito,
os dias de insônia e agonia,
banheira de águas sempre tépidas
para a convulsão de todo dia.
A sirene das tias lépidas:
Batiza logo! Ou morre pagão.
Corre que o padre inda tá no saguão!
É um anjo... Não é demônio não...

É mesmo. Foram-se tantos anos.
O primeiro toque, o amor primeiro,
o primeiro gol... foi na trave (uuuuuhhhh...),
o demoninho: "Pegue... e crave!".
O segundo nas arquibancadas,
e o anjinho: "Vai de mal a pior...",
E o padre: "Venha e se confesse!
Faça jejum e faça essa prece."
Confessei... Ser amigo do prior.

É mesmo. Foram-se tantos anos.
Ave-Marias e Padre-Nossos,
as sublimes cortadas nas redes,
os carnavais, enterros dos ossos,
sarros enterrados nas paredes
e uma impagável juventude,
que pagou toda e qualquer virtude.
Da procura aos meus primeiros pelos...
À brancura de poucos cabelos.

É mesmo. Foram-se tantos anos.
Festivais de música na escola,
primeiro emprego, primeira esmola.
Ruim de ponto, bom de Remington.
O ônibus cheio, pra faculdade.
E com o casamento o meu mignon
virou só um macaquinho no cipó.
Um amor como poucos amores,
de ovos "pochet" a discos-voadores.

Não... Não se foram apenas anos!
Foram-se desemprego e penúrias,
dívidas, esticadas lamúrias,
a incontinência das "por achadas"
e a inconfidência das borrachadas!
O casamento com as encrencas,
pencas de empregadas, malsãs ilhas.
Antes a janela sem avencas
que um arquipélago, falsas filhas.

Foram-se espinhos tantos do jardim,
medo de mim, azedo de tudo,
os tantos desencantos de Aladim,
o "Abre-te Sézamo" sortudo.
Foi-se assim tanto o sul quanto o norte,
tanto o mendigo que nunca cansa
quanto o recauchutado da pança.
A trança e a incerteza da morte.

Restaram os lúcidos amores,
as bebedeiras da poesia,
o espírito da arte noite-e-dia,
o "dar-te"... e poucos temores:

De batráquias de bíblias e terços,
mulheres que dormem de vicunhas;
dos céticos de todos os versos
e médicos que não cortam as unhas.

Pois que venham os anos!

Foto de fer.car

Escrever um poema é soltar palavras manchadas de sangue

Escrever um poema é soltar palavras manchadas de sangue
Abrir as feridas do coração, e transportar para um papel aqueles sentimentos mais íntimos, mais guardados, mais meus...
Escrever um poema é como gritar com olhos cheios de lágrimas
Verter a face com as mesmas
E sorrir ante a emoção de relembrar do ser amado, ou da volta antes da partida
Escrever um poema é escrever palavras manchadas de sangue
Palavras que representam muito do que se passou, muito do que se amou e padeceu por tal sentimento
Ás vezes as palavras são frias, sombrias e tristes, que rimam com dor e perda
Ás vezes as palavras são vibrantes, alegres, e cheias de vida
Mas de tudo que ficou em cada poema escrito
Ficou um pouco desta alma de poeta, com lágrimas de sangue de quem muito viveu e ainda viverá
Escrever é tarefa árdua, pois requer não só a entrega de dizeres, mas alma de renunciar ao próprio orgulho e medo
E abrir-se ao mundo para ser lido, ser desnudado
Porque um poema é uma parte de mim, parte de você, é um cálice de lágrimas descarregadas no momento que escrevo a primeira linha... até o ponto final
Por isso...
Escrever um poema é como soltar palavras manchadas de sangue

autoria: FERNANDA BENEVIDES CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de Niedjha

Caprichos Contraditórios de Uma Garota Confusa

Será que realmente amo-te?
Ou será que estou apenas confusa?
Quero você ao meu lado,
mas tenho tanto medo...
Medo de me enganar,
de sofrer,
Medo de te machucar...

Esse sentimento é tão intenso,
tão novo,
tão contraditório...
Me faz querer estar sempre ao seu lado,
ao mesmo tempo em que desejo jamais ter te conhecido...
Me sinto tão vazia sem você...

O que será isso?
Será realmente amor?
Paixão?
Desejo?
Ou apenas mais um capricho de uma garota confusa?

Foto de jes

Sonho...

Tenho sonhado
temido
esperado...
por não acontecer
tentamos desistir
e então não temos nada

antes a dúvida que o vazio
antes o conflito que a segurança
antes crescer que o estagnar

a vida é uma roda gigante
no alto, reinado
no baixo, humilhado
e é incrível
que seja normal
e esperado

viver é ser
garantias não existem
experiências dão resultados
se não viver não saberá como é
viver...
ser...
encontrar...
se ver...
realizar...
sonhar...
querer...
e o medo paralisa
quem não acredita
no amor
na dor
no sucesso
em si

o maior castigo
é exigir do amor

duvidá-lo
é ferir a Deus

amar é preciso coragem

luta
esperança, confiança

Nunca vi perfeição como
sinônimo de relacionamento
se anjos fôssemos
nem assim o seria
por que nem sexo tem os mesmos

vale sonhar em ter
pra ter
sonhar em ser
pra ser
sonhar em amar para ser amado
E na dança dos
sentidos
querer e viver
sem a sombra do medo
traições e outros bizarros
desistimos de tudo
porque não sabemos esperar
a hora...
a vitória...
a demora...
as provas...
e geralmente jogamos fora
a oportunidade da felicidade
porque somos ingênuos
de pensá-la
igualzinha a qual sonhamos
e confundimos real e imaginário

perdemos por não discernir
que o que vemos é
distorção senil
dos caprichos e defeitos
do nosso ser infantil

quando,
no ajuste de contas
que se cobra à consciência
pergunta-se por que fostes infeliz
e a resposta ecoará
nos teus ouvidos

fostes insano, imaturo e pueril
por julgastes que perfeito seria
o que humano te bastaria

Foto de Lou Poulit

As Nossas Manhãs

Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo...
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo...
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são a manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo... E perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas, beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

Porque são de carícias
As nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pela janela
Jamais sairá nas revistas...
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs.

Foto de HELDER-DUARTE

Mégido- volta de JESUS CRISTO

Ouvi nações:
Eis que cedo venho...
Vos vencerei em vossas acções.
De vós medo não tenho!...

Tu Besta, Satanás e ilhas,
Eis que contra mim, em Mégido me aguardais.
Para me derrubar como pensais.
Com vossas tropas que me aguardam em filas.

Naquele dia, a Jerusalém,
Eu darei vitória.
Minha será Belém...

Minha será toda a terra,
Eu reinarei em glória...
Eis que não haverá mais guerra!...

(Baseado em Apocalipse...)

Helder Duarte

Foto de Camillinha

Respostas que parecem não querer chegar

De repente senti meu coração pulsar...
Pulsar...pulsar...pulsar
E isso foi aumento gradativamente ao longo da conversa.
Era como se eu estivesse sofrendo de uma grande emoção!
Falta de ar, sentia eu.
Porém não me sentia emocionada, decepcionada, apaixonada.
Eu realmente não sabia, ou melhor, ainda não sei o que eu estou sentindo ou o que eu senti naquele momento que não passa de alguns meros instantes antes de escrever esses versos...
Agora ao relembrar da conversa, me sinto aflita como se tivessem me colocado na parede.E se te se tem uma coisa que eu não suporte é quando me intimidam...
Além de ser pega quase sempre de surpresa, o nervosismo quase sempre acompanha.
O que atrapalha tudo...
E é desse tudo que eu tenho medo, que eu tanto temo.
E que sem querer passei a evitar...
Aquele tudo, que se resume numa única pessoa, num único garoto.
Diante dos meus olhos, ele é como qualquer adolescente de 17 anos amigo de todo mundo, simpático, louco para dirigir, palhaço etc.
Mas diante de todas essas características, a que mais me chamou a atenção foi o ser prestativo, disponível, aquela pessoa que você sonha em ter na sua vida. Mais quando tem não sabe como agir.
Talvez pelo simples fato de você não pedir para entrar na sua vida...
Simplesmente ela foi chegando, se instalando e por lá ficou e ainda permanece intacta.
Com o passar dos meses o que parecia intacto começou a se mexer, a se provar e a também exigir.
Mas exigir o que?
Já não era mais atenção, amizade, companheirismo, agora era amor.
O amor que eu não sinto semeado dentro de mim...
Cultivado talvez, mas ainda a muito para ser regado, pois, ele ainda não brotou!
Não devemos mexer com sentimentos, ainda mais quando estes, como os meus estão tão tranqüilos...
Já os deles, tão evidentes!
Não sei o que fazer, pois ao mesmo tempo em que penso que tenho de dar uma nova chance para mim, para o meu coração.Sentir que eu posso amar de novo, fazer alguém feliz e ser feliz também, ainda me restam dúvidas...
Sinto-me traindo, tanto meu ex-namorado como o menino, pois, meu ex apesar de não ter mais nada com ele, eu ainda o amo.
E o menino, poderia magoá-lo, forçando uma situação.
Mas também não quero perder a “amizade” que talvez nunca existiu...
Não consigo suportar a idéia de ser ignorada por ele...
Gosto de ouvir seus comentários, ouvir histórias e rir no telefone...
Ele faz com que eu me sinta menos sozinha, menos triste.A única pessoa que consegue arrancar um sorriso meu num momento de dor, tristeza.
Vamos dizer que eu me acomodei, acostumei com a situação de ele estar sempre perto de mim quando eu preciso.A partida dele seria como voltar ao que eu era antes...
Não menos feliz, mas menos compreendida...
Sinceramente, não sei o que eu espero de isso tudo, de mim dos outros...
Espero que de mim, não esperem nada...
Pois se esperarem, ficarão sem respostas!

Foto de Fernando Poeta

Vidas

Andando pela rua,
Vi uma cidade nua,
Despida de suas máscaras.

A vida corre rápida,
Entre veículos que se cruzam,
Entre pessoas anônimas.

Não podemos ver,
Tamanha velocidade,
As mazelas da cidade.

Porém estou caminhando...

Ando devagar,
Olhos bem abertos,
Sentidos alertas.

Vejo a miséria,
Ouço o lamento,
Dos que têm fome.

Fome de justiça,
Fome de alimentos,
Fome de sustento.

Sinto o desespero,
Dos que se acotovelam em sinais,
Tentando sobreviver.

Pressinto a morte,
Vagando sorrateira,
A procura de nova ceifa.

Tenho medo...

De não ser capaz,
De ajudar a quem precisa,
Doar um prato de comida.

De não entender,
Que um simples cobertor,
Alivia a dor.

O frio fere,
A distância impele,
Ao ato cruel e desumano.

De tentar pela violência,
Por desespero e carência,
Conseguir o que não há como obter...
Nosso respeito,
Nossa atenção,
Nosso comprometimento.

Continuo caminhando,
Sigo minha vida,
Afasto-me...

O que vejo,
O que vi,
É passado.

Cada dia mais presente.

Foto de leofernandess

Olhar para frente... novamente!

Voltaram... eles voltaram a brilhar!
olhos que estavam cansados... desacreditados...
que olhavam pairados extáticos no ar

Voltei... voltei a respirar!
respirar fundo... com vontade, com saudade, sem maldade
sentindo o perfume do ar, da brisa, do vento, do tormento

É como se tudo fosse novo
como se nada fosse pouco
como se todos fossem loucos

Foi numa noite sossegado
e com o coração gelado
que lhe conheci
foi então que me chegou num laço
e tão rápido nele me envolvi

Me envolvi sem medo
sem termos
sem tempo
sem olhar para trás

Mergulhei
voei
atravessei a face do espelho
e por um susto
vi seu rosto refletido

Mas do susto pintou-se um sorriso
fez-se uma obra de arte
que guardei discretamente em meu coração

A chave entreguei a um anjo
um anjo sem asas
que me visita nas noites
e nos dias
e nas tardes
e nos sonhos
e no coração

Sem asas... porém arteiro!
envolvente
doce
e sorrateiro

Dizem que o amor é infinito
mas acho que um dia tudo se acaba
ele passa...
é como a tinta de uma caneta que se acabou
um tecido que perdeu a cor
um perfume que se perdeu da flor
ele passa... mais uma vez
mas deixa cicatrizes
cicatrizes sem dor
cicatrizes de amor

Então tudo é válido
tudo é rápido
tudo é terno, eterno
enquanto dure

Quero fazer não só uma história ao seu lado
mas uma vida
independente de tempo, de argumento, de uma saída

Estou aqui
em breve bem perto de ti
se guarda pra mim
me guardarei pra ti

Foto de Thyta2000

Porto de onde nunca saí

Na água parada,
Vejo minha face espelhada.
Nela se estampa o meu medo de ousar.
Quisera poder amar.
Como ama um coração apaixonado.
Entrar no seu caminho.
Caminhar seus passos,
mesmo que seja um pouquinho.
Entender tantas palavras
Que possam explicar:
Porque na água parada do lago
Meu amor foi morar.
Água Parada.
Face espelhada.
Água do lago; porto de onde nunca sai.

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