Morte

Foto de belebiju

Morrer é Viver!

Morrer é Viver

A morte de cada dia. Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.
Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.
Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio!
A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. "É a fronteira entre o passado e o futuro ...".
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.
Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior. E, qual o risco de não agirmos assim?
O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim, prejudicando nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser.
Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos "infantilizados".
Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos as virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc.
Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído?
Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, para que nasça o ser que você tanto deseja ser!?
Pense nisso e morra! Mas, não esqueça de nascer melhor ainda!
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

Fernando Pessoa

Foto de NuzzyII

Desejo platônico

Desejaria a morte
que a própria sorte,
queria eu sentir o tempo,
viver ao vento observando
teus passos,tuas ações.
Desejaria agora a vida,
e um sentimento que não desatina...
Perceber teu corpo,
como a lágrima que percorre
meu rosto.
Queria eu apenas um segundo,
para ser livre,como uma borboleta
ao sair do casulo.
dessa forma te amaria sem culpa sem tormento embora fosse apenas por um momento.

Nuzzy Mattos.

Foto de Paulo Gondim

Sorte

SORTE
Paulo Gondim
23/08/2008

Virei as costas para mim mesmo
No avesso de todas minhas crenças
Questionei dogmas, desvendei enigmas
Desalinhei-me em muitos paradigmas
Esquecido da fé, em minhas desavenças

Vi meus caminhos se fecharem
Atirando-me ao destino da sorte
Abdiquei de todos meus valores
Entregue aos altares dos horrores
De pé, cara a cara com a morte

Como oferenda que se imola na fogueira
Em sacrifício vil a um deus pagão
Eu me entreguei em busca da verdade
Despi-me de toda vaidade
Mas em tudo, a vida disse NÃO!

Foto de guilherme_carneiro

Fatos!

Estou ficando cansado de viver
Gostaria de ser algo diferente, sentir algo diferente
Queria poder provar do amor, ser amado, ser completado
Queria sentir a luz, ser queimado por ela
Queria poder voar, como uma fênix após a morte, queimando minha aura sombria
Queria poder mergulhar em uma mente, e ir o mais fundo possível, descobrir todos os medos, todos os segredos
Mas só há sombras ao meu redor, sombras de coisas que já se foram e das que continuam a me atormentar
Só há espaço para um reinado neste coração agora podre
E nele, a escuridão é a rainha, com todo o seu esplendor pútrido, tendo a solidão como “bobo da corte” e a bela face da morte como carrasco
Leve-me ao céu e ao inferno, e lhe direi onde existem as mais belas flores e os mais lindos campos
Mostre-me anjos e demônios, e lhe direi onde habita a verdade mais pura e violentamente traiçoeira
Me dê um coração de presente, faça-me ser capaz de amar de novo
Mostre-me um novo mundo e dele farei ameaçador com a mais linda e transparente ternura
Faça-me viver de novo, me toque, me abrace, me beije, me machuque
Pegue um cálice e encha com meu sangue, mostre-me que ainda vivo, que ainda posso fazer você feliz...
Faça com que de minha alma brote uma rosa, e que seus espinhos rasguem toda minha carne
Leve-me a beira do mais profundo abismo, e jogue-me da mais alta das montanhas
Deixe-me descobrir o que é a vida, ou simplesmente ser tocado pela morte...

Foto de Sonia Delsin

A ALGUÉM QUE PARTIU...

A ALGUÉM QUE PARTIU...

(para meu querido amigo Damasceno que vivia num abrigo de idosos)

Toda vez que eu olhar aquela porta uma dor apertará meu peito.
Como está agora apertado.
Partiste meu amigo amado.
Esta noite acordei e em ti eu pensei.
Me contaram da tua morte ontem.
Me contaram...
Eu não sabia.
Sei que aquela cadeira de rodas está vazia.
Como vazio está teu leito.
Não quero pensar que estás morto.
Quero pensar nas vezes que cantamos.
Nas vezes que falamos.
É duro aceitar a morte de quem amamos.
Eu te amei, meu querido amigo.
Amei tua sinceridade.
Tua simplicidade.
Amo ainda.
Porque a morte é só uma passagem.
Somos viajantes.
Vivemos numa eterna viagem.
Jamais esquecerei meu amigo que vivia num abrigo.

Foto de Lmax

A PAZ DE MEU SILÊNCIO....

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Em meio ao barulho da multidão há paz,
Límpida e aconchegante de um olhar fugaz.
A noite enluarada trouxe a mim o paraíso,
Uma brisa ululante me devolveu o juízo.
Ouvi no vento um passado azul-infante,
Que sem piedade me mostrou o diante.
A paz do meu silêncio foi quebrada,
Agora é grito, é força e mais nada.
Assim ouvi o estatelar em uníssono,
Senti o doloroso despertar do sono.
E a alma renovou-se como um corte,
Cheguei buscar dos desejos a morte.
A paz do meu silêncio tornou-se o frio,
Sinto desgastar-me como pedras de rio.
A razão me mostra o solstício logo à frente,
E o final dessa tempestade negra e demente.
E no intenso, breve e claro, sol brilhar,
Farei a luz de o meu próprio dedilhar.
Aqueles sonhos que tornaste escuridão,
Nunca mais em teus amanheceres serão.
Despir-me-ei das inserções de minhas rugas,
Serei cuidadoso ao trepar com sanguessugas.
Para mim não serve mais paixões sem nexo,
Esse total e desvairado entregar-se por sexo.
Farei de minha vida um aprender constante,
Olharei para esse mundo por mais distante.
Claro! Meus sonhos são maiores que o mar,
Indubitavelmente irei descobrir o real amar.
Quanto ao eminente errar quando se flerta,
A dor é menor se for com a cabeça certa.
Reviverei de minha inerte angustia crua,
Terei o inicial sentido de uma alma nua.
Como doce poesia, desenharei novas trilhas,
Serei arrimo de todo amor em minhas filhas.
A paz do meu silêncio é latência dos meus dias,
É o tramitar das vontades açucaradas em alegrias.
Serei novamente o silêncio certo e conciso,
Manterei em minha face o sincero sorriso.
Enfim exaltarei o eu daquele olhar fugaz,
E assim na paz do meu silêncio, terá paz...

L’(Max) 16.08.08

Foto de Coyotte Ribeiro

Lágrimas de Guerreiro

Na dor da espada,
Da flecha transpassada,
Na margem dos rios,
Um abrigo obscuro.

Sem direito a descansar
Angustiado, aflito está
A alma de um combatente
Na vertece de um guerreiro

Um coração aflito
clama por refúgio
Ainda que cheio de coragem
Desconhece seu futuro

Na dor da espada
Chora às suas mágoas
Em lágrimas de guerreiro
Desabafa o cativo

A raiva é nítida em seu rosto
suave como vento
implacável como sol
Dura é a sua realidade

Chorarás a sua perda
Sem honra sem destreza
Destemido por um ideal
O guerreiro mui leal

Lavado em lágrimas de ódio
Pura solidão
Ele agora sem compaixão
Não tardará à morte pela espada

Sua melhor vingança
É o seu maior perdão
Como filho é herdeiro
Como guerreiro terá seu galardão

Sabeis que a morte não vos espera
Mas estejais pronto à ser lavrado
em lágrimas de um verdadeiro
Guerreiro de fé

Seja honra à sua morte
Longa a sua vida
Lágrimas do guerreiro
Amigo verdadeiro

CR el Estraño

Foto de Sonia Delsin

A FORÇA DA NATUREZA

A FORÇA DA NATUREZA

Os mais velhos sempre me disseram uma frase que hoje me voltou nítida à memória. Que ninguém pode com a força da natureza. Minha avozinha me mostrava o fogo e falava: Quem o domina? Os elementos têm poder. Não brinque com fogo.
Meu pai me ensinou a amar e a respeitar a natureza. Quantas vezes assistimos juntos temporais acompanhados de raios, de trovões. Quantos estragos vimos juntos e quanto falamos a respeito.
Quem consegue segurar com as mãos a água? Um bem tão caro, mas que pode nos tirar a vida; tão benéfico e tão traiçoeiro tantas vezes.
Eu que quase morri afogada aos doze anos sei bem como é. Eu queria me segurar, me dependurar em alguma coisa e esta coisa simplesmente não existia dentro daquele rio. Não era a hora de minha morte, porque meu irmão que sabia nadar me retirou de lá quase sem vida. Depois aprendi a nadar, mas junto com a natação aprendi algo muito importante, a respeitar a água.
Ontem tivemos aqui em minha cidade uma chuva repentina e acompanhada de forte vento. Um vendaval.
Eu e meu filho ficamos olhando as antenas que balançavam e nosso pé de acerola que tombava todo.
Por sorte os galhos são bem flexíveis e tombam, mas não quebram facilmente.
Está tão bonito este nosso arbusto e eu não queria vê-lo por nada deste mundo ao chão caído.
Pois bem, vou adentrar agora no que me levou a escrever esta crônica. Quando cheguei hoje no local aonde estudo a primeira coisa que vi pelo portão entreaberto foi que uma de nossas belíssimas árvores, uma cuja sombra tantas vezes praticamos tai-chi ao ar livre, estava tombada. Os galhos retorcidos...
Pareceu-me que um gigante andou por lá ontem. Torcendo galhos como educadores maus torcem braços de aprendizes.
Foi esta a minha sensação, mas não acredito que a natureza venha se vingar em cima de belas criações como aquela árvore tão linda. A idéia me passou e o motivo nem sei. Também nem sabia se devia citar aqui isto, mas citei e está citado.
No chão estava o filhote de João-de-barro e os pais aflitos revoavam por lá.
É duro descrever a cena. Nos ponteiros da bela árvore algumas flores azuladas permaneciam lindas como ela se ainda estivesse de pé.
Senti vontade de chorar. A dor daqueles pobres passarinhos que tantas vezes vimos carregando material pra fabricar o ninho chegava a doer no meu peito.
Ficávamos admirando, conversando sob a árvore e os dois tão empenhados em construir a casa.
Olhando-os revoando conseguia trazer de volta os dias que os via trabalhando na construção do ninho, a alegria deles.
Uma cerca de segurança foi colocada, pois uma das outras árvores estava com o caule totalmente trincado e perigava cair.
Fui triste para a sala de aula, porque deixamos no pátio aquela árvore tombada. Fiquei imaginando se vão cortar as que ficaram de pé, porque me parece que apesar de imensas, elas são frágeis. Ou o vento foi tão forte?
Acredito que exista sim uma fragilidade naquelas árvores, mas são idéias minhas. Não conversei a respeito com nenhum entendido. E também não sei como encontrarei tudo lá amanhã.
Não teremos mais aquelas sombras tão aconchegantes? Será muito desolador encontrar aquele local vazio.
Mas se elas podem colocar as vidas das pessoas em risco...
Algo a pensar, realmente.
Bem, quem pode com a força da natureza? Algumas vezes vemos um céu tão azul, tão quieto. E de repente algumas nuvens se formam, chega um vento e o que parecia que ia durar eternamente se acaba.
Eu tinha que contar. Eram simples e lindas árvores, mas fazem parte do meu dia-a-dia. Ajudam a enfeitar o tempo que passo lá; pela beleza; pela sombra; pelos pássaros que nela se abrigam; pelas parasitas grudadas nos caules.
Senti vontade de chorar...senti vontade de contar e contei.

Foto de Sonia Delsin

A MAIOR CRIAÇÃO

A MAIOR CRIAÇÃO

Como falarmos qual é a maior criação?
Se estamos rodeados de beleza?
Como é bela a natureza!
Viemos para um planeta tão bonito pra exercitar a nossa evolução.
E parece que não aprendemos o valor que cada coisa que nos rodeia.
Na busca pelo progresso estamos destruindo o que sempre foi lindo.
O poder, a fama, o conforto, a busca pelo prazer...
Será que o homem nunca aprende o que é o viver?
De tão pouco precisamos.
Muitas vezes necessitamos chegar pertinho da morte pra valorizar a vida.
As preocupações se tornam maiores do que nós mesmos.
Quando devíamos estar apenas vivendo.
Sentindo a plenitude do que é estar vivo.
Ganhamos o presente pra viver e tantos de nós vivemos nos preocupando com o futuro.
Outros vivem e revivem o passado. Ficam remoendo o que já está concluído. Acabado. Morto.
Se erramos ou acertamos já foi. Já passou. Já acabou.
Claro que o sofrimento nos marca, mas precisamos usar estas marcas, estas cicatrizes que a vida nos deixa pra nos fortalecemos. Pra saber que já as vencemos.
Eu gosto de ver as pessoas hasteando uma bandeira e caminhando. Dando a volta por cima, seguindo em frente. Reconstruindo sobre os destroços.
Porque a vida é isso. Um eterno superar. Um caminhar...
Ninguém anda pra trás. A estrela que buscamos está lá na frente.
A mais bela criação qual é? É a vida em si. É a vida...

Foto de Miqueias Costa

Pesadelo nem sonho apenas a realidade

Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade

Estava em um quarto, o qual não era o meu. Um quarto privado de calor com uma pequena janela e uma porta em madeira. Tudo parecia branco... Verossímil aos sentidos de minha visão, pois a alvura da própria luz me impedia de ver o que realmente queria ver. Tão era sua brancura que, em muitos momentos, me confundia se estava deitado ou em pé. A cama e a decoração padrão, me levavam a lembrar algum lugar, o qual naquele momento se tornava novidade aos meus olhos. A luz, não sei de onde vinha, apenas a concebia e perceptivelmente ela me dizia... “Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade”. Ouvia, num entender confuso, quase mudo, calado, um sofrer sem dor, sem lágrima, um sentimento novo... Tudo se tornava novo sem nem saber o porquê de tudo.
Aos poucos a porta se abriu... Vultos passaram por ela sem que fossem identificados por meus olhos. É como se não enxergasse mais. Mas como? Não me lembrara de ter perdido a visão. Uma dor estranha, nunca sentida antes, tomou conta de meu corpo, o qual eu não sentia. Momentos em pé, sentado ou deitado... Confusão é a forma exata para se definir esse momento.
O que acontecia? E os vultos? Ah! Os vultos foram tomando forma, o frio do quarto desaparecia, e o branco generalizado foi tomando cores fortes, mas o que eu via me assustava, pois continuava sem nada entender.
Que cena estranha, que momento mais obscuro... Minha mente lutava contra si mesma para buscar o entendimento. Um entender, o qual estava longe de meus conhecimentos. Uma aula nova, com uma lição de vida única. Uma lição onde poucos entendem e muitos não terão a oportunidade de tê-la. Comecei a ter uma certa nostalgia, uma nostalgia regressivamente rápida, como se assistisse minha vida inteira num único milésimo de segundo...
E de repente... Pá! Um, estralo! É como se tivesse acordado, mas continuasse no mesmo lugar. Agora não via mais os vultos e sim pessoas. Onde era branco percebia as cores, e sentia que estava deitado em uma cama de hospital.
Depois de outro susto identifiquei as pessoas. Uma, suponho ser o médico e a outra minha noiva. Ela estava linda! Mas eu não conseguia falar-lhe. Eles conversavam e eu não escutava. Queria gritar – e até gritei por várias vezes – mas eles não me ouviam. Chorava, mais as lágrimas não caiam. Queria levantar mais não existiam os movimentos...
Loucura? Confusão? Lembrei o que ela – a luz – dissera momentos atrás... “Pesadelo nem sonho, apenas a realidade”.
Refleti... Tudo parecia passar tão rápido e ao mesmo tempo uma eternidade se passava aos meus olhos. Coração batia, podia ouvi-lo. Mas havia algo de errado, e era comigo, podia sentir, mas não conseguia desvendar...
O corpo não obedecia, a mente borbulhava como água em um bule preste a explodir. Quando os meus olhos avistaram lágrimas a cair do rosto de minha querida noiva. O médico nos deixou a sós, sem nada entender, ela se aproximou e começou a falar comigo. Raiva era o sentimento... Pois não conseguia ouvi-la. Não entendia... Chorava sem lágrimas e sem o entender ela continuara a falar comigo e isso me deprimia.
Talvez sabia, mas não queria acreditar. Talvez soubera, mas não queria me entregar. Talvez, fosse só talvez... Mas não era! Suas lágrimas caiam sem parar, quando carinhosamente passou sua tenra mão em meu rosto vagarosamente, quando percebi que na sala não havia nada mais além da cama, onde supostamente estava...
Acordei... Acordei no sentido simbólico e figurado da palavra em si, pois percebi nesse exato momento que não estava mais ali. Estava partindo... Caminhando para uma outra vida. Uma vida desconhecida, mas esperada por todos nós. Um mistério ronda a morte. Assim como infinitos contos perseguem a vida, a morte chega para todos, mas cada uma com seu significado.
Por que morrer nesse momento de fraqueza, sem nem ao menos lembrar o motivo de estar ali? Por quê? A vida é boa conosco e na maioria das vezes nem percebemos, só pensamos em reclamar, e muitos de nós ainda deseja o mal para o próximo, como se isso construísse um ser melhor do que o outro. Para querer ser o melhor basta simplesmente com toda a sinceridade, força, perseverança e fé, ter a humildade, compaixão e a simplicidade nas atitudes mais duras que a vida colocar em seu caminho. Prejudicar um semelhante é machucar seus infinitos sentimentos sem perceber, porque tudo se mistura como as substâncias percorrendo por nossas veias.

Acabara de entender as lágrimas a cair do rosto lindo de minha noiva. Rosto com sorriso tão simples e cativante, tão sincero, que quando brava, nervosa comigo, mesmo assim, seu sorriso era magnífico. Beleza natural, olhar sensacional. Sensualidade de mulher, olhar de criança. Bonança era admirável nos momentos infrenes.
E agora o que me dói não é a morte. Não é a minha partida desse mundo, para o desconhecido. É ver a pessoa que amo chorando e não poder dizer a ela a grandeza de meu amor. Tantos momentos juntos que teríamos, talvez esperei demais... Retornei! Enfim reminiscências de minha vida, talvez Ele permitiu-me tê-la. Lembrara agora que no início de nosso namoro, fiz uma promessa a ela, a qual nunca cumpri... Esse sentimento nesse momento torna-se dor. Uma dor que será minha alegria, minha despedida... Meu adeus à minha amada.
Uma certa vez, num parque, num banco de cimento, muito verde, eu segurei a mão dela e fiz com o meu dedo indicador um desenho imaginário de um coração. Como se tivesse desenhado no centro de sua mão fiz o coração e disse: “Sempre que eu fizer esse coração imaginário, saiba que é a prova de meu amor eterno por você”. Prometi sempre fazer esse desenho, mas depois daquele dia, sem saber o motivo, nunca mais o fiz. Errei? Coisa de momento? Besteira? Quem vai saber? O que sei é que me arrependo muito de não ter feito. De não ter dito a ela o quanto eu a amava. O quanto gostava dos seus beijos. O quanto a sua companhia era importante. E os seus abraços que confortavam o meu corpo, eu como um louco, um desentendido, talvez vendido pelo tempo acabei deixando passar vários e vários momentos sem nada dizer.
Num esforço inacreditável levantei vagarosamente minhas mãos. Ela assustada chorava. Eu tremia sem sentir o tremor. Como no banco de cimento, onde tudo começou, ali terminava o nosso amor. Fiz o coração imaginário em sua mão, ela gritava, eu não ouvia. Ela me pedia, mas não entendia. Num segundo eterno aquela minha atitude foi à última de minha vida. Meus olhos fecharam para o mundo... Eu a via, só que agora não mais em meu corpo... A parti desse momento pude ouvi-la gritando, chamando o médico, dizendo que eu havia partido.
Triste é olhar para você mesmo... Olhava para mim naquela cama fria de hospital. Observava a pessoa que tanto amei derramar lágrimas desesperadamente sobre meu corpo agora também gelado como o quarto. É triste, mas como tudo na vida tem o seu lado bom, agradeci a Deus pela última chance de dizer a ela o quanto eu a amei. E pude sentir que o meu recado foi dado. Tenho a certeza que ela lembrou... Pois quando desenhei o coração em sua mão, o meu parou e o dela disparou. Uma sincronia súbita que lacrou uma vida num só momento. Momento esse repleto de angústia e dor, o qual pôde ser transformando num segundo de alegria. Lembranças de um doce e belo amor, às vezes não tão valorizado no tempo em que deveria ser valorizado... Sempre! É o meu último dizer...
Não importa de qual tipo de amor possamos falar. Desde que possamos lembrar sempre do amor, de qual tipo for, lembrar e dizer é e sempre será importante. Então antes de se arrepender, antes de perder a última oportunidade... Diga! Não tenha medo, diga: “Eu te amo”. Diga, pois talvez não tenha a oportunidade que tive... Agradeço por ter tido, mas doeu demais e vou carregar essa dor para toda a eternidade, sem ao menos conseguir entender o motivo da vida ser assim, da vida nos ensinar certas coisas da forma mais dura que há... Com a dor da perda.

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