Nebulosas

Foto de William Contraponto

A Possibilidade do Retorno

Eu não poderei ficar
O meu destino é outro
Mas se aceitar
Voltarei ao teu encontro
Em alguma nova estação
De preferência numa viagem de verão.

Partir agora é preciso
Quero deixar tudo bem,
Mantendo teu sorriso
Sem mágoas com ninguém.

E sempre estarei na sintônia
Estabelecida pelas afinidades,
Tu vai entender um dia
Essas reais possibilidades.

Vou antes que as imagens
Acabem ficando nebulosas
Ofuscando calorosas passagens
Das quais ainda desejo numerosas.

Quando fores perceber a distância
Procure as flores que plantei
Talves seja a pura essência
Daquilo tudo que deixei
E por onde voltarei num instante
Basta receber esse viajante.

Foto de Carmen Lúcia

Estrela da manhã

Ei-la que surge em silêncio
calando o infinito de paz celestial,
luz que invade as manhãs,
adentrando o surreal
e permanece enquanto dure
a incredulidade dos perplexos,
rendidos à força de sua atração,
magnetismo que rouba do mortal
a meditação, a visão, o real...

Mantem-se luz...Será estrela?
Vê-(nus) de seu patamar a nos espreitar,
cintila candura de luminosa esfera,
desafia neblinas que a interpelam
lançando o néon que reverbera,
enquanto predestinada anuncia
a vinda da manhã...e espera,
impondo majestosa presença,
nem arrogante, nem singela,
sugerindo cautela...

Espiã misteriosa, sabe os segredos
de tudo que não pode ser dito,
da imensidão por onde alastra
seu brilho místico, seu rito, seu mito,
a sua estada pelo infinito...
Chega antes de mim, sorri...
Meus olhos bebem a distância
entre eu e ela...
no afã de percorrer seu rastro
e ouvir o que seu silêncio
revela...

Estrela da manhã...
Alvíssima, dalvíssima, talismã...
Que seu encanto não desaponte a manhã
e sua beleza não esmoreça
ao fascínio da imensidão,
perdendo-se entre nebulosas,
armadilhas da ilusão.

_Carmen Lúcia_

Foto de Gideon

Há tanto tempo Senhor - Uma oração.

Há tanto tempo Senhor - Uma oração

Há tanto tempo, Senhor,
Antes que as estrelas brilhassem,
Antes que a escuridão reinasse no Universo,
Antes que o ser existisse,
Antes que as memórias registrassem as lembranças,
Antes de tudo o possível
Tu me amaste e me desejaste.

Há tanto tempo, Senhor,
Que jamais mentes puderam imaginar,
Quando a ciência nem se esmerava em buscar,
Tu me adotaste, me quiseste,
E me separaste...

Senhor, o seu amor expressa-se
Na exclusividade misteriosa,
Que destes a mim neste imenso Universo.

Em criar-nos, homens e mulheres
Para sobrepujarmos as estrelas,
As nebulosas, os buracos negros,
As nuvens de poeiras celestiais, as galáxias.

Enfim, todos os astros fincados
Nas entranhas de sua obra, o Grande Universo,
Para sermos, Senhor, nós, simples humanos,
Seus prediletos adoradores.

Há tanto tempo, Senhor
Resolveste transcender o seu habitar
E nos amar, amar tanto
Ao ponto de fazer-se infinitamente
Pequeno como nós, para sentir as nossas dores,
Os nossos sofrimentos e alegrias.

Para caminhar em nossas sinuosas estradas,
Compartilhar dos nossos sentimentos de amizade,
Sofrer a traição e dialogar com os desprezados.

Fazer-se, por amor, tão humano ao ponto
De se submeter ao abandono, na hora da própria morte,
De quem jurara, na pequenez humana,
Momentos antes, dar a vida por ti.

Há tanto tempo, Senhor
E por inúmeras vezes estendeste os seus braços
Recebendo-nos de volta com um carinho,
desconcertante para nós,
Por não compreendermos tanto amor.

Senhor, mesmo quando sentimo-nos distantes
E sozinhos, tu esconde-se em nosso coração,
Finca as suas sandálias em nosso interior,
E aguarda paciente e cuidadoso,
O nosso clamor de socorro.

Nesta hora, sorri e nos olha profundo,
De dentro para fora,
Lavando-nos de nossas impurezas e mazelas,
E consolando o nosso choro.

Há tanto tempo, Senhor
Nos ama, nos deseja e nos aceita,
Que sabemos que nunca seremos órfãos de ti
E que podemos contar contigo
E nos refugiar em seus ombros.

Senhor, pela nossa pequenez
Fitamos os olhos nos céus estrelados
Deslumbrados com a imensidão das constelações
Que conseguimos alcançar,
E pensamos no privilégio que nos destes
De sermos eternamente, os seus protegidos adoradores.

Nesta hora, Senhor, regozijamo-nos pela esperança
De que voltarás aqui, vindo deste infinito Céu
E nos resgatará desta impura Terra,
Já tão contaminada pela devassidão do pecado,
Para um outro, dentre tantos lugares que criastes
Neste imenso Universo.

Lá, então, viveremos uma nova realidade
Em nada comparada com a de cá,
E poderemos para sempre louvar a sua glória,
A sua magestade e infinitude,
Sem mais o incômodo do pecado...

Obrigado Senhor.

Foto de Arnault L. D.

Pensei que fosse

Mais uma vez de inútil espera,
de acreditar no ilusório,
de ver além do que era.
Perdurar, o sequer provisório.

É tão fácil ver o que se quer
nas silhuetas nebulosas...
Que aderem nas formas do querer,
saliva a boca... Coisas gostosas.

E por isso, eu danço no escuro;
onde todo gato é pardo,
e as brumas, comem metro e muro,
dando-me a impressão que aguardo.

Enquanto a espera, não se mostra vã.
Hora marcada para depois... Depois...
Vir um frio, que não aquece a lã,
pois, a alma dividiu a roupa em dois.

E a roupa é a pele ao seu redor
e fica o todo em carne-viva
cada toque por mil, dor e amor,
mas, no fim, um ferimento que criva.

Foto de Marilene Anacleto

Mente que Mente

*
*
*
*
A água do mar, sangrenta,
Ao pôr-do-sol incandescente,
E nuvens de ouro bordadas
Suspendem no ar a gente,
Que se dá o direito de olhá-la.

Feito névoa luminosa,
Surgem figuras formosas,
Ora visíveis, ora nebulosas.

Enquanto a luz artificial
Disputa poder com a luz natural,
Cristas enfumaçadas estalam.

Nossos fantasmas vêm à tona:
Medo, solidão, desfeitos sonhos,
Escondidos por anos e anos.

Conseguir amar o invisível,
Transforma tudo em sonho possível
E a noite nos traz novo ânimo.

Em borbulhas, o sol se torna.
E se desfaz, e muda de forma,
No mar se espelha, no mar se entorna.

Os animais todos já se acomodam;
Alguns humanos, só então, saem das tocas:
Procuram, na noite, o que o dia não lhes mostra.

Calados à beira do mar,
Sentados às mesas dos bares,
Buscam sua verdadeira alma.

Mas, os fantasmas riem e viram gente
Nos copos, nas roupas, nos falsos sorrisos
Da rica e poderosa mente que mente.

Marilene Anacleto

Foto de Asioleh

Um Grão de Poeira Cósmica

E essa saudade?
o que posso fazer com ela
jogá-la pela janela?
chorar sem consolo,
pedir pra esquecer...
dói como dói não te ver
quando podes voltar
e meu coração acalentar?
é que tua presença me faz sorrir
mesmo sem que você saiba
ao menos que estou aqui
seu sorriso me faz voar
e ver o mundo colorido
me faz viajar no universo infinito
ver os pulsares do meu coração
as nebulosas da minha imaginação
e transformar esse amor numa estrela
que brilha e radia a felicidade de te ter
pena que sou a poeira cósmica do teu espaço
e não podes ver o que sinto por você
mas posso tranformar tudo por onde passo
mudar o rumo dos teus passos
trazer pra mim o teu abraço
roubar teu beijo
como o cair de um meteoro
te transformo assim seja o seu desejo.

Foto de JORMAR

Espaço

Entra em orbita, e percorre os caminhos do universo
penetra as galaxias distante, vaga pelo espaço em busca de horizontes
é neste lugar que encontras a inspiraçao para meus versos
é como voar bem alto e pousar nos montes
e nesta onda nebulosas, chegar no infinito do amor submerso
se podes voar nao deixes de vir me buscar
e saciar meu desejo, de no espaço poder te amar
de fazer flutuar nosso prazer, nesse espaço sem fim
porque se tiver que viver sem ti amor...
nao sei o que será de mim.
(Marisa Cruz)

Foto de Jonas Melo

POESIA NOTURNA

Poesia Noturna

Os primeiros meados da Madrugada negra

Gritam para se libertar,

Então como cavaleiro das sombras tenho que está aporte

Para quando a luz raiar na madrugada não venha me ferir...

Pois ferido não conseguirei que os anjos negros

Os quais fingem dormir,

Entregue-me na esquina do abismo...

Todo segredo da escuridão...

Afinal temos que conhecer os enigmas noturnos

Para podermos continuar sendo os guardiões

Das noites nebulosas

E assim, quem sabe esperar um novo momento soturno

O qual nos permitirá darmos vida

À noite que jaz com o nascer da madrugada

Jonas Melo !

Foto de JGMOREIRA

O AMOR QUE ACABA

O AMOR QUE ACABA

O amor que acaba
produz vazio,
cratera de canhão.
Urgem sertralinas
na fuga de endorfinas
remédios para o coração.

O amor que acaba
amor não era
que amor fica
amor resta
presta atenção no amor
pronto para qualquer dor.

O amor que acaba
era amor que não amava
que amor não esquece
Se o amor desaparece
se ausenta do duplo
permanece vivo nos unos

que amam em separado
guardando cada um
um amor isolado
que nunca esquece o amado
Que seu fim seja torvelinho:
do amor que é amor fica o carinho.

O amor que não acaba
é o amor que suporta
que se esconde atrás da porta
dá sustos nas noites ardentes
que brinca de paciência
nos dias de ausência

O amor que acaba
deixa apenas solidão
Rasga a carne
enfia as unhas em desespero
puxa entranhas
para matar o desejo

Quando o amor acaba,
sei bem, urgem sertralinas
que o amor, minha cara
é pura química
que a gente não entende
a ciência não explica.

Quando o amor termina
ficam os vazios repletos
as noites no deserto
nebulosas no universo
que astrônomos não atingem
a poesia não define.

Quando acaba
silencio na sala
frio no quarto
dores do parto
perda da cria
vida vazia

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