Ninguém

Foto de Daemon Moanir

Vida de pedra

Forte a rocha debaixo do mar,
Que apenas fica a ver a água passar.
Ela tudo ouve, mas nada conta
Em ninguém confia pra cantar boas novas.

Coitada da pedra tão só e perdida
A rebentar de tanto que entra.
Pobre pedra sozinha no meio de tantos,
No meio do mundo, longe de quantos.

Quanta deve ser a inveja daqueles que falam
Que têm boca e lábios e língua.
Quantos devem ser os sonhos que ainda a têm viva
À espera de uma vez balbuciar
Tudo o que lhe está nos pulmões,
Num sopro estrondoso de histórias de amar.

Pena da pedra que ninguém encontra
Para finalmente gritar o que lhe anda na mente.
Forte o desejo que a mantém naquele sitio
À espera de uma mão da qual beber.
Pobre de quem
Uma vida de pedra tem.

Foto de Osmar Fernandes

Amor sobrevivente

Abracei a minha infinita lágrima de solidão.
Chorei desesperado, tão tristonho.
Você viverá para sempre no meu coração.
O fim feriu a vida de dois amantes.
Ainda não acredito naquela despedida.
O mundo conspirou, matou o nosso sonho.
Seu beijo estará estigmatizado por toda a vida
Em meu coração, em meus lábios...
Nunca vou esquecer nosso tesão amor,
Nossa paixão, nossas madrugadas.
Depois de tanto tempo sem você,
O mundo perdeu a graça.
Eu te amo!
Ainda ouço nossa canção...
A lembrança não disfarça.
Tanto amor a gente viveu!
Você é a mulher da minha vida.
O destino nos matou,
nosso amor não morreu.
Ninguém vai ocupar o seu lugar.
Fiz loucuras de amor pra te amar.
Não me arrependo, querida! Te amo!
Você é minha estrela, meu segredo.
É tudo que eu tenho pra sonhar.
Você é meu louco desejo.
Esse sonho de amor é meu presente.
Não há antídoto para minha dor,
Mas, nosso amor é sobrevivente.

Osmar Soares Fernandes

Foto de Paulo Marcelo Braga

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS"

“OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS”

“Quem oculta o crime tem culpa,
quem ocupa o trono também...”.
(Engenheiros do Hawai).

De 09 a 28 do mês de novembro de 2007, uma ação integrada do Governo do Estado, fez a “operação paz nos rios”, sob o comando ponderado do coronel PM Barbosa. A população sentiu os brios da briosa equipe de funcionários públicos de várias secretarias, levando segurança, cidadania e saúde às periferias ribeirinhas, durante vinte dias inteiros, à bordo do navio Grão Pará, do Corpo de Bombeiros.
Nas localidades beneficiadas pela referida “operação”, alguns alcaides, influenciados pela atrevida oposição, perderam as oportunidades de uma integração com o poder estadual. Pode ser que o relatório do coronel, comandante da missão fluvial, sirva para desfazer o escarcéu reinante em alguns municípios visitados e atendidos no cumprimento da “operação” determinada pela governadora Ana Julia Carepa. Como integrante efetivo da SESPA, com passagens traumáticas pelo interior deste Estado, não estranhei as defasagens enfáticas, promovidas por um e outro gestor empossado, cujo prazer maior é deixar um trabalhador caloteado e o povo sofredor desamparado.
Durante a viagem, o trabalho foi estressante, sem atalho, mas teve um atenuante: felizmente, a Guarnição de Saúde dos Bombeiros tem (isso eu pude comprovar) a potente vocação, além da boa virtude de verdadeiros profissionais solidários. Eles são guerreiros sociais comunitários, cuja parceria com a SESPA foi importante para me manter atuante, sem esmorecer ao cansaço e atender com desembaraço. Deixo minha gratidão registrada àquela guarnição bem treinada que esfacela qualquer articulação complicada com uma atuação bem organizada.
O expressivo aprendizado adquirido na viagem teve o incentivo inspirado inserido na bagagem. A embarcação saiu fora do horário pré-determinado. Então, quem chegou na hora fez um comentário exaltado, sem perder o requinte. O trajeto navegado foi o seguinte: Gurupá, Melgaço, Breves, Bagre, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Ponta de Pedras. Em Gurupá, após dois dias trabalhados, a embarcação seguiu viagem. Quem lá compôs poesias guardou a composição na bagagem. Melgaço é uma cidade com discrepâncias marcantes e um traço de atividade com importâncias atuantes. Em Breves, há desrespeito pela saúde da população. Sem greves, não haverá feito que mude tal situação. Bagre é uma cidade pequena, hospitaleira e organizada, que não tem gestão plena, mas a saúde é bem tratada. Curralinho, pobre município, onde muito poderia ser realizado, se o caminho do benefício fosse o intuito do poder empossado. Em São Sebastião da Boa Vista, os desafetos da ditadura oficial não estão parados à toa na pista, são corretos e têm postura social. Em Ponta de Pedras, os exames são aprazados para o mês seguinte. Há tantas refregas e vexames: muitos são prejudicados pelo acinte.
Breves é exemplo de município com gestão plena e recursos adequados, porém não utilizados em prol da população. Lá, graças aos abusos confirmados a doença social não tem cura e merece uma prensa judicial dura. Vários pacientes denunciaram, durante o atendimento médico, que devido o fingimento antiético de quem deveria fornecer passagens fluviais, guias de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e casa de apoio para as consultas especializadas em Belém, ao invés de se ater às molecagens, sem respeito por ninguém. No Hospital Municipal de Breves, consultas são desmarcadas sem justificativas. Pacientes passam madrugadas na expectativa do atendimento e, no dia seguinte, são informados, com atrevimento e acinte, de que as esperas não serão compensadas, nem com aprazamento, quando as consultas são desmarcadas. O sofrimento clama por lutas organizadas, respaldo jurídico e alento ao estorvo considerado crítico.
Resta esperar que as discrepâncias sejam solucionadas pelas instâncias legalizadas. O intento do Governo do Estado em dar alento ao povo desamparado do interior deve ser mantido, aprimorado, e serve para ser instituído, caso seja bem programado, sem que o pagamento dos funcionários saia atrasado. Passei vinte dias trabalhando, enfim, no navio Grão Pará e o meu pagamento ainda não saiu. Assim não dá... Nem a propósito, as diárias e os plantões, devidos e não quitados, são sectárias embromações dos partidos burocratizados, que deixam trabalhadores populares aborrecidos e desestimulados. Apesar dos pesares, é tão bom voltar pra casa, após cumprir o dever em paz e conseguir cortar a “asa” de um algoz “poder” fugaz.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 02/12/2007

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS":
AS IMAGENS DAS VIAGENS


Foto de Dirceu Marcelino

NÃO CHORES! - DUETO

Não quero que chores. Minha querida!
Mas se choras suas lágrimas beijarei.
Como fosse o néctar de minha vida,
Como beija-flor suga o mel. Sugarei!

_”Não faça isso! Ela é salgadinha”.
Veja quanta gente, o que pensarão?
“Não sou mais uma menininha”.
Deixe! Não te envergonhes não.

Imagine que é algo próprio da lida,
Sentimento sublime do coração.
_”Ah! Disso, por certo, ninguém duvida’,

‘Assim satisfaço sua excitação!”
Sim! Sinta como meu peito trepida.
Não chores se entregue a esta emoção.

Foto de Sonia Delsin

VIDA, VIDA.

VIDA, VIDA.

A vida é feita de um pouco de fadiga.
Um pouco de intriga.
A vida é feita de sorrisos, lágrimas.
Ela é feita de momentos.
Bons, maus, maus e bons...
Num vai-e-vem encontramos quem nos quer tanto bem.
Queremos muitas vezes bem também.
E muitas vezes não temos ninguém.
Na vida, no fundo, no fundo, temos o que nos convém.
Ela é feita de dias idos, de dias vindos.
É feita do ontem que guardamos nas lembranças por mais que tentemos apagar.
E do hoje que vem com novidades nos presentear.
É também um esperar...
Não adianta negar.
A vida é feita sim de tudo isso, por mais que tentemos ignorar.
É feita do teu beijo que não sei onde foi parar.
De teu olhar que a vida conseguiu mudar.
A vida é feita de uma nova esperança que me começa a brotar.
É tudo de bom que o céu vem nos dar.

Foto de Wing0Angel

BROKEN INSIDE ( Quebrado Por Dentro )

Tenho vontade de morrer
Quero desaparecer
Ninguém pode me entender
Não agüento mais sofrer

Você não vê meus esforços, só resultados
Mais tristeza, mais machucados
Essa é a rotina de dor
De um poeta sofredor

Não importa se aparento estar bem
Felicidade no meu coração, não tem
Aos poucos, sou destruído de dentro pra fora
Silenciosamente, minha alma chora

"Não posso fazer mais nada
Minha esperança foi roubada"
Confissão de um poeta desiludido
Que teve o coração ferido
E o sonho destruído

Se olhar de perto, verá meu coração partido
Não há salvação, estou perdido
Arrepender-se-á de me ter punido
Mas será tarde, estarei já falecido
A tormenta que sentirás, não me deixará ser esquecido

I'M STILL ALIVE
BUT BROKEN INSIDE...

( Eu ainda estou vivo
Mas quebrado por dentro... )

Foto de Daemon Moanir

Escrevo que nem louco

Escrevo que nem louco.
Versos correm na minha cabeça
E batem nas paredes do meu corpo,
Sinal de que querem sair antes que adormeça

Este vício torna-se esquisito aos olhos dos outros,
Ninguém compreende o que me faz tirar o caderno branco
E escrever um poema em tempo tão pouco.
Sinto que esta história não é minha, este não é o meu canto.

Pergunto-me em tom vazio
Porque escrevo, porquê eu?
Sinto que parte de mim partiu,
Mas talvez seja só fado meu.

Foto de Dirceu Marcelino

NUVENS DE FUMAÇA II

O vapor forma uma nuvenzinha fina!
Mas desta vez estou dentro do trem.
Acompanhando aquela menina,
E a apóio para não cair no vaivém,

Do trem! Pois, agora é mui grã-fina!
Senhora do interior com seu neném.
Formosa e radiante não se amofina
Com nada, pois, sabe que a mantém.

Um marido que a ama e se fascina,
Com seus olhos verdes que o entretém
E que a segura, amarra e o domina.

Viajam assim sem pensar em ninguém.
Ali está a representação divina
Da família: “pai, mãe e mais alguém”.

Foto de Joezorde

Sociedade.

Sabemos que nesse mundo capitalista,
O que pouco importa é o que sentimos
Fazer o que ? Poder centralizado , corrupção ... a chamada corrida para o outro lado do arco-íris atrás do grande pote de ouro.
Destruindo a natureza, que no futuro bem próximo sentiremos falta
Destruindo esperanças de um povo, submisso ao outros
E esquecemos de nossas essências, ninguém faz questão de lembrar...
Que todos nós temos sentimentos .

Foto de Carmen Lúcia

Natal da criança pobre

E enfim chegara o grande dia...
Tão esperado, planejado, encantado...
O pinheirinho guardado era tirado e enfeitado,
Bexigas coloridas, laços de fitas e na ponta a estrela-guia.
Um sorriso iluminava o trabalho artesanal
Da menina que admirava o símbolo de Natal...
Tão simples... o significado era o essencial.
Cheirinho de rabanada era tudo e mais nada,
Que se unia ao do amor no olhar da criançada.
A noite vem...a esperança também...
Sapatinhos na janela bailavam como ninguém!
Dentro deles, bilhetinhos, segredinhos de papel
Confessados, tão somente, para o bom Papai Noel!
Quem me dera eu pudesse esse presente lhe dar,
Tanto amor, tanta alegria, tanta pureza embrulhar
Numa caixa enfeitada de lembranças da infância...
Só entenderia quem viveu lindos sonhos de criança!

Páginas

Subscrever Ninguém

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma