Noite

Sabia a pressas o beijo daquela cidade. Nem mesmo por cima de ventos necrófagos se sentiam desfloramentos consecutivos de virgens em vielas conspurcadas. Sabias que saber a pressas qualquer coisa, é sempre percebê-la devagar. E esta cidade fazia-nos mal naquele ponto de vista. Deturpava o que nos escrevia numa brisa de vento esquecido. Era saúde, com cancros em pares de dança e morte. Desenhava frutos, e queimava caules conseguidos por menos que suor e desprezo aos fracos.
Amei aquela cidade. Fiz o amor que ela achou possível. Desdenhei quando a desenharam melhor que eu a escrevi. Mas acabei sozinho porque soube saber a pressas o que ela me deixou no leito da única noite de sorrisos que tive. Prometeu desnorte, e deu-me um lugar à janela. Em dia de estio descontrolado.....

"Você dizia em doces palavras
O grande amor que sentia por mim...
Eram pequenos gestos,
Gestos que respondiam todas as minhas perguntas,
Que faziam de um simples dia
Um momento muito especial.
Os minutos ao teu lado
Eram abençoados,
A sua existência fortalecia a minha,
As lágrimas eram apenas de saudade.
Ao chegar a noite
A magia dos bons sentimentos
Comandavam o tempo,
As estrelas davam um espetáculo,
E para um momento ainda mais especial
A lua aparecia
E completava aquele momento mágico...
As mentiras eram verdades
As verdades eram apenas ilusões...
Eram doces ilusões,
Ilusões de um amor,
Ilusões de uma felicidade....
Eram descobertas,
De que seus pequenos gestos
Eram formados por
MENTIRAS!!!"
Fabiana Thais Oliveira

Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me implele a ser solene.

Algo, num meio-dia de verão,
Uma fundura, um azul, uma fragrância,
Que o êxtase transcende.

Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo

E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trêmulo
E sutil, de mim se escape.