Noite

Foto de Josi Mozer

Confesso...

Confesso...

Confesso que sei muito bem o que estou sentindo,
mas não posso sentir...
Confesso que sem ele meu mundo fica sem graça,
num oceano de lágrimas
e que assim não dá pra imergir...

Confesso ter por ele uma imensa admiração,
como se somente uma nuvem estivesse no céu,
olhando pra mim, me guiando até a noite sem fim,
tirando esse véu caído sobre mim...

Confesso que o mesmo véu que me cobre
é o mesmo que esconde o seu sorriso sem graça,
quando te falo de mim até altas madrugadas...

Confesso que poderia passar o dia todo falando dele,
mas já que tenho que confessar realmente...
que confesse então pra quem quiser, que ele não sai do meu coração, nem da minha mente...

Josi Mozer

Foto de Carmen Lúcia

A acompanhante

(texto inspirado no conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, em homenagem ao centenário de sua morte.)

Lembranças me vêm à mente. Ano de 1968. Meus pais já haviam falecido e me restara apenas uma irmã, Ana.
Foi preciso parar com meus estudos, 3º ano do Magistério, para prestar serviços de babá, a fim de sobrevivência.
Morava em Queluz, cidade pequena, no estado de São Paulo, quando, ao chegar do trabalho, bastante cansada, recebi a carta de uma amiga, Beth, que morava em Caçapava, para ser acompanhante de uma senhora idosa, muito doente. A viúva Cândida. O salário era bom.
Ficaria lá por uns bons tempos, guardaria o dinheiro, só gastando no que fosse extremamente necessário.Depois, voltaria para minha cidade e poderia viver tranqüilamente, com minha irmã.
Não pensei duas vezes. Arrumei a mala, colocando nela o pouco de roupa que possuía e me despedi de Ana.
Peguei o trem de aço na estação e cheguei ao meu destino no prazo de uma hora, mais ou menos.
Lá chegando, fui ter com minha amiga Beth, que morava perto da Praça da Bandeira e estudava numa escola grande, próxima de sua casa. Ela me relatou dados mais detalhados sobre a viúva, que, não fosse pela grande dificuldade financeira que atravessava, eu teria desistido na mesma hora.
Soube que dezenas de pessoas trabalharam para ela, mas não conseguiram ficar nem uma semana, devido aos maus tratos e péssimo gênio da Sra Cândida.
Procurei refletir e atribuir tudo isso a sua saúde debilitada, devido às várias moléstias que a acometiam.
Os médicos previram-lhe pouco tempo de vida. Seu coração batia muito fraco e além disso, tinha esclerose, artrite, bicos-de-papagaio que a impossibilitavam de andar e outras afecções mais leves.
Depois de várias recomendações de paciência, espírito de caridade, solidariedade por parte de minha amiga e seus familiares, chamei um táxi e fui para a fazenda, onde morava a viúva, na estrada de Caçapava Velha.
A casa era de estilo colonial e lembrava o passado, de coronéis e escravos.
Ela me esperava, numa cadeira de rodas, na varanda enorme e mal cuidada, onde vasos de plantas sucumbiam por falta de água.
Percebi a solidão em que vivia, pois apenas uma empregada doméstica, já velha e com aspecto de cansada, a acompanhava.
Apresentei-me:-Alice de Moura, às suas ordens!Gostou de mim.Pareceu-me!
Por alguns dias vivemos um mar de rosas.Contou-me de outras acompanhantes que dormiam, não lhe davam seus remédios e que a roubavam.
Procurei tratá-la com muito carinho e ouvia atentamente suas histórias.
Porém, pouco durou essa amistosa convivência. Na segunda semana de minha estadia lá, passei a pertencer à lista de minhas precursoras.
Maltratava-me, injuriava-me, não me deixava dormir, comparando-me às outras serviçais.Procurei não me exaltar, devido a sua idade e doença.Ficaria ali por mais algum tempo. Sujeitei-me a isso pela necessidade de conseguir algum dinheiro.
Mas, a Sra Cândida, mesmo sendo totalmente dependente, não se compadecia de ninguém.Era má, sádica, comprazia-se com a humilhação e sofrimento alheios.
Já me havia atirado objetos, bengala, talheres, enfeites da casa.Alguns me feriram, mas a dor maior estava em minh’alma.Chorava, às escondidas, para não ver a satisfação esboçada em seu rosto e amargurava o dia em que pusera os pés naquela casa.
Passaram-se quatro meses.Eu estava exausta, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.Resolvi que voltaria à Queluz.Só esperaria a próxima rabugisse dela.Foi quando, de sua cadeira de rodas, ela atirou-me fortemente a bengala, sem razão alguma, pelo simples prazer de satisfazer seu sadismo.
Então eu explodi. Revidei, com mais força ainda.Mantive-me estática, por alguns minutos, procurando equilibrar minhas fortes emoções e recuperar a razão.
Foi quando levei o maior susto de minha vida. Deparei-me com a viúva, debruçada sobre suas pernas e uma secreção leitosa escorrendo de sua boca.Estava imóvel.
Já havia visto essa cena, quando meu pai morrera de ataque cardíaco.
Aos poucos, fui chegando mais perto, até que com um esforço sobre-humano, consegui colocá-la sentada na cadeira e com o xale que havia caído ao chão, esconder o hematoma no pescoço, causado pela minha bengalada.
Pronto!Tornara-me uma assassina!Como fui capaz de tal ato?
Bem, fora uma reação repentina, em minha legítima defesa.Ou quem sabe, a morte tenha sido uma coincidência, justamente no momento em que revidei ao golpe da bengala.
Comecei a gritar e a velha empregada apareceu. Ajudou-me a levar o corpo até o quarto.Chamei Dr. Guedinho, médico da Sra Cândida e padre Monteiro, que lhe deu extrema unção.
Pelo que percebi, o médico achou que ela fora vítima de seu coração, um ataque fulminante.E eu tentei acreditar que teria sido mesmo, para aliviar a minha culpa.
Após os funerais, missa de corpo presente na igreja Matriz de São João Batista, recebi os abraços de algumas poucas pessoas que lá estavam, ouvindo os comentários:
-Agora você está livre!Cândida era uma serpente!Nem sei como agüentou tanto tempo!Você foi a única!
E, para disfarçar minha culpa, eu retrucava:
-Era por causa da doença!Que Deus a tenha!Que ela descanse em paz!
Esperei o mesmo trem que me trouxera à Caçapava e embarquei para minha cidade.Aquelas últimas cenas não saíam de minha mente. Perseguiam-me dia e noite.
Os dias foram se passando e o sentimento de culpa aumentando.
-Uma carta para você!gritara minha irmã.-E é de Caçapava!
Senti um calafrio dos pés à cabeça. Peguei a carta e fui lê-la trancada em meu quarto.
Que ironia do destino!Eu era a herdeira universal da fortuna da viúva Cândida!Logo eu, que lhe antecipara a morte.Ou teria sido coincidência?
Pensei em recusar, mas esse fato poderia levantar suspeita.
Voltei para Caçapava e fui ter com o tabelião, que leu para mim o testamento, longo e cansativo.
Realmente, era eu, Alice de Moura, a única herdeira.Após cumprir algumas obrigações do inventário, tomei posse da herança, à qual já havia traçado um destino.
Doaria a instituições de caridade, às igrejas, aos pobres e assim iria me livrando, aos poucos, do fardo que pesava em minha consciência.
Cheguei a doar um pouco do dinheiro, mas, comecei a não me achar tão culpada assim e passei a usá-lo em meu benefício próprio. Enfim, coincidência ou não, a velha iria morrer logo mesmo e quem sabe se era naquele momento.
Ainda tive um último gesto de compaixão à morta:Mandei fazer-lhe uma sepultura de mármore, digna de uma pessoa do bem.
Peço a quem ler essa história, que após a minha morte, que é inevitável para todos, deixem incrustada em meu epitáfio, essa emenda que fiz, no sermão da montanha:
_”Bem aventurados os herdeiros universais, pois eles serão respeitados e consolados!”

(Carmen Lúcia)

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" PASSARINHO FUJÃO"





Apreciado passarinho fujão.

Não me deu direito de defesa.
Preferiu jogar as cartas na mesa.
Achou que era verdade
Minha brincadeira sem maldade.

Sempre moraste no meu coração.
Sempre fez de mim uma doce canção.
Não entendeu meus carinhos.
Acolheu-se em seu ninho.

Vi um passarinho ao qual eu não conhecia.
Vejo seus vôos sumindo noite e dia.
Não mas visitou o meu jardim da sorte.
Agora seus vôos são todos pro norte.

Meu jardim se tornou incolor.
Sem pássaro, sem amor.
Ah! Passarinho porque foi embora?
Eram tão bons os tempos de outrora.

Jamais quis lhe cortar as asas
Queria apenas meu perfume a ti exalar.
E dar meu néctar que é o que posso te dar.

Pense com carinho no meu chorar.
E volte a esse jardim enfeitar.
Trazendo em seu bico.
O pólen do semear.
Ao meu jardim crescer e frutificar.
Não deixe as "flores" por ti se apagar.

*-* Anna A FLOR DE LIS

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de Carmen Lúcia

Desfile das Flores

Num reino encantado de olores e cores,
Onde a fantasia sugere poesia,
Desfilam faceiras, abertas aos amores,
As flores mais belas do “Rancho das Flores”.

Vem a margarida, tão cheia de vida,
Com saia de pétalas, girando, atrevida,
E a orquídea esnobe, altiva e rica,
Lembrando a nobreza da corte esquecida.

Agora...suspiros...rubores...pudores...
Maria-sem-vergonha, de ardores, fulgores,
Tão discriminada, até ultrajada...
Porque dá à toa...Que triste! Coitada!

Logo em seguida, o lírio do campo,
Com sua pureza, vestido de branco,
Recompõem-se as flores num clima de paz,
Recobram os valores, a moral se refaz!

A um certo perfume...silêncio total...
É a dama-da-noite, beleza fatal...
Atrás dela o jasmim, que saiu do jardim
Para a dama aplaudir...e sonhar...e sorrir...

E no ar, de repente, um calor eloqüente,
Faz as flores tremerem, suores intermitentes
Exalam fragrâncias,ao vê-lo à distância...
É o amor-perfeito com um cravo no peito.

Brilhante, qual estrela, a papoula vermelha,
Com “caras e bocas” pra quem quiser vê-la,
roubando olhares, a tulipa amarela,
Com sua postura,elegância... beleza singela.

Ponto alto da festa, momento de esplendor...
Violetas dançaram “Valsa do Imperador”!
Não se apresentaram as viçosas açucenas...
Perderam-se nos caminhos por conta das cantilenas.

Chegaram as onze-horas, colorindo a passarela,
Dando passagem a ela...à rosa... flor mais bela...
Curvaram-se todos em respeito à donzela,
Rosa rainha...e os espinhos... sentinelas!

De repente...um acidente...Noticia a bromélia:
-Caiu de cima do galho, a insinuante camélia!
Um chourão choramingando surgiu do jardim,
Com uma placa na mão anunciava:Fim!

_Carmen Lúcia_

Foto de Sonia Delsin

ZUMBI

ZUMBI

Quem é este ser inanimado com este ar desesperado?
Quem é este zumbi?
Eu o nunca vi aqui.
Ou vi?
Quem é este fantoche com ar de deboche?
Eu nunca o conheci.
Ou me esqueci?
Na calada da noite seu olhar é açoite.
Desejo correr e pernas não tenho.
O sorriso mantenho.
Quero iludi-lo.
Fazê-lo pensar que não consegue me amedrontar.
Quem é este zumbi?
Claro que consegue me assustar.
Mesmo que só exista no meu imaginar.

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Queridos Poetas e amigos

Me desculpem!
Quando respondi ao cometario maldoso do Cavalo Selvagem para o mago Merlin, em momento algum foi para criar polêmica e gerar atrito entre os demais.
Tenho consciencia de que fui educada com ele, ainda que tenha sido agredida verbalmente por postar um poema onde eu mostrava meus sentimentos a um "Amor Maduro", em homenagem a Mago Merlin.

No caso de Ruth Diaz, quando li o artigo onde a mesma dizia estar enganada com site, pois aqui não havia poemas e que poemas deveriam vir seguido de regras, rimas, etc., apenas postei um artigo ( fonte www.wikipedia.com.br) onde explicava a diferença entre poema e poesia e sua criação.
O texto não teve carater de provocação, apenas informar a mudança ocorrida ao longo dos tempos no que se refere a métrica e construção de poemas, poesias, etc.

Se por isso criou-se a polemica toda vista nesta noite aqui no site, me desculpem. Lamento ter sido o veiculo deste desgaste todo.
Minhas sinceras desculpas

Foto de Registros do Site

FrancisFerreira Usuário que utiliza o site para tentar denegrir sua imagen

Recusa

Sábado, 13/09/2008 - 09:51 — FrancisFerreira

Andando por aqui a ler os comentários mais recentes, fiquei completamente desiludido, tanta deselegância por parte de alguns dos participantes, muito sinceramente esperava uma reacção por parte dos moderadores ou de quem de direito.
Como tal não se verificou só me restava eliminar todas as minhas postagens e esquecer este site.
Obrigado pelos bons momentos
FrancisFerreira

Sábado, 13/09/2008 - 22:48 — Fernanda_Queiroz

Boa Noite Sr FrancisFerreira
Que bom que o senhor sente este carinho por nosso site, e sempre volta para ler e comentar.
Quanto a tuas postagens, deve estar equivocado, não as postou, por isto não tinha como as eliminar.
A tua participação no site por ordem de data.
Comentários
Terça, 11/03/2008 - 12:11 — FrancisFerreira,
Sábado, 13/09/2008 - 15:08 — FrancisFerreira
Sábado, 13/09/2008 - 18:38 — FrancisFerreira
Podemos notar que o senhor criou este tópico "Recusa", antes de manifestar em comentários teu desagrado aos acontecimentos do Site de Poemas de Amor, chegando até mesmo a ser descortês, em classificar um poema, junto ao um mar de lama.
Sinceramente senhor, este tipo de telespectador, não interessa a familia de poemas de amor.
Somos Ranketing número um em qualidade e respeito, não precisamos de despeito.
Colo abaixo a minha lista de frequência ao site, sem que seja revelado usuários e teus direitos de privacidade, apenas como informação as pessoas que gostam de poesia, de magia, de integração, respeito e união.
Este site tem proteção.
Grupos de utilizadorMembro desde Último acessoOperações
.activo
2 horas 1 minuto nunca
3 horas 13 minutos nunca
activo
3 horas 13 minutos3 horas 2 minutos atrás
...activo
4 horas 5 minutos nunca
activo
6 horas 29 minutos nunca
eactivo
6 horas 33 minutos6 horas 29 minutos atrás
activo
8 horas 31 minutosnunca
activo
21 horas 5 minutosnunca
activo
22 horas 10 minutos3 horas 1 minuto atrás
activo
22 horas 37 minutos12 horas 5 minutos atrás
activo
23 horas 32 minutosnunca
activo
23 horas 36 minutos7 horas 22 minutos atrás
Fernanda Queiroz

Sábado, 13/09/2008 - 12:30 — Sempre-Viva

p/Francisco Ferreira de Sempre-Viva
Bom Dia.....
Sinto muito que você se vá, assim, descontente.
Mas eu venho te dizer que eu tenho certeza, que tudo está sendo averiguado, o que você, e todos nós temos lido, não faz parte daquilo que o site de Poemas propõe.
Se você mudar de idéia, pode voltar, volte quando quiser, te garanto que ficaremos contentes em poder te ler novamente.
Sinto Muito...
abraço
Sempre-Viva
Sábado, 13/09/2008 - 15:22 — Graciele Gessner

Olá, Francisco Ferreira!
Sinceramente não entendi... Qual é o motivo exato do descontentamento?
Meus cumprimentos graciosos.
-- Graciele Gessner -- poetisa Anjo Azul.
http://www.poemas-de-amor.net/blogues/graciele_gessner

Sábado, 13/09/2008 - 18:41 — FrancisFerreira
P/Graciele
Olá:
Será que ainda não leu a troca de icomentários entre alguns dos colaboradores deste site?
Pode ser que tal aconteça, nesse caso dê uma vista de olhos pelos comentários recentes.
Francis

Foto de LUIS EUDARDO

SOU O CHARME E CARDEALIDADE EM PESSOA...

SOU DE BEM COM A VIDA...

SOU O CHARME E CARDEALIDADE EM PESSOA...

Um ser humano do bem cada vez mais encantado com o amor, admirado com a exuberância do mundo contemporâneo.

Forma de criança mente de um adulto. Viver ao lado de uma pessoa que realmente a gente ama de verdade sempre foi maravilhoso porque não ser doador de amor pra quem realmente merece?

A vida é uma caixinha de presente e cheia de surpresa, hoje tudo é maravilhoso amanhã tudo que era bom caiu no abismo, no fim do túnel. O passado nunca voltará!

Tudo pode mudar tão de repente,
Do dia pra noite, é muito bom viver contente...

Sou um cara muito apaixonado admiro o amor, viver amando e ser amada é a melhor coisa que já existiu entre as pessoas é uma pena que nem todo mundo é igual.

Deus construiu tudo no mundo do ceu a terra!
Somente um homem tem pode sobre esse vezo de barro. Deus o Senhor dos Senhores o rei dos reis, só ele pode tudo!

QUE O SENHOR JESUS CRISTO ESTEJA SEMPRE AO MEU LADO E QUE ELE ABANÇOARÁ O POVO BRASILEIRO, TODOS OS POVOS DE TODAS NAÇAO!

Foto de LUIS EUDARDO

maravilhoso

maravilhoso

O sonho é maravilhoso uma paixão de carne e osso
Porque agente não si encontra logo e acaba com isso
Pura demagogia no sonho da noite, sempre é comigo.
Eu estou escondido bem longe de você pra não ter perigo.

No jogo da vida é duro de atuar, no caminho da vida é difícil ser feliz.
O mundo ajuda, mas a antiga paixão ficou no final da historia.
Foi uma vitória ti ver mais uma vez, e pensar que você está vivo tudo bem.

Quem disse que o sonho acabou?
Apenas está começando
A vida é mesmo bela...

Foto de Graciele Gessner

Na Calada da Noite. (Graciele_Gessner)

"É na calada da noite que poetizamos com a alma! É na calada da noite que a inspiração é mais coerente e sentimental. É na calada da noite que encontro a paz que me falta. É na calada da noite que consigo escrever com o coração, e onde faço verdadeiras declarações de amor".

07.06.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Páginas

Subscrever Noite

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma