Nuvens

Foto de Marta Peres

Amor Eterno

Sigo passo a passo os ponteiros do relógio,
Cada minuto é eternidade,
Milagre que não pode repetir
Aumentando a tortura da saudade.

Tormento é a vida longe do meu amor.
Em rastros de luz vou seguindo
Pegadas que conduzem a um mar distante
E a tristeza me consumindo, pouco a pouco.

Mesmo como nuvens perdidas no horizonte
Tento mudar a direção do destino,
Busco rumos onde não lhe procurei
E perco-me pelos caminhos.

Entro por estradas que nunca imaginei
E vivo de saudades e na esperança
De algum dia poder lhe encontrar,
Vou vivendo de sonhos e lembranças.

Amor, amor eterno que vivo a recordar,
Amor que me revigora e me destrói
Sentimento que não dá para esquecer.

Amor, amor eterno,
Mesmo com o tempo que passa e apavora,
Jamais envelhece.
Marta Peres

Foto de Mathefius

Frio

Frio

O dia surge lindo e quente. O sol brilha com uma intensidade invejável.
O cheiro da terra ainda úmida pelo orvalho da madrugada, torna-me ébrio de saudade.
Não sei ao certo o que faço aqui. Por que está tão escuro? Por que as paredes parecem vir de encontro a mim tomando-me o fôlego?
Lembro-me do teu sorriso, puxa! era avassalador!
Sempre que me sorria parecia que o céu vinha ao meu encontro.Teu beijo doce me fazia pensar em pêssegos. Tua pele suave, tal qual a mais pura lã, me aquecia e confortava. Toda vez que eu respirava tinha a certeza da vida!
Frio!!!
Por que parece que não posso enxergar? Bom, ao menos me conforto em saber que estou aquecido envolto nessa lã tão macia, mesmo assim ainda sinto frio, meu corpo estático, rígido, o que há?
Percebo o dia tão belo, o sol brilha, as flores daquele jardim parecem compôr um balé. Vejo a terra! Ainda está úmida do orvalho da manhã. me parece agora que estou vendo através dela.
Mais porque estou deitado? Pareço tão pálido! Porque estou me vendo como se...
As flores murcham rapidamente, o sol está incoberto por um grupo de nuvens negras, o vento sopra ferrozmente.
Não sinto meu corpo! Não consigo respirar! E esse gosto de fél em minha boca.
Frio, frio, frio!
Onde está você? por que não a vejo? Porque não estás do meu lado para confortar-me e me guiar para longe desse pesadelo?
A insanidade já toma conta de meus pensamentos. Já não me pertenço!
Vermes malditos!!!
Vejo a alegria e o sorriso sarcástico em suas bocas.
Comam! Saciem-se!
Podem devorar meu corpo mais jamais terão a minha alma ou o meu coração. Estes eu já não tenho mais, presente-ei em vida ao meu grande amor e nela sei que sobreviverei.
Gélido, me despeço.

Adeus!

Foto de Cecília Santos

CAÇADOR DE PIPAS

CAÇADOR DE PIPAS
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Céu azul, vento forte.
Manipuladas por mãos hábeis.
Ganham vida e sobem ao céu.
No doce balanço do vento.
Dezenas de pipas, de formatos,
e cores vivas.
Dão show de bailado no firmamento.
Da minha janela, observo embevecida.
A alegria dos meninos, que hora dão
linha elas sobem tão alto.
Vão pertinho das nuvens até parece
que são os anjos, que estão puxando
os fios invisíveis pra brincarem também.
Suas danças são diferentes,
umas calmas, outras sinuosas.
Outras brincam ao doce sabor do vento.
Dão piruetas, vôos rasantes.
Outras se enrolam nas linhas daquelas que
estão próximas, e a brincadeira prossegue.
À espreita, olhar atento, sempre há,
o caçador de pipas aguardando.
Quando uma tem sua linha cortada,
e começa cair, levada pelo vento pra longe.
Numa desabalada carreira, entra em ruas,
becos, e vielas.
Seu tino aguçado, diz que esta no caminho certo.
Olha o céu, e vê seu prêmio chegando.
Cansada de bailar, a bela pipa cai por terra desfalecida,
pelo longo bailado no ar.
E o caçador apanha seu troféu...
Feliz e sorridente, retoma seu caminho de volta.
Olha o céu e sorri contente.
Tudo vai recomeçar outra vez.

Direitos reservados*
Cecília-SP/08/2008*

PS/Inspirado no Filme Caçador de Pipas.

Foto de Maiakovsky

Corpo de Nuvens

Em meu leito minha querida:
teu corpo de nuvens,
tua inavasão torrencial.
Em monumentos de luz:
teu cobertor de verão,
teus céus de primavera,
as aves de tua pele.

Vez por outra, me deparo,
visto-me de teu beijo,
tua chuva, teu canto de silêncio.
Em minha pátria minha querida:
calotas onde moram vértices,
rosa-dos-ventos de teu corpo.

Minhas pernas em tuas pernas:
confusão das línguas de Babel,
ruidosas flautas, colunas romanas.
Cachos áureos de teu rosto,
toda perspectiva incontrolável,
toda folia de teus abraços.

Em minha noite querida minha:
tua aurora possante,
teus polos, teus magnetos,
o chão estrelado de teu colo.

Foto de Ednaschneider

O anjo e o Sol

O anjo estava triste, deprimido;
Por que havia caído...
Chorava, pois havia sofrido...
E pensava que jamais ficaria restabelecido.

Caído como um pedaço velho de papel
Arrastando-se como um caracol
O anjo olhou para o céu
E observou o Sol.

O Sol lindo, com toda sua magnitude...
O anjo ficou a olhar
Após esta observação tomou uma atitude:
Uma decisão: Que tinha que se levantar.

O anjo levantou-se do pó
Com ajuda do raio solar
Viu que não estava mais só
E o Sol passou a amar...

O Astro Rei tinha nuvens
Que viviam a lhe rodear
As asas do anjo surgem
Para o Sol alegrar...

Agora vivem em perfeita união
O Sol e o Anjo.
Seja inverno ou verão
Vivem em perfeito arranjo:
Fizeram uma bela canção.

Uma perfeita sinfonia cantada com calor, ardor;
Há tanta sintonia entre Sol e o anjo:
A linda canção que se chama amor
E já receberam as bênçãos de Miguel Arcanjo.

Joana Darc Brasil *
27 de julho de 2007
*Direitos reservados.

Foto de angela lugo

Não quero adormecer sozinha

Esta noite vou adormecer sozinha
Pensar em você aqui nesta agonia
E talvez te escrever uma linda poesia
Olhando as montanhas ao além
Sentindo o céu amparar minha solidão
Ouvir o canto dos pássaros no anoitecer
As nuvens tornando-se uma neblina
Olhando tudo e sentindo tua presença
No perfume que deixou no ar
Na tua roupa dentro do armário
Na tua foto que olha para mim
Uma saudade vai apertando meu peito
Tenho vontade de sentir o teu beijo
Que vem fluindo com um desejo
Dominando todos os meus sentidos
Perco-me nos pensamentos escondidos
Dispo-me e largo a roupa no chão
Deito-me sob o luar com a pele nua
Sorrindo-te olho para ti e te chamo
Deita-te sobre a minha pele perfumada
Que cá está a delirar-se em pensamentos
Não quero adormecer sozinha...
Com você conseguirei vencer este caminho
Que percorro hoje na saudade sentida
Levo-te comigo em todos os lugares
Não o deixo sozinho nem um segundo
Espero-te aqui sob a luz do luar
Vem ter comigo e me amar
Antes que amanheça e a magia termine
Antes que as estrelas desapareçam
Antes que a luz do sol irradie o novo dia
Antes que a saudade seja presa no coração
Antes que a paixão se finde dentro de mim
Antes que eu não possa mais te ver assim

Foto de Sonia Delsin

OBSERVANDO

OBSERVANDO

Estou sentada numa varanda.
Observando.
Estou sentada numa cadeira macia.
Estou olhando.
Estou aqui a olhar.
Não só o que se descortina diante de meus olhos.
Vejo mais.
Vejo o tempo.
Escorrego pros meus primeiros anos.
Que delícia!
Nos balanços vou tão alto.
Meus pés quase tocam as nuvens.
Rio.
Corro pelas terras.
Sou a dona das borboletas azuis.
As que aprisiono e as que ficam soltas.
Agora sou uma menina-moça.
Mas que dor no coração!
A mocinha não pode colocar o pé no chão.
Pronto, ela se libertou...
Mas o tempo passou.
Outro mundo ela encontrou.
Vejo dois enamorados.
Rio de novo.
Tão apaixonados.
Vejo uma mulher madura.
Uma uva...
Um vinho tinto.
Vejo um céu azulado.
Um céu ficando acinzentado.
Vai chover?
Não... já choveu... a cântaros.
Agora brilha o sol...
Um raio vai bater bem na pedra branca do jardim e reflete no espelho do tempo.

Foto de Cecília Santos

MANHÃ SEM SOL

MANHÃ SEM SOL
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Pela manhã, ao abrir minha janela.
Um vento frio e úmido beijou-me a face.
Prenúncio de que o dia seria um caos.
O sol não rasgou as nuvens,
seus raios não vieram iluminar meu dia.
A garoa fina se transformou e o céu deixou,
sua tristeza transparecer em forma de chuva.
Tal qual essa manhã triste, e melancólica.
Meu coração e minh’alma, entristeceram também.
Meu pranto rolou pelo meu rosto.
Como eu queria que minhas lágrimas.
se fundissem com a chuva.
Se tornando forte o bastante,
pra levar essa dor embora.
Como eu queria voltar o tempo,
e ser feliz novamente.
Como eu queria olhar o mundo,
com olhos de bem querer.
Mas nada pode atenuar meu sofrer.
A sua presença era, como uma luz na minha vida.
Ocupando todos os espaços.
Seu amor guiava meu caminhar,
me mostrando a direção.
Amar você era tão simples... quanto sorrir,
caminhar, cantar, respirar...
Mas, você foi embora, me deixando,
completamente perdida...
De repente, não mais sabia,
se era inverno ou verão, se era dia, ou noite.
Me perdi na sua falta, no fato, no acaso.
E nesse caos, que se tornou minha vida.
Todo dia, é mais um dia, pra eu lembrar de você.

Direitos reservados*
Cecília-SP/07/2007*

Foto de Carmen Lúcia

Re(nova)ção

Caminho por calçadas e ruas...
Madrugada de lua e estrelas...
Confabulo comigo mesmo...
Em pensamentos,andando a esmo...
Seguindo a luz tênue do luar
Que preguiçoso, se esconde atrás das nuvens,
Para não ter que brilhar...exausto de iluminar!
Observando o cintilar das estrelas
Que,cansadas,já querem se apagar...
Logo estarei só...então virá a manhã...
Preciso encontrar novo caminho,mudar...
Antes que seja tarde,antes do Sol acordar...
Preciso me renovar,amanhecer diferente,
Reverenciar o dia,ser mais complacente,
Cumprimentar o Sol,dizer bom dia ao novo,
Reavivar a vida,agradecer-lhe a acolhida
Que por tanto tempo deixei vazia
Ouço os tropeços de meus próprios passos...
Que cansados,já não encontram espaço...
Agora só me acompanha a minha sombra
Já não há estrelas, tampouco o luar...
Cumpriram sua missão e foram se deitar...
Tenho que decidir pra onde ir...
Desfazer-me do fardo triste,enfadonho,
Despir-me do passado embrutecido,
Tornar-me leve,correr atrás dos sonhos,
Que se mantiveram adormecidos,esquecidos,
Enquanto eu me adentrava na solidão...
E a órbita de meu mundo era a escuridão.
Pronto!Fim do caminho...não há mais ruas...
Despojo-me de minhas vestes,sinto-me nua,
Entrego-as a minha sombra,que não mais me assombra
Que se espalha feito fumaça de incenso
Purificando-me a alma,despertando-me o bom senso
E some levando consigo a minha parte escura...
Volto-me aos primeiros lampejos da manhã...
Faminta e sedenta,aguardo as oferendas do amanhã.

Carmen Lúcia

Foto de Anandini

Porque me abandonas?

Amor...
Porquê me abandonas?
Porque me deixas assim?
triste,ombros caídos...
reclusa,tão dentro de mim?
Por que o Sol que guiava,tão belo girassol
escondeu-se entre nuvens?
Como pode a terra,
estar dura,árida
fazendo esse girassol quase que secar?
As noites tem sido torturantes...frias,
sem suas suas asas para aquecer-me.
Os sonhos têm sido vagos,tristonhos...
Neles procuro por ti
em vales,montanhas,caminhos distantes...
Mas procuro em vão,
não te encontro.
O coração ora audaz,intrépido
agora bate descompassado...
Precisa de ti.
Preciso de ti,
para inundar minha vida
com sua presença despudorada...
Só você pode trazer de volta o brilho do Sol
a umidade da terra,tão necessaria a esse girassol.
Vem,
Espero por ti como aquela bateria
que invade o éter, com seu som aluscinante
com seu toque preciso,com seu toque forte..
Toque-me
toque-me com essa mesma destreza,que a toca...
Descerre meu coração
tu possui a chave
falta apenas estar aqui.
Vem
não me abandone assim
meus braços desejam seu corpo
meus lábios esperam os seus,
e minha vida não tem sentido
se não estiver envolvida
pela beleza de sua vida
Vem...
Por que me abandonas ao léu?

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