Ontem

Ontem eu falei com você após tanto tempo.
Ao ouvir tua voz meu coração mais forte bateu,
minhas mãos suaram frias e ficam tremulas,
um frio emocional em meu sangue percorreu.

Minha voz ficou presa na garganta,
aleguei que estava com problemas na ligação.
Não queria que você percebesse como eu me sentia,
precisava disfarçar a minha emoção.

Eu falei com você sobre coisas banais.
Brincando perguntei como você estava passando.
Na verdade eu queria mesmo era ouvir sua voz
para amenizar a saudade que estava me matando.

Consegui brincar um pouco com você.
Ouvindo sua voz imaginei seu sorriso
e quando ouvi sua risada pelo telefone
descobri o quanto eu ainda te preciso.

No final de nossa conversa mesmo não querendo,
acabei te falando da falta que você me faz.
Admiti que sua presença é importante em minha vida.
Que seu silencio e distancia me roubam a paz.

Depois que desliguei o telefone, em silencio,
comecei relembrar tudo o que contigo eu vivi.
Foram momentos de extremo carinho e ternura
e talvez por isso, até hoje eu não te esqueci.

Não me importo se hoje você está tão distante,
se seu amor hoje, eu já não sou.
O que eu senti por você é algo forte e verdadeiro
que nem o tempo e a distancia alterou.

Eu sei que um dia, quem sabe no futuro,
de mim, você com saudade possa ate se recordar,
se isso acontecer sorria, olhando o passado
e me veja como alguém que continua a te amar.

IMORTAL
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Hoje mais que ontem.
Sei que a vida é eterna.
Nosso corpo vira partículas de pó.
Mas a nossa alma que e imortal,
Ganha a pura liberdade e voa.
Voa procurando novos rumos,
novas moradas.
Vai à procura de outro plano,
de outra dimensão.
Não é ilusão, nem minha imaginação.
Sei que sua vida agora,
tem outras diretrizes.
Seu tempo, seu mundo,
não é o mesmo que o meu.
Sua vida prossegue, com novos amigos.
Novos ensinamentos, novas verdades
Falo com você através dos anjos nos meus
sonhos, atavés da lua das estrelas.
Te encontro em cada estação do ano.
Você está presente na gota de orvalho
de cada amanhecer.
Sinto sua presença na brisa suave.
No sol escaldante, na noite tranqüila.
Sua presença é tão forte e constante.
Que sei que você não me esqueceu,
assim como eu não te esqueci.
Sei que sente minha falta,
assim como eu sinto a sua.
O amor entrelaçou nossos corações.
Jamais seremos dois seres separados.
Meu coração continua a te amar.
Meu sorriso é pra te alegrar.
Meu canto pra te embalar.
Meus braços são ninhos pra te proteger.

Direitos reservados*
Cecília-SP/09/2007*

BIOGRAFIA
( © Patrícia Evans)

Observando de perto
entre as montanhas, a fenda imensa,
entre jogar-se ou sentar-se:
a total indiferença.

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BURRA
(© Patrícia Evans)

Taí, ela nua, mas não crua.
Pura, não incauta.
A personagem, figura
que não consta da sua pauta,
não na de hoje, ou de ontem.

Taí a puta, a deusa falsa,
que espera que não contem
os segredos que não guarda.

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EXPURGO
( © Patrícia Evans)

Existe dentro da caixa
uma caixa menor,
lacrada com tachas
e atada com faixa,
comprada em brechó,
para usar na trança rala
(moldura da cara larga).
Sempre o mesmo exato nó,
a indefectível laçada,
na indefectível trança minguada,
que um dia, sem mais, sem menos ou dó,
feito pagando promessa, oferecendo ebó,
cortou com tesoura nunca afiada.
E desde então nem se fala,
como se nunca notadas,
sobre as horrendas falhas
da cabeleira rente, cortada
por única tesourada.
E não há quem desconfie ou saiba
sobre o que há na caixa menor,
dentro da outra caixa maior,
lacrada com tachas
e atada com a mesma faixa,
que a trança rala laçava.

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