Outono

Foto de Rosamares da Maia

AS QUATRO ESTAÇÕES

As quatro estações

É outono e o tempo passa macio, faceiro,
A primavera hiberna no cio, até desabrochar,
Num turbilhão de cores e exóticos perfumes.
A água flui, vai ao encontro do rio matreiro,

Que manso e brejeiro alimenta as margens.
Um ritual de fertilidade dá a vida passagem,
Mesmo se a estação se despe para o outono,
Ou para o inverno, na luz que morre cedo.

Sempre a florescer, me ofereço sem medo.
Banhos no orvalho nua, na luz prata da lua.
Olhos abertos, danço, na calçada, na rua.
A brisa fria sopra a oração - mística liturgia.

Sou a flor de semente somente Maria.
Sem vergonha, impura, ao lado da estrada.
Nem do bem nem do mal, a margem, nada.
Finalmente, no ponto certo, sou primavera.

Não há novidades, só fervor, intensidade,
Constatando o prazer a estação me invade.
Mas, é fogo, o corpo aquece e de febre arde.
E o desejo forte tudo consome em emoção.

A razão é controversa e explode em paixão.
A luz dourada invade outra estação - é verão.
Nova semente plantada - ciclo que se refaz.
Maria é semente regada - vida em profusão.

Rosamares da Maia
12/06.2019

Foto de Siby

A beleza do Outono

Quando abro a minha janela,
Posso a brisa de outono respirar,
E vejo o que a natureza veio pintar,
Com as suas cores de aquarela.

Com o clima do outono no ar,
Procuro reparar nas coisas belas,
E vejo folhas verdes e amarelas,
E ainda aquelas frutas no pomar.

É o outono se mostrando na janela,
Onde a natureza tem o seu lugar,
Emoldurando sua arte tão singela.

Como um quadro para admirar,
Olho a paisagem linda pela janela,
É a beleza do outono que paira no ar.
(Siby)

Foto de Carmen Lúcia

Da janela...

Da janela vejo as folhas se entregarem
voando lentamente ao outono, com o vento,
buscando o alento de efêmeras moradas,
cumprindo a missão que lhes foi predestinada.

Da janela vejo o inverno incisivo
com seu poder decisivo de congelar e lacrar
jazigos onde folhas esquálidas repousam
pra renascerem quando a estação voltar.

Da janela vejo a vida ser mais bela,
o tempo de espera faz surgir a primavera
antes recolhida, adormecida sob a terra,
brotada das sementes, renascida em folhas verdes,
nas flores coloridas, perfumadas e singelas.

E as estações do ano nunca encerram suas lidas,
morrem e renascem retratando a própria vida...
Bailam pelo tempo em performances verdadeiras.
Terá a vida a mesma significação?
Da janela vejo a próxima estação...
Quantas mais verei até a derradeira?

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Outono

Tempos dourados outorgam novo ciclo,
Outonam caminhos, regam a esperança,
douram folhas, desnudam paisagens
que nuas perambulam, a contento,
bailando sem pudor entre o calor e o frio
e de mansinho desaparecem com o vento.

Acordam a nostalgia com acordes de magia
a tecer um tapete de ouro pelo chão
por onde passará com nobreza e distinção
a doce trilogia: beleza, poesia e emoção,
fazendo o tempo deslizar bem devagar, sem precisão.

Da terra brotam sulcos, alcovas das sementes
e silenciosa, a germinação procede vagamente,
acalentando o sono das flores adormecidas,
enquanto o frio do inverno cumprir sua missão.

Mas hoje é outono, tempo de espera,
as folhas jazem mortas... até a primavera,
que cobrirá de cores o cenário amarelado,
de flores e de vida o momento esperado.

_Carmen Lúcia_

Foto de poetisa1

Sou a Vida

Um dia vou lhe dizer quem eu sou...
Sou o nascer do sol em começo de outono,
sou a luz que surge no alvorecer.
Sou a folha que começa a cair.
Sou o barulho da água que jorra
sou a poesia ...que canta...
Sou a vida...
Sou a lágrima que corre em seu rosto
Sou o choro ... do amor incompreendido...
Um dia vou lhe dizer quem sou...
meu coração já foi machucado
encontrei alguém com marcas no coração
minhas máscaras caíram
deixei meu amargor do lado de fora
sem subterfúgios, caminhei ao meu destino
procurei sonhar
chegou o entardecer,
no céu desceu um véu azulado
mesclado do vermelho do sol que esvaiu-se.
Não permita que eu chore mais,
deixe que o silencio do meu coração
mostre a você quem eu sou.
Porque sou a parte da poesia que emana todo o meu ser.

Myrian Begon

Foto de Rosamares da Maia

Não há tempo

Não há tempo

Não, não há tempo,
O tempo das esperas acabou,
Temos pressa, muita pressa.
O tempo de viver é volátil.
Construímos um novo calendário,
Alteramos o nosso relógio biológico.
Modificamos o cenário.
As flores da primavera florescem no outono.
Realidades de rotas alteradas, inacabadas,
Não importa, não há tempo para o perfeito.
Não queremos pensar,
Queremos soluções prontas, sem dor.
Queremos fetiche e paixão – não amor.
É tempo demais pra construir.
Queremos nos gastar, consumir e sumir.
Satisfazer ansiedades, sem nada assumir.
Não necessitamos de relações de qualidade.
É tempo de marés e modas, pirotecnia.
Fugas planejadas da realidade,
Das promessas mágicas dos ilusionistas.
De oferecer tudo num piscar de olhos.
Num segundo vender tudo barato.
A Humanidade barateou o seu custo,
Vivemos a lei do mercado – oferta,
Mesmo sem procura - vida e loucura.
E num gole profano afoga-se o humano,
Over dose inconsistente de gente
Gente pra que?
Se não há o tempo de Ser.

Foto de Carmen Vervloet

Sagração

Lembranças desprendem-se
como folhas de outono
que caem amareladas pelo tempo...
Uma emoção clandestina
que ha muito latejava escondida
parte como mensageira da alegria
e grita ao mundo que
o passado foi o grande mestre.

Foto de Carmen Vervloet

O Gemido das Águas

O choro vão da água tristonha
Na sua escassez de cada dia
Já não desperta no homem a vergonha,
De devastar sua fonte de vida e energia.

Tão desperdiçada a pobre coitada,
Contaminada por lixo e poluição...
Sobre ela ameaça o gume da espada
Empunhada pela mão de quem não ouve a razão.

Corre em seu leito gemendo tanta dor
Golfando o lixo que a sufoca e mata...
Este outono mudou mais e mais sua cor,
Tirou-lhe o brilho cor-de-prata!

E triste ando pelas margens ermas
Recordando sua abundância do passado
Sentindo a desolação das águas enfermas
Enquanto sinos dobram aos finados.

Foto de Siby

É outono...

Agora é outono...
Muitas folhas amarelecidas,
Esparramadas, na terra caídas,
Sol suavizando, clima ameno.

Muitas árvores se despem,
Da sua roupagem amarela,
Numa bela nudez singela,
Natural, que só elas tem.

Nos pomares dos quintais e sítios,
Muitas frutas, delicioso alimento,
Para os pássaros o seu sustento,
Saciam-se entre alegres gorjeios.

Assim gira a terra numa eterna mutação,
Seguem-se os dias de outono aqui,
E longe, a primavera se sucede ali,
São sabores e cores em cada estação.

Foto de Fernanda Queiroz

Outono de mim

Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

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