Palavras

Foto de Thiers R

>> Calidamente Balbuciei

Calidamente balbuciei

Era um pedaço, apenas um pedaço
de queijo branco na toalha negra
esparramada ao céu
sua beleza transcendia a vizinhança
era uma fatia dormida
na cama dos lençóis em sombras.
penso que a morderia
mas o medo de fazê-la sangrar
me intimidava.
Branca dominava o mundo
com vontade infinita
eu permitia que reinasse no silêncio
e espiasse palavras
que gostaria de pronunciar
calei-me.
Ali derramou em meu cérebro
sensual branco-azulado, rendi-me.
Doei-me no instante divino e
por momentos ficamos unidos em cópula.
Eu, a lua e nossos silêncios
os lençóis de sombra invejavam
beijos colados de beleza
cavalguei-a com carinho
e suado apesar do frio da noite de inverno
balbuciei calidamente
- sou teu! -
Fui, porque me dou inteiro
fechei olhos, bebi um copo d’água,
levantei a cabeça
ela se fora na escuridão
deixando-me a sombra por companheira
acendi a luz tendo ao lado
apenas negro teclado onde agora transcrevo
minha doce, terna e intensa noite de amor.

ThiersRimbaud>>
Agosto-4>
2007
>

Foto de Stacarca

Satã

Satã

Ei-lo, obumbra a sânie lisa,
Míngua de soluços dolorosos,
Corno dos exórdios chorosos
Soluços pitorescos que giza.

Contemplativas, ó sacrílego,
Formidolosas contemplativas,
Idéias, compêndios, inativas
Castas, extremoso coligo...

Conglobadas noções pitorescas,
Ah Funesto pancalismo imundo,
Débil, ó sentimento inundo
D'áurea elegíaca funambulesca.

Ó formas, figuradas felozes
Que fanam, fulgurando fiéis
Formas fúlgidas, felosas féis
Formas flamejantes, ferozes.

Indefiníveis flébeis de rasa,
Choro, lamúrias indefiníveis,
Augusto da insânia, eiveis
A'çucena ao mefítico que vaza.

Ah! Horrorosa, esquisita, feia,
Magnífica, avultada, linda,
Tantas formas, formas qu'inda
Pálpebras duvidam sobre teia¹.

Palavras que abismam medonho,
Fracas, fortes, sorumbáticas,
Teogonias imagináveis, áticas,
Escuros, leis, parvo tardonho.

Caveiras, defuntos, fantasmas,
Sarau imprescritível de beleza,
Lésbia lamentosa, delicadeza
De lamentos lesbianos, asnas.

Préstito solene d'um ressupino,
Defeitos, belos e feios defeitos
Criados, vis, molemente feitos
Da ingenuidade, cantos de hino.

Cantante da crença reclinada,
Ululadas por padres idiotas,
Professores da burrice, rota
Abismada e d'cadência assinalada.

Que céu, que inferno, que afã,
Pugilato da fé e pululante,
Que entoada, que desgastante
As limitadas litanias de satã.

Risos, gargalhadas réprobas
Da chafurdaria, gargalhadas,
Ó ridículas, ó exorbitadas
Cachinadas anátemas de probas.

Ó insânia, doudice da doudice,
Tomada p'la lúgubre orbe maldita,
Ó Sofreguidão bonita, bendita
Vida medonha, como a bela dixe².

Ah! Pungente vida fulgente
Purgada. Ah! Vida pungente!
Pungida. De figuradas entes.
Vida, vida punida fedente.

Clamores ridículos do futuro,
Futuro ridículo de clamores,
Ante a fé, de medonhos amores
Molestados do frágil aturo.

Ah finito, finito glorioso,
Eflúvio de essência infinita
Do que é zimbório, que incita
O ímpeto abstruso, lamentoso.

A calma, raiva, interrogações,
Quantidades acerbas, tratadas
De limitações treplicadas...
Languidez, ah! Lamentações

Lamentações lânguidas, funérea.
Sacrossantos versos belizes,
De rimas nevoentas, infelizes,
Pavorosos, de idéias férreas³.

Genuíno de métricas falazes,
Oh podridão falaz, cautelosas
Elocuções verrinas, chorosas
De sentimentos, audazes.

Que nesse entendimento, vã.
Onde tudo vai, onde passa
A esboroada forma da graça
Empunha. Ah! Que seja sã.

Ah! Nas Noutes, nos luares,
Nas formas, na calmaria,
Na felicidade, na melancolia,
No medonho, no degredo de ares.

Na reza embutida de quimera,
Quiméricas palavras sofridas.
Sofrimento d'enganações lidas.
Ilusões bonitas, do que não era.

Evangélicas ubérrimas d'opaco,
Labutas da religião fedorenta,
Oh! Oh! Imaginação lazarenta
D'áurea combinação. Ataco!

Atacante da crença, o tuteles
Da negridão, de idéia suspirada
Por ditas idéias conspiradas.
Assim como eu, tu, Mefistófeles.

Abastados da burrice mórbida.
'Inda gerados da fatuidade;
Maldade, maldade, maldade.
Quanta desagregação, hórrida.

Quando no préstito andar torto,
Defuntos, fantasmas e caveiras
Nela terão fé, na traiçoeira
De tudo que está vivo, morto!

________________________
¹- s. f.
²- s. m.
³- fig.

Foto de ivaneti

O Encontro... Referência ao Acidente da TAM

O Encontro...

Naquela noite, tinha um brilho perdido sobre a sombra do luar
Aquecendo a imensidão lá dentro da escuridão...
Senti medo! um medo sem explicação! apenas um rápido clarão...
Vedava meus sonhos... cegava meus olhos nas curvas sem fim.

Parecia um estrondo de uma tempestade! não deu tempo de pensar
Atravessamos um universo de multidões, eu não estava lá!
Luzes inércia mergulhada nas palavras surdas sem sentido...
Sem sons! Sem sinal... sem vida! Não deu tempo pra pensar!

Um apagão! uma distância sem cérebro, sem filhos...sem mãe...
Sem pai... sem irmãos que estavam apenas na beira da razão!
Uma grande e infinita distância nos levaram ao encontro...
Onde havia somente uma porta sem saída, sem janela...

E do alto um trovão silencioso que nos chamava para um vão...
Onde fomos todos recebidos por um homem chamado JESUS!

IVANETI

Foto de Carmen Lúcia

Nunca é tarde

Quero consertar meus erros,
Livrar-me de culpas,
Mostrar arrependimento,
Sentimento verdadeiro,
Não apenas em palavras
Que voam ao vento,
Se perdem no tempo...
Mas através de atos
Que comprovem de fato
A transparente mudança...
Consertar o que estraguei...
O sorriso que não dei,
O carinho que neguei,
A palavra que não disse,
O silêncio que maldisse,
A esperança que não cri,
O consolo que omiti...
As lágrimas que não chorei,
A verdade que olvidei,
A alegria que contive,
A mágoa que mantive,
O perdão que não foi dado,
O beijo nunca roubado...
A primavera que não vi,
O inverno que não vivi,
Os sonhos que não sonhei,
Os passos que não andei,
O dever que não cumpri,
O amigo que não abracei,
O olhar que recusei,
O livro que não li...
Os frutos que não colhi,
A coragem que não ousei,
O amor que não partilhei,
O prazer que não senti,
A felicidade que perdi...

Ainda há tempo...
Nunca é tarde
Para o arrependimento...
Deixar falar o coração,
Voltar-se ao mundo e pedir perdão...

Vou atravessar as pontes,
Retratar o que não fiz...
Esquecer em cada canto
O bem que ainda resta em mim
Adormecido pelo desencanto...
Uma centelha de luz,
Que em meu ser ainda reluz...
Mostrar que consigo ser
Antes dos queixumes e da dor
Uma mistura bonita
De saudade, poema ...
...e amor!

Foto de Thiers R

>> Tépida Tez

Tépida Tez

Hoje acordei com gosto de alfazema
rosas e sedução na boca
estava só
dentro dos pensamentos.
nitidamente senti palavras
roçando-me a pele,
colando lábios quentes.
Pulei da cama com vontade de tê-las
O relógio gritava:
Você tem que ir...você tem que ir...
Vesti-me e saí.
As rosas duraram por todo dia.
trabalhei enebriado.
Juro, quero apenas encontrá-la
letra endiabrada
provocante e sedutora.
Quero lamber teus dedos
abraçar a tépida tez
palidez rósea e macia
vem que a lua nos espera.
enrolados comeremos maçãs
no pecado noturno
devorando e
transgredindo.

ThiersRimbaud>>
Junho2007>

Foto de Soninha Porto

S A U D A D E S

Meus olhos marejam,
Onde estás meu amor?
Iluminados por lágrimas quentes,
Lembranças... Momentos... Que seja!
Venham... Não tenho medo da dor.

O sorriso à minha frente,
Sorrio também.
O corpo sedutor... Vai e vem,
Lábios macios, beijos ardentes,
Quase posso senti-lo meu bem.

Lágrimas caem...
Lavam o rosto...
Limpam a alma.
Aqueles gemidos de prazer...
A voz rouca, palavras indecentes,
Desejos, delírios, fantasias como torrentes.
Sinto o corpo todo a arder.

Lágrimas jorram... Lindas!
Testemunhas de o meu sofrer,
Companheiras de sensações findas...

A ausência incomoda,
Marcas, pedaços, retalhos.
E agora? Lágrimas.
O silêncio, o vazio, o nada.

Meu corpo ainda é a tua morada,
Tem encantamentos, calor,
Está limpa, enfeitada, perfumada,
À espreita... Ao passares, entra ela é tua.
Estou aqui como à beira da estrada,

soninha porto
um dos mais lidos no recanto das letras

Foto de Sonia Delsin

RAINHA DE TODOS OS SILÊNCIOS

RAINHA DE TODOS OS SILÊNCIOS

Com todos meus ruídos sou rainha de todos os silêncios.
Eu calo e falo.
Eu calo a voz e solto as palavras.
Dou vazão a toda sensação.
É com caneta na mão.
É diante de meu micro.
Já me perguntaram um dia se escrever para mim é compulsão.
Respondi: claro que não.
É minha mais fiel prova de expressão.
Escrevo com emoção, com paixão.
Eu conto do que sinto.
Do que sentes.
Do que sentem.
Porque a minha dor, a tua dor e a dor de todos eu posso descrever.
Sinto o sofrer.
Como sinto a alegria.
A alegria dos outros me contagia.
Sou rainha de todos os silêncios e de todos os dizeres.
Sei falar de todos os sofrimentos e todos os prazeres.
Talvez eu tenha vindo com esta simples missão.
De falar com o coração.

Foto de Neryde

Insônia...agora com amor!

Meus momentos de insônia eram vazios e frios,
Agora são quentes e recheados de carinhos.
Carinhos vindos da lembrança
E, regados com sonhos cheios de esperança.
Esperança de momentos de amor
E, de ouvir novamente suas palavras de calor.
Calor que flui do seu corpo sem pudor,
Que chega à mim e meu corpo recebe com fervor!

Foto de Magroalmeida

Em Busca de Você

EM BUSCA DE VOCÊ

Eu sei que é tarde e o silêncio desta fria madrugada inquieta minha alma e dilacera o meu ser.
Recuso-me a olhar para o relógio por não querer saber a quantas horas estou sem dormir.

Sei, apenas que estou confuso, muito confuso.
Um turbilhão de idéias se amontoa em minha mente.

Penso em você e me transporto a um mundo imaginário onde esqueço
a minha própria existência e tudo o que vejo é você...

Você, que fez explodir no meu peito este imenso e profundo sentimento
que eu jamais podia imaginar.

Neste momento relembro, com saudade, os momentos que juntos tivemos
e sinto que foram momentos vividos na mais completa euforia de uma
paixão delirante que outrora podia nos fundir num único ser, numa só imagem.

Hoje, sinto enfraquecer o pulsar do meu coração por não ter você ao meu lado.

Ah!, querida, não queira, agora, transformar este amor numa luta
árdua contra o egoísmo e a insensatez.
Dispa-se dos seus estúpidos preconceitos e me de a mão.
Não tente esconder a beleza do seu ser e nem deixe de mostrar a beleza do seu coração.

Saiba que você existe e é simplesmente maravilhosa.

Talvez você não queira dar a este amor o valor que ele tanto necessita.
Por favor, abra o seu coração e venha.
Vamos trilhar por caminhos floridos onde somente nós saberemos encontrar.
Não me deixe lutar contra este sentimento que me domina e não deixe
que encham nossas taças com o vinho da ingratidão que tantas vezes me fizeram beber.

Não transforme este amor num futuro inexistente e nem deixe que o
néctar deste sentimento seja diluído num mar de saudades.

Sim, eu posso imaginar o quanto você está surpresa ao saber do meu segredo, mas, certamente,
se você pudesse entender o quanto eu te quero, suas dúvidas iriam ruir e desaparecer.

Saiba, meu amor, que você é a minha fonte de água natural.
Sua presença devolve o pulsar da alegria que um dia eu perdi.
Quisera ter a sorte de voltar ao seu coração e possuir seu amor.
Quisera, um dia, voltar a fazer parte dos seus planos,
ser a essência dos seus desejos e a meta dos seus ideais.

Sabe?
Eu de fato penso que você jamais entendera como eu me sinto agora, te escrevendo
estas palavras tão minhas.
Você jamais entendera como sofro por não poder mostrar isto ao mundo
e ter você sempre ao meu lado.
Mas, apesar de tudo, acima de tudo, eu sei que te quero
e o meu pensamento estará sempre voltado pra você.

Porque, mesmo à distância, eu te amo e te amarei com todas as forças
que ainda tenho para amar.

Magno R Almeida
Mar/2004

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Foto de JGMOREIRA

PIEDADE

PIEDADE

Chamo teu nome todos os dias
Em todas as línguas
Até nas que serão inventadas
Quando desvendarem o idioma
Que recheia minhas palavras.

Tuas portas não se abrem
Mesmo que recite todos os teus livros
Até os que andam perdidos
Em mares mortos e esquecidos
Transformados em deserto desmedido

És a minha rocha abissal
Que me enche olhos e alma
Que me assombra, colossal
Sem entender minhas evocações
Preces, lamentos, devoção.

Meus dentes se gastaram rangendo
Nas noites de medo assustoso
Quando teu nome sem semblante
Rodopiava na minha língua
Que é a de todos os amantes.

Senhor, dizei uma única palavra
E me terás salvo de mim
Da dor desse amor sem fim
Que, se antes alimentava,
Alimenta-se, agora, de mim.

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