Pão

Foto de Rosamares da Maia

UMA CANÇÃO PARA A TERRA

Uma Canção Para a Terra

Existe uma canção, uma linda canção
Que quero cantar bem alto, até voar,
Uma canção para a voz de todos.
Canção composta por muitos corações
Não importando a origem ou o nome.
Esta é a canção que eu quero cantar,
Entoar como hino com todas as pessoas.
Ricos ou pobres, o que importa é cantar.
Uma canção sem línguas ou nações,
A canção fala de iguais oportunidades,
Em voz cristalina, com força e verdade.
Uma melodia alta que ecoará pelo mundo,
Uma mensagem que dispensa traduções.
A Humanidade repetirá semeando o refrão,
Chega! Violência não, só mais paz e pão,
A Humanidade vibrando em um só tom.
... Igualdade, solidariedade, ... igualdade,
A canção nos coloca em um único coral,
Chega de dor! Menos mortes e ambição,
Sem distinção, todos cantam o refrão.
Porque a canção é de todos na Terra,
Reverberando mais amor, ... fraternidade, ...
Reverberando, .... Liberdade, ... igualdade.

Rosamares da Maia – 24/02/2021

Foto de Rosamares da Maia

CARTA A FERNANDO PESSOA

Rio de Janeiro, 26 de maio de 2015.

Meu Caríssimo Fernando,

Nesta manhã como em tantas outras estou solitária e feliz por desfrutar da minha própria companhia. Sim, pois pretensiosamente ou não, estar acompanhada de mim mesma é o que hoje me faz feliz. Principalmente porque estar comigo, mesmo que transitoriamente, me conduz a você.
Nesta manhã, enquanto vejo a fumaça do café galopar o ar, aguço todos os meus sentidos e lembro-me de você, como se estivéssemos compartilhando a mesma mesa, as fatias do mesmo pão. Na realidade já não como, mas, continuo alimentando-me das tuas lembranças.
Fernando,
O que seria da minha vida sem conhecer-te, sem sorver das páginas cada gota dos teus escritos? Que seria de mim se não sentisse as tuas angustias, o teu amor para além dos lusitanos mares? Se não tivesse como tu compreendido os vaticínios de D. Sebastião.
Também tenho muitas personas aprisionadas dentro de mim e, ao contrário de ti, não consigo exteriorizá-los, derramá-los no tapete do quarto e depois abrir a janela, para que voem. Fecho os meus olhos e sou como Maria José – a feia, corcunda e doente. Coitada! Sempre presa à cama, diante da janela, colhendo no orvalho da manhã as pequenas gotas dos sonhos, de seu amor platônico por Antônio.
Escrevo a você cartas, como ela – As cartas que Ele jamais leu. Maria José motivo de riso ou invisível, desabrochando na exteriorização da tua solidão e tão acompanhada de tantos outros Fernandos igualmente solitários.
O que seria de mim sem refletir como Bernardo Soares:
-" Aprender a desligar as ideias de voluptuosidade e de prazer. Aprender a gozar em tudo, não o que ele é, mas as ideias e os sonhos que provoca.
Por que nada é o que é e os sonhos sempre são os sonhos.
Para isso precisa não tocar em nada. Se tocares o teu sonho morrerá, o objeto tocado ocupara tua sensação."
"Ver e ouvir são as únicas cousas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais."
"A única aristocracia é nunca tocar. Não se aproximar – eis o que é fidalgo"
Bernardo Soares /Fernando Pessoa – 1888-1935 – in Livro do Desassossego.

Eu como Bernardo, sou fragmento do meu primeiro eu, que diariamente vem à tona para cumprir muitos papeis que a vida impõe e cobra, mas, aqui nesta pouca solidão com a qual a manhã me privilegia, consigo fechar os meus olhos e desfrutar da tua companhia, me aproprio de ti e te ouço soprar em meu ouvido esquerdo. Meu coração se contrai e expande dentro do meu peito e uma profunda saudade se apodera dele, me levando ao mergulho em um tempo que não vivi – o tempo de te encontrar.
Vamos a Livraria Lelo & Irmão, sentamo-nos a tua mesa preferida para tomar café, comer bolinhos e pensar no Mar Português – “Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!” / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena.”
Meu pensamento associa-se a fumaça da xícara fumegante, tomadas em dimensões de tempo e espaço tão distintas e, Maria José fecha os olhos para vida com a certeza do seu amor, porque ele foi tudo que fez valer a sua insólita passagem por este mundo; Bernardo olha e se vê em ti, a mesma imagem, mas o seu reflexo no espelho tem um olhar arguto, mais crítico e menos emocional. E é assim, cada um é o que é mesmo sendo somente a derivação de uma só “Pessoa”.
E eu te escrevo esta carta, esperando que nossa conexão de espírito não seja apenas um delírio matinal de quem ainda não acordou direito e, como tu mesmo disseste, - “ Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.”. Mas o que escrevo-te neste momento, é para agradecer-te.
Obrigado Fernando. O que seria de mim se você não tivesse existido?
Obrigado Pessoa pelo café compartilhado aqui, na minha mesa da cozinha.

Rosamares da Maia.

Foto de ltslima

Sonhos

Os sonhos não morrem
Apenas correm,
Atrás de nossas vidas
Sugando nossas vontades
De abdica-los como o mel
O mel que é sugado por abelhas.
Como o pão
Em fatias lentamente...
Sentindo o sabor do trigo
Em cenas oblíquas.
A lua por testemunha dorme,
A espera do sol
A deitar em leito vazio do amor
Que se foi.
Deito em grama verde
a espera de você
Olhando o claro vulto
Que caminha no céu.
Tento pensar
Mas o frio penetra-me a alma
Esperando sua chegada
Meu trajeto
Será conduzido com flores brancas.
Apenas penso:
Pergunto o porque de tudo
Nunca mal te fiz,
Porque?

Ltslima

Foto de ltslima

Sonhar

Os sonhos não morrem
apenas corre atrás de nossas vidas
sugando nossa vontade de abdica-los
como mel é sugado por abelhas.
Como o pão em fatias
lentamente...
sentindo o sabor do trigo
em cenas obisquas.
A lua por testemunha
dorme, a espera do sol
a deitar em leito vazio
do amor que foi-se.
Deito em grama verde
a espera de você
olhando o claro vulto
que caminha no céu.
Tento pensar
mas o frio penetra-me a alma
esperando sua chegada
meu trajeto será conduzido
com flores branças.
Apenas penso:
e pergunto o porque de tudo
nunca mal te fiz,
Porque?

Ltslima.

Foto de raziasantos

Chora Israel.

Jerusalém, Jerusalém!
De surdo te fizeste...
Até quando comeras a carne dos teus filhos?
Até quando beberas o sangue do teu povo!
Negaste-te o que veio para tua salvação!
Faz caminhar em vale de sangue toda sua geração:
Oh Israel não te bastaste o holocausto para
Que se arrependeste dos teus maus caminhos?
Há cerca de cinco milhões de anos tu tens anexado o ódio aos
Palestinos lutam entre si por um pedaço de terra acaso se esqueceram
De do pó vieste e ao pó voltaram?
Esqueceram-se do amor vivenciando a morte e dor.
Por que lutam entre irmãos? Se da mesma terra tiram seu pão!
Adubam sua terra com corpos de inocentes!
Deitam e levantam sem paz ainda dizem somos filhos da paz!
Israel, Israel volte para teu Deus e ele te ouvira!
Ante que de ti nada mais sobrara!
Chore Israel clame ao teu Deus ele te ouvira!

Foto de Siby

Pequeno poema de inverno

Para aquecer o coração
No frio da estação,
eu hiberno
no inverno.

Pão e vinho
e muito carinho,
Para aquecer um cobertor
e o calor do amor.
A felicidade não teria fim,
se o inverno fosse sempre assim.

Foto de Rosamares da Maia

AVALON I

Avalon I

Uma bruma densa enfeita o meu país,
Não somente por misteriosa beleza, não.
Nela há muito mais, também está sua proteção,
A dura rocha que aos olhos engana é fortaleza.
Não há nela apenas encantamentos e magias.
Nela esconde-se o solo da minha tradição e fé,
Guarnecendo por espessa cortina o meu povo.
Os dons do Deus que reverencio nela reinam.
A bruma é seda dos tecidos vestindo a sabedoria,
Espargindo o perfume de longos cabelos negros.
Mas é ainda, a malha de ferro da sua armadura,
A espada guerreira, justa e de gume afiado,
Defendo da profanação uma fé muito antiga.
Na densa névoa escondeu-se o ventre da mãe,
Minha senhora da ilha, das terras amadas.
Branca como a bruma desceu as entranhas da terra.
O sacrifício escondeu seus fiéis cavalheiros,
Invisíveis por sua vontade, conjurados em sua fé.
Preservados do escarnio e violência dos Cruzados.
No mundo onde vil metal mantém mitras e coroas.
Reis de crenças conveniente e susceptíveis.
Senhora Mãe! Os séculos para vós não passarão,
E vossos votos sobreviverão aos milênios,
Poucos são os escolhidos no triangulo dos sortilégios.
Poucos retornarão para desfrutar do teu regaço.
Mas os que vierem partilharão contigo a luz,
O pão de uma nova era onde todos serão deuses.

Rosamares da Maia – 06.03.2013

Foto de Alexandre Montalvan

Amar na cama

Eu preciso dizer que eu te amo
Não me importa nem onde nem quando,
Ou como
Eu preciso sorver do teu riso
E fazer dos teus olhos meu único abrigo

Ondular em teus longos cabelos
Ser um sonho em teus pesadelos
Eu preciso envolver-te como um rio
Ser calor em teu frio
O amor em profundo desvelos

Eu preciso pedir-te perdão
Mesmo antes de tê-la ofendido
Mas excesso de dedicação não merece castigo
Eu preciso entregar-te o meu coração
Pois sozinho ele não vale nada
Eu preciso de ti
Eu preciso de ti minha amada

Não preciso de pão, nem de rei ou rainha.
Eu preciso entregar-te a minha
alma em chamas
Por ti meu amor é tanto, que derrama.
Na vida, na rua, na cama.
Eu preciso dizer que te amo

Alexandre Montalvan

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 21

Em qualquer dia desses...

"Hoje já é sexta, segundo o incorruptível horário de Brasília. E eu tive mais um dia feliz. Não foi um dia maravilhoso, a Mega-Sena não me sorteou, o Corinthians não joga, a minha mortalidade continua a mesma, provável e certeira, nas suas dores antecipadas. Hoje, e os dois anos de repetência e depressão inúteis me ensinaram, hoje a vida é boa e inevitável. A minha companhia é a Tereza, e não me perguntem o motivo. A felicidade é inquestionável, ela é simples como o Sol em Sagitário e o pão com mortadela. A felicidade é o bolachão de zinco, o Yakult, o apoio da Caixa Econômica Federal, a condução vazia e o programa da Rede Globo. Quem explica, e pergunto para vocês mesmos, os paladinos do sentido e da vida acadêmica, se dentro da anulação da matéria pela antimatéria qual é o espaço possível para a existência? O que explica a felicidade, que é o que também explica o sofrimento, é o fato da eterna discórdia dos fatos, o poder dela sobre os acontecimentos, as situações, os desencontros, os milagres. A taça é o imponderável, o brinde é a vertigem, é a glória! Lasquem-se os objetivos estáticos! A realização já está dentro do ser quer ele queira ou não!"

Foto de luar da noite

Meu letani

-
-
-
Acordo a teu lado,
Sinto teu cheiro,
Teu corpo agarradinho no meu,
Acordo feliz,
Radiante.
Considerando-me amada,
Desejada,
Com extrema alegria,
Menina, mulher,
Pequenina!
Amar foi vontade da noite,
Enlouquecer em desejo,
Foi vontade da lua,
Entre o pão e a água,
Ficou o vinho,
Corremos, sonhamos,
Mas na verdade,
Amamos!
És minha alma,
Que escorre por mim,
Vivo sem ti,
Mas com desejos de ti,
Teu corpo ausente,
Um dia terei de presente,
Clarando minha noite,
Diminuindo meu sofrimento,
És vontade e desejo,
Sedução e aventura,
Numa vida repleta,
Sou simples monotonia,
Hoje aqui estou,
Desejando desejar,
Amar,
E novamente perder.
Adoça tua lingua em meu corpo,
Escorre por mim,
Como nunca,
Como antes,
Um dia talvez!
Devora-me em gemidos e,
Deixa-me louca,
Como tu, só tu sabes fazer...
Num abraço ardente,
Só eu e tu,
Perdidos do presente!

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