Pesadelo

Foto de Joice Lagos

Cansei

Estou cansada desse vazio de estar só no meu quarto, de fechar meus olhos e não encontrar mais nada...Além de você...Perdido nos meus pensamentos.
Estou cansada de te querer além de mim, além do tempo, este mesmo tempo ingrato que te roubou de mim.
Cansei de percorrer o passado e descobrir que a felicidade ficou por lá, presa nos nossos sorrisos ao ver o por do sol, sorriso que ficou eternizado numa fotografia velha e suja jogada numa gaveta.
Estou cansada de recordar este passado e me lembrar de ti deitado ao meu lado, com o olhar perdido no horizonte, alisando meus cabelos, e sonhando com um futuro que nem em partes poderia ser o agora.
Cansei de me perder nos braços de outros amores, e acordar como de um pesadelo, e perceber que o sonho não mais existe, e que a vida me fez dura demais pra acreditar em ao menos um deles.
Cansei de acordar com um outro qualquer e vacilar, pensando na gente.
Eu cansei de atender telefonemas, que nunca me fizeram tremer as pernas, como aqueles que recebi de ti, e cansei um pouco mais ao perceber que quando estou com alguém não tremo minha voz, nem choro depois do amor.
Cansei porque hoje sou nada, vivo numa fantasia, um sonho desgraçado que deixei pra trás.
Lá atrás, onde jazíamos felizes, contando os instantes pra ficarmos juntos. Naquela época, eu boba, acreditava que tudo sempre seria igual...
Mas não meu amor, nada se compara a você, não porque te acho belo, mesmo que isso seja verdade, mas porque ao seu lado eu flutuava, andava pelas ruas inebriada pelo seu amor, fechava meus olhos, com a face num lindo sorriso, e meu dia começava ansioso pelo simples fato de saber que você estaria em algum lugar procurando-me em seus pensamentos e se perguntando a que horas eu chegaria perto de ti pra te roubar um beijo e tirar a “paz”.
Cansei...Não quero mais me cansar...Tudo é passado e isso me traz angústia e dor, mas dentro de mim existe ainda este amor que canso de tentar esquecer...Mas que me cansa de não poder deixar.

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

Foto de n1k3

Amor

meu nome :amor
meu endereço:o teu coração
minha idade:uma vida inteira para te amar
data de nascimento : O Dia em qué te conheci
minha profisão:amarte
minha estrada: o teu corpo
minha sorte:ter-te conhecido
minha luz: os teus olhos
meu desespero: ficar longe de ti
minha vontade : nunca sair do teu lado
meu pensamento:chegar até ti
cheiro mais gostoso: a tua pele
música preferida:tua voz
meu desejo:ver-te
minha morte :quando tu não me quiseres mais
um nome: o teu :$:$
uma recordação: teu sorriso
uma tristeza: o teu desprezo
um caminho: teu beijo
uma verdade: amar- te
uma realidade: eu não vivo sem ti
um sonho: ter-te novamente ao meu lado
um pesadelo: perder- te
minha vida: amar- te com todas minhas forças

Foto de Laio_Fernando

Será que sabemos amar?

Será que sabemos amar?

O amor pode ser comparado a uma rosa em meio a um jardim. Existem aqueles que passam por ela e nem mesmo a notam, por causa de todas as outras flores do jardim, mesmo a beleza da rosa sendo superior a todas elas. Essas são as pessoas que passam pela vida e não provam da beleza do amor, pois se deixam encantar com outras coisas que lhes roubam toda a alegria que poderiam ter em provar um verdadeiro amor.

Outros notam a rosa assim que passam pelo jardim, mas a sua ansiedade por tomá-la para si acaba cegando-os e eles não percebem os espinhos escondidos por trás de sua beleza, e logo depois deixam a rosa para trás, machucada, e ao mesmo tempo também machucados. Essas são as pessoas que acham que o amor é um conto de fadas, e se atiram a ele de forma precipitada, para pouco tempo depois deixa-lo para trás, machucando a si mesmo e ao outro.
Têm aqueles que acabam percebendo a rosa e meio ao jardim e se aproximam dela, mas acabam por deixá-la tão logo enxergam seus espinhos e poupam a si mesmos o trabalho de colhê-la. Essas são as pessoas que logo percebem um novo amor, mas que acabam desistindo antes mesmo de começar, assim que percebem as dificuldades que o envolvem.

Existem aqueles que são terríveis para a pobre rosa, que enxergam a rosa de longe, se aproximam e a colhem para si e levam-na com eles para casa. Lá a depositam em um vaso, cuidam dela, se dedicam a ela... mas só por um tempo, porque logo aquilo perde a graça. E no final a pobre rosa acaba esquecida em um canto, e sem cuidados, sem carinho, sem dedicação, vem a definhar a cada dia sufocada pelas ervas daninhas que crescem junto a ela. Essas são as pessoas que vendem uma ilusão, mas a transformam em um pesadelo. Pessoas que sabem reconhecer um verdadeiro amor, mas são incapazes de se dedicar plenamente a ele, que acreditam que o amor sempre será como foi no começo, que se desenrolará de forma simples e natural e se esquecem de toda a dedicação que devem ter para que a rotina, que os dias sem sol e sem chuva não venham matar aquele amor, ou o matar o desejo que existe em não deixá-lo morrer, ou simplesmente sofrer. Mas no final, é o que acabam fazendo. Acabam deixando que outras coisas roubem a vitalidade daquele amor, que ervas daninha cresçam junto a ele e venham a sufoca-lo.

Mas existem aqueles poucos, que com o olhar atento observam a beleza daquela rosa, com todo encanto em seus olhos. Aqueles que sabem se aproximar dela com cuidado. Que se encantam com sua beleza, mas não deixam de notar seus espinhos, mas acima de tudo não deixam que isso acabe com a sua vontade de tê-la para si. Aqueles que com todo cuidado colhem aquela rosa e levam-na consigo. Que a deposita em um vaso com todo o carinho e não lhe poupa cuidados. Aqueles que admiram a rosa nos dias em que ela está mais linda e que dobram os cuidados nos dias em que ela parece um pouco sem vida. Aqueles que com todo cuidado arrancam qualquer vestígio de erva daninha que possa brotar junto aquela rosa, para não permitir que nada venha roubar a sua vida. Essas poucas pessoas... Esses raros indivíduos, são aqueles que sabem reconhecer um verdadeiro amor. Que percebem que sua beleza e grandeza estão acima de qualquer outra coisa. Que sabem todas as dificuldades que o cercam, mas não deixam de vivê-lo por causa disso. Pessoas que realmente se dedicam ao amor, que aproveitam seus bons momentos e zelam nos momentos difíceis. Pessoas que não deixam que nada venha a roubar ou simplesmente ofuscar toda a beleza daquele amor, mas que removem de suas vidas tudo que possa prejudicá-lo.

Essas são as pessoas que realmente sabem AMAR!!!

Foto de Alexandre Montalvan

Minha Rima

Minha Rima

Este meu poema não tem rima,
É apenas, um momento de tristeza
Eu escrevo a minha sina
E as lagrimas são palavras

Meu poema não é nada
É apenas desabafo,
Pesadelo de um palhaço
É ficar a tua procura,
Ao acordar de madrugada

Este poema não tem métrica
É somente um desabafo
Como a dor de uma partida
Sem esperança de chegada

E se sabes muito mais
Eu te peço me entendas
Pois a dor me fere e cega
E esta dor é a minha rima

Aelaxnder

Foto de Rosamares da Maia

MENINO DE PERIFERIA

Menino de Periferia

Sonhando sonhos de menino-homem,
Dorme obscuro nas noites das periferias,
Cama de papelão e lençóis de jornal,
Pesadelo em cada esquina feia e fria.

Mas um menino tem o direito de sonhar!
Precisa de estímulos para sonhar – filosofia.
E não deve chorar porque foi ignorado,
Chamado Homem de segunda classe.
Substrato de pó de trac, de pó e crack.

Políticos pedem verbas, acusam, apelam,
É preciso muito para salvá-lo da perdição!
Resgatá-lo das drogas, de ser soldado!
Mas ele é somente um número, mais um,
Consolidando a estatística da miséria.

Construímos cadeias para a ressocialização.
Não sonhamos os sonhos da educação,
Dos meninos de barriga cheia e limpa
Da Fome pacificada, sono sem sobressaltos.
Dos meninos com cadernos nas mãos.

Um Homem tem direito a sonhos mínimos,
Foge, viaja na sua forma de respirar liberdade,
Reencontrar e resgatar a sua dignidade,
Varrida para baixo do tapete, no lixo comum.

Se ele for subproduto da mestiçagem,
É pardo? Certamente sem boa expressão.
Sua fé será medida, sua alma será pesada.
Quanto vale? Sem tradição. Quem dá mais?

Finalmente realiza sonhos na cela trancada,
Fundas verdades, no fundo, bem caladas.
Fome, preconceito, abandono, omissão.
Para a sociedade, não é nada, nunca foi nada.

Ele não será nada, só mais um elemento.
Mais um, que não soube ser cidadão.
Sonha menino. Capricha na dose,
Até uma over dose. Liberdade menino!
Sua alma está pacificada sua fome é pacifica.
Liberdade passiva - Já não podes respirar.

Rosamares da Maia
22/11/2005
Monografia – Puc RJ

Foto de Rosamares da Maia

AMOR À FLOR DA PELE

Amor à flor da pele

Amor é permanente estado de alerta.
Boca seca, paladar de beijo e saudade,
É viver a eterna felicidade do dia de hoje,
E as certezas das dúvidas do amanhã.

Quem ama perde os olhos na distancia,
Sangra nos desencantos, espinhos do caminho.
Não conhece horizontes, não sabe aonde vai.
Suspira pelos cantos, finge uma dor elegante,
Interminável e absolutamente indispensável.

Viver de amor é não caber nas palavras,
Porque o amor se expande e transborda
Não busca nexo, lógica ou explicação,
Ao amor só nos cabe amar, sem entender.

Mesmo quando a mão modula o gesto.
E não consegue medir a extensão do afago.
Mesmo quando o braço enlaça o próprio corpo,
Na tentativa de encontrar outro corpo no seu.

O amor pede colo como criança grande,
Acaricia sonhos, mas sonha o pesadelo.
Vai da lucidez a loucura abnegada, sem negar,
E quando tudo explode, naufraga e amarga.
Como a cicuta também envenena e mata.

É assim, todo ou nada, sem meio termo, inteiro.
Mais inferno que paraíso, ousadia absoluta.
Do amor somente provará quem topar o desafio,
De trilhar pelo fio, no corte da navalha.

No talho da carne, no peito que sangra,
Há o arrepio na pele, desejos a flor da pele,
A boca maldiz a sorte, mas, prefere a morte,
A viver sem de o amor conhecer e jamais provar.

Rosamares de Maia 31.10.2012.

Foto de Belinha Sweet Girl

Dois Lados

Ela diz um tímido “bom dia”,
Ele oferece café,
Ela aceita e senta-se à sua frente,
Ele a olha fixamente.

Ele tenta conversar,
Ela se nega.
Ele a faz rir,
E ela se entrega.

Ela gosta de rock,
Ele também.
E tudo que ela diz,
Ele responde “amém”.

Ela não quer se apaixonar,
Ele não quer que ela se apaixone.
Ela gosta dele de longe,
Ele gosta dela desde o nome.

Ela gosta de como ele a respeita,
Ele gosta de como ela o beija.
Ela se sente amada com ele,
Ele se sente satisfeito com ela.

Ela quer desistir, pois é perigoso.
Ele não quer que ela desista.
Ela no fundo acha “gostoso”,
Mas ele não quer ser realista.

Ela chora, não consegue resistir,
Ele se sente culpado.
Ela conta pra ele como se sente,
Ele a procura em seu quarto.

É físico, é carnal, é pecaminoso.
O que eles têm é algo que parece errado.
Eles vivem uma paixão enrustida,
Um caso de amor proibido.

Algo sem compromissos com sentimentos,
Sem a certeza do amanhã dormindo juntos.
Ele sem coragem pra acordar desse sonho,
Ela com medo de que se torne um pesadelo.

Foto de Rosamares da Maia

O CIRCO DE DAYSE

O Circo de Dayse

Palhaço solitário deserdado, sem circo,
Faz da vida a piada, lona e picadeiro.
Malabarista por destino desengonçado,
Dribla a falta do cenário, ensaia e encena.

O seu texto? A comédia diária da sua vida.

Trapezista sobrevivente do dia a dia se atira,
Sem rede, com medo, sem prumo, sem rumo.
Em baixo o pesadelo na garganta dos leões.
Queda livre, pirueta ousada, abuso fatal.

Bem próximo de ser devorado, no quase,
Cai no sono profundo embalado no riso,
Ouve as gargalhadas das crianças. Dorme feliz.
Sonha com as peripécias da vida de palhaço

Salvação atrapalhada, de muitas trapalhadas.
Sonha com o seu quarto – O que nunca teve.
Vê janelas pintadas de azul, viradas para o sol.
Um quarto branco com duas amplas portas.

Uma a da entrada, a outra a salvação da saída.

Quando entra é Arlequim, dor e lágrimas,
Palhaço insosso e triste de um mundo que pesa.
Quando sai é palhaço da periferia, nome Alegria.
Canta, rola cambalhotas na grama verde.

Vê o céu, janela azul e irreverente faz careta,
Reverências para uma plateia que o espera.
...Senhoras e Senhores – Tam, taram, tam tam!,
Que rufem os tambores!

“E o Palhaço o que é?...Hoje tem sim senhor!”
Acorda! Vamos palhaço! O show é a vida.
E o espetáculo vai recomeçar.

Rosamares da Maia

Foto de Maria silvania dos santos

Uma conversa com o senhor

Uma conversa com o senhor

Senhor, porque tantos projetos se não temos nem mesmo um teto?
Se às vezes quando saímos à procura de um teto para nos escondermos, mesmo que seja de aluguel, somos rejeitados por ter nossas doces e
inocentes criancinha que o senhor mesmo o disse, deixai vinde a mim as
criancinhas?
Então, porque tanto rejeito senhor?
Será que não somos dignos de amor?
Porque alimentamos tantas esperanças se já não temos nem mais forças para
lutar?
Se a dor das ilusões dilacera nossos corações?

À como é triste Senhor, te suplicamos, nos ajuda, nossa vida parece apenas fantasia.
Cade nossa alegria?
Às vezes em altas madrugadas ,perdemos o sono sentimos
perdidos em um deserto sem rumo, sentimos como se fossemos unicos no mundo, desamparados em um deserto de tristeza.
E com nosso coração lesado, logo começamos a pensar, porque
tantos problemas senhor?
Será que perdemos nosso valor?
Ou simplesmente estamos vivendo um pesadelo o qual logo, logo, iremos acorda e tudo que estamos vivendo neste momento irá acabar?

Senhor tende misericórdia! Tiramos junto este momento para ter uma conversa com o senhor, queremos uma resposta.
Nos também somos seus filhos e
não queremos viver uma vida de agonia, uma vida que parece apenas fantasia, porque
tanta agonia Pai?

Se estivermos sonhando, que nos acorde deste pesadelo e nos
deixe sentir a vida, percebermos o quanto ela é querida.
Nossas forças já estão abalada, já sentimos fracos para lutar.

Senhor, cura nossas feridas, alivia nossas dores, nos deixa
andar em verdes pastos.
Também somos
parte de te o pai, somos teu templo, e sabemos que o senhor não irá nos
desamparar!

O Senhor! O Senhor é o nosso guia, o qual sempre irá nos
guiar e nossa vida restaurar!

A te entregamos a nossa vida o Pai celestial, pois o Senhor
é o Deus de ontem hoje e sempre! Restaura nossa vida, a nossa felicidade!

AMEM!

Maria silvania dos santos

Silvania1974@oi.com.br

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