Pessoas

Foto de danmira

não se esqueça de mim..

não se esqueça de mim..
quando não estiver por perto.. quando não sentir meu calor..
quando não ouvir minha voz... ou não ver meus olhos olhando pros teus..
não se esqueça de mim.. meu amor..
mesmo se passar horas.. dias.. te imploro..
não me tire do seu coração..
mesmo se eu me atrasar a ir ao seu encontro..
ou te decepicionar deixando de ir..
mesmo se eu esqueçer de dizer te amo..
ou partir pra longe sem te dizer adeus..
te peço.. não sigas em frente.. não me deixe pra trás..
mesmo que fique com raiva.. mesmo que percas o ânimo..
mesmo que ache que não aguenta mais minha ausência..
lhe imploro com todo meu ser..
não me deixes passar.. ir embora de tua vida..
não me deixe virar uma lembrança.. te peço..
só feche os olhos.. respire fundo.. e aguente firme..
porque mesmo que eu esteja muito longe.. virei pra te encontrar..
mesmo que passe muito tempo.. nunca me esquecerei de ti..
mesmo que ferido fique.. deixarei pra me curar ao seu lado..
mesmo que perdido eu me encontre entre incógnitos campos.. procurarei incesantemente a saida..
mesmo que haja tempestades ou a terra fervente esteja.. não me desanimarei..
mesmo que conheça várias pessoas e faça verdadeiros amigos pelo caminho.. voltarei pra meu lar contigo..
só te peço.. te imploro meu amor..
aguente.. só mais um pouco..
não desista de me amar..
não desista de me esperar..
ja estou vindo..
não se esqueça de mim...

Foto de Marilene Anacleto

Desvendar Mistérios 10 - O que vai acontecer comigo depois de morrer?

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Subir às estrelas douradas
Respirar o azul da noite,
Visitar as pessoas amadas
Sem precisar de pernoite.

Amar mais intensamente,
Provar a pura energia,
Agradecer o corpo amado
Que me permitiu alegrias.

Tentar acostumar a ver
Sem olhos que já não tenho.
Ouvir sem ouvidos ter,
Manter o tato atento.

Flutuar em ternas ondas,
Mergulhar no azul do céu,
Ser o que eternamente fui:
Luz desprovida de véus.

Ser a dança do universo
Em espirais radiantes.
Retornar ao pó de estrelas
No amor amado-amante.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em 18/11/08
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em

Foto de nattynha

solidão de você

Hoje senti-me muito só, embora esteja acostumando-me com a solidão..
Hoje senti falta do seu apimentado ser...senti solidão de você!
Não sei mais onde ir...nem onde procurar
Acho que preciso é esconder-me...para seus mistérios não deter-me.

Hoje sent-mei sem lugar...meu corpo somente pude encontar
Hoje não vi o luar... faltou-me coragem
Posso até o tempo perder...bobagem essa minha de querer-te!!!
E essa maldita saudade atormenta-me o peito ...irremediável!!!

Hoje acordei com sua face no pensamento
Hoje não passei pelos lugares que lembram você
E nem usei o perfume que você gostava!
Ja nem sei como evitar...ja que tornou-se refém de mim o seu olhar.

Mas se tenho que prosseguir em solidão de você...
o que resta-me é conseguir,
Hoje procurei em todas as pessoas e em todos os lugares...
Mas quem pude encontar foi somente á mim

Vou prosseguir...sem você...
deixá-lo para trás
Vou conseguir...claro
Mas deixar de sentir essa solidão de você por inteiro...é pedir de mais!!!

Renata S.oliveira

Foto de annytha

O GRANDE CIRCO

O GRANDE CIRCO passou, deixando para trás uma grande multidão de sonhos e fantasias, falsas alegrias, pessoas vazias, que estiveram ali, talvez numa tentativa de encontrar algo que pudesse preencher os seus vazios, e por isso gritavam todos com uma só voz, os nomes de duas personagens, que pra mim, não passam de desconhecidas, mas penso que devem ser os protagonistas do GRANDE CIRCO – “ VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA JUVENAL...” e prosseguem nesse ritmo alucinantes, em busca dos sonhos que, possivelmente nunca se realizarão, pois, O GRANDE CIRCO, nada tem a oferecer, a não ser meras ilusões.
Colombinas, trocaram suas vestes de seda e babados, pelo semi-nu! Pra que tanta roupa?
Pierrôs, não são mais apaixonados, e já não têm mais olhares tristes e nem pingos de lágrimas escorrendo pelo seu rosto, “ que por causa de uma colombina acabava chorando!” Hoje, eles, preferem disputar com as mulheres, por isso, se travesti iguais a elas..., E assim, todos passam quatro dias caminhando e dando vivas aos tais Zé Pereira e Juvenal...
As chuvas de confetes, foram trocadas pela chuva de latinhas, copos e garrafas descartáveis (ainda bem que são descartáveis). Ninguém se incomoda com isso; todos cantam, riem e gritam freneticamente, num jogo de empurra-empurra...
Serpentinas, já não são usadas para laçar algum apaixonado!
Ninguém liga pro cansaço...
Enfim, chegam ao fim da linha, sem se importarem com a exaustão.
Todos com suas diversas fantasias multicores, que, na quarta-feira “ingrata” (até hoje ainda não conseguí descobrir por que essa quarta-feira é “ingrata" e os deixa contrariados)perderão seus encantos e as suas cores, deixando apenas grandes lacunas... Agora, já cansados e sem forças, e com olhares tristes, acompanham o GRANDE CIRCO que vai deixando as ruas para ir embora. Mãos acenam, dando adeus ao GRANDE CIRCO que está partindo, deixando apenas, angústia e solidão, porque era pura fantasia!
Hoje passei pelas ruas vazias e sujas, com um odor horrível, um misto de bebidas alcoólicas e cigarros! De longe, vi que alguém estava sentado numa calçada, com o olhar perdido e triste, talvez, fazendo um balanço dos quatro dias de euforia. Quem sabe, estivesse pensando aliviado, que não é e nunca foi “ladrão de mulher” e com o seu rosto quase sem pintura, dava pra ver que seu semblante estava triste e chorava, porque nem mulher ele tinha mais, pois o GRANDE CIRCO a levou, deixando-o só e desolado! Coitado do palhaço que já fez rir a tanta gente e agora, com o coração dilacerado, estava ali a pensar que O GRANDE CIRCO, não tinha picadeiro nem trapézio, só malabarista, e ele, mesmo sendo palhaço, fazia também malabaris, foi ai então, que caiu na realidade!
E assim, mesmo em meio a tantos sonhos perdidos, fantasias destruídas, falsas alegrias, desilusão e cansaço, todos aguardam com muita ansiedade, a volta do GRANDE CIRCO, que chegará com muito mais ilusões, sonhos e fantasias, pra oferecer aos foliões!

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Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido recarregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria nesta onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido carregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria esta, onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...



Foto de Paulo Zamora

Inconformismo (www.pensamentodeamor.zip.net)

Muitas vezes torna-se difícil entender a falta de compreensão de algumas pessoas, dá-se a impressão que as pessoas dedicadas não são dignas de afeto e retribuição. Por que? Observando vários casos notei que alguns passam a ver outros como “SempreTorreForte” , tipo como se a pessoa fosse um ser humano auto-consolativo, forte e determinado em tudo, como se não chorasse e sempre soubesse se virar porque já provou ser capaz em muitas das situações, pode ser o tipo de pessoa que raramente se entrega e passa necessitar de outros para algo, o que significa que não precisa de alguém. Todos nós podemos ser carentes por algo, todos nós precisamos do outros, e a maior felicidade é ser compreendido nos momentos de conflitos, enfim, em necessidades. Alguém aparentemente sempre forte terá momentos de cansaços e inconformismo por se dedicar e quando necessitar estar sozinho, e talvez ainda seja humilhado, ou rejeitado, ou ter que esperar um longo tempo por algo talvez simples.
Os humildes não esperam receber nada na mesma medida, querem simplesmente poder contar com as pessoas as quais deposita confiança e acredita.
Precisamos de pessoas que somam em nossa vida, aqueles seres humanos que acreditam em nossas novas atitudes, nas correções e nos projetos; não temos como considerar pessoas que sempre duvidam da nossa capacidade; e que talvez nos deixem pra baixo quando deveriam reconhecer que nossa auto-estima precisa ser alimentada. Aqueles que julgam pensando nos conhecer, mas que ainda assim talvez não assuma reconhecer nosso potencial como pessoa de garra e determinação.
Esse é um assunto que me chama muita atenção, porque tenho visto esse tipo de comportamento crescendo de maneira exorbitante, parecendo que aqueles que sabem amar precisam sempre sofrer. O reconhecimento é algo tão simples, elogiar uma pessoa é grandeza, poucas palavras fazem-se capaz de mudar sentidos.
Dá-se a impressão que as coisas boas que fizemos no passado devem ser apagadas, se interessam por aquilo que somente podemos fazer no presente; a vida é uma soma de atitudes, de atos...
Há muitas decisões difíceis de serem tomadas, como por exemplo deixar de lado pessoas as quais admiramos, porque muitas vezes acreditamos que essa pessoa vai mudar e simplesmente nos ver em sua vida como Importante; assim como as sentimos em nossa vida. Compreende como esse assunto é forte? São nossos sentimentos que ficam em jogo. Será sempre do mesmo jeito? Aceitaremos viver sempre da mesma maneira, amando sem medidas pessoas egoístas? Prego a união como vital para o ser humano, mas não sei como dizer em alguns casos, de pessoas que já consideramos caso perdido.
Esse mundo apagou o valor da amizade verdadeira. Aprenda a “ Ser” e não a “ Ter” quando o assunto for os relacionamentos pessoais, a pessoa que você é conta muito mais do aquilo que você tem, o “ ter” é comercial. Espero que esteja me compreendendo neste assunto importante, onde a idéia é aperfeiçoar a qualidade de vida, não considere como crítica, é que na correria do dia a dia talvez vamos deixando de lado nossas qualidades sem perceber e também ferimos sem notar.
Se pessoas sensatas tivessem o poder de mudar o mundo; com certeza fariam obras maravilhosas. Queremos permanecer ao lado de pessoas que nos consideram importantes. Perdoar é um ato de amor, de fé e brandura, mas será que você quer sempre estar ao lado de pessoas que precisam ser perdoadas o tempo todo? Medite comigo neste assunto, não confunda nada por favor, ame sempre, perdoe sempre, escolha como amigos pessoas de brilho e sensatez.
Que tipo de comportamento você adota diariamente? Pisa nas pessoas ou é verdadeiro no que sente? Quer ser sempre maior ou se iguala para manter viva a chama do bom companheirismo? Olhe-se...
Será que seus alvos na vida são somente materiais? Já pensou em conquistar relacionamentos que durem a vida toda? Sei, as pessoas tem o direito de serem imperfeitas, e isso devemos ter plena consciência, embora a imperfeição não nos proíba de sermos pessoas honestas e sinceras, pessoas que se importam, que amam e se entregam em bondades.
Viver é ter habilidades para saber questionar, ter razão quando preciso, acreditar naqueles que desejam mudar, enfim, contribua com o que ainda resta de amor ao próximo no mundo, porque amar não é somente falar, é demonstrar nas atitudes diárias da vida...
(Escrito por Paulo Zamora em 22 de março de 2011)
www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de P.H.Rodrigues

Comprimentos.

Um viva aos quadrados , que conseguem
viver lado a lado com os alucinados
que enxergam as coisas de mudo justo
que vivem nas normas dos quadrados

Um oi aos falsos corretos,
que se assustam com pessoas por perto
que se acham superiores aos loucos, que se acham melhores que os quadrados
que conseguem mentir e iludir sem se preocupar, que conseguem os quadrados superar

Um abraço a falsa milícia
que além de falsa é corrupta, é cega, é injusta
culpa inocentes, prende Skatistas, agride sem pensar
enquanto os que deveriam estar presos, se pegam a festejar,
pois o seu suborno deu certo

Um comprimento aos repugnantes
que nada tem, que nada são
mais que agem com se tudo fossem
que agem como se os outros nada fossem, ou fossem o que eles podem pisar

por ultimo mais não menos importante, vale observar
um aperto de mão aos governantes e presidentes
que roubem e escondam, que iludam e não se importem
mais que se toquem, que um dia foram gente como a gente

E que os Alucinados, não se deixam virar Quadrados
mas se virarem, que virem bons quadrados,
e que que os Quadrados, não se deixem transformar
em falsos corretos, que só existem para prejudicar

que se transformem em corretos, dispostos a lutar
que os corretos, não influenciem negativamente a milícia
e muito menos não dêem brecha para se transformar em repugnantes
ou simplesmente meros arrogantes

E que talvez, não se deixem virar maus governantes
que sejam governantes de verdade
que pensam e agem de acordo com a realidade, de seu pais
não visando implantar uma política que a nós não pertence
não deixando o povo de lado pra dar mais valor ao que enrrequece
que façam valer o nome de político, que honrem o que deveriam ser.

Foto de Jessik Vlinder

Juventude

(Para um amigo)

Tu deves saber que por horas falas como se tivesse sessenta anos. Essa coisa toda de armadura, de maturidade... A verdade é que sempre seremos sedentos por novas emoções. O inusitado, o diferente, o novo sempre nos atrairá perturbadoramente. Aí é onde entra a tal maturidade que nos faz pensar duas vezes e não permite que nos arrisquemos tanto. Mas a vida fica tão gostosa quando corremos esses riscos. E eu sei sim que é coisa de jovem (Sendo assim existem mesmo quantos jovens na terceira idade?). Acho que uma característica forte da juventude é essa "inconsequência" que nos leva a descobrir o desconhecido, que nos faz aprender e a ter momentos únicos. Inconsequência que também nos fere, nos castiga e maltrata de vez enquando, mas que geralmente faz valer a pena. Eu sei que é inevitável não cuidar cada vez mais das nossas defesas à medida que vamos vivendo. Como se cada nova experiência dolorosa se transformasse num pequeno trauma, e de traumas em traumas deixamos nossa armadura pesada, inflexível e bem resistente, infelizmente resistente a coisas boas também. De traumas em traumas vamos envelhecendo porque perdemos a ânsia de viver coisas fantásticas por causa do medo. Por compararmos inevitavelmente com o que já passou, com o que já doeu e acabou. O problema é que às vezes esquecemos de que mesmo em situações, lugares e circunstâncias iguais, as pessoas mudam e principalmente nós mudamos. Talvez pensar assim me faça ser tão impulsiva. Me faça ser precipitada. Me faça cometer certas loucuras vez por outra...
Olha, eu não tô descartando nada que falastes. Afinal, precisamos do equilíbrio! É preciso sabedoria, sensatez e bom senso até para fazer loucuras não é mesmo? Deve ser por isso que tantos dizem "Como eu queria ter meus 20 com a cabeça de hoje...". Só não acho que precisemos ser tão relutantes, receosos e pessimistas, principalmente quando estamos ficando mais velhos. Porque se estamos amadurecendo juntamente com a idade é muito mais fácil de "guiar" nossos sentimentos. Nem sempre temos o controle destes e das emoções, sentimos muitas vezes mesmo sem querer. Mas diferente dos adolescentes imaturos, podemos domar nossas feras não nos tornando reféns daquilo que não deveríamos sentir. A diferença é que conseguimos gritar com nosso coração e fazê-lo nos obedecer quando ele estiver teimando demais. Podemos ter o controle e com menos dor e mais tranquilidade mudar nossos caminhos.

Foto de Jessik Vlinder

Um Mundo Restrito

É uma pena que muitas pessoas não consigam perceber a Arte em todas as suas faces. Esse 'mundo' não cabe em todos...

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