Plano

Foto de Carmen Lúcia

Fica comigo!

Fica comigo!
Não vês que sou teu abrigo,
só vives se estás comigo
e teimas em ficar sem mim...

Fica comigo!
Sei que não és indiferente
ao meu carinho envolvente;
Te esmoreces junto a mim...

Fica comigo!
Não desperdicemos o tempo
e todo amor que há dentro,
quase sem espaço, de ti e de mim...

Fica comigo!
Não apagues o que está escrito,
persuadindo o destino
em busca de desengano,
de mal traçado plano...
Somos dois e um só caminho;
não há outro a percorrer.

Se comigo não ficares
e pelo mundo vagares,
aqui vou permanecer...
E se voltares cansado
de falsos amores, marcado,
meu abraço irá te aquecer.

Carmen Lúcia

Foto de Osmar Fernandes

Ano novo, velhos sonhos...

Ano novo, velhos sonhos...
Mas, qual esperança se renova?
Buscamos mil e uma formas
Para saudar o novo ano.
Eu não quero seguir tristonho...
Quero vencer a prova.
Quero desfazer as normas.
To de saco cheio de acender tanta vela pra santo...

Quero um novo ano desmistificado...
Deitado, de olhos pra lua... despragmatizado.
Onde eu voe nas minhas ilusãoes.
Onde o plano seja invólucro de desejos.
Quero que o novo ano não apague essa chama.
Quero apenas, de novo, o meu velho sonho.
Onde o homem possa ao menos brincar de ser feliz.
Onde eu possa me ver no espelho e me achar bonito.

Quero o velho sonho eternizado
dentro de minha esperança.
Onde urubus não se alimentem mais de minhas crianças...
Onde a justiça seja ao menos justa.
Onde o homem seja fiel na sua verdade.
Temos que renovar o guarda-roupa do nosso coração.
Temos que saber o que é ter liberdade.
Temos que estender as mãos sem nos preocupar com a linhas...

Ano novo, vida velha...
Temos que nos avaliar por dentro.
Palavras bonitas não resolvem o problema.
Atitude faz a diferença.
Estou de saco cheio de tanta hipocrisia.
É preciso acender a luz dentro da gente.
Apagar a fantasia, refazer a poesia...
Para que o novo ano realize o meu velho sonho.

Foto de Paulo Gondim

Natal sertanejo (Cordel)

NATAL SERTANEJO (cordel)
Paulo Gondim
04/12/2007

O natal do sertanejo
Não tem muita regalia
Com pouca coisa se faz
Como é seu dia-a-dia
Vai à igreja rezar
Pede a Deus pra lhe ajudar
Pede paz, pede alegria

Não é dia de natal
É dia de Nascimento
Natal é coisa de rico
Que vive criando invento
É pra quem tem muito dinheiro
E o nosso pobre roceiro
Só ganha para o sustento

Por isso o bom sertanejo
Não faz festa no natal
Não se dar a esse luxo
É coisa bem natural
Nem por isso sente culpa
Nem sequer se preocupa
Se alguém vai falar mal

O rico, sim, é de festa
Com seu povo da cidade
Come e bebe como bicho
Tudo em grande quantidade
Se mostra ser poderoso
No seu jeito escandaloso
Com luxúria e vaidade

O rico faz muita festa
Mas nem sabe pra quem é
Coitado do Deus Menino
De Maria e de José
Por ninguém vão ser lembrados
Ficam sós, abandonados
Ali, num canto qualquer

É assim há muito tempo
Um natal de hipocrisia
De divino não tem nada
Só profano, só orgia
Só comércio, só consumo
Eis o mais triste resumo
Desta triste fantasia

Mas tem muita gente pobre
Que embarca nessa farsa
Quer fazer natal de rico
E acaba na desgraça
Se comprou não vai pagar
Quando a loja vem cobrar
Enche a cara de cachaça

Por isso que o sertanejo
É mais sábio, sim senhor!
Sua festa é mais discreta
Mas é cheia de amor
Não se mete com “gastança”
Mas não lhe falta esperança
E a Deus canta louvor

Sua festa é muito simples
Diferente da cidade
Nela se festeja a vida
Sem nenhuma vaidade
Não se bebe caros vinhos
Mas com todos os vizinhos
Se pratica a caridade

É com esse objetivo
Que se festeja o natal
Com respeito ao Deus Menino
Que vem combater o mal
Renovar a esperança
Reforçar a confiança
Num plano espiritual

Foto de POETAREMOS

A cor do pecado

*
*
*
*
É na pele morenar
A tentação da cor
Das partes quentes
O centro do prazer
Com segundos de espera
A deixa maior
Tirado do plano da vida
É contar com o acaso
Ter em posse plena
No leito pequeno demais
Suor e atos insanos
Explorar a totalidade
Sexualidade em morenar.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de Darsham

Perdão Meu Deus!

*****
****
***
**
*
Mais um dia de terror. Não conseguia aguentar mais. Ela simplesmente bateu a porta e disse não ao seu presente. Deslizou pelas escadas, encontrou caras, ouviu vozes dispersas, de conteúdo vazio. Procurou na sua memória onde estava estacionado o seu carro. Desejava teleportar-se naquele momento para os confins do universo, onde não fosse mais que uma pequena partícula, desejava que as vozes que teimavam em toldar-lhe a mente se dissipassem nos segundos que marcavam o tempo e que se transformavam em passado.

O frio que se fazia sentir, naquele dia, apesar de o sol se querer mostrar, gelava-lhe a alma e no entanto sabia-lhe bem, atordoava-lhe os pensamentos, sacudia a sua mente e transportava-a para outro plano.

Chegou ao carro, entrou, trancou as portas, ligou o rádio e chorou…baixinho, para que só ela ouvisse. Ficou assim apenas durante o tempo em que a música, tão sua conhecida, ecoou naquele lacrimejado silêncio.

Já na estrada, a sua condução era absorta…se o carro se movimentava, era porque sabia onde tinha que chegar…
Até que, algo lhe rasgou o manto taciturno em que estava envolvida e naquele momento temeu pela sua vida. Uma força desconhecida apoderou-se de si e travou o carro a fundo embatendo fortemente com a cabeça no volante. Naqueles milésimos de segundo, ela penetrou a escuridão e as trevas, para de novo alcançar a luz…

Tomou o comando do carro, agora com extrema atenção e lançou-se dali para fora, querendo apagar aquele momento da sua existência. O seu coração ainda estava acelerado pelo susto, na sua fragilidade recordou porque se encontrava naquele estado e chorou novamente…as lágrimas caíam desgovernadas pela sua face, para depois morrerem no seu pescoço.

Dirigiu-se para a praia. Só o mar lhe poderia dar o aconchego de que precisava naquele momento. Enquanto via a estrada à sua frente e o movimento frenético das ruas, tão próprio da quadra natalícia, apenas conseguia pensar que não pertencia a este mundo. Seriam as pessoas que não a compreendiam ou o inverso? Porque razão olhava para as pessoas próximas e lhe pareciam estranhos, defendendo a sua clausura, deixando que esta a absorvesse? O mundo era um lugar desconhecido para ela…

Sentia-se no término das suas forças e aos poucos ia abandonando o seu corpo. Parou o carro e dirigiu-se à praia. Descalçou-se e começou a caminhar junto à água.

As ondas batiam ferozmente nas pedras, enquanto o dia escurecia e a lua o anunciava…
Na vastidão dos grãos de areia, vislumbrava-se apenas um corpo prostrado, uma alma perdida que gritava na sua muda voz…

Num acto de extremo desespero brada aos céus:
- Deus? Estás aí? Não me ouves? Não me vês? Estou sozinha! Não tenho nada, já não acredito em mais nada, não sou nada! Ajuda-me! – E chorou, desesperadamente, como se a raiva e o desespero das suas lágrimas contivesse algum veneno lancinante, que acabasse com aquela agonia.

Desafiando todas as suas convicções e crenças, levanta-se do chão, ergue as mãos ao alto e berra:
- Acreditei em Ti, depositei em Ti toda a minha fé e hoje vejo que acreditei numa ilusão. Se Existisses não Deixavas que eu morresse em vida, vazia, desabitada…Já não tenho mais fé, já não sou ninguém… – Deixou-se cair sobre a areia e assim ficou, impávida a olhar o mar.
Repentinamente o vento acalmou, dando lugar a uma brisa suave. A água deveio cetim e as estrelas pronunciaram-se sobre o céu, ganhando vida própria.

Ela continuava exactamente no mesmo lugar, mas agora já não estava sozinha. Ao ouvir o seu nome, ao longe, reconheceu aquela voz e virou-se para se certificar. Ao levantar-se sentiu-se inundada por uma sensação de estranha paz e sorriu perante a confirmação do que havia pensado quando ouviu o seu nome ser chamado. Era a sua amiga, aquela a quem tantas vezes havia chamado de anjo por sempre a tentar resgatar da solidão em que vivia.

Abraçaram-se cúmplice e carinhosamente. Após um olhar repleto de palavras, deram as mãos e caminharam até à ausência dos grãos de areia. Ela apertou a mão do seu anjo, em sinal de agradecimento, fechou os olhos e disse baixinho:
- Perdão Meu Deus!

Foto de Sonia Delsin

OUTRO PLANO

OUTRO PLANO

Enroladinha debaixo do pano.
Um sonho.
Ter voz de soprano.
Outro plano.
Silhueta.
Careta.
Espio por detrás da cortina azul.
Espio.
E rio.
Sou aquela menininha que ficou presa no retrato.
Sou de fato.
A menininha faltando dois dentinhos.
A alisar os filhotinhos nos ninhos.
Que plano me foi traçado?
... se vivo aqui e do outro lado...

Foto de Registros do Site

Participantes Bloqueados

Participantes Bloqueados

Em desrespeito ao site em postagens excessivas de vídeos de diversas autorias, transformando o site em um palanque de propaganda ou gosto pessoal.
Esta pratica veio lesar os poetas participantes, mantendo seus poemas sem a visão devida, mantendo-os em segundo plano, dificultando a moderação do site em acompanhar seus trabalhos.

SertanejoBomdemais
Zuzaoealoba
SolEterno

Mediante esta prática, pedimos a colaboração dos poetas que postam vídeos de terceiros, ou seja que não seja se sua autoria, que se mantenha a um vídeo por semana, deixando nossas páginas receber a poesia, e a autoria.

Os usuários abaixo, foram bloqueados por postarem poesias, já existentes em diversos sites na internet ,com outro nome, e ao serem interpelados não justificaram.

John Eric Hoffmann
Mario Gonçalves

Atenciosamente

Assessoria do Site

Foto de Darsham

Velas da Moral...

Dou às palavras o poder
De distinguir o bem do mal
Procurando acender
As velas da moral
Dou às palavras o som
De vozes silenciadas
Riscando…
Rasgando…
Calando…
Ideias pré-estruturadas
Autênticas emboscadas
Nas linhas…
Construo pontes…
Nas letras…
Vislumbro horizontes
Navego…
Nas ondas de minha mente
Desconstruo…
Um olhar descrente
Minh’alma grita
A mim, ao outro, ao mundo
Ainda que por um segundo…
Que a deficiência que seja mental
Em corpo de mortal
Por “igual” não nascer
Não deixa de ser normal
Humano continua a ser
Apenas vive noutro plano
Não mundano
Sem maldade
Sem preconceito
Sem vaidade
Com o seu próprio jeito
Único e especial
E luta…
Bravamente
Heroicamente
Munido de armas singulares
Num mundo desigual
Sem alardes…
Fala…
A língua do coração
Cala…
O som da desaprovação
Ensina…
Verdadeiras lições
Vive…
Sem instruções
Planta sementes …
De esperança…
Tolerância…
Num simples olhar
Terno…
Meigo…
Criança…
Que voa para longe
Do vazio da ignorância…

Concorri com este poema ao XIII CONCURSO DE POESIA DA APPACDM* DE SETÚBAL. A primeira vez que entro num Concurso de Poesia :))

*Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental

Foto de Rosinéri

APOSTE NISSO

Todos sempre estão falando de mim
Todos estão tentando entrar em minha mente
Eu quero ouvir meu próprio coração falar
Eu preciso contar comigo mesmo
Você já
Se perdeu pra conseguir o que queria?
Pegou uma carona e quis sair?
Afastou quem deveria ter mantido próximo?
Você já deixou acontecer? Você já deixou de saber?
Eu não vou parar, essa é quem sou.
Eu vou dar tudo o que tenho, este é meu plano.
Eu encontraria tudo que perdi, você sabe que pode.
Aposte nisso, Aposte em mim
Eu quero fazer isso certo, este é o caminho.
Dar a volta por cima, hoje é o dia.
Eu sou o tipo de cara que disse que seria?
Como vou saber se há um caminho certo pra seguir?
Eu deveria questionar todos os movimentos que faço?
Com tudo que perdi, meu coração está se partindo
Eu não quero cometer o mesmo erro.
Você já
Duvidou que seus sonhos se tornariam realidade?
Culpou o mundo, mas nunca se culpou?
Vou tentar viver uma mentira novamente
Eu não quero ganhar esse jogo se não puder jogar da minha maneira.
Espera
Me dê um tempo pra pensar
Traga isto agora
Vou trabalhar, vou fazer minha própria coisa
Não é muito bom
Se ver e não reconhecer seu rosto
Fora de mim
É um lugar tão assustador
As respostas estão todas dentro de mim
Tudo que tenho que fazer é acreditar
Eu não vou parar
Não vou parar até receber minha recompensa
Este é meu plano
Vou terminar no topo

Foto de Osmar Fernandes

Jornal na lista

Jornal na Lista

Falo, pergunto, escrevo.
Investigo, publico, descrevo.
Sou o escritor, o redator.
O apresentador, o orador, o editor.

Sou o poeta da notícia... Sou radialista.
Falo de tudo, de todos; do chique, do morro.
Sou o registro, o plantão, o socorro.
Falo de Deus... Do Cão.
Não posso ser diferente — Sou jornalista!

Eu enfoco, retrato, reporto.
Digito, explico, critico — Sou formalista.
Para alguns — Sou o jornal na porta.
Para outros — O analista.
Sou trabalhador voraz, sou chato!
Corro em busca... Fotografo.
Não perco o clímax do fato.
Não crio... Nem faço boato.

Não sou ilusionista.
Apenas corro atrás da notícia com fome, com sono.
Ela não vem como “NOTA & CIA.”
Não há um plano!
Eu apenas estou lá registrando — Sou jornalista.

(Poema do meu 3º livro Espelho de Cristal 2002 pag 98 ed. San Martin - Curitiba/PR)

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