Plano

Foto de Metrílica

"Corpo Violado" (em homenagem ao lado negro da luxúria)

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NÃO!

Não foi amor o que aconteceu naquela noite! Não foi sexo!
Foi crime! Foi uma seção de torturas!

Sim, torturastes meu corpo
Torturastes minha mente
Torturastes minh´alma

Violastes minha vida
Violastes meu espírito
Violastes minha carne

Sim, "conjunção carnal sem consentimento"
Sim, "vilipêndio a cadáver",
Foi isso, isso o que aconteceu...
pois eu estava morta!

Meu corpo frio, tomastes à força para satisfazer vossa lascívia,
Sim, forçosa e violentamente...assim me tomastes...

Mas, eu estava morta!
Por sorte eu estava morta!

Era apenas corpo, apenas carne...carne que comestes fria!
carne dura! carne e ossos! sequer o sangue corria em minhas veias!
um corpo vazio!

Enquanto matavas teus desejos, tuas vontades violando meu corpo morto, meu corpo vazio...
...babando, se acabando,grunindo...eu estava morta...por sorte eu estava morta!

Minha alma estava em outra dimensão...em outro plano...bem longe dalí...

Enquanto marcavas tuas mãos na minha pele,
Enquanto cravavas teus dentes na minha carne,
Minh´alma estava ausente...meu espírito transcedente...
Pode-se dizer que estavam em "hemisfério oposto", estavam vagando

Por fim! terminara!
Minh´alma ao corpo retornara,
à carne...
Choro lágrimas de sangue,
Choro lágrimas de tristeza,
Choro lágrimas de dor!

Meu corpo marcado pela violência,
Meu corpo destruído,
Meu corpo abandonado,
MEU CORPO VIOLADO!

by Metrílica +_ setembro 2009

Foto de Elizaete Ribeiro

Rosa Solitária

Você é o poema mais belo que a vida criou
Tu és a mais bela criatura e te chamo de amor
Decidida estou
Esquecer a dor
Deveras sonhei e por tempo alimentei esse sonho de amor
Poema apenas ficou
A lembrança do que viera a ser amor
O sol despertou o ciúme e a lua ficou sem rumo
Quando o adeus no espaço ecoou
O universo inteiro calou
Tamanho foi a dor daquela que sonhou
Sonhos, sonhos e sonhos
Quem pudera entender
O que vem a ser sofrer
E lutar por alguém que está
Sem pensar em você
Mesmo sem querer o amor vem sem perceber
Sem pedir
Amor insano
Veio sem plano
Mexeu nos sonhos
E rosa solitária deixou

Elizaete Ribeiro

Foto de Ivanifs

Grande coração

Doei meu coração com minha alma junto
Fiz um pacote completo
De todos os meus sentimentos
E puro e sincero fez-se o momento...

Atravessei por nuvens, pelo vento
Tracei um plano futuro
Deixei cair sobre o travesseiro
Meus mais sublimes sonhos

Sorri, esqueci das tristezas diárias
Abri meu coração de verdade
Mais verdadeiro impossível

Viajei no azul de estrelas reais
Indo pouco a pouco ao encontro de anjos
Quanta alegria senti, grande sorte peguei com a mão

Ah! Pobre coração de criança
Embalado por palavras doces e sentimentos puros
Conduzido pelo prazer de ser verdadeiro e amável
De ser para alguém, importante

Mas a vida nos prepara surpresas
Muitas vezes inesperadas
Que fazem com que o coração se quebre
E nossa alma se derrame em lágrimas doces

Agora sei quão grande é meu coração
Que vale ouro, e brilha na imensidão
Quem quiser pode entrar, eu deixo...

Sou assim mesmo, cheia de sonhos
Sem malícias,ou articulações
Tenho um céu de palavras
E um abraço sincero

Não sei dizer não, só espero
Se não vem oque quero
Fico feliz assim mesmo

Consigo ver um mundo perfeito
Mesmo que as vezes ele me dê as costas
Não desisto, insisto

Meu coração é barco grande a velejar pela felicdade
Nele carrego muitos outros corações
Muitas outras bagagens
Quem comprou a passagem e fez a viagem
Jamais se esquecerá de um dia voltar...

Foto de Ivanifs

Saudade sem mérito

Tão onge daqui
Num caminho plano
Você caminha sempre só
Ou poucas vezes acompanhado

Nesta cidade suja
Que alguém veio me contar
Que é onde você deva estar

Alguém que não é mais alguém
É ninguém...

Você está bem?
Não sei, nem sei
Saudade é oque sinto
Mas sabendo com convicção
Que você não merece

Foto de Ivanifs

Inverso

O inverso de você , sou eu mesma
Pois te admiro e você me irrita
Te amo e te busco nas ruas
Em rostos que jamais vi

Te alcanço e você foge sorrindo
Como se mangasse de mim
Depois se arrepende e diz que me ama
Pois eu te irrito, mas você me admira

Na cama a gente nunca deu certo
Oque pode ser o inverso do deserto...

Teu beijo nunca consigo beber
Algo bloqueia e sem esforço algum ,você desiste
Desisto também, depois choro por não compreender

Há tantos e tantos anos te amo
De muitos jeitos e enganos

Fiz tantos planos...
E nunca mudamos
Nem eu, nem você

Talvez o destino
O incerto seja o certo

Somos irmãos inversos
Um do lado do outro
Dia e noite , ano a ano

Não me deixe
Não te deixo
Não importa se erramos

Aqui ainda estamos
Tentando a qualquer custo
Ficar no mesmo plano

Ainda te amo , te quero, te espero
Me encontre ali no quarto
E me faça sorrir
Sem precisar provar nada
Apenas sorrir

Até que a morte nos separe...

Foto de Elias Akhenaton

O ALVORECER DA ALMA!


“A verdadeira essência das coisas
só o coração pode ver
com a sensível Alma que o faz viver,
quando ela retorna a sua origem divina,
o coração para de bater.
Somente a Alma sobrevive no plano divino,
aguardando para florescer
e, num novo ciclo Alvorecer"

Elias Akhenaton

Foto de Osmar Fernandes

Aparição do Capeta

Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo da Igreja Católica, três moleques levados pegaram uma abóbora e fizeram dela uma caveira... Fixaram uma vela acesa em cima de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo, o capeta mesmo!
A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis que passariam por ali, a pé, certamente a veria. A caveira ficou num ponto estratégico, bem na esquina.
O pessoal ao sair da missa, ao vê-la, gritou: “Valha-me Deus! Jesus tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor!
Foi gente pra todo lado... Os três capetas caíram na gargalhada... Quando o local esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua. Joãozinho, o nanico, gritou: “É dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E agora?! Estamos fritos!!!” Pedrinho, o gago, disse: “Vixe, agora lascou tudo!!! Vou deitar o cabelo!!!” Luquinha, o mala, disse-lhes: “Calma aí seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada!!! Ela morreu de susto! E daí?!... Vamos tirar a caveira dali e vamos embora.”
Feito leopardos esconderam os apetrechos do Demo e deitaram o cabelo...
Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, acordou do susto, foi medicada e falou: “Meu Deus o que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento!... Era o Demo! Valha-me Deus!!!”
O médico e a enfermeira diziam para ela ficar calma porque na idade dela era normal ver coisa que não existe... Deram-lhe um calmante e a fizeram dormir até o dia seguinte.
A notícia ganhou a cidade que Dona Julieta tinha batido as botas... Os três capetas estavam assustados e escondidos nas suas casas.
O pai do Joãozinho disse para esposa: “Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!
- Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém não!
O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.
O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou um chinelo de tamanho trinta três. Era a pista que tinha em mãos.
Chegou na delegacia e disse ao Delegado:
- Senhor, aqui está à prova do crime!
Dr. Clécio riu, e lhe disse:
- Quer dizer que o capeta esqueceu um chinelo e saiu correndo pro inferno! KAKAKAKAKAKAK (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU...). Vá amolar outro, Cido! Tenho mais o que fazer nariz de Pinóquio! Cada uma que me aparece! Você não percebe que essa cidade está de perna pro ar... Se esse povo não melhorar Deus vai aniquilá-la assim como fez a Sodoma e a Gomorra.
O Investigador abaixou a cabeça e saiu chateado e pesou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó... Ateu eu não sou não, mas acreditar que isso é obra do Demo já é demais para minha inteligência.”
O Padre Bento assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça de mamão e a vela jogados debaixo dum pé-de-mato, e disse a si: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma! Perdoai-os ó Deus!!!”
Com a notícia da aparição do capeta a Igreja superlotou e o dízimo aumentou sobremaneira e o Padre ficou pensando se dizia ou não, no sermão, sobre a cabeça de mamão... Pensou... E, calou-se.
Os três capetas se reuniram e Luquinha disse:
- A velha não morreu... Com o susto desmaiou. Dona Julieta sairá do hospital hoje à tarde.
Pedrinho, o gaguinho, disse:
- Mas a polícia está investigando. O que nós fizemos é crime. Se a polícia descobrir quem fez isso, a cidade toda ficará sabendo... Nós vamos ser linchados!
Joãozinho, o nanico, disse:
- Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o coro.
Os dois amigos disseram juntos:
- Você não tá nem doido! O Padre nos mata!
Joãozinho:
- Eu tô com medo!
Os três amigos fizeram um pacto: “Nunca contariam sobre a caveira pra ninguém, levariam esse segredo para o túmulo.”
Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé do meu chinelo, presente do meu pai, fui na data procurar e não achei. Temos que achar o chinelo logo.”
Os amigos não deram importância nisso e foram embora.
O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência.
Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.
Luquinha reuniu seu bando imediatamente e disse:
- Vamos roubar aquele pé de chinelo hoje à noite. Cido vai sempre jogar no Tunguete... Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.
O Delegado foi à Igreja e logo após a missa disse ao Padre Bento: “Padre o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor... Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso.”
- Meu filho, que prova é essa?
- Respeito-lhe demasiadamente Reverendo, mas isso é segredo de Estado, não posso dizer de jeito nenhum.
- Mas meu filho, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo... Quantas vezes você já se confessou comigo?!
- Padre Bento isso não é um pecado, é segredo profissional.
- Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha... Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!
- Conto não! Não posso!... O senhor pode falar sobre as confissões dos fiéis?
- Claro que não! Você tá doido, perdeu a cabeça. Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço minha função com a fé em Deus e obedeço piamente com o que preceitua no CANON 1388 (1), que diz: O confessor que viola diretamente o sigilo da confissão incorre um sententiae (automática latae) excomunhão reservada à Sé Apostólica.
- Eu também não posso falar sobre essa prova! Não posso violar a confiança do meu investigador, estaria cometendo um crime.
O Delegado foi embora com a pulga atrás da orelha e pensou: “Por que tanto interesse do Padre nessa prova?!”
Paulinho viu seu filho descalço e lhe disse:
- Joãozinho, cadê seu chinelo? Já lhe dei de presente para não ver você descalço... Não ande descalço menino! Vá calçar o chinelo agora!!!
Joãozinho correu na casa do amigo e lhe pediu o chinelo emprestado, e Carlos lhe disse: “Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra se me ver descalço também.”
Pedrinho era muito religioso e naquele dia às dezessete horas resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história, porque seu amigo tinha perdido um pé do chinelo que ganhara de presente do pai.
Padre Bento pensou: “Mas Cido é ateu... Tenho que dar um jeito de calar a sua boca...”
O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente... Rubens, o puxa-saco do Padre Bento foi à casa do investigador e disse-lhe:
- Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já. Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!
- Mas, que diabos o padre quer comigo? Num devo nada para Igreja... Nem em Deus não sei se acredito?!
- Não fala assim não rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá. Quando o padre chama é como se fosse Deus nos chamando, né?!
- Fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.
Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz: “Padre, eu nunca vi bicho mais feito no mundo que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa!... Minha Nossa Senhora da Aparecida! Eu fiquei frente a frente com o Demo, Padre!... Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo... Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está nos visitando é porque estamos sem fé, é um sinal dos céus. Por isso vamos fazer a novena!”
Aquele acontecimento abalou a cidade. Nas ruas, nos bares, nas casas, nas roças, nas Igrejas, em todo lugar o boato corria solto: “O Demo está fazendo tocaia na nossa cidade!”
O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou “Será que devo falar sobre essa história hoje na hora do sermão? Será que devo levar o assunto ao Bispo?!”
Dona Julieta foi rezar e depois foi para sua casa...
As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo. Até os ateus temeram... A cidadezinha pacata acordou... Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério... Despachos nas encruzilhadas... Novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca.
A palavra numa das Igrejas Protestantes era brilhante e dizia:

Ezequiel [Capítulo 28:13-18]

Tu estiveste no Éden, jardim de Deus ;cobriste de toda pedra preciosa: A cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até o dia em que em ti se achou iniqüidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.

Mateus [Capítulo 4:1-11]

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então lhe ordenou Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram

E o pastor encerrava seu sermão dizendo: “Na casa do senhor não existe satanás, Xô satanás! xô satanás!”

O Investigador chegou à Casa Paroquial, adentrou, foi imediatamente atendido pelo Padre Bento que o levou ao seu escritório e lhe disse:
- Meu filho, eu lhe peço encarecidamente que pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.
- Padre o senhor está me pedindo algo que não posso atender.
- Por que meu filho?
- Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó. Ela quase bateu as botas... Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto... Se não fizermos alguma coisa para punirmos esse tipo de “brincadeira boba, idiota”, ainda vamos perder um ente querido. O senhor não acha?
- Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade!... O povo voltou à igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus! Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade... Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação?
- Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendo! O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas essa história não pode ir adiante. Pare de investigar... Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?
- Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais... Já descobriu a verdade?
- Não!!! Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.
- É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha naquele matagal, local do medo. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos... E, cheguei à conclusão que tem mais de um moleque envolvido nessa tramóia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou minha avó, custe o que custar!
O Padre franziu a testa, várias vezes, e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui.”
O Investigador foi embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na Casa do Padre:
- Doutor, eu estou vindo da casa do padre...
- Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?!
- Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.
- E o que a Igreja queria contigo?
- Só faltou se ajoelhar pra mim Doutor... Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.
O Delegado coçou seus poucos cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!” E disse ao Cido:
- Você me traga o pé de chinelo e me entrega ainda hoje.
- Doutor ele está aqui na minha mochila, pega!
- Então essa é a prova que temos?... Pois é, a partir de hoje em diante essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento do Zé, que ele está me enchendo o saco e até hoje você não descobriu nada.
O Investigador de Polícia sem ter o que dizer, simplesmente obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão do Jumento...
O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento cinco dias depois e disse:
- Padre eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos e já descobri tudo. Vou prender quem fez isso.
- Doutor Delegado o senhor tem o quê em mãos?
- Eu tenho o pé de chinelo.
- Pé de chinelo!!! O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?
Padre, isso tem tudo a ver! É a prova que não existe Capeta nenhum, isso provavelmente foi armação de quem não tem o que fazer na vida e fica assustando as pessoas de bem.
- Esse chinelo não prova nada. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido.
- Será Padre?!
- Claro meu filho!
Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?
- Não meu filho, eu não estou não! Mas, se você pensar bem, depois que viram o Capeta, a cidade melhorou muito. A Igreja não cabe de tanta gente nas missas. Não se falou mais de roubos, mortes, vadiagem, etc. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje!
- É Padre Bento, pensado por esse lado o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O, nem de briga de casal. Nunca vi tanta calmaria em nosso Município.
- Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo está de olho bem aberto e bem pertinho de cada um.
- Mas, Padre Bento, o Capeta não anda de olhos arregalados pra todo mundo mesmo, doido para tomar conta da nossa alma?!
- Sim... Mas essa já é outra história...
O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado.
O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o pé de chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”
Os três capetinhas voltaram a participar assiduamente de todas as missas e a ajudar o Padre no catecismo.
Toda vez que o povo fraquejava, desanimava, deixava de ir à missa, a aparição do Capeta era automática.

Osmar Soares Fernandes

Foto de DeusaII

O Voo da liberdade

Voo em liberdade como uma borboleta
Em direcção ao horizonte...
Voo plano, liberto...
Solto as teias que me prendiam
E feriam meu corpo...
Voo para alem do mundo,
Solto-me no céu e respiro
O ar que consome os meus pulmões
Que a pouco e pouco se habituam
A esta liberdade estonteante.
A felicidade domina a minha vida,
E deixo-me conduzir por caminhos que não conheço.
Voo em direcção a lado nenhum...
Mas voo... e quando minhas asas estiverem cansadas
Repouso numa bonita flor e descanso...
Pensarei no que me transformei,
Nas alegrias que causei,
E quando estiver descansada, volto a voar novamente
Como se minhas asas apenas conhecessem
O sentimento que me assola,
Que adorna a minha vida,
E sigo meu caminho...
Apenas para enfeitar o meu destino,
E sentir-me sempre assim....
Livre... liberta... Feliz!

Foto de Carmen Vervloet

Maestro do Meu Coração

Maestro do meu Coração

Amo você que se senta ao piano
Com o desvelo de quem faz sua oração
Êxtase pleno, dimensão em outro plano
Acordes de divina inspiração!

Sua alma desenhada em formosura
E que espalha sua música em fulgor
Desliza mãos em teclas de ternura
Compondo a doce seiva do amor!

É sol, rei do tempo e nunca mente
Sua música meu coração adoçou
É o esplendor desta paixão ardente!

Anjo do céu, amante da beleza
Por que em meu coração ancorou
Se sou apenas um sopro da natureza?

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de Soélis

REFLEXOS DA ALMA

REFLEXOS DA ALMA

Autor : Soélis Sanches

Certa manhã, o sol brilhava no horizonte, e tendo o céu como testemunha, um anjo me contou que a vida que levamos é o bem maior que o Criador nos proporcionou como sua obra-prima.
Quando você se encontrar naqueles momentos de solidão, de angústia ou de tristezas, lembre-se que muitos gostariam de estar no seu lugar.
Olhe para trás e veja quantas pessoas estão em situações muito piores do que você, alguns em cadeiras de rodas, outros trancados em uma prisão, e ainda, aqueles para quem a vida nem chegou e já partiram.
Quando Deus agiu assim na vida de cada um foi para lapidá-los, para que sirvam de exemplos, para que possamos enxergar e perceber a verdadeira diferença entre o bem e o mal.
Agora, você que tudo tem e ainda reclama, olhe para dentro de sua alma, para dentro de seu coração e agradeça ao Pai.
Sempre digo que Deus usa as pessoas aqui na terra como seus anjos, nós podemos ser anjos ou não, tudo irá depender de nossas atitudes e compreensões do verdadeiro sentido do amor.
Comece nesse instante fazer uma reflexão do que tem sido na longa caminhada com o seu próximo, você tem optado pelo caminho do amor ou pelo caminho do isolamento e da incompreensão?
Jogue para o alto tudo aquilo que te angustia e te machuca. Dê um pontapé na tristeza e chute a amargura.
Espelhe-se nos pássaros que cantam e agradecem todos os dias pela vida, nas flores que perfumam e nada cobram.
A partir de agora coloque pra você a meta de ser feliz, e para ser feliz, necessariamente não depende de muita coisa e nem de muito sacrifício, depende unicamente da vontade do sorrir, do amar, do perdoar e do prazer de viver.
Então, agradeça pela vida, e tenha certeza, nada acontece por acaso na sua vida, tudo tem um propósito de Deus.
Não queira mudar o plano traçado para a sua jornada, ai sim, você se perderá pela estrada e não encontrará o retorno que te conduz à felicidade.

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