Plano

Foto de Allan Dayvidson

DEMAIS

Quero ser abundante,
À beira do inesgotável;
Quero viver ofegante,
Mas sempre incansável;
Quero ser corajoso
E correr riscos de verdade;
Ser uma razão para encarar esse tráfego;
Quero ser tudo nessa cidade.

Quero que tentem me segurar com as duas mãos,
Mas nunca realmente consigam;
Quero ver olhos famintos por me conhecer;
Quero mesmo que digam...

...que eu sou um pedaço do horizonte,
Parte de um esquema maior,
Uma carta na manga da sorte,
Que sou quase o bastante,
Que sou a água que afoga meus olhos
E sou dono de minha própria fonte.

Sempre e sempre
Mais e mais

Quero ser imprevisível,
Impressionar o impossível,
Derrotar o improvável
E me tornar inevitável;
Quero chorar um oceano
E inundar um mundo inteiro com novos planos;
Quero ser exagero e desespero;
Quero meu coração sendo lançado para fora do peito!

Por que ainda me oferece tão pouco?
Quero valer seu grito rouco,
Eu sei que você consegue!
Prossiga!
Por favor, diga!

Que eu sou um pedaço do horizonte,
Parte de um plano maior,
Um legítimo golpe de sorte,
Diga que sou o bastante.
Diga que sou água em seus olhos
E que é amor, o que jorra desta fonte.

Sempre e sempre
Querendo sempre demais.
Sempre mais.

Foto de Edigar Da Cruz

A VIDA É UM LINDO PLANO

A VIDA É UM LINDO PLANO

Um lindo anjo feio ao meu encontro
Disse-me que viver e um grande plano
Uma grande arte de um plano, de transformação
Dada para cada ser vivo de deus
Que acreditar a vida! No plano do ser
Do sobreviver aos obstáculos que surgem a vida
E sempre haverá um novo amanhã!
Será brilhante e completo
Da cor de deus todo brilhante iluminado
Como algo presenteado de deus..
Um belo lindo anjo que apareceu!,..
E me disse tantas palavras lindas maravilhosas,
Veio me mostrar o sonho que sonhos não têm fim,
Que novos acontecem constantinamente a vida,
E não importa o quanto tempo vai dura..
Sonhe e crê em aprender, acreditando no poder dos sonhos,..
A força angelical do poder de um anjo e enorme
Pois todo anjo e um pedaço dele ou dela de deus,
Sempre envia aquela palavra que faz diferença.
São palavras escritas das palavras desse pai guerreiro chamada de nosso grande pai..
Que tem plana a vida de cada um..
Como eu, você e a cada magma de luz
Dourada a vida..que faz dela ser perfeita
Como um anjo de amor..

Ed.Cruz

Foto de Allan Sobral

Justiça ao Amor

Dentre tantos sentimentos em particular um nos intriga, o tal Amor, sentimento que tem sido acusado de sentimento injusto, pobre do Amor que é tido como louco e inoportuno, pois não pede permissão, e nem escolhe o coração que repousará, e não pré escolhe quem realmente merece ser amado.
Mas disponho-me a defende-lo, pois sei e proclamo que o mesmo é perfeito e justo,pois só erramos porque não amamos, e só choramos, pois não aceitamos o amor como ele realmente é, simples, e ingênuo como uma bela criança. Sua justiça moldada em nos dar todos os dias a chance da redenção, pois todos dias o sol beija a nossa face ofuscando nossa visão das coisas que trarão tristezas, coisas que só vemos se aceitamos; ainda assim sentimos a brisa nos dizer, que jamais estaremos sozinhos se amarmos.

Amor, és a chama que me mantém em vida,
És eros, amor fileo e também és amor ágape,
És a essência das palavras não ditas, e a busca incansável de minha lida.
És a lagrima que contenho mas deixo que escape.

Amar, fazer de uma gota o oceano,
É afogar-se em nossas fragilidades,
Voar nas asas do vento, sem nos fragilizar em nosso plano,
Ver beleza pura e suprema, alem das beldades.

Amo, e nego-te farpas cortantes, mas não pouparei nenhum sorriso,
Amo, e curvo-me para beijar tua mão e te buscar onde estiver,
Amo, e peço perdão por não perdoar-te em meu cego juízo.

Amo, pois sou fraco, e ainda me resta um coração,
Ainda que ferido em sua falta de amor,
Mas com a fé de que há nele perfeição.

Allan Sobral

Foto de janie

QUEM SOU EU?

Eu me pego aqui de novo
Refletindo mais uma vez
Afinal, na real quem sou eu?
Sei que sou areia e sou mortal!
Mas afinal, quem de fato sou eu?

Sou inspiração de um ser divino!
Talvez eu seja tudo e seja o nada!
Existe um enorme emaranhado
Nessa minha mente incoerente!

Pode ser que eu seja um grito
Ecoando bem longe no infinito!
Posso muito bem ser uma neblina
Que surge detrás de uma colina!

Posso ser uma jóia, um diamante
Que após ser lapidado resplandece!
Talvez eu seja apenas um murmúrio
Reclamando de tudo, do mundo!

Quem sabe eu seja um rochedo
Fincado bem fundo no seio da terra
Poderia muito bem ser um cometa
Que viaja por galáxias nesse planeta!

Quem sabe eu seja um crepúsculo
Ou simplesmente a bela alvorada?
Talvez o calor de um alegre dia,
Ou apenas o frio da madrugada!

Deus nos formou do pó do universo
Seu plano é que fossemos eternos
Talvez tenhamos a capacidade
De existir em tudo que quisermos!

Foto de JORMAR

Partida

Morrer não é o fim. A morte significa apenas mudança de plano de vida. Monteiro Lobato dizia: “quando morremos passamos do estado sólido para o gasoso, mas continuamos a ser os mesmos.”
A nossa essência é espiritual. Com a morte, abandonamos o corpo físico, mas o espírito continua sua jornada evolutiva em outra dimensão.
Morrer é inevitavel devemos encarar a morte com serenidade e confiança, pois ela é degrau para a ascensão espiritual de todos nós.
Depois da morte, continuaremos a ser o que já somos. A morte não nos fará nem melhores, nem piores do que realmente somos.
Os espíritos dos chamados mortos, continuam em todos os quadrantes de nosso orbe, demonstrando que realmente não morreram mas sim partiram mais cedo do que nós. Aparecem aos vivos, mandam mensagens escritas, aparecem em nossos sonhos, falam aos nossos ouvidos testemunhando a continuidade da vida após a morte. Viva como espíritos eternos e afaste definitivamente a idéia de que a morte é o fim, e nada tema porque sabemos que continuamos vivos para sempre e todos nos encontraremos um dia seja lá onde for. A dor é transitória, a doença também. Tudo está em processo de transformação. A vida eterna já está sendo vivida por nós, porque a morte não existe. E ainda digo mais penso que a morte é um premio e que o lugar em que as almas estão é o verdadeiro paraiso pois la nao existe, dor, fome ou qualquer tipo de sofrimento e sim uma energia maravilhosa, onde se pratica a caridade, a sensibilidae e o verdadeiro amor universal, pois finalmente estamos livre desse corpo tridimensional que nos prende, limita, nos enche de pre conceitos, atitudes desfavoraveis e sentimentos desnecessários pelo fato de convivermos nesse mundo material, onde chega-se a conclusao que o inferno é aqui mesmo parabéns para quem consegui superar isso aqui. Espero que vc se anime pois mesmo sua maezinha tendo partido ela continua ligada em vc torcendo para que vc viva o melhor possivel,sei que amor de mãe é insubtituível mas lembre-se que aqui na terra ainda existem muitas pessoas que te amam e uma delas sou eu.
(Marisa Cruz)

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido recarregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria nesta onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...

Foto de Marilene Anacleto

Ficha Suja, Ficha Limpa

Ficha suja
Tudo empurra
Com a barriga
A ferida social
Tão sofrida

Anda de avião.
O eleitor ‘vacilão’
Anda de ‘busão’.

Na saúde, tem bom plano
(Com nosso dinheiro!)
O eleitor, sem banheiro,
Sem esgoto,
Hospital não tem direito.

Ficha suja vai fazer hospital
(diz ele!)
Mas o eleitor (coitado dele!)
Adoece porque vive
No lamaçal.

Ficha limpa
Tudo brilha
Voz firme que não vacila
Aproxima-se de coração
Felicidade em tocar-lhe a mão.

Não promete hospitais
Tampouco emprego
Ou coisas mais

Cuida da natureza,
Casas sem desmatamentos,
Emprego e dinheiro
Vem dos reaproveitáveis
Organização dos recicláveis.

Ficha suja
Amor ao dinheiro
Apego aos bens não duráveis.

Ficha limpa
Amor a Deus, a si e ao próximo.
Porque ela é a nossa vida,
Amor à Natureza
E (ainda assim massacrada)
Mantém a sua florada,
E sustenta a nossa mesa.

Marilene
Publicado em 5 05Europe/Berlin outubro 05Europe/Berlin 2010 por maryany3

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido carregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria esta, onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...



Foto de carlosmustang

REBOSTEIO

To passando mal sob alguns remédios
Será algo que muda sobre meu tédio
Algumas cabeças, outras enforca-se...
sobre os tédios...

Eis o que fazer:
Acredito no Futebol
Os ímpetos, resolvidos nos braços
Será o melhor

Choro e batalha
Num plano de fim
Eis o Caminho

O soldado das Guerras
Define o destino...
Da pobre raça humana

Foto de cristiana martins

Fé em Jesus Cristo

Deus foi aquele amigo perfeito que suportou as nossas imperfeições.

Deus foi aquele pai amigo e misericordioso que nos concedeu o plano mais perfeito e único de salvação.

Deus nos enviou o seu filho Jesus Cristo para expiar os pecados do mundo ,para que um dia pudéssemos voltar ao seu reino.

Os dias são cada vez mais difíceis para se enfrentar mas com Fé em Jesus Cristo conseguimos vencer cada batalha da vida. O Medo só nos ira afastar da nossa missão aqui na terra, a insegurança só nos fará nos afastar das metas perfeitas da nossa vida por isso o segredo para o sucesso em toda a nossa jornada é Fé no salvador e seguir confiante em ti próprio e em Deus .

Cada dia ergue a cabeça com um sorriso no rosto pões nada esta perdido Jesus Cristo nos trouxe a Esperança .

Se feliz caminhado na estrada da vida com Fé em Jesus Cristo e de mãos dadas com Deus.

Lembra te daquele que te ama cada dia

sejas tu quem fores
tenhas tu o que tiveres
sejas de que nação fores ....
Deus ama te ..

lembra te desse amigo e fortalece a tua fé

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