Praça

Foto de Chácara Sales

O Reencontro (Crônica)

Um dia a perambular pelas ruas da cidade, resolvi ir até a praça, ao centro, onde havia muito tempo que já não ia; ao chegar avistei um menino tocando flauta, com certeza na esperança de ganhar uns trocados.
No momento em que me aproximei ele me olhou firmemente, num ato solene, então entendi que era gratidão pela minha atenção.
Sentei no banco da praça e continuei a perceber-lhe; o vento soprava fortemente no rosto, as árvores balançavam adornadas de flores, cheias de vaidades; até que num olhar o menino parecia questionar-me, continuava tocando, levantei-me, prossegui meus passos a seu encontro, ele tocava e me reparava; devia ter mais ou menos uns 14 anos. O povo a passar colocava trocados em seu chapéu, ele contente a se deliciar com sua flauta, dava pra ver a alegria brilhando em seus olhos, era a sua luta diária...
Aquilo tocou profundamente minha alma, via uma grande virtude naquele menino, tinha algo de especial, tocava com alma, fazia o instrumento chorar como dizem... até uma senhora que o escutava saiu emocionada, a chorar, as lágrimas eram como diamantes em seu rosto. O povo ali ia saindo aos poucos, devagar, quando me vi só com o menino, então aproveitei para conversar; ele inocente e meigo pediu-me educadamente um trocado e riu-se, eu meio desconcertado nem mesmo percebi que me havia esquecido de dar-lhe umas moedas, que coisa!
__ Por favor, Senhor que reparas tanto! Não o conheço nem tu me conheces, com meu sorriso no rosto que é minha dádiva, superando as dificuldades para não chorar, peço-lhe gentilmente um trocado se não for precisar.
Contive nas pálpebras gotas que não eram de orvalho, que naquele momento de emoção poderiam se derramar. Parado em frente sorri, estendi-lhe a mão, dei-lhe, realmente não iria precisar. E me perguntou.
__ Desde que chegaste me olhas tanto! Algum problema?
__ Não! Na verdade eu pensei lhe conhecer, mas acho que me enganei.
__ Achas que me conheces?
__ Tive um pressentimento, mas deixamos!
Há muito tempo algo aconteceu comigo, eu havia perdido um filho que me roubaram, e já sofria há tanto tempo com a morte de minha esposa, minha linda esposa a qual nunca consegui esquecer; como ela era linda! Tão humilde e realmente mulher!
Naquele momento tinha as mãos trêmulas, entrelaçavam-se, as palavras pareciam fugir dos meus lábios, quase não conseguia falar, eu senti algo naquele menino, um pressentimento estranho, parecia que já o conhecia, e por alguns instantes imaginei ser ele do meu sangue. As lembranças do passado vieram a me perturbar, não queria tirar conclusões antes do tempo.
__ Menino, acho que se eu lhe dissesse algo a respeito, talvez não entenderia a razão.
__ Talvez entenda, Senhor! Tenho o dom de entender as pessoas __ Disse tirando o dinheiro do chapéu para guardar no bolso.
__ Seria estranho pra você, creio que não entenderia.
Mas, serenamente a me olhar disse:
__ Não custa tentar!
Como aquele olhar me trouxe segurança. Eu pude me abrir com aquele menino; nem mesmo o conhecia, mas vi sinceridade nele e parecia querer me ouvir. Não mais receoso o chamei para caminhar, ele apanhou seu instrumento e o guardou, então prosseguimos...
__ Senhor, o brilho do teu semblante parece apagar lentamente.
__ Sabe, menino, a vida deixa marcas e na velhice elas doem. Se não são boas, trazem alegria, se são ruins, trazem mágoas. De certo não deixam de doer.
__ É tão ruim assim?
__ Não, basta saber viver para que as lembranças más não venham a lhe atordoar mais tarde. E se por capricho da vida alguma coisa ruim acontecer a você, como ter que perder alguém, passe por cima; a vida tem dessas coisas...
__ Eu quando era criança perdi minha mãe e meu pai.
Quando o Menino me disse aquilo, meu coração começou a bater forte. Então expliquei a ele o motivo de minha emoção ao conversar com ele, e por quais motivos meu semblante ia-se apagado.
__ Hoje tenho 40 anos, se estivesse com meu filho, talvez ele estaria com a sua idade.
O menino escutava atento, suspirava.
__Eu estaria mais feliz junto a ele e minha esposa que perdi há alguns anos atrás.
__ O que aconteceu com ela? O senhor deve sofrer muito não é?
__ É, dá pra suportar. Minha esposa morreu no parto, 4 horas depois do nascimento de Emmanuel, meu filho. A escrava que eu tinha, cuidou de tudo pra mim, inclusive dele. Eu não tinha forças para nada, não conseguia comer nem dormir; tremenda era a dor que sentia. Depois de alguns meses tive que me conformar com a morte dela. Esabelle, uma linda mulher!
__ E Teu filho, onde está?
__ Juro que não sei, o perdi também.
__ Ele fugiu?
__ Não, a escrava o roubou de mim logo após lhe dar sua alforria. Tentei de tudo para encontrá-la, mas se escondeu muito bem de mim. Outra perda que tive de aceitar. Oh, Deus, tu sabes o quanto sofri! Aquela escrava... Confiava tanto nela! Mas imagino o motivo por qual partiu, apesar de achar que mesmo livre continuaria comigo.
__ E qual seria o motivo, Senhor? A propósito, qual é mesmo teu nome?
__ Eu não tinha coragem de olhar pro meu filho, não que eu não gostasse dele, é que não imaginava como iria criá-lo sem uma mãe, pensava se seria um bom pai, se ele se acostumaria... Uma série de pensamentos me invadia, acabei por entrar em depressão. Talvez a escrava Alice por gostar tanto de mim o levou para que eu não sofresse; não foi uma boa idéia, e durante anos a procurei e nada. Ah, Desculpe, havia perguntado meu nome, sim, é Antônio.

(...)

__ Senhor, queira me perdoar, não consigo conter as lágrimas.
Olhei para aquele menino, percebi o quanto chorava, fiquei espantado.
__ O que foi? Não chores assim, não se comova tanto, é uma dor que não quero que sintas, esqueça.
__ Não diga isso, Senhor! Choro, pois tenho uma história parecida com a sua. A minha mãe Alice, a preta que me cria, disse que mamãe Esabelle morreu no parto, que meu pai um grande fazendeiro se chamava Antônio, e por motivo que nunca quis falar me criou longe, na cidade grande; só agora é que retornamos aqui para o vilarejo Filadélfia. Ela muito doente já sem condições de trabalhar veio descansar aqui onde me disse que tudo começou. Eu com poucas expectativas nunca imaginei que pudesse te encontrar, achei que tinha me abandonado, por fim é muito divino ver a história circundando assim, oh, meu pai! Diga que és? Agora entendo porque preta Alice me trouxe de volta, para te encontrar de novo. Oh, Deus, que alegria! Como eu quis tanto te ver! Te conhecer!
Não acreditava no que via nem no que ouvia. Meu filho estava diante de mim. Parecia um sonho, era um sonho. Comecei a dizer alto: É um sonho!
Ele me dizia: __ Não pai é realidade, não é sonho, sou eu, Emmanuel!
E me Abraçava fortemente; choramos juntos. Contemplando-lhe beijei-lhe a face, dizia: __ Finalmente, oh, Deus! Finalmente.
Ajoelhado agradeci a Deus pelo inesperado reencontro. E ele todo eufórico me pegou pelo braço e me puxava.
___ Vamos, vamos que Preta Alice tem que te ver. Vamos, vamos, ela vai querer te ver, eu sinto isso.
___ Vamos sim, meu filho, vamosssss...

E ali meu semblante se acendeu, a vida devolvia-me a vida mais uma vez. Eu vi a felicidade e a razão de viver me abrangendo o ser. Sentia-me no paraíso. Saímos correndo pelas ruas e meus pés junto aos passos dele pareciam flutuar. Correndo olhei para o céu em ato de reverência, e vi nas nuvens a imagem de Esabelle sorrindo para mim. Senti que naquele momento nossas almas atormentadas se acalmaram para sempre.

Foto de Ana Botelho

DIÁRIO DA ALMA FEMININA

FRAGMENTOS DO LIVRO A SER LANÇADO EM BREVE:

DIÁRIO DA ALMA FEMININA.
"A mulher, por sua forma polêmica e única, arrasta consigo uma história que além de triste, é um dos retratos mais fiéis que temos da tortuosa evolução da humanidade, dos seus grandes preconceitos e de monstruosidades cometidas como forma de camuflar os desastres cultivados nos seios das famílias desajustadas, onde os complexos variados eram repassados aos seus descendentes, um método presente na velha tradição familiar era a de se lavar a honra de um parente querido com o sangue alheio, ou mesmo outro tipo vingança desmedida como se esta compensasse um crime anteriormente realizado. Além da figura da fêmea, qualquer outra criatura que tivesse nascido com a predominância das características “femininas” de ser, teriam marcadas em seu destino uma triste síndrome, uma espécie de anomalia social, ou seja, a de passarem a vida inteira buscando a sua real identidade..."

"Quem nunca travou desafios incansáveis para desfrutar dos direitos que por lei lhe pertenciam há séculos? Quem foi que sempre trabalhou por uma família mais amorosa e por um mundo bem mais justo, carregando, na maioria das vezes, a debochada caracterização de "piegas", ou "reacionária fracassada"? Se você ainda não ouviu tais comentários, certamente, eles estão velados, embotados e que só serão percebidos em atitudes de pessoas que parecem nos amar mesmo as mais próximas..."

"E qual assediada nunca recebeu:
- um telegrama misterioso de um amigo do seu pai, acompanhado de calcinhas comestíveis;
- um beijo roubado pelo marido da vizinha de andar, no elevador do seu prédio;
- umas piadinhas inconvenientes daquele coroa que ficava todo torto quando você passava para o colégio;
- uma perseguição indesejada e vergonhosa, pelas ruas quando ia fazer compras;
- um beliscão nas pernas sob a mesa, durante um jantar de família, por aquele marido ridículo de uma prima, ou da sua melhor amiga;
- um recadinho atrevido jogado na varanda da sua casa vindo das mãos de um respeitado chefe religioso do bairro;
- uma cena de masturbação em uma praia, ou praça obrigando-a a ir embora imediatamente;
- uma esfregada extremamente incômoda em um ônibus lotado e teve que se calar com receio de desencadear uma confusão em público;
- a sua residência violada por um tarado causando um distúrbio sem fim em sua vida, com processo, audiências e situações de constrangimento diante de estranhos e amigos;
- uma briga enorme que pensou ter causado, envolvendo um irmão, por atrevimentos vindos de pessoas outras;
- propostas de riquezas e casamentos estranhos, onde a sua casa seria em local deserto e freqüentado apenas por este suposto romance;
- uma literal luta corporal para se desvencilhar de um assédio de alguém que namorasse uma aparenta, ou uma amiga;
- bilhetes de desconhecidos com propostas ridículas colocados no limpador de pára-brisas do seu carro, bolsa, ou entregues em restaurantes por terceiros...
Estas são algumas situações pelas quais odiamos passar, mas que, por estarmos representando o sexo feminino, somos alvo dos "machistas" preconceituosos e que na maioria delas não podemos reclamar, nem retrucar porque logo somos consideradas as "culpadas" pelos assédios recebidos. Registro aqui a declaração de uma jovem que passou por uma situação complicada de quase violência sexual e que, ao chegar à delegacia para registrar a queixa, foi debochadamente abordada pelos plantonistas enquanto faziam as perguntas recheadas de um sorriso irônico sobre os fatos, traumatizada e controlando um grande desespero, só não desistiu de realizar por completo a denúncia por causa do seu compromisso com ela mesma e com outras pessoas que já passaram, ou que podem um dia se deparar com tal absurdo.
As pessoas “femininas” também sentem desejos, têm preferências, sofrem de afinidades físicas com outras pessoas e, por isso, deverão ter oportunidades de participar de escolhas e terem o direito de dizer "não" quando acharem necessário..."
(NÃO PERCAM, DENTRO DE ALGUNS MESES NAS LIVRARIAS)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A LUA VEIO NÃO

A LUA VEIO NÃO

Hoje a lua está tão bela, singela...
Posso ver dentre as cortinas
Amarela, da janela, a lua tão bela.

Hoje a lua está tão tímida, desinibida...
Posso vê-la escondida, sem vida!
Da guarita, a lua tão tímida.

Hoje a lua está tão fria, perdeu a magia...
Posso vê-la banhada de orgia
Sentado no banco da praça, a lua tão fria.

Hoje a lua está de tarde, na metade...
Posso vê-la sem vaidade, sem claridade!
Tenho saudade, da lua, esta tarde.

Hoje a lua está tão cheia, vagueia...
Posso vê-la da fogueira, até tonteia!
Embriagada no céu, a lua que vagueia.

Hoje a lua está de luto, absoluto...
Poso vê-la em tom escuro, astuto!
Caminhando como um vulto, a lua de luto.

Hoje a lua está minguante, delirante...
Posso vê-la tão errante, num instante!
Contemplando os amantes, alua fascinante.

Hoje a lua veio não, solidão...
Não posso vê-la do sótão, sem razão!
Não me deu explicação, talvez esteja...
Escondida no Japão, a lua veio não.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
19/setembro/2001 Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Chácara Sales

A Voz de um Mendigo

Ando com a solidão
Pelas ruas nuas, pelas ruas vagas,
Pelas noites escuras, pelas noites claras,
Pelos cantos sujos, pelos cantos limpos,
Sem o ar da graça pela imunda praça.

Na chuva fria, canto alegre;
Observo-a lavar as calçadas,
Formar no chão lindas poças d'água,
Correr de uma esquina à outra
E depois de cansada tornar-se garoa.

Tremo com a roupa molhada.
Passo de bairro em bairro, bato de porta em porta,
Como o que me dão, um pouco de sobras.

Adormeço em um banco qualquer.
Durmo sem um: Boa noite!
Acordo sem um: Bom dia!
Bate forte o sol no rosto,
Da pra dar um sorriso.

Não preciso de cômico nem de circo,
Só a fé em Jesus Cristo.

Sob a noite estrelada elevo a prece,
Voa como águia, sobe como foguete,
Chega como trovão, humildemente.
Lá no alto há quem escute a voz de um mendigo,
É o Deus da Gente!

*Autor: Chácara Sales

Foto de Paulo Zamora

Vários Poemas de Paulo Zamora ( www.pensamentodeamor.zip.net )

Depois das tempestades (10 de 12)
Se não fosse amor não suportaria tantos conflitos, as mentiras contadas foram desvendadas, você me amou em cada momento desse impulsivo ato de tremer; pra que ter medo do amor?

Não preciso mentir, no início parecia um inferno, mas depois vi que de paixão se tornou amor, eu não tenho medo de traduzir o que sinto.

Melhor ficar contigo neste momento escuro, mergulhar nos temporais e nos salvar das águas. Por que você tem medo? Não é mais segredo, aliás; entre um homem e uma mulher não pode haver segredos.

O monstro da solidão terá que sair daqui e partir rumo ao infinito desconhecido.

Percorra minha liberdade, acalme meus nervos, repita bons gestos, multiplique o que sente, diminua a raiva; deixe os outros pensarem o que quiserem, isso não nos importa. Você não precisa fugir de nada, nem de ninguém, nem mesmo do amor.

O terror já passou, portanto, lágrimas ficaram, discussões terminaram, e ficaremos juntos por amar a vida, e nos amar também.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Sentimento que castiga (09 de 12)

O sentimento que nos castiga,
Nos fazem prisioneiros;
Navegadores num navio perdido no mar;
Sem entender porque aconteceu.

Façamos exames mentais,
Revisamos a vida,
Nada explica a força dessa motivação,
Uma canção de dor,
Não podemos aceitar que seja amor.

Você gosta dos meus carinhos;
Você permanece ativa na vontade,
E acordamos para a realidade;
Que esse sentimento somente nos castiga.

Vou remar contra minha vontade,
Servir a um desejo,
A um momento sólido e depressivo,
Quem cativa?
Quem cria?
Acontece.
Precisamos compreender...
Acontece.

Não dá mais para negar os contatos,
Discutir o assunto nos levará a termos mais dúvidas;
E nos deixará frágeis e sensíveis;
Correndo perigo dentro do próprio espírito.

É amor.

Nos negamos a sentir e isso nos castiga;
São feridas ardendo sem serem curadas;
Terá que ser assim pelo resto da vida;
Você terá que me amar,
Terei que amar,
Teremos que nos conformar com essa atitude.

O não querer faz com que isso nos castigue;
Deixa de ficar pensativa;
Deixe o tempo correr e nos levar sem termos que remar;
E veremos sem grandes esforços;
Que esse sentimento que nos castiga;
É amor.

(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Em busca do verdadeiro amor (08 de 12)
Quanto mais perto desse mundo mais distante estou do verdadeiro amor, me ouça, me envolva com palavras que não sejam doentias, eu não quero mais ser sobrecarregado, nem me sentir inútil, porque sou simplesmente uma pessoa que planta o amor, e que sofre; quem me entende? Perto do verdadeiro amor eu preciso estar, eu preciso alimentar-me desse consolo, aquelas novas esperanças precisarão permanecer até além dos meus limites de emoções, esses pensamentos negativos por conseqüência do cansaço deverão se desfazer, dissiparem pelo ar.
O mundo bate em que não quer aprender, em mim ser sozinho é como usar uma arte de viver, e ser feliz pelo pouco que tenho e que sou, na certeza Deus me dá o suficiente; vou esquecer as velhas histórias, vou sonhar futuros momentos de glórias, ao lado de quem? De quem estiver por perto.
O verdadeiro amor abre seus braços e chama por mim, mas quantos obstáculos terei que enfrentar? Onde está a felicidade plena? Dentro de mim? Em meu coração que pensa? O mistério da mente ameniza minha resposta, e tenho a certeza de que existe tal felicidade, ao ponto que amo sem medidas, vou perdoar ainda quantas vezes for necessário; não precisam me entender, sou mesmo romântico, sentimental, as vezes triste, as vezes feliz por fazer parte de outros sonhos, mas movido pelo simples e verdadeiro amor que há em mim.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Dentro de um livro (07 de 12)
Encontrei na leitura de um livro uma mensagem perfeita de amor, vivi o personagem de um conto, de repente eu estava naquele louco amor, percorrendo estradas estreitas em labirintos, era impossível amar aquela pessoa, mas eu lutei, conquistei; virei a página e vi você se dedicando a outro alguém, meu mundo caiu, meus sonhos sumiram...
Seria uma fantasia? Seria imaginação? Mas o personagem chorou, ficou olhando para o nada, e não conseguiu voltar pela mesma estrada porque não a encontraria, ela já estava noutros braços, dedicando seu coração...
Nem minhas orações fizeram seu retorno, você não teria o sentimento prometido, a chave desse amor estava em outra porta. O personagem mais triste da história agora estava sentado no banco de uma praça refletindo a vida, sozinho, como alguém sem destino, sem final feliz, restara esperança, chances, motivo para ela voltar ; por ter muito amor daria o verdadeiro perdão; mas acabou acordando para a verdade da vida; não adiantaria viver ao lado de quem não o ama; você foi cruel, maltratou-me, iludiu-me, me fez acreditar que eu seria o personagem principal e terminaria feliz; olhei para o céu, olhei para todos os lados, e não vi ninguém, me desculpe; mas rasguei o livro...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

O costume (06 de 12)
É hora de perder o costume, já crescemos, não somos mais descobridores dos novos prazeres, já sabemos o que queremos, não agüento mais viver assim me escondendo, você ama em meus beijos, ama nos detalhes da minha fala, ama percorrer meu corpo; pertenço a você, é o melhor acontecimento.
Para onde vai se estou aqui esperando sua resposta? Todavia minha moral de homem precisa ser mantida, se te quero tenho motivos para requerer respeito, decida sua vida, porque decidi a minha para ficar com você pra sempre.
Paro pelos cantos da casa, encontrando bilhetes, roupas, lembranças... nada serei se a distância me tomar você, de que valeriam minhas vaidades?
Me encontre no tapete da sala, sente-se comigo na sala de jantar, vamos fazer um brinde porque agora vamos ficar juntos, nada vai nos separar, diz que vai ser assim...
Você perto de mim e eu perto de você, amor pra valer, noites inteiras de sensações, acorde amor, perca o costume de me querer por segundos, eu sou todo seu, agora e sempre.
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Depois (05 de 12)
Depois que o tempo passou, depois das maiores confusões que uma cabeça poderia suportar, depois de tudo percebi que renega mas me quer; sabe fingir, mas não me engana, vejo seus desejos à flor da pele, querendo me tocar a qualquer preço, depois de sumir por um tempo, volta e me seduz, e quando me entrego faço coisas que nem imaginaria fazer. Não sei ao certo o que eu sinto por você, quero descobrir o mundo, quero desvendar você...
Ficar olhando a passagem do tempo apenas me faz relembrar e desejar mais e mais; defina-se amante ou o par perfeito, porque esconder a liberdade se ela está tão próxima de você e de mim?
Quer deixar sempre pra depois, e fala de amor quando todo pensamento é somente satisfação de um desejo, depois você vê tudo, sente tudo e volta para as mesmas atitudes incompensadas.
Me chama de o pensador, diz que amor não existe, que paixão é para crianças curiosas, mas no fundo sabe o que sente, que pode ser paixão, amor, é certo que é mais que atração, porque nos momentos que passamos juntos, você se entrega de corpo e alma, vejo sua felicidade, depois de tudo; não quer compromissos, não quer me aceitar para enfrentarmos a realidade que nos compete a vida, esse amor por assim ser tão complexo e insuficiente; depois... depois foge mas não me esquece...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Preocupações de adolescente (04 de 12)
As preocupações de um adolescente, encontrar alguém para compartilhar carinhos, viver pequenos romances, traçar nos beijos metas a cumprir para sua satisfação. Quem nunca foi adolescente? A vida é feita de fases e essa nunca poderia passar, é nessa fase que as vezes ingênuos nos apaixonamos, pensamos que essa paixão nunca vai passar, poderia voltar...
Marcar encontros, esperar disfarçadamente no portão da escola, sonhar em ser alguém, e aquelas loucas travessuras...
Nem parece que o tempo passou.
Me dá tantas saudades, daquelas preocupações de adolescente, a roda de amigos, os passeios da juventude, e quando aconteceu a “primeira vez” o que era sensação passou a ser apego, como controlar esses desejos? Não enganamos nossos pais, mas pensamos, inocentemente acreditamos que o mundo é nosso, que as pessoas nos pertencem, é fase, que passa, deixa história pra contar. Meu Deus, aquele meu primeiro amor, beijos de selinhos, beijos demorados, eu queria mesmo voltar no tempo...
Eu era sentimental, qualquer coisa me deprimia, mas logo passava, as brincadeiras também faziam parte da juventude. Tudo refletia, até o modo de me vestir. Estou com saudades, de tudo, de todos, dos tempos, das preocupações de adolescente.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Sem exageros (03 de 12)
Foi realidade de um sonho lhe encontrar. O que me faz feliz é saber que todas as crises já passaram, e se hão de haver outros temporais confesso estar disposto a lutar sempre por você.
Nos sentimentos mais profundos do meu ser você ocupa todo espaço, sem exageros; mas te amo com um amor infinito ou talvez maior que o universo.
Se distante escutar uma canção, é como se todas as letras me fizessem relembrar momentos vividos contigo, esse amor que sinto não pára no tempo, ele cresce a cada dia, aumenta velozmente e faz de tudo para não deixar fechar a porta do coração.
O amoroso que eu sou reflete a vida na imagem desse ser deslumbrante, inquestionável, que avalia a idéia do sempre como o mais perfeito caminho por onde seguir.
Sentir é algo que dificilmente vamos explicar, é como se esse tal sentimento ultrapassasse a velocidade do pensamento, permitindo existir em todas as gerações passadas e das que hão de vir. Assim que eu te amo, assim que eu te quero, sem exageros; porque teremos que viver o amor, somente assim saberemos desfrutar partes do que é perfeito em uma vida.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Pesadelo (02 de 12)

Outra noite sem sono, caminhando pela casa, contando as mesmas paredes, falando o nome das mesmas cores, falando de você...

Me entregue a sabedoria, pedi a Deus que me entregasse meus antigos sonhos de volta, e no meio deles encontrar partes da nossa história de amor, da mulher mais linda que minha vida já conheceu e tocou...

Vamos juntos contar os detalhes, reclamar das falhas e sorrir por reviver momentos felizes, queira; diga a verdade que há contida nos seus pensamentos...

Escuto a insônia falar de solidão, será que ela me encontrou nessa noite? Terei que fugir, não posso revelar os meus segredos, não posso chorar na frente do espelho, prefiro não ver marcas cabais...

Outra noite olhando pela vidraça as plantas no jardim, as rosas estão dormindo, os lírios abraçados a elas, e eu... sem ninguém, acompanhando um colchão frio...

Os alvos diminuíram, perdi o sono da vida por ser abandonado por aquela delícia da minha vida, eterna...
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Entre a saudade (01 de12)
Quando fico por entre a saudade, me invade loucas sensações incentivadoras do pranto que rola por força desse amor. Um dia você meu bem, flor da minha vida esteve aqui, passou como passa o tempo, esqueceu de ver que eu não merecia perder minha pedra angular...
A saudade bate forte, arrancando suspiros, emergindo cinzas, levantando momentos irretornáveis, quando acordo pra vida e não te vejo segurando em mim com suas belas mãos, meu corpo deixa de ser suave, essa saudade invade intermináveis recordações, não podem me levar à loucura, apenas amo, nada mais que isso, e isso nunca foi proibido.
Entre tudo o que há em mim, nada foi mais forte que a dor de te perder quando ainda poderíamos viver romances, desejos, e caminhos...
Sou tomado por essa saudade, nada mais faz sentido, eu quero ver você retornando, voltando a me afagar, dizendo lindas frases tentando me emocionar, é quando me lembro; você ainda não veio, andou, andou e fez questão de se perder de mim; mas te procuro, mesmo quando sem rumos estou entre essa saudade.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Motivos
Para tudo há um motivo, tanto faz se esse motivo gera a dor ou mesmo alegria (Um dos frutos do amor), causamos tais motivos, e se pensamos que a vida neste instante está sem motivos e sem razões, nada mais é que o fruto da árvore que plantamos com nosso próprio comportamento diante da vida, da vida que levamos, dos rumos que perdemos, as esperas que não tivemos paciência; mas sempre hão de haver motivos pelos quais superar as perdas, as dores, as conquistas não realizadas, você encontrará motivo quando perceber que amar é algo essencial, e quando reconhecer quais os comportamentos que devem ser adquiridos por motivações desse amor que sente e produz a cada novo dia.
Você descobre quais motivos estão faltando para completar sua vida, seja em família, amizade ou até mesmo consigo...
Aprendemos a viver não somente pelas experiências vividas, mas também pelas observadas, somos seres frágeis, sensíveis até quando nos negamos, mas há sentimentos que jamais o homem será capaz de fugir e dizer que não possui. Goste da paz, construa a paz, seja alguém notado pela brandura, pelo jeito de tratar outros, você terá motivos para superar crises, para vencer na vida conquistando qualidades e lugares dentre as pessoas que amam como você, e querem viver ao seu lado, porque encontraram motivos para isso.
Quais os motivos? Quais as razões? Saiba que há motivos e razões à flor de sua pele, vindos do seu coração, que um dia numa outra desilusão disse se cansar da vida, mas Deus nos garante em seu poder muitas reconstruções, isso será alimentado de acordo com sua fé, com os motivos contidos em você. As discussões geram planos negativos dentro da mente humana, aquela vontade de fazer outra pessoa compreender que estamos amando até em palavras é uma tarefa aparentemente impossível. Mas é possível mesmo quando estamos nos limites da nossa enorme imperfeição.
Não queremos levar uma vida de tristeza, de angústia e desilusões, não queremos perder nosso tempo precioso com coisas que não valem a pena, a impressão que temos, é que os erros e os defeitos são sempre dos outros, mas e você em que tem colaborado para a paz ou desunião? O que tem feito por você e pelos que te amam? São perguntas que faço sempre aos meus leitores; o que você tem feito?
Não tem como querer boas motivações se as formas as quais reflete a vida fala numa voz de negatividades; você precisa gostar do sorriso, assim como da tranqüilidade, dos momentos em família, dos momentos em trabalho, com amigos, seja como for, vamos reduzir, “nos momentos com a vida”.
Alguma vez notou seu comportamento realizando más motivações?
Alguma vez notou seu comportamento realizando boas motivações?
Há motivos, sempre há motivos e precisam ser descobertos em você, as perdas fazem parte da vida, mas há perdas causadas por nós mesmos, isso mesmo, como nos comportamos faz a diferença, e se um dia no futuro chorar leites derramados, então verá que o tempo passa e que já é tarde para se recompor. Mas no presente, como andam seus motivos?
(Escrito por Paulo Zamora em 26 de janeiro de 2009)
Acorde com Deus
Acordar com Deus nos permite ter um dia de muitas conquistas, e quando todas as nossas emoções estão fracas e oprimidas é como se Deus recarregasse nossos estímulos.
O isolamento somente gera dependências de negatividades, porque vão nos reduzindo a menos do que somos, enquanto ainda somos muito mais do que nós mesmos podemos imaginar.
Há tantos motivos para viver, há tantos frutos gerados pelo amor, amor que cura qualquer ferida e alivia almas causando momentos para serem eternos.
Acorde todos os dias com Deus no coração, e terá razão para meditar em como construir a paz, isso significa que você precisa fazer a sua parte e conquistar as belezas de tudo o que você já tem, e talvez nem perceba.
O sorriso não gera mau-humor, mas o amor gera união, fraternidade, bondade e brandura, quando tudo isso habita em seu coração; mas que dorme. Acorde com Deus no seu coração e perdoe as imperfeições, deixe de ver apenas os defeitos e olhe para tantas qualidades contidas nas pessoas que você ama e que muito te amam, e vivem na espera do cultivar desse amor. Porque você tem infinitos motivos para viver, para sorrir e sonhar, é que as vezes pequenos problemas nos sufocam e representam serem maiores por conseqüência do nosso cansaço; mas é possível vencer, é possível dispensar a solidão que nos escuro invade nosso quarto no momento do sono. Nós, não precisamos da escuridão em nossas almas, precisamos todos os dias agradecer a Deus pela existência e por tudo o que nos acontece, pelo o que somos e pelo o que temos. Somos grandes seres humanos nos esquecendo de que foi Deus quem nos criou, e muitas vezes deixamos de entendê-lo para entendermos a TRISTEZA, e deixamos ser levados pelo tempo momentos em que poderíamos estar mais alegres ao lado das pessoas que amamos.
Acorde pra vida, você precisa de amigos, e já tem... Você precisa de família; já tem, você precisa desabafar, já tem alguém; Deus é formado de todas as qualidades e quando pedimos a ele a paz, então nos mostra o motivo para encontrar essa paz, e se estamos esquecendo de ver a vida com amor, ele nos sustem e nos motiva a vivermos sempre com mais e mais amor no coração e na alma. Acorde com Deus, ele te ama.
(Escrito por Paulo Zamora em 15 de janeiro de 2009)

Foto de Agamenon Troyan

ELMARA, UMA ARTE INFINITA

ELMARA, UMA ARTE INFINITA

Machado é uma cidade privilegiada de grandes artistas. Mesmo com a difícil tarefa de conseguir patrocínios e expor as suas obras, eles lutam pelo o seu objetivo. O fanzine Episódio Cultural foi conhecer um desses artistas, a jovem Elmara Helena da Silva, (22 anos) moradora do Bairro da Vila Conceição. Aos 12 anos, começou a fazer cartões em papel vegetal. Seis anos depois aprendeu a pintar em estilo abstrato. Posteriormente fez um curso em tecidos com a artista Dulcilene Gonçalves (diretora da UNIARTMA).

Entre os professores que acreditaram em seu potencial estavam Regina Salles e a artista mencionada anteriormente. Em suas pinturas a óleo, percebe-se a influência de Salles. Alguns desses quadros como a “As Pirâmides” (sua primeira pintura abstrata); A Fênix, Natureza Morta, A Igreja e, Paisagem com Flôres, refletem momentos de profunda reflexão, alegria, misticismo e tristeza.

Seus trabalhos, incluindo pinturas em cerâmica, foram expostos no colégio Iracema Rodrigues, onde estudou. Professores, alunos e visitantes, ficaram muito surpresos. Meses depois, seus quadros foram exibidos na Feira da UNIARTMA (Praça Central); na Exposição do Atelier da artista Regina Salles (Casa da Cultura) e no CESEP, onde atualmente faz o curso de História. Há alguns meses ela escreveu um poema abstrato (baseado em seu quadro, “A Moto e o Sofá”).

Entre os livros ela mencionou as biografias de Pablo Picasso e Frida Kahlo. “Sinto Muito” de Gabriel Chalita; “Educar com Oração” e “Pedagogia do Amor” de Rubem Alves. Seus filmes favoritos são: “Reflexo de uma Amizade”, “A Luta por uma Esperança” e “O Sorriso da Mona Lisa”. Ela já tem convites para expor em São Paulo no ano que vem.

Contatos e patrocínios: Rua Santa Teresa, 98. Fone: (35) 3295-3679 / Vila Conceição. Machado-MG 37750-000

“A pintura é uma arte infinita. Está sempre mudando. Há um campo, um céu, uma cor diferente que sempre aparece. Nunca é igual...” (Elmara H. Silva)

Foto de eliane rocha

Luzes a reluzir...

No agito da cidade grande,
luzes e faroes ofuscam
meus olhos...
o barulho das buzinas
a inquietude da cidade
pessoas andam de um lado
para o outro
não percebem a tristeza
q há em meus olhos,
sou só mais um na multidão,
multidão de sonhos
multidão de planos.
Ando cabes baixo
pensando,observando
o grito das crianças
em um banco de praça
me assento,
ouço o som do mar
das ondas a quebrar
olho para o céu
lua e estrelas a brilhar
passo a mão em meus
cabelos,
uma lágrima cai ao chão
aqui dentro o conflito
no meu coração
eu procuro, mas o q procuro?
talvez se eu encontrasse
derrepente a vida
tirasse,sem q eu ao
menos percebesse
procuro paz,
amar um pouco mais
não sei...
coração q sonha
q acredita na vida
coração, aquieta-te
aqui dentro de mim
vou, indo amanhã
retorno
para procurar
um pouco mais
e quem sabe eu não
encontre, mas oq?
procuro no escuro do meu ser...

Foto de Sonia Delsin

À NOITE EU VÔO

À NOITE EU VÔO

Eu escapo no meio da noite pelos vãos da vidraça.
Vou buscar a lua.
Buscar a praça.
Buscar um pouco de mim.
Sou assim.
Sobrevôo o jardim.
Sobrevôo cemitérios, sobrevôo parques, alamedas.
E casais namorando.
Não a bisbilhotar.
A admirar.
Eu vôo.
Vou tudo captando.
As energias do mundo apanhando.
Como estrelas que encravo no meu céu.
Daí então volto a dormir.
E a sorrir...
A sorrir.

Foto de alentejana

««Mundo dorido««

As dores do mundo eu queria tomar
Queria atá-las num laço apertado
Num rio profundo as ia deitar
E o homem podia dormir descansado

Neste velho mundo cansado
Entre guerras, fome, e dor
É tão difícil passar ao lado
Do mendigo que só quer amor

Do velho que esconde a dor
Num triste sorriso sem graça
Tentando conter o clamor
Do grito que cala com raça

Velhos e meninos sentados na praça
Vão estendendo a mão, pedindo o pão
A quem por eles com pressa passa
E nem os olhos levanta do chão

Será que o passante não tem coração
Ou será que se esqueceu de dar
Será que vive na ilusão
DE QUE NUNCA IRÁ PRECISAR!!!!!!!!!

Antónia Ruivo ... Novembro de 2007

Foto de sidcleyjr

Sonhos

Calma numa existência da real descoberta dos arrepios
Liberdade ao respirar longe da fumaça constitucional
E a pronuncia do doce amor à alma
Fugindo a praça
Balançando-se olhando ao horizonte
Sorrindo às cores das borboletas azuis
Refletida na autoconsciência do coração
Vermelho cuspido em seres lúcidos
Recebendo o mérito ao pigmento
Sem por em risco o barquinho
Que navega no mar da neutralidade.
Abismo tem piso da carne sentida
Ao elo da compreensão e esperança,
Sonhos o tesouro das sensações constantes
Imaginação livre sobre as ruas da criatividade
Nuvens casas no terreno dos céus
A maquina dos humanos não as reconhece
O segredo está apenas no piscar fértil do garoto
Arvores levam seus frutos às fruteiras da vovó
Que mima seus netinhos deliciando-se no lar doce lar.

Macro

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