Enviado por Sonia Delsin em Qui, 18/09/2008 - 23:29
MENTIRAS
Ele mentia.
Ela sabia.
E fingia.
Fazia de conta que não via.
Ele sempre mentia.
Ela sofria.
Seu ser se contraía.
E buscava força lá no fundo.
Não conseguia entender o mundo.
Por que, se ela o amava tanto, ele lhe causava tanto pranto?
Mentiras.
Seu coração ficou em farrapos, em tiras.
E ela pensava.
Tantas mentiras.
Tantas...
Que sentido teve o seu viver?
Quanto sofrer!
Ela só queria... uma coisa... esquecer.
Encontro-me
Nesse aposento
Lamento...
Uma vida sem cor
Por imprudência de
Mim mesmo
Sufoco esse clamor...
Minha história pintada
Numa tela fria agora
Passa um filme em
Minha memória...
Em preto e branco
Num coração em pranto...
Algozes riem de mim
Fiz dele meus reféns
Acorrentados num
Labirinto sem fim...
Num elo que se desfaz
Não tem como voltar
Atrás...
Inocência pueril...
A mercê de estranhos
Minha vida por um fio...
Preciso reagir!
Tenho que prosseguir...
Existem vidas que
Precisam de minha
Coragem
Não posso ter
Auto piedade...
Se estou aqui...
É por que me deixei
Cair...
Não vou me abater
Eu vou é resolver!
Nada é por acaso
Estou nesse estado
É por que...
Foi me dado um prazo...
Ou eu aceito resignado
E lamento minha sorte
Ou entrego-me a mercê
Da própria morte.
A escolha é minha!
E Deus é o meu salvador
Entrego-te minha vida
Minh’alma e minha dor...
Por favor...
Cure-me Senhor!
Silêncio que oprime
Em alma desolada
Carente de afecto
De atenção
Peito prestes a rebentar
Num pranto de comiseração
De libertação ou exclusão
Nunca de indiferença
Alma só
Que apenas precisa
De um olhar teu
Um breve sorriso
Que aflore em teus lábios
Noite que se faz em dia
Perspectiva e ânimo
Replantados esmo que
Sejam falsos por
Ilusórios serem
Mas a vida é feita
De ilusões mais desfeitas
Que feitas, não posso
Não devo destruir a última
Esperança que ainda
Reside em minha alma
Torturada
Torturada de saber
Que há alguém que ame
Alguém ausente mas presente
Num breve sorriso
E numa vaga memoria
Sempre com você
Sempre pensando em você
Eu queria ser seus lábios para ser dona do seu sorriso,
Eu queria ser o seu ouvido para dizer que sempre Te amo,
Eu queria ser seu coração para morar sempre dentro dele,
Eu queria esse olhar tão meigo, mas se eu não sou nada disso nem sou quem você ama,
Quero que saiba que sou
Eu sou mais você...
autoria:
>Laísa Silva (Minha Poetinha) ' '.
"Dormi com os anjos; Estarei em pranto ao inferno até que esteja sonhando."
Enviado por Sonia Delsin em Dom, 07/09/2008 - 18:02
ENCERRADO UM CICLO
Um dia nós conversávamos.
Em nosso jardim sentados nós conversávamos.
Tu me disseste.
A vida é feita de ciclos e um está se fechando.
Eu não podia entender e fiquei chorando.
Eu chorava tanto.
Me punha em pranto.
Não conseguia entender porque isto precisava acontecer.
Se eu te amava e acreditava que tu também me amavas.
Tudo estava sendo preparado para nossa separação.
Tudo estava sendo ajeitado.
E eu não queria aceitar.
Queria consertar.
O que já tinha não conserto.
Sempre acreditei que em tudo se dá um jeito.
Foi uma das nossas últimas conversas aquela e me ficou tudo gravado.
Teu jeito de me olhar.
Era um olhar pesado.
A noite escura. A rede no canto.
Nós sentados conversando.
Tem horas que me pego pensando.
Por que as pessoas se conhecem... se apaixonam... se casam, vivem juntas anos e anos e se separam?
Por que dois seres apaixonados se tornam dois estranhos?
Coisas da vida.
Sei que está encerrado um ciclo. Tenho plena consciência disso.
Mas tem horas que fico refletindo.
É do ser humano pensar, lembrar.
E aquela noite nunca vai se apagar.
Estávamos nos despedindo.
Eu te via indo.
E queria segurar.
Queria segurar o tempo que arrasta tudo como uma grande enxurrada.
Penso.
Não resta nada?
Enviado por Sonia Delsin em Sex, 05/09/2008 - 17:20
ESTRAGOS IRREPARÁVEIS
Tinhas um olhar tão triste, tão triste.
Nos teus últimos anos de vida tinhas um olhar tão dolorido.
Dizias.
Tenho lembranças duras do passado.
Por um sorriso teu o que eu não teria dado?
Meu pai amado.
A depressão danos irreparáveis te causou.
Dizias que a vida te machucou.
Partiste.
O mundo sem ti mais vazio ficou.
Hoje parece que tenho os teus olhos na minha frente.
A me olhar tristemente.
Como a pedir.
Me ajude, filha amada. Me ajude a partir.
Era tua hora de ir.
Partiste me agarrando.
Como se eu pudesse de alguma forma te fortalecer.
Eras meu pai adorado.
Uma parte de meu ser.
Te vi morrer.
E fiquei em pranto... (naquele tempo eu não conseguia compreender).
Que temos nosso tempo aqui e partimos, mas continuamos de uma outra forma a viver.
Vago...
Perdido por entre as sombras escuras
Vagando na bruma tórrida do amanhecer
Sinto em meu peito enorme agonia
Meu pranto gélido escorre na face
Não sei por que choro
Apenas derramo incessantemente as lágrimas
Angustia profunda, canto mórbido...
Voz embaçada não consegue sair
Em volta, só solidão...
Escondida, guardada, a esperança sumiu,
Meu pranto incessante incomoda
Pois reflete a angustia da minha alma
Não quero sentir
Apenas sumir
Deixar de existir
O poço de erros
Tortura meu ser
Atolado, embaraçado
Não consigo sair
Lama suja, fétida do passado,
Não abandona meu corpo
Apenas permito que o tempo passe
Impotente, admiro seu passar,
E meu coração dói, amargamente...
Como te esquecer se estas em meu pensamento
Ouço tua voz que não conheço como encanto,
Em sons de violinos que vêm do firmamento
E que atingem minh’alma e com eles eu canto.
Vivo vendo tua imagem em todo momento.
Eu ouço os acordes e descubro e me espanto
Com o prazer que isso me dá ao extrair o tormento
Da saudade que às vezes se instala em pranto
Surdo, sem lágrimas... Não é choro de lamento
E sim desejo que como se fosse um manto
Cobre-me e acalenta os sonhos que em fragmento
Transforma-se em poesia pela qual eu suplanto
A nostalgia e assim transformo em alegria o alento
D’ alma que ora vejo brilhar neste recanto.
"Pedi para que o tempo parasse
E os momentos se eternizassem
Sempre que estivéssemos juntos...
Mas um segundo era um segundo
E o tempo continuava seu rumo...
Pedi para que o tempo voasse
Quando por ti eu sofria
Pois assim te esqueceria e a dor iria embora...
Mas, uma hora era uma hora
E o tempo seguia sua rota...
Achei que o amor era eterno
E me enganei...
De tanta saudade pensei, que talvez eu morreria...
Mas um dia era um dia
E as águas do tempo corria...
Escorria meu pranto...
No entanto, nem um minuto foi mudado
Nada ficou parado
Em virtude da minha dor...
Hoje, não questiono mais o tempo
Vou vivendo...
E vivo intensamente
Cada instante é um presente...
E amo...como novidade de vida...
Fugir disso é covardia!
Acredito no eterno, no sempre
Mas, consciente...
Pois, sempre não é todo dia...."(Rose Felliciano)
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*Mantenha a autoria do Poema*
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Poema inspirado na frase do cantor e compositor Oswaldo Montenegro- "Sempre não é todo dia".