Pressa

Foto de Ivone Boechat

Amor de pai

Amor de pai é indiscutível:
mão calejada, camisa suada,
pressa, canseira,
doação,
o pai é avalista
dos erros na contramão;
amor de pai é visível:
joelhos dobrados,
prece escondida,
braços abertos,
olhar de ternura,
perdão.
Pai é alguém muito especial:
produtor,
diretor,
ator, figurante
do filme, ao vivo, em cores,
com o roteiro da vida escrito
nas linhas de sua mão.

Ivone Boechat
Publicado no meu livro AMANHECER 3ª.Ed Reproarte- RJ 2004

Foto de Danyy Amor Paixao

Talvez e Esperança

Talvez você nunca leia,, talvez as pessoas se esqueçam afinal o tempo passa tão depressa ,, mas tenho a plena certeza que vai a ver um tempo só nosso,, aonde não machucaremos ninguém,, só haverá eu você e o nosso amor,, ninguém se encontra por acaso,, e com o tempo que passa de pressa percebo que e muito lindo meu sentimento por você,, o único pedido que te faço meu amor é que nunca suma desapareça quero te ver feliz do lado de sua família filhos,, meu amor por você não é e nunca foi carne,, apesar da química ser maravilhosa,, esse sentimento maravilhoso,, vou viver um dia com você,, meu lindo,, Beijos de sua eterna Apaixonada...

Foto de Fernanda Queiroz

Fugindo de mim

A paisagem passa depressa
Patas velozes rasgam o caminho como flecha
Diminuindo a distância entre mim e o mundo
Meu corpo se eleva em ritmado balanço
Pés firmes desprovidos de açoite
Mãos apertadas junto ao cabresto livre
Desprovido de freios
Ganhando liberdade
Correndo para o mundo
Ou do mundo fugindo
Correndo contra o tempo
Ou do tempo fugindo
Fugindo de mim
Ou do que restou de mim
Apenas vultos em minha paisagem
Cores se confundem
Cinzentas se agitam ou gritam
Como se tivesse vozes na cor
Como se entendesse de dor
A velocidade aumenta
Voar é minha meta
Mais depressa
Tenho pressa de chegar
Mesmo que seja o abismo
Meu destino certo
Onde tudo é incerto
O ar que foi brisa
Tornou-se vento
Que mesmo em tormento
Calça-me de coragem
Tira a dor de minha bagagem
Preciso continuar
Fugindo de mim
Ou do você que existe em mim
Do meu passado presente
Ou do meu presente passado
Do meu vazio intenso
Onde transborda solidão
Apenas por um momento
Senti a sensação
Que seguravas em minha mão
Mas eram as rédeas do destino
Que se encarregou de atá-las
Que fecundas como as marcas
Batentes cravadas no solo
Impõe-me o peso real
Da realidade mortal.
Eu não posso voar.....

Fernanda Queiroz
Direitoa Autorais reservados

Foto de Carmen Vervloet

Luto

Por que caiu o viaduto de BH?
Erro de cálculo,
material inadequado
por causa de superfaturamento,
ou pressa para deixa-lo pronto para a Copa?
Travessuras da fatalidade
que assume o peso da tragédia
ou prenúncio da derrocada da nossa Seleção?
Duas vítimas fatais e muitos feridos
e feridos também tantos corações...
Os mortos já não correm perigo
e os vivos que transitam por tantas outras obras
feitas com a mesma pressa
para a realização do grandioso evento?
Quem nos garante que elas são seguras
se nem o hexa que parecia coisa certa aconteceu?
Hoje a nação brasileira está de luto,
foram soterradas, por uma chuva de gols,
sua derradeira alegria e sua infinita esperança...
Sustentadas sobre um sonho que não aconteceu.
O que restou foi o receio do que está por vir.

Foto de Rosamares da Maia

Não há tempo

Não há tempo

Não, não há tempo,
O tempo das esperas acabou,
Temos pressa, muita pressa.
O tempo de viver é volátil.
Construímos um novo calendário,
Alteramos o nosso relógio biológico.
Modificamos o cenário.
As flores da primavera florescem no outono.
Realidades de rotas alteradas, inacabadas,
Não importa, não há tempo para o perfeito.
Não queremos pensar,
Queremos soluções prontas, sem dor.
Queremos fetiche e paixão – não amor.
É tempo demais pra construir.
Queremos nos gastar, consumir e sumir.
Satisfazer ansiedades, sem nada assumir.
Não necessitamos de relações de qualidade.
É tempo de marés e modas, pirotecnia.
Fugas planejadas da realidade,
Das promessas mágicas dos ilusionistas.
De oferecer tudo num piscar de olhos.
Num segundo vender tudo barato.
A Humanidade barateou o seu custo,
Vivemos a lei do mercado – oferta,
Mesmo sem procura - vida e loucura.
E num gole profano afoga-se o humano,
Over dose inconsistente de gente
Gente pra que?
Se não há o tempo de Ser.

Foto de Anja Ma

Me ame pela última vez

Me ame pela última vez
Anja Mah

Me ame pela última vez
Me deixe sentir o toque suave de sua mãos
Acariciando meu corpo
Tua boca beijando a minha
Nossas língua entrelaçadas
Com o fervor da paixão
Leve - me ao céu por amor
E me deixe queimar no inferno por luxúria

Me ame pela última vez
Me faça viver
mesmo que depois venha morrer
De paixão e dor
Faça meu corpo vibrar
Com seu toque
Com seus beijos e
Seus gemidos

Me ame pela última vez
Sem ter pressa pra acabar
Ou pena de me ferir
Marque meu corpo
Como tatuagem
Para quando parti
Eu ainda poder te sentir.

Foto de Carmen Lúcia

Para, mundo!

Para, mundo!
Nem que seja por segundos.
Espaço ínfimo de tempo,
pra que eu recobre as forças
e ressuscite os momentos
em que morri em diversas partes
e amarguei a felicidade.

Para, mundo!
Uns segundos sem girar...
Preciso reaprender a amar,
dar o último beijo,
o primeiro abraço,
afagar quem não vejo,
pensar num recomeço,
falar de um amor, sem jeito,
ter tempo pra me retratar.

Mundo, ouve meu apelo.
Compadece-se desse meu apresso,
faz o meu andar sem pressa.
Quero olhar bem devagar,
descobrir sentimentos, pessoas,
profundidades,
reaver minha identidade,
os dias felizes,
voltar às minhas raízes.

Para, mundo!
Quero acertar meu passo
que na ânsia de chegar
deixou vazar a essência,
por imprudência...
Pisou trilhas erradas,
caminhou em descompasso,
girou mais rápido que você.
E ao topar com a chegada
se perguntou: Por quê?

Quem sabe se ao recomeçarem
as viravoltas que você dá
encontre-me no mesmo lugar
em que desci pra sonhar...

Caso lá não estiver
continue rodando,
enquanto puder.
É que encontrei o que perdi
e me perdi ao me encontrar.

_Carmen Lúcia_

Foto de leandro landim

Seu ser por inteiro

Que a solidão vá embora
Junto com a saudade
E a tristeza sem demora
Dê lugar a felicidade;
Que o tempo passe sem pressa
Quando eu estiver ao seu lado
Quando em meus ouvidos você confessa
Que sou o seu amado;
Que seus medos sejam suaves
E que amar não seja um jogo
Uma porta sem chaves
Uma chama sem fogo;
Quero seu ser por inteiro
Na primavera das flores
No verão de janeiro
Porque somos merecedores.

Foto de Rosamares da Maia

EVOLUÇÃO

Evolução
No tempo a história da Humanidade fala.
Conta à saga da Criatura que de pé caminhou.
Criando laços, traçando passos e trajetórias.
Emitiu sons guturais e logo modulou o tom,

Aperfeiçoando o gesto, ferramenta da mão.
Eis os arquitetos de uma nova criação!
Corpo ereto, pés sustentando movimentos,
Pés e mãos, veículos da mente para circulação.

Artérias a amostra rasgam um novo chão.
Mas logo, o dom de caminhar não basta!
Precisava viajar e transportar, transcender.
Saciar o seu desejo de saber e conhecer.

Assenhorou-se dos rumos desta nova vida.
Pés e mãos convertem-se em máquinas,
Fundem sua força no elo da transformação.
É a nova era, poder, riqueza e progresso.

E da nova vida Homem? Deleite e desfrute.
Fabuloso prêmio ao Senhor dos tempos.
Mais qual o preço? Qual vida? Que valor?
A Criatura é refém da própria criação!

Transita no berço da morte, guiando destruição.
O elo da humanidade perdeu o seu rumo.
Na rota do futuro desencontrou-se do Homem.
Onde e como reaprender o caminho?

É preciso restaurar o caminho e cada passo.
Sem pressa reencontrar o valor do espaço,
A rota do Criador e a humildade da criação.

Laços, passos, traços, elos de vida - Humanidade.
No tempo a história do Homem subverteu-se,
Já não fala, grita e suplica num pranto de dor.
Roda e motor, rolo compressor. Perdão Criador!

Rosamares da Maia

Foto de Joice Lagos

Fugir de mim

Ás vezes a vida dói, mas eu nem sei explicar meus próprios medos.
Quem sabe seja toda essa a gente agitada que passa pela minha vida todos os dias, a fumaça e a buzina dos carros que passam apressados por uma avenida torta, por todas as cenas trágicas que vejo e nem consigo conter a emoção.
Ás vezes gostaria de fugir pra um lugar distante, longe de tudo e mais perto do céu.
Onde as pessoas fossem humanas e a natureza me ensinasse a sonhar de novo.
Queria apenas um instante num paraíso de emoções, então deixaria aqui as amarguras e estaria livre...
Livre para amar de verdade, sem medo, sem culpa, sem receios.
Livre pra sentir carinho por aqueles que me rodeiam, sem tanta pressa, sem tantas formalidades.
Queria olhar meu semelhante e sentir mais, muito mais do que sinto hoje.
Estou cansada de ser só um número nas estatísticas, de dedicar meu tempo ao meu trabalho e quase esquecer que sou humana e que tenho coração.
Queria apenas gritar bem forte, pra ver se expulso meus demônios e ver se sobram flores.
Eu queria ser mais e poder doar mais de mim, mas percebo que sou limitada.
Ao menos hoje quero dormir o sono dos justos, com a cabeça livre de temores, e com o coração preenchido.
E quem sabe assim meus sonhos me levem pra esse lugar distante e eu fique mais próxima de Deus.

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