Queda

Foto de Flávia Simplicio

Todo âmago

Em todo âmago
do sinistro abismo que nos separa,
não cabem os gritos de saudade.
Com todos os sons mais altos,
ainda assim,
não são abalados
os sussurros mudos,
as noites frias,
em que você não veio.
Não vieram,
nem mesmo tuas vestes
ou teus olhos assombrados,
ou teu sorriso abusado,
ou teu sarcasmo deslavado.

Tu,que em teus braços,
tens abrigo e segurança.
Mas seus braços,
são os mesmos abismos,
que nos empurram,
que nos desmoronam,
que nos traem,
que nos entristecem,
E que nos levam a crer
que o fim do abismo,
é somente o início de uma longa queda.
Que começa com três palavras,
que nem mesmo o dicionário define,
nem um longo texto exprime,
não traduzem nada,
e ao mesmo tempo,
traduzem tudo.
As palavras do fim.
E do começo do mundo.
“Eu te amo”.

Flávia S. Rodrigues
Todos direitos reservados

Foto de SANDRA FUENTES

Copacabana

Recupero-me da queda de ontem. Assombrada ainda com o impacto do meu corpo no meio fio. Boca sangrando lágrimas. Afinal, onde dói mais? Permaneço olhando o teto branco de gelo que derrete e molha minha nudez. Meu corpo rígido desfalece e, por uma eternidade de duas horas e quinze minutos, sente apenas o que foi o calor que aquecia este planeta de seis metros quadrados que eu chamava de santuário. Não sei se o que ouço é música. São ruídos que vêm da rua e é provável que seja efeito ainda da overdose dos abraços que chegavam de surpresa. Meu corpo levanta e caminha até a sala, mas sinto que estou deitada e presa neste espaço sendo banhada aos poucos pela água gelada. Observo de longe minha imobilidade. Chame de saudade quem quiser. De queda, tombo, atropelamento, surra, que seja. Muitas de mim não existem desde ontem. Houve uma chacina. Duas sobreviveram: uma deitada no frio molhada pelo teto que derrete e outra ensandecida contando as pedras do calçadão de Copacabana.

Foto de Carmen Vervloet

SERMÃO PARA UM HOMEM IMPERFEITO

Caminhas em busca de venturas,
Mais vezes caça do que caçador
Se não focas no amor a tua procura
Pilha-te o primeiro sentimento predador.

O espírito, onda em movimento
No mar revolto das promessas da tentação
Desliza solto a mercê do vento...
Em cada queda um degrau de evolução.

Cabe a ti escolher e traçar o teu destino
O livre arbítrio é todo e somente teu
A vida não é um cassino clandestino
Mas o maior tesouro que Deus te deu.

Envolve-te de luz como de um manto
E faça-te arauto de bons intentos
Lave os caminhos com os teus prantos
A alma é sábia e compreenderá o lamento

Se Deus mostra sua face na flor selvagem
E dissipa as nuvens num sopro de vento
E te deu livre arbítrio nesta viagem
Por que não fazer bom uso de cada momento?

A vida é a seara que cultivas com amor
Enxergue o mundo num grão de areia
Construa tua obra com carinho e bom humor
E deixe a felicidade penetrar por tuas veias.

Deus te deu sabedoria, potencial e inteligência...
E ouvindo o coração, acionando a consciência
Crie uma praia com seu pequenino grão de areia
E então em paz, deleite-se com a lua cheia!

Carmen Vervloet

Foto de Jessik Vlinder

Um Amor Intangível

Acordo às três da madrugada e lentamente desperto
Ocupo mais espaço na cama do que o necessário
E mesmo meus olhos lutando para continuarem fechados
Os obrigo a deslumbrarem o escuro do quarto...

De repente, antes de me encontrar em total lucidez
Teu semblante surge lindamente a minha frente
Parece um sonho, mas estou acordada – ou penso estar
E fico parada, te olhando a me olhar com teu jeito meigo...

Ah... como tu és lindo. Beleza digna de anjo
Tenho medo de me perder totalmente de mim
E acabar descobrindo que só me encontro em ti
Que minha vida agora é vagar pelo teu mundo...

Mas essa ideia me assusta de tal maneira
Que me faz voltar à realidade subitamente
E como numa queda brusca, percebo minha loucura
Você não está aqui, nunca esteve e talvez nunca estará...

Tu és como a aurora. Esplendente, feérico e divino
Porém, intocável. Sempre distante, sempre intangível
E até mesmo para mim que ouso voar os mais altos céus
Deslindando os segredos do alto, permaneces assim...

Me resigno ao silêncio, ao vazio e à negrura de mais uma noite
Volto a fechar meus olhos na tentativa de apagá-lo do meu pensamento
Repito mentalmente pra mim mesma que estou sozinha e que assim devo ficar
E me conforto com a ideia de que ao amanhecer já não saberei mais nem quem tu és...

Foto de jessebarbosadeoliveira27

VERSOS CONTRA O DESERTO

A mente perpassa ao largo do compasso.
O sonho diariamente adquire a cromática do cadáver:
A vida, a cada queda de ravina,
Fica mais intensamente circunscrita.

O onipotente penedo de ontem,
Agora célere e definitivamente se liquidifica:
Os arrebóis da esperança se descorporificam,
Convertendo-se em estafetas do paraíso da Ruína.

A paz cai nas garras
Da areia movediça:
Planeta onde o sangue
Que irrompe dos moribundos corpos
Vira miríades do aurífero petróleo.

Ah, eu queria morar no iracundo remanso
Qual era a têmpera, a voz e a Verve do Poeta de Itabira:
Talhar os versos que componho
Com a lâmina da sabiamente Lírica eloquência abrasiva,
Florescida da sua singeleza funda e ferina:
Pois só assim eu cravaria a minha lira
No coração da desertificação da vulcânica fluência dos dias.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de sandra mello-flor

O AMOR

O amor é assim

O amor é assim, é feito instantes, de brilho
Inteiro, eterno ou em pedaços de felicidade
Por vezes é sol é lua, ou tempestade na desilusão.
O amor é assim, pecador, adorável, insano,
fica preso ao olhar, é sem sentido, sem distancia
Sem tempo, com todo o tempo, cúmplice da culpa.
O amor é assim, quando feito de ilusão, fiel mentiroso...
Atravessa sonhos frágeis, mares sem ruas, numa dança
sem rumo de uma paixão
O amor é assim, faz a alegria do teu sorrir
Ou te espia no teu morrer, para velo chorar...
O amor é assim, vida na embriaguez de uma saudade...
dos desencontros do coração, é caminho de areia
de pegadas eternas na alma.
É céu de estrelas infinitas, é disparo acelerado do coração
De uma partida ou de uma chegada
É um segredo rabiscado em palavras, é verso, é metade
O amor é assim, alegria de um beijo, suspiro desejo...
É riso, lagrima, cheiro, gosto, é realidade em fantasias...
Mas ele sabe, a dor que engole ou deixa no silencio...
interminável de uma espera ou no adeus
Quando ele vai embora.

Sandra Mello- flor

El amor es así, se realiza momentos de brillantez
Entero o piezas de la felicidad eterna
A veces la luna es el sol, o una tormenta en la decepción.
El amor es tan pecaminoso, dulce, loca,
se queda atascado en el ojo, no tiene sentido sin distancia
No hay tiempo, con todo el tiempo, cómplice de la culpabilidad.
El amor es así, cuando se hace de la ilusión, auténtico mentiroso ...
Cruces sueños mares frágiles sin calles, un baile
sin la dirección de una pasión
El amor es así, ¿la alegría de tu sonrisa
O bien espiar a tu morir a llorar vellón ...
El amor es así, la vida en una nostalgia borrachos ...
malentendidos del corazón, es el camino de arena
huellas en el alma eterna.
Es cielo infinito de estrellas, que está activando el corazón acelerado
En una salida o de llegada una
Es un secreto garabateado en palabras, el verso, es la mitad
El amor es por tanto la alegría de un beso, deseo ... suspiro
Es la risa, las lágrimas, el olfato, el gusto, la fantasía es la realidad ...
Pero él sabe el dolor al tragar o las hojas en el silencio ...
una espera sin fin o adiós
Cuando él se aleja.

Sandra Mello-flor

L'amour est ainsi, il est fait des moments de brillance
Entiers ou en morceaux d'un bonheur éternel
Parfois, la lune est le soleil, ou une tempête dans la déception.
L'amour est si pécheur, douce, folle,
est bloqué à l'œil, n'a pas de sens sans distance
Pas le temps, avec tout le temps, un complice de la culpabilité.
L'amour est si, lorsqu'elle est faite de l'illusion, menteur vrai ...
Franchit rêves mer fragile, sans rues, une danse
sans direction d'une passion
L'amour est affirmative, la joie de ton sourire
Ou Spy-vous sur votre mort à pleurer polaire ...
L'amour est ainsi, la vie dans une nostalgie ivre ...
malentendus du cœur, est le moyen de sable
empreintes de pas dans l'âme éternelle.
C'est le ciel infini des étoiles, est le déclenchement cardiaque accéléré
Dans un départ ou une arrivée
C'est un secret griffonnés sur des mots, des vers, est à moitié
L'amour est donc la joie d'un baiser, souhaite ... soupir
C'est rire, les larmes, l'odorat, le goût, la fantaisie, c'est la réalité ...
Mais il sait la douleur à avaler ou de feuilles dans le silence ...
une attente sans fin ou au revoir
Quand il s'éloigne.

Sandra Mello-fleur

Love is so

Love is so, it is done moments of brilliance
Whole or pieces of eternal happiness
Sometimes the moon is the sun, or storm in disappointment.
Love is so sinful, adorable, insane,
gets stuck to the eye, is meaningless without distance
No time, with all the time, an accomplice of guilt.
Love is so, when made of illusion, true liar ...
Crosses dreams fragile seas without streets, a dance
without direction of a passion
Love is so, does the joy of your smile
Or you spy on your dying to cry fleece ...
Love is so, life in a drunken nostalgia ...
misunderstandings of the heart, is the way of sand
footprints in the eternal soul.
It's endless sky of stars, is triggering accelerated heart
In a departure or an arrival
It's a secret scribbled on words, verse, is half
Love is thus the joy of a kiss, wish ... sigh
It's laughter, tears, smell, taste, fantasy is reality ...
But he knows the pain swallowing or leaves in silence ...
an endless waiting or goodbye
When he walks away.

Sandra Mello-flower

Foto de geraldo trombin

7º concurso literário - ÁGUAS ORIENTAIS

ÁGUAS ORIENTAIS

Você, que é fonte da volúpia,
Persiste sobre o meu mais profundo ser.
E, das suas águas, quero que saiba,
Eu quero beber.

Nada adianta esconder os sentimentos.
Suas águas sequiosas não resistirão.
E, nas cataratas dos nossos pensamentos,
Nada de solidão.

Eu quero deslizar sobre seu corpo.
Descer a cachoeira do prazer.
Sentir o padecer das turvas taras.
E, ao mesmo tempo, seu corpo esvaecer.

Eu quero sentir as suas águas
Inebriadas a seguir pelo meu leito
Numa incessante queda de desejos
Em nossos momentos íntimos de pleito.

Foto de Diario de uma bruxa

Foi assim que me apaixonei

Eu quis voar
Tentei encostar a mão no céu
Mas perdi o equilíbrio
E cai sem direção

Tentei planar no ar
Abri minhas asas
Tentando novamente voar
Mas elas se fecharam
Não quiseram me ajudar

Perdi o sentido
O caminho se fechou
Cai próximo a um abismo
Quase fui engolida pelo chão

Mas você muito ágil
Com suas garras me pegou
E novamente para o céu
Levou-me

Tentei tocar o céu novamente
Não consegui
Mas por entre as nuvens
Voamos

Jamais imaginei
Que seria tão bom
Um passeio assim... Contigo

Foi assim que te conheci
E foi assim que me apaixonei

Entre uma queda
E um salvamento
Meu herói... Meu amor
Salvou-me e roubou meu coração
Pra sempre.

Poema as Bruxas "Pb"

Foto de Dhyego Souza

O Menino Timido

O Menino Timido

Bom gente essa e a história de um menino timido q por sua vez a timidez atrapalhou sua vida amorosa toda,bom vamus a história.
O menino conheceu uma garota em sua epoca de escola por quem ele tinha uma queda a temo desde o 6° ano fundamental ,mas quando u tempo foi passando e ele amadureceu e u sentimento aumento ,ele começou a compreender o amor bom,vamos para u 2° ano (ensino medio).Ele resolveu tentar uma conversa com ele mas ele nunca tinha se quer falado oi com ela atraves de amigos ele marcou um encontro com ela os dois se encontraram passaram uma noite linda ele via que nos olhos dela brilhavam de felicidade ,no dia seguinte ele começou a reclama de dores ela foi au medico e foi diagnosticado uma apendicite e ele preocupado mais naum demostrando a preocupação a nimguem depois dessa noite a timidez foi mais forte ele chegou em sua sala de aula mais neim se quer olhou nos olhos dela mais ele amava tanto q tentava combater isso por ela no fim da aula os dois conversaram i ela disse:Eu te amo adorei aquela noite i a timidez mais uma vez falou mais forte ele disse: Presciso ir .
No dia seguinte ele ficou sabendo q sua tão amada faleceu por sua doença, ele ficou revoltado e penssou em naum ter falado aquele dia a palavra tão esperada por ela "Eu te Amo" Ele foi ao enterro jogou uma ultima flor molhada com suas lagrimas e disse: Eu te amo e ela la de cima respondeu Tarde DE MAIS """""

Foto de Oliveira Santos

Todo Mundo É Ninguém

Vida curta, mundo estreito
Visão parca, desrespeito
Sobrevivendo nesta feroz competição
Subjugam, sobrepujam
Uns aos outros mais se sujam
A todo momento uma nova decepção

Retração dos sentimentos
Uma nova farsa, um novo tormento
Um novo degrau difícil de galgar
Sempre correndo contra o tempo
Tropeço, queda, derrota e lamento
As mãos nas rédeas sem poder para controlar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

O ferro fere, o tempo marca
Dando soco em ponta de faca
Na nossa eterna persistência em viver
Sofre, teima, lima e sua
Todos os dias, em todas as ruas
Esta labuta dá vontade de morrer

Pobres, gays e meretrizes
Também buscam seus dias felizes
Que força é essa que lhes fazem perdurar?
Cai a noite, perco o sono
Meninos de rua, cachorros sem dono
É justo perder as esperanças disso mudar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

23/09/98

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