Queda

Foto de pttuii

Queda do anjo cobarde

Chove,
Lapsos em lume brando,...

Há água em trombas,
Silêncio de savana,
Desgaste da vida cronometrada,...

Chove,
A queda do anjo cobarde,
Faz-me pensar em lamúrias,...

Sentado à bolina,
No canto do mundo,...

E a chuva a matar,...

Chove,
Olá universo,
Venci-te no abrupto....

Foto de pttuii

Escarreta

O homem da barba que quase existiu acordou. De uma espreguiçadela abraçou as únicas quatro paredes pequenas que aguentavam levar com lamentos insuportáveis, incontrolavelmente tristes. Estavam pintadas de um azul ocre, desmaiado por rituais de querelas emocionais com riachos de tinto estragado.
A parcela de religião fundada em mini-obrigações morais tinha a forma habitual:
- o crucifixo que ganhou por piedade do dono da tasca da esquina pendia, prestes a uma queda fatal.
Uma camisa de xadrez difícil de definir, amargamente pousada em cima de calças de sarja rasgadas nos joelhos, concretizavam o guarda roupa necessário para o dia. A cadeira torta, a única herança de duas pessoas que fizeram o desfavor de cagar o mundo com uma bosta de duas pernas e dois braços, suportava um peso ridiculamente difícil de definir.
Quatro passos tortos, inevitáveis num rumo de auto-destruição anunciada, e um rio de substância amarelecida e odorenta a descer pelo cano abaixo.
Comichão na alma, socorre-se de três ou quatro experiências de humidificação de um rosto disforme.
Fica uma barba. Comichão no lóbulo direito. Puxar a escarreta que exige liberdade. O pregão da varina alimenta desejo de fuga. Esganiça tranquilidades. Mata bem fazeres de uma alma moribunda.
Dois segundos entre fechar último botão de camisa, e rodar maçaneta acobreada da porta para o universo. Um baque suave, e o violento estupro de raios de sol cada vez mais arroxeados. Num sentido de morte lenta e agoniante. Tonto e periclitante confronto com dois vãos de escadas, e novo contacto com uma maçaneta acobreada. Serão rios de luz assassina que banharão o homem da barba que quase existiu.
Quase que se afoga, para nunca mais voltar, mas não... Acode-o um suave roçar de pele de gato no tornozelo. Nova escarreta que se emancipa na calçada da viela. Antro de desgaste emocional, a taberna da esquina. Faz calor. Mas uma coisa suave, que aquece os pêlos da alma moribunda.
Dois arrastados da vida miram uma bola vermelha, que parece lutar para não ficar sem o que a agarra à gravidade. Contacto com uma folha de papel amarelecida. Coisa inútil, chamada calendário. Parece ser 25. Mês quatro. Ano mil, que já passou dos novecentos, e mais setenta e quatro.
Resume tudo o que escrevi. Para deixar em aberto o que ficou por dizer. Não é muito. Mas talvez possa ser. Depende dos olhos que estão por trás dos olhos de quem interpreta.

Foto de ORLI LÜDTKE

Por que esperar....

Não espere um sorriso para ser gentil.
Não espere ser amado para amar.
Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de quem está do seu lado.
Não espere ficar de luto para reconhecer quem hoje é importante para você.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere a enfermidade para reconhecer quão frágil é a vida.
Não espere ter dinheiro aos montes para então contribuir.
Não espere por pessoas perfeitas para então se apaixonar.
Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere a dor para acreditar em oração.
Não espere o dia de sua morte sem antes amar a vida!
Seja sempre você, autêntico e único!

Foto de Margusta

Encontros

Apaga-se a sombra do tempo,
no voo incerto das borboletas...

Em queda livre,
a esperança adiada,
desfralda a bandeira,
à saudade indefesa.

Cruzam-se os olhares,
em rostos ansiosos...
Escutam-se as músicas,
das partituras sonhadas;
Risos!...
Alegrias renascidas,
nas emoções desabrochadas...
Encontros!...

Instantes,
em que, presenças ancoradas
trituram as ausências,
com sombras iluminadas...

@Margusta
06/09/2008
Sarau de Poesia em Vermoim ( Porto)
* Direitos autorais reservados*

Foto de Cretchu

SOBRE O AMOR LÉSBICO

Muito se tem discutido sobre o homossexualismo masculino, o que não é de se estranhar, já que nossa civilização é fundamentada no pensamento socrático-platônico e no cristianismo, que nada mais são do que a negação da mulher como deusa, já que Apolo e Jesus venceram Dionísio e Afrodite, consolidando o império masculino e patriarcal. Ocorre que, negando-se a mulher chega-se a uma situação limite, que é a baitolagem institucionalizada que vemos entre acadêmicos e sacerdotes virados, digo, voltados justamente para o pensamento greco-cristão. Em suma, é aquilo que vemos ocorrer nos cursos de filosofia e teologia que insistem em existir de forma autônoma nas instituições de ensino superior e seminários religiosos, quando poderiam muito bem se unir aos milhares de cursos no estilo jardinagem, casa e cia., corte e costura, etc., abrindo caminho àquilo que realmente interessa, ou seja, os cursos que formarão cidadãos conscientes no plano científico, social e político, a exemplo do Direito, Medicina, Sociologia, Física, Pedagogia, Administração e demais cursos úteis e necessários ao progresso humano.
Deste modo, urge citar aqui o chamado homossexualismo feminino, ou lesbianismo, que tomou este nome de sua cidadela de origem, a ilha de Lesbos na Antiga Grécia e que era respeitado na civilização grega antes dos estúpidos boiolas socráticos (futuramente batizados pelos hipócritas cristãos) assumirem o comando. Dentre as praticantes e divulgadoras desta forma legítima de amor encontramos a reitora Safo, escritora cujos escritos eram sabidos de forma decorada pelos cidadãos cultos da época dionisíaca anterior ao enfadonho Apolo. Em nenhum momento o lesbianismo da época era uma negação da relação sexual entre mulheres e homens, mas apenas a afirmação da mulher como fonte e receptáculo de prazer. Nesta situação, a mulher era vista como sacerdotisa e deusa, devendo o homem lhes prestar as devidas homenagens. Ora, quem entende o corpo da mulher senão a própria mulher? Daí a iniciação praticada na academia de Lesbos. Estes ensinamentos úteis e necessários poderiam muito bem ser passados aos homens, que agiriam de forma ativa e passiva, aprendendo como fazer a mulher chegar ao prazer. E colocando (e muito bem) este aprendizado na prática.
Infelizmente ainda impera o machismo socrático-platônico-cristão que concede gentilmente total enfoque ao mundo gay, sendo que mundo gay deve ser aqui entendido (no sentido de entender) como o universo do homossexualismo masculino, mas impede a visibilidade lésbica. Ora, como dissemos, a deusa Afrodite, adorada pelo deus Dionísio, foi substituída na época socrática pelo nauseante Apolo, que encontrou um similar no cruel Jesus do cristianismo pós-Jesus. Lembremos que Afrodite foi amante de Ares, o deus da guerra, e que suavizava os efeitos desta prática tão temida e necessária, humanizando-a com seu poder feminino. A partir da queda de Afrodite, as guerras se tornaram mais desumanas, culminando com as guerras pós-modernas que deixam de lado o combate corpo a corpo para se valerem de aparatos tecnológicos a maioria das vezes traiçoeiros. Para se evitar tudo isto, é necessário se debruçar (e muito) sobre a forma de amor que faz da mulher aquilo que ela realmente é: deusa, fonte e transmissora de prazer, a quem se devem render homenagens. E homenagens sérias, sem partir para a artificialidade do estilo viagra ou prótese peniana que parecem reações ao corpo, toque ou ruído da mulher, mas que na verdade é uma reação química ou física independente do desejo.

Foto de Graciele Gessner

Meu Primeiro Amor. (Graciele_Gessner)

Sonho de amor; brilho no olhar.
Felicidade de enamorados!
Eternos apaixonados!

Um passeio, uma aproximação.
A queda das águas da cachoeira, uma loucura.
Encontro de olhares, impulsos do coração.

Seus braços me envolvem,
Nossos lábios suavemente se tocam.
Olhos que brilham intensamente,
Destinos de dois enamorados que mudam.

Nossa história iniciou assim,
Na hora preocupação, depois risos!
Quantas emoções sentidas,
Quantas juras de amor proferidas.

Nosso primeiro beijo...
Meu primeiro amor!
Meu inesquecível e arrebatador...
Intenso e aventureiro amor!

Amor com gosto adocicado,
Olhos de chocolate apaixonados.
Deslumbramento de seus olhos cor do céu,
Meu simples versejar em versos declamados.

Feito magia num cortinado véu,
Onde um dia fui feliz e senti o sabor da alegria.
Tudo aconteceu numa envolvente existência.

Sentimento que o tempo não apaga,
Músicas e lugares que relembram...
Momentos que vêm à tona.
Sonhos imaginados e que não aconteceram.

Meu primeiro amor... Por ti aspiro.
Por ti existo... Sonho... Respiro...
Por ti vivo... Escrevo...

Meu eterno namorado,
Meu coração por ti, comprometido.
Não consigo imaginar sem você, jamais!
Porque eu, simplesmente te amo demais!

06.06.2008

Escrito por Graciele Gessner.

1* Dedico este poema de amor ao Poeta Raio de Sol!

2* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Veja o poema em vídeo:


http://br.youtube.com/watch?v=h3BeBJvh55Y

* Video e Criação: Rosana Buarque. *
Foto de Nellyra

Outono do nosso amor

De repente as folhas começam a cair
O vento quente dá lugar a uma brisa fresca
Os frutos parecem ganhar vida
É o outono, a ultima estação
É dessa forma que vejo nossa paixão
Que floresceu como primavera
E hoje solta seus últimos suspiros
Anunciando o fim do verão

Já não sentes prazer ao ouvir minha voz
Já não sentes saudades se não te ligo
Já não sentes a falta de minhas mãos em teu corpo
Já não precisas de meu corpo em teu corpo
É o fim de uma paixão que foi tão quente
É a frieza do inverno que se aproxima
É a certeza de que o desejo já não é tão presente
É a queda soturna de um paixão que já termina

Quantos amores eu já tive
Quantos amores te roubaram o coração
Quantas vezes assisti essa derrocada
Quantas mulheres já não me chamam atenção
Só a saudade é tudo que sei decerto
Só a certeza que já não sou o mesmo homem
Só a tristeza do adeus que urge
Me forjando a ausência e saudade de você que já me consomem

Mas é o ciclo de vida que se fecha
Anunciando que a vida não para..., continua
É a certeza que um novo amor vou buscar
Onde quer que esteja, seja lá em qual for o lugar
Vou abrir novamente meu coração
Como a primavera abre suas flores ao pólen
Lhes permitindo o prazer da fecundação
E um novo amor há de vir
Me trazendo a dádiva de uma uma nova paixão!

Isso... se eu conseguir te esquecer!!!

Vou te Amar pra Sempre... Sempre!!!

Foto de carlos alberto soares

TENTAÇÃO PROIBIDA

MEU CORAÇÃO TÁ BATENDO DE FORMA DESCOMPASSADA,
CHEGA ATÉ DAR PENA...
ELA MULHER RECATADA,
TEM MEDO QUE EU SEJA UM PROBLEMA.

EU DOIDO DE PEDRA
ROMANTICO POR NATUREZA
LHE CONTEI DA MINHA QUEDA,
ME ENCANTEI POR SUA BELEZA.

MAS ELA MULHER DE COMPROMISSO,
MESMO SOFRIDA,
ME DIZ QUE NÃO PODE FAZER ISSO,
EU MESMO TRISTE, ACEITO SUA RAZÃO DE VIDA.

E POR MAIS QUE EU TENTE FUGIR,
ELA É MEU PRIMEIRO PENSAMENTO DO DIA
E NO FINAL DA TARDE EU LIGO PARA INSISTIR
E MEU PEITO SE IRRADIA.

NO ENTANTO,
POR RESPEITO,
EU SEGURO MEU ENCANTO,
MAS DESISTIR NÃO TEM JEITO.

ELA NÃO DIZ, NEM SIM NEM NÃO,
NE SURPREENDE,
FAZ BATER DESCOMPASSADO MEU CORAÇÃO,
MAS MINHA ALMA À ENTENDE.

TENHO UMAS COISAS QUE SÃO DELA:
UM BEIJO MOLHADO,
UMA PALAVRA SINCERA,
UM ABRAÇO APERTADO.

UM PENSAMENTO ME VEM GOSTOSO,
DEITAR ABRAÇADO,
DEPOIS DE UM TRANSAR FOGOSO,
É NISSO QUE TENHO PENSADO...

LHE PROPONHO APENAS ALEGRIA ,
MAS ESTÁ É A EXTRADA DA FELICIDADE,
EMBORA VIVA APENAS EM FANTASIA,
NÃO TENHO DÚVIDAS QUE ESTÁ É A VERDADE.

Foto de Rosinéri

PAI DE VERDADE

Pai de verdade mesmo sabe que ser pai não é simplesmente
recolher o fruto de um momento de prazer, mas sim perceber
o quanto pode ainda estar verde e ajudá-lo a amadurecer.
Pai de verdade mesmo não só ergue o filho do chão quando ele cai,
mas também o faz perceber que a cada queda é possível levantar.
Ele não é simplesmente quem atende a caprichos: ele sabe perceber
quando existe verdadeira necessidade nos pedidos.
Pai de verdade mesmo não é aquele que providencia as melhores
escolas, mas o que ensina o quanto é necessário o conhecimento
Ele não orienta com base nas próprias experiências, mas demonstra
que em cada experiência existe uma lição a ser aprendida.
Pai de verdade mesmo não coloca modelos de conduta, mas aponta
aqueles cujas condutas não devem ser seguidas.
Ele não sonha com determinada profissão para o filho, mas deseja
grande e verdadeiro sucesso com sua real vocação.
Ele não quer que o filho tenha tudo que ele não teve, mas que tenha
tudo aquilo que merecer e realmente desejar.
Pai de verdade mesmo não está ali só para colocar a mão no bolso
para pagar as despesas: ele coloca a mão na consciência e percebe
até que ponto está alimentando um espírito de dependência.
Ele não é um condutor de destinos, mas sim o farol que aponta para
um caminho de honestidade e de Bem.
Pai de verdade mesmo não diz " Faça isto " ou " faça aquilo " , mas sim
" tente fazer o melhor de acordo com o que você já sabe " .
Ele não acusa de erros e nem sempre aplaude os acertos, mas pergunta
se houve percepção dos caminhos que levaram o filho a esses fins.
Pai de verdade mesmo é o Amigo sempre presente,
atento e amoroso - com a alma de joelhos -

Foto de Enise

Surpresa! Duo Enise & Hilde

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.
.
.
Eu queria ser...
O seu sabonete, a sua lua
Seu cotonete, seu espaguete, a sua rua
Sua frase, seu capacete, o seu sorvete.

Sua surpresa, a alegria, o seu começo
O copo de cristal, a sua palavra, o endereço
Sua escova, a alcova, seu varal...

Sua toalha, sua mortalha, uma muralha
Sua esteira, a peneira, a sobrancelha,
Sua fogueira, a lareira, a sua maçã...

Eu queria ser...
O seu chão, sua emoção, a sua paixão
Sua cama, seu pijama, sua blusa de lã
Seu brinco, seu vício, o seu benefício...

Sua água, suas lágrimas, o seu suor
Sua pele, seu cachecol, a espuma
Sua pluma, seu costume, seu clamor...

A agulha, sua fagulha, sua luxúria
A languidez, a loucura, sua lucidez
Seu lençol, o anzol, o seu sol...

Seu carinho, sua ternura, a travessura
Seu ninho, um vinho, o seu apetite
Seu cobertor, sua morada, o seu amor...

Eu queria ser...
Sua seda, o seu pano de mesa, sua loucura
Seu garfo, sua faca, sua sutileza
Seu fogão, sua mão, toda sua beleza...

Seu piano, a flauta, seu violão
Seu paraíso, o regozijo, sua sacola
Todo tempero, sua sanha, o seu travesseiro.

Sua vontade, sua lubricidade, sua sensação
O seu xodó, seu paletó, todo seu lume
Seu batom, seu dentifrício, seu perfume.

Eu queria ser...
Sua moeda, seu para-queda, sua sedução...
O tesão, sua canção, toda sua emoção
O seu prazer, seu êxtase, e a sua satisfação...

Enise & Hilde

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