Realidade

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

CREPÚSCULO

CREPÚSCULO

Sobre a mesa da áspera madeira
A vela que lhe faz companhia
Empresta seu corpo de luz por inteira
De resina e pavio apagada
Morre debruçada no colo do dia.

Sobre o papel amarelo envelhecido
Descansa a condoída poesia
Quando cai a noite fria de improviso
A pena que com pena do autor
Empresta a tinta
E morre esturricada e vazia.

O velho homem bem que tentou
Tomar inspiração na tal tristeza
A saudade da mulher que amava
É o que restou
Quando o sono pesava-lhe
O rosto sobre a mesa.

Ao dormir no crepúsculo da noite fatídica
A vela se apagou junto à poesia
Talvez em sonho a realidade verídica
Daquele velho homem
Extraia toda a dor
Como da pena que vazou a tinta.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 30
Arujá (sp)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ANDARILHOS NA TEMPESTADE

ANDARILHOS NA TEMPESTADE

Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Em busca de algo que os surpreendam
Um grito preso na garganta
Caminham sozinhos
Sem alguma esperança...
Andarilhos na tempestade
Distantes da verdade
Lado a lado com a realidade
Caminham como crianças
Um nó preso na garganta...
Andarilhos destemidos
Caminham sem destino
Em busca da porta da percepção
Algo que conforta o coração
Andarilhos sem razão...
Andarilhos na tempestade
Caminham sem destino certo
Como cães jogados sem osso no deserto
Rompendo barreiras em busca da liberdade
Andarilhos da saudade...
Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Pensamentos escondidos
Entre o amor e a guerra
Andarilhos divididos
Desta força que os supera
Andarilhos iludidos
Caminhando sobre os trilhos
Renegados da paixão
Desarmados e despidos
Pobres andarilhos
Que caminham sem razão.

Pelo autor Marcelo H. Zacarelli e Marcelo Martins
Agosto de 2001 no dia 14
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de pttuii

Interior IV (e último)

João parece estar disposto a voltar à repartição depois do próximo nascer-do-sol, mas o careca não o deixa sair. A saída do pequeno cubículo está estrategicamente tapada por um homem que não suporta a ira dos desvarios da vida. O vulto cónico que esconde num dos bolsos do casaco ganha nova dimensão, e parece já não haver dúvidas. O alvo é João.Ao primeiro passo, o plano de agressão é declarado. O segundo, deixa de parte qualquer hipótese de tréguas.

O terceiro passo injecta desespero na pacata personalidade de João. O menino em idade de pré-primária assiste ao confronto, e alerta a mãe para um cenário de eminente desfile bélico. Pelos olhos de um ser humano de cinco anos, a caminho dos seis, estão prestes a digladiar-se dois guerreiros do espaço, armados com sabres de luz e escudos de neutrões.A senhora idosa já desmaiou. O calor sufocante de um dia húmido de Janeiro fez efeito na pressão alta de uma mulher que já foi saudável.
É preciso levá-la com urgência ao centro de saúde mais próximo, porque o coma pode estar eminente.- O jovem é bom que saia da minha frente, porque eu não gosto de servir aço às pessoas.A breve, e agressiva declaração foi a única produzida na repartição pública durante os últimos 30 minutos. João desviou-se, e o careca saiu para a rua. A caminhar, sem olhar para trás, parecia não incomodar-se com o peso da bátega de água que se abatia sobre os ombros.O autor enganou-se. Não houve nenhum homicídio.
Morreu uma barata, produziu-se um coma, acentuou-se uma depressão, e ter-se-á originado mais uma. Quem lida com a ficção, não tem dotes de médium-vidente. A realidade muda consoante as curvas dos polegares que agridem o teclado.
Fim

Foto de Fernanda Queiroz

Resultado e Premiação do II Evento Literário de 2008 tema Mãe

Este é um tema fantástico, pois transforma três letras em um mar de sentimentos.

O Primeiro Lugar para um poema que falou da realidade, da mais pura verdade, sem deixar de ser a delicadeza da maior pureza, que recebe da doadora “ Uma Artesã”um colar de Argila plástica. Graciele Gessner

Terça, 13/05/2008 - 23:30 — Graciele Gessner
As Mil Faces das Mães.
(Por Graciele Gessner)
Mães tentam,
Mães fracassam.
Mães querem acertar,
Mães sábias erram.
Mães falham arriscando,
Se culpam e se destroem.
Mães brilhantes estimulam a pensar,
Atinadas promovem a arte de questionar.
Mães guerreiras instigam, protestam.
Mães que cuidam também se preocupam.
Mães, nossas eternas mestras!
Mães protetoras!
Mães também tropeçam.
Punem-se e se manifestam ou se silenciam.
Mães enfrentam, e muitas vezes ousam.
Mães salvam vidas e de seus feitios auxiliam.
Mães decifram... Decodificam.
Mães compreendem ou tentam entender.
Mães se envolvem e se machucam,
Simplesmente porque nos amam.
Muitas mães se aventuram
Algumas outras se isolam.
Mães, exemplos de amor que inspira poetas.
Nossas mães, nossas heroínas!
Mães de múltiplas faces e corações,
Puramente cheias de emoções e comoções.
Mães sinônimas da afeição e do sentido à vida!
Mães, as experiências mais sublimes da dedicação.
Mães que educam, que batalham,
Às vezes esbravejam com razão.
O combate começa, a criança cresce
Restam apenas recordação.
Mães, artesãs das almas lapidadas,
Por vocês existimos, suspiramos e poetizamos.
Mães, exemplos de bravura e determinação,
Assinaram o contrato de risco sem preocupação.
Mães de sangue, de alma, de pensamento...
Mães anônimas, da poesia, de coração...
Seus versos, seu filhos, seus orgulhos,
Assino a minha homenagem com cordial saudação!
-- 12.05.2008 -- «G²»
O segundo lugar recebe também desta patrocinadora, o premio de “Uma caixa de madeira, decorada com tecidos”, Rose Felliciano

Quinta, 08/05/2008 - 02:55 —
Rose Felliciano
"Mais que gerar a vida
É trazer à vida
Ser a acolhida
Ensinar a viver....
Muito mais que dar à Luz
É mostrar a Luz
Luz que conduz
e separa das trevas...
Mais que ensinar a falar
É o que falar,
quando falar
E a importância de se calar...
Bem mais que ensinar a andar
É acompanhar os passos
Falar dos espaços
Incentivar a seguir...
Mais que corrigir e educar
É ensinar com seu exemplo
E em silêncio,
Falar as mais sábias palavras...
Bem mais que ovário e útero....
é Coração.
Sua maior proteção...
a Oração.
Mais que colo... é abrigo
E ter nos olhos, o sorriso
Que boca alguma jamais deu...
Mais que Mãe....Uma dádiva de Deus" (Rose Felliciano)
.

O melhor vídeo Poema fica para a contagiante Poetisa, Carmen Cecília, que ganha como premio um DVD, O espetáculo Alegria do Cirque Du Soleil
Mãe Carmem Cecília

Mãe!

Reverenciamos todas as mães em orações...
E a homenageamos em todos os lugares...
Senhora de todos os lares
Por tudo que somam e representam...
Do teu ventre a vida...
Do teu seio o alimento...
A seu faminto rebento...
No teu colo abrigo a todo o momento...
Mãe... sinônimo de amor...
Que sempre busca o melhor...
Mãe ...esposa , amante, amiga, profissional...
Seja o que for. Está sempre ao nosso redor!
E o mundo fica sempre em flor...
Pois pra tudo dá cor e sabor...
Mãe ...Mulher instinto ...Labirinto...
Mulher absinto!
Ah...mulher!
Todo teu ser...
É um constante bem querer...
E em ti está todo o poder!
Coração de mãe...
Genuína doação...
Eis me aqui pedindo sua benção...
Pela sua eterna dedicação...
Aceita aqui os beijos mãe...
Daquela que foi moldada por ti...
E por ti se sente guardada
E eternamente amada...

Carmen Cecília

Parabéns a todos participantes, as ganhadoras, devem enviar teus endereços para receberem a premiação para fernandaqueiroz23@@gmail.com

Grande Abraço

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A RESPOSTA DA SAUDADE

A RESPOSTA DA SAUDADE

Não me pergunte sobre as roupas
Espalhadas pelo chão
Se te observo a tua nudez
É que coube grande dádiva aos meus olhos
Não me pergunte sobre as palavras
Que soaram aos nossos ouvidos
Acenda um cigarro se achar preciso
Descontraída neste momento notarás
Que tais palavras eram frutos da imaginação
Descontrole total da nossa paixão
Não me pergunte sobre os corpos colados
Quando não faz sentido compreender algo
Neste momento de pouca sobriedade
Substitua as palavras pelas vontades
E encontrarás a resposta de estarmos juntos
Não me pergunte sobre o futuro
Ou sobre os dias que virão
Se hoje te espero é porque sei que podes vir
Não me pergunte sobre a liberdade de amar
Basta observar quando nos despimos
E calamos para o mundo
A realidade se faz presente em nosso quarto
Onde realizamos nossos sonhos
Não me pergunte sobre a dor da solidão
Se quando te sentis sozinha
Quando deveria estar ao meu lado
Se acaso sobre a saudade me perguntares
Então o silencio deverá responder por nós dois.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 1997 no dia 18 Itaquaquecetuba (sp)

Foto de pttuii

Interior III

Parece já ser tarde. O olhar que insiste em traçar a bissectriz a uma calvície nascida pelo rigor da meia-idade, despoletou uma reacção impossível de ser travada. A única funcionária responsável pelo atendimento na repartição da segurança social encerra o serviço cinco minutos antes da hora prevista.A jovem que tilinta um piercing no nariz está a ter uma crise de choro, gritando a plenos pulmões que irá ser censurada pela mãe se não entregar a declaração de imposto, e quiçá impedida de ir à festa da espuma prevista para o fim de semana que bate à porta.O paciente do único psiquiatra da freguesia tenta encontrar uma explicação para o momentâneo desenrolar de eventos, mas ao que parece não está a conseguir.

A ruborescência tomou conta de uma face assustada, e que luta por escapar de uma realidade asfixiante.Uma idosa, vagarosamente amparada por um par de muletas ferrujentas, pede ajuda para se sentar porque está a ser assoberbada por uma crise de artrite reumatóide. Cai antes de o conseguir, parece ter fracturado a anca, e é necessária a presença urgente de técnicos de emergência médica.

Uma mãe jovem tenta, sem sucesso, fazer parar uma avalanche de lamentos de um menino em idade de pré-primária, que insiste querer lanchar um pastel de nata com um sumo de laranja.João está encostado à parede. Percebeu que está num daqueles momentos cinematográficos. Cresceu consolado por uma realidade alternativa, que ainda hoje define os momentos épicos da sua vida. De repente, e vindo do nada, apareceu ali naquele cubículo o Tuco Ramirez, de ‘O Bom, o Mau, e o Vilão’.
João está com as mãos amarradas atrás das costas, empoleirado num crucifixo de madeira carunchosa, e com o nó de força enrolado no pescoço. O careca será um Clint ‘Blondie’ Eastwood de circunstância, moldado por uma raiva que João parece não entender. O careca mexe no bolso do casaco nervosamente, e deixa transparecer um vulto com uma forma cónica.Já chove, e entram os técnicos de emergência médica.
A barata que, lutava amargamente por escapar aos passos do bulício, conseguiu chegar sã e salva a uma cadeira, contígua ao assento onde o careca desfia a sua raiva. Lentamente rasteja um caminho que parece a via sacra, e está já a poucos centímetros da mão direita do careca. Um gesto brusco fá-la tombar, e cair no frio dos mosaicos azuis. É esmagada, inadvertidamente, pelo pé esquerdo de um dos técnicos de emergência médica que socorrem a senhora das muletas. A fractura confirma-se, assim como o desfiar de rosários de uma alma que afirma esperar a visita de uma ‘senhora de negro’, com quem afirma já ter tomado chá por diversas vezes. (continua)

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de Osmar Fernandes

Quem sabe?

Quem sabe amanhã de manhã
eu volte a sonhar...
Quem sabe logo depois
Eu volte a sorrir.
Se o meu livro não conspirar,
e o sopro não se perder,
o caminho é viver.
Quem sabe?
Não sei dar tempo ao tempo.
Não sei morrer por morrer.
Não sei essperar o vento passar.
Nem quero consagração.
Quem sabe o que será?
Espero sem esperar.
Não vivo por viver.
Preciso desvendar
o ponto de interrogação...
Quem sabe?
Se o sonho sonhado
já viveu.
Se a realidade molhada
não aconteceu.
Quem sabe?

Foto de Paulo Zamora

Vários Poemas de Paulo Zamora ( www.pensamentodeamor.zip.net )

Depois das tempestades (10 de 12)
Se não fosse amor não suportaria tantos conflitos, as mentiras contadas foram desvendadas, você me amou em cada momento desse impulsivo ato de tremer; pra que ter medo do amor?

Não preciso mentir, no início parecia um inferno, mas depois vi que de paixão se tornou amor, eu não tenho medo de traduzir o que sinto.

Melhor ficar contigo neste momento escuro, mergulhar nos temporais e nos salvar das águas. Por que você tem medo? Não é mais segredo, aliás; entre um homem e uma mulher não pode haver segredos.

O monstro da solidão terá que sair daqui e partir rumo ao infinito desconhecido.

Percorra minha liberdade, acalme meus nervos, repita bons gestos, multiplique o que sente, diminua a raiva; deixe os outros pensarem o que quiserem, isso não nos importa. Você não precisa fugir de nada, nem de ninguém, nem mesmo do amor.

O terror já passou, portanto, lágrimas ficaram, discussões terminaram, e ficaremos juntos por amar a vida, e nos amar também.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Sentimento que castiga (09 de 12)

O sentimento que nos castiga,
Nos fazem prisioneiros;
Navegadores num navio perdido no mar;
Sem entender porque aconteceu.

Façamos exames mentais,
Revisamos a vida,
Nada explica a força dessa motivação,
Uma canção de dor,
Não podemos aceitar que seja amor.

Você gosta dos meus carinhos;
Você permanece ativa na vontade,
E acordamos para a realidade;
Que esse sentimento somente nos castiga.

Vou remar contra minha vontade,
Servir a um desejo,
A um momento sólido e depressivo,
Quem cativa?
Quem cria?
Acontece.
Precisamos compreender...
Acontece.

Não dá mais para negar os contatos,
Discutir o assunto nos levará a termos mais dúvidas;
E nos deixará frágeis e sensíveis;
Correndo perigo dentro do próprio espírito.

É amor.

Nos negamos a sentir e isso nos castiga;
São feridas ardendo sem serem curadas;
Terá que ser assim pelo resto da vida;
Você terá que me amar,
Terei que amar,
Teremos que nos conformar com essa atitude.

O não querer faz com que isso nos castigue;
Deixa de ficar pensativa;
Deixe o tempo correr e nos levar sem termos que remar;
E veremos sem grandes esforços;
Que esse sentimento que nos castiga;
É amor.

(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Em busca do verdadeiro amor (08 de 12)
Quanto mais perto desse mundo mais distante estou do verdadeiro amor, me ouça, me envolva com palavras que não sejam doentias, eu não quero mais ser sobrecarregado, nem me sentir inútil, porque sou simplesmente uma pessoa que planta o amor, e que sofre; quem me entende? Perto do verdadeiro amor eu preciso estar, eu preciso alimentar-me desse consolo, aquelas novas esperanças precisarão permanecer até além dos meus limites de emoções, esses pensamentos negativos por conseqüência do cansaço deverão se desfazer, dissiparem pelo ar.
O mundo bate em que não quer aprender, em mim ser sozinho é como usar uma arte de viver, e ser feliz pelo pouco que tenho e que sou, na certeza Deus me dá o suficiente; vou esquecer as velhas histórias, vou sonhar futuros momentos de glórias, ao lado de quem? De quem estiver por perto.
O verdadeiro amor abre seus braços e chama por mim, mas quantos obstáculos terei que enfrentar? Onde está a felicidade plena? Dentro de mim? Em meu coração que pensa? O mistério da mente ameniza minha resposta, e tenho a certeza de que existe tal felicidade, ao ponto que amo sem medidas, vou perdoar ainda quantas vezes for necessário; não precisam me entender, sou mesmo romântico, sentimental, as vezes triste, as vezes feliz por fazer parte de outros sonhos, mas movido pelo simples e verdadeiro amor que há em mim.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Dentro de um livro (07 de 12)
Encontrei na leitura de um livro uma mensagem perfeita de amor, vivi o personagem de um conto, de repente eu estava naquele louco amor, percorrendo estradas estreitas em labirintos, era impossível amar aquela pessoa, mas eu lutei, conquistei; virei a página e vi você se dedicando a outro alguém, meu mundo caiu, meus sonhos sumiram...
Seria uma fantasia? Seria imaginação? Mas o personagem chorou, ficou olhando para o nada, e não conseguiu voltar pela mesma estrada porque não a encontraria, ela já estava noutros braços, dedicando seu coração...
Nem minhas orações fizeram seu retorno, você não teria o sentimento prometido, a chave desse amor estava em outra porta. O personagem mais triste da história agora estava sentado no banco de uma praça refletindo a vida, sozinho, como alguém sem destino, sem final feliz, restara esperança, chances, motivo para ela voltar ; por ter muito amor daria o verdadeiro perdão; mas acabou acordando para a verdade da vida; não adiantaria viver ao lado de quem não o ama; você foi cruel, maltratou-me, iludiu-me, me fez acreditar que eu seria o personagem principal e terminaria feliz; olhei para o céu, olhei para todos os lados, e não vi ninguém, me desculpe; mas rasguei o livro...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

O costume (06 de 12)
É hora de perder o costume, já crescemos, não somos mais descobridores dos novos prazeres, já sabemos o que queremos, não agüento mais viver assim me escondendo, você ama em meus beijos, ama nos detalhes da minha fala, ama percorrer meu corpo; pertenço a você, é o melhor acontecimento.
Para onde vai se estou aqui esperando sua resposta? Todavia minha moral de homem precisa ser mantida, se te quero tenho motivos para requerer respeito, decida sua vida, porque decidi a minha para ficar com você pra sempre.
Paro pelos cantos da casa, encontrando bilhetes, roupas, lembranças... nada serei se a distância me tomar você, de que valeriam minhas vaidades?
Me encontre no tapete da sala, sente-se comigo na sala de jantar, vamos fazer um brinde porque agora vamos ficar juntos, nada vai nos separar, diz que vai ser assim...
Você perto de mim e eu perto de você, amor pra valer, noites inteiras de sensações, acorde amor, perca o costume de me querer por segundos, eu sou todo seu, agora e sempre.
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Depois (05 de 12)
Depois que o tempo passou, depois das maiores confusões que uma cabeça poderia suportar, depois de tudo percebi que renega mas me quer; sabe fingir, mas não me engana, vejo seus desejos à flor da pele, querendo me tocar a qualquer preço, depois de sumir por um tempo, volta e me seduz, e quando me entrego faço coisas que nem imaginaria fazer. Não sei ao certo o que eu sinto por você, quero descobrir o mundo, quero desvendar você...
Ficar olhando a passagem do tempo apenas me faz relembrar e desejar mais e mais; defina-se amante ou o par perfeito, porque esconder a liberdade se ela está tão próxima de você e de mim?
Quer deixar sempre pra depois, e fala de amor quando todo pensamento é somente satisfação de um desejo, depois você vê tudo, sente tudo e volta para as mesmas atitudes incompensadas.
Me chama de o pensador, diz que amor não existe, que paixão é para crianças curiosas, mas no fundo sabe o que sente, que pode ser paixão, amor, é certo que é mais que atração, porque nos momentos que passamos juntos, você se entrega de corpo e alma, vejo sua felicidade, depois de tudo; não quer compromissos, não quer me aceitar para enfrentarmos a realidade que nos compete a vida, esse amor por assim ser tão complexo e insuficiente; depois... depois foge mas não me esquece...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Preocupações de adolescente (04 de 12)
As preocupações de um adolescente, encontrar alguém para compartilhar carinhos, viver pequenos romances, traçar nos beijos metas a cumprir para sua satisfação. Quem nunca foi adolescente? A vida é feita de fases e essa nunca poderia passar, é nessa fase que as vezes ingênuos nos apaixonamos, pensamos que essa paixão nunca vai passar, poderia voltar...
Marcar encontros, esperar disfarçadamente no portão da escola, sonhar em ser alguém, e aquelas loucas travessuras...
Nem parece que o tempo passou.
Me dá tantas saudades, daquelas preocupações de adolescente, a roda de amigos, os passeios da juventude, e quando aconteceu a “primeira vez” o que era sensação passou a ser apego, como controlar esses desejos? Não enganamos nossos pais, mas pensamos, inocentemente acreditamos que o mundo é nosso, que as pessoas nos pertencem, é fase, que passa, deixa história pra contar. Meu Deus, aquele meu primeiro amor, beijos de selinhos, beijos demorados, eu queria mesmo voltar no tempo...
Eu era sentimental, qualquer coisa me deprimia, mas logo passava, as brincadeiras também faziam parte da juventude. Tudo refletia, até o modo de me vestir. Estou com saudades, de tudo, de todos, dos tempos, das preocupações de adolescente.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Sem exageros (03 de 12)
Foi realidade de um sonho lhe encontrar. O que me faz feliz é saber que todas as crises já passaram, e se hão de haver outros temporais confesso estar disposto a lutar sempre por você.
Nos sentimentos mais profundos do meu ser você ocupa todo espaço, sem exageros; mas te amo com um amor infinito ou talvez maior que o universo.
Se distante escutar uma canção, é como se todas as letras me fizessem relembrar momentos vividos contigo, esse amor que sinto não pára no tempo, ele cresce a cada dia, aumenta velozmente e faz de tudo para não deixar fechar a porta do coração.
O amoroso que eu sou reflete a vida na imagem desse ser deslumbrante, inquestionável, que avalia a idéia do sempre como o mais perfeito caminho por onde seguir.
Sentir é algo que dificilmente vamos explicar, é como se esse tal sentimento ultrapassasse a velocidade do pensamento, permitindo existir em todas as gerações passadas e das que hão de vir. Assim que eu te amo, assim que eu te quero, sem exageros; porque teremos que viver o amor, somente assim saberemos desfrutar partes do que é perfeito em uma vida.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Pesadelo (02 de 12)

Outra noite sem sono, caminhando pela casa, contando as mesmas paredes, falando o nome das mesmas cores, falando de você...

Me entregue a sabedoria, pedi a Deus que me entregasse meus antigos sonhos de volta, e no meio deles encontrar partes da nossa história de amor, da mulher mais linda que minha vida já conheceu e tocou...

Vamos juntos contar os detalhes, reclamar das falhas e sorrir por reviver momentos felizes, queira; diga a verdade que há contida nos seus pensamentos...

Escuto a insônia falar de solidão, será que ela me encontrou nessa noite? Terei que fugir, não posso revelar os meus segredos, não posso chorar na frente do espelho, prefiro não ver marcas cabais...

Outra noite olhando pela vidraça as plantas no jardim, as rosas estão dormindo, os lírios abraçados a elas, e eu... sem ninguém, acompanhando um colchão frio...

Os alvos diminuíram, perdi o sono da vida por ser abandonado por aquela delícia da minha vida, eterna...
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Entre a saudade (01 de12)
Quando fico por entre a saudade, me invade loucas sensações incentivadoras do pranto que rola por força desse amor. Um dia você meu bem, flor da minha vida esteve aqui, passou como passa o tempo, esqueceu de ver que eu não merecia perder minha pedra angular...
A saudade bate forte, arrancando suspiros, emergindo cinzas, levantando momentos irretornáveis, quando acordo pra vida e não te vejo segurando em mim com suas belas mãos, meu corpo deixa de ser suave, essa saudade invade intermináveis recordações, não podem me levar à loucura, apenas amo, nada mais que isso, e isso nunca foi proibido.
Entre tudo o que há em mim, nada foi mais forte que a dor de te perder quando ainda poderíamos viver romances, desejos, e caminhos...
Sou tomado por essa saudade, nada mais faz sentido, eu quero ver você retornando, voltando a me afagar, dizendo lindas frases tentando me emocionar, é quando me lembro; você ainda não veio, andou, andou e fez questão de se perder de mim; mas te procuro, mesmo quando sem rumos estou entre essa saudade.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Motivos
Para tudo há um motivo, tanto faz se esse motivo gera a dor ou mesmo alegria (Um dos frutos do amor), causamos tais motivos, e se pensamos que a vida neste instante está sem motivos e sem razões, nada mais é que o fruto da árvore que plantamos com nosso próprio comportamento diante da vida, da vida que levamos, dos rumos que perdemos, as esperas que não tivemos paciência; mas sempre hão de haver motivos pelos quais superar as perdas, as dores, as conquistas não realizadas, você encontrará motivo quando perceber que amar é algo essencial, e quando reconhecer quais os comportamentos que devem ser adquiridos por motivações desse amor que sente e produz a cada novo dia.
Você descobre quais motivos estão faltando para completar sua vida, seja em família, amizade ou até mesmo consigo...
Aprendemos a viver não somente pelas experiências vividas, mas também pelas observadas, somos seres frágeis, sensíveis até quando nos negamos, mas há sentimentos que jamais o homem será capaz de fugir e dizer que não possui. Goste da paz, construa a paz, seja alguém notado pela brandura, pelo jeito de tratar outros, você terá motivos para superar crises, para vencer na vida conquistando qualidades e lugares dentre as pessoas que amam como você, e querem viver ao seu lado, porque encontraram motivos para isso.
Quais os motivos? Quais as razões? Saiba que há motivos e razões à flor de sua pele, vindos do seu coração, que um dia numa outra desilusão disse se cansar da vida, mas Deus nos garante em seu poder muitas reconstruções, isso será alimentado de acordo com sua fé, com os motivos contidos em você. As discussões geram planos negativos dentro da mente humana, aquela vontade de fazer outra pessoa compreender que estamos amando até em palavras é uma tarefa aparentemente impossível. Mas é possível mesmo quando estamos nos limites da nossa enorme imperfeição.
Não queremos levar uma vida de tristeza, de angústia e desilusões, não queremos perder nosso tempo precioso com coisas que não valem a pena, a impressão que temos, é que os erros e os defeitos são sempre dos outros, mas e você em que tem colaborado para a paz ou desunião? O que tem feito por você e pelos que te amam? São perguntas que faço sempre aos meus leitores; o que você tem feito?
Não tem como querer boas motivações se as formas as quais reflete a vida fala numa voz de negatividades; você precisa gostar do sorriso, assim como da tranqüilidade, dos momentos em família, dos momentos em trabalho, com amigos, seja como for, vamos reduzir, “nos momentos com a vida”.
Alguma vez notou seu comportamento realizando más motivações?
Alguma vez notou seu comportamento realizando boas motivações?
Há motivos, sempre há motivos e precisam ser descobertos em você, as perdas fazem parte da vida, mas há perdas causadas por nós mesmos, isso mesmo, como nos comportamos faz a diferença, e se um dia no futuro chorar leites derramados, então verá que o tempo passa e que já é tarde para se recompor. Mas no presente, como andam seus motivos?
(Escrito por Paulo Zamora em 26 de janeiro de 2009)
Acorde com Deus
Acordar com Deus nos permite ter um dia de muitas conquistas, e quando todas as nossas emoções estão fracas e oprimidas é como se Deus recarregasse nossos estímulos.
O isolamento somente gera dependências de negatividades, porque vão nos reduzindo a menos do que somos, enquanto ainda somos muito mais do que nós mesmos podemos imaginar.
Há tantos motivos para viver, há tantos frutos gerados pelo amor, amor que cura qualquer ferida e alivia almas causando momentos para serem eternos.
Acorde todos os dias com Deus no coração, e terá razão para meditar em como construir a paz, isso significa que você precisa fazer a sua parte e conquistar as belezas de tudo o que você já tem, e talvez nem perceba.
O sorriso não gera mau-humor, mas o amor gera união, fraternidade, bondade e brandura, quando tudo isso habita em seu coração; mas que dorme. Acorde com Deus no seu coração e perdoe as imperfeições, deixe de ver apenas os defeitos e olhe para tantas qualidades contidas nas pessoas que você ama e que muito te amam, e vivem na espera do cultivar desse amor. Porque você tem infinitos motivos para viver, para sorrir e sonhar, é que as vezes pequenos problemas nos sufocam e representam serem maiores por conseqüência do nosso cansaço; mas é possível vencer, é possível dispensar a solidão que nos escuro invade nosso quarto no momento do sono. Nós, não precisamos da escuridão em nossas almas, precisamos todos os dias agradecer a Deus pela existência e por tudo o que nos acontece, pelo o que somos e pelo o que temos. Somos grandes seres humanos nos esquecendo de que foi Deus quem nos criou, e muitas vezes deixamos de entendê-lo para entendermos a TRISTEZA, e deixamos ser levados pelo tempo momentos em que poderíamos estar mais alegres ao lado das pessoas que amamos.
Acorde pra vida, você precisa de amigos, e já tem... Você precisa de família; já tem, você precisa desabafar, já tem alguém; Deus é formado de todas as qualidades e quando pedimos a ele a paz, então nos mostra o motivo para encontrar essa paz, e se estamos esquecendo de ver a vida com amor, ele nos sustem e nos motiva a vivermos sempre com mais e mais amor no coração e na alma. Acorde com Deus, ele te ama.
(Escrito por Paulo Zamora em 15 de janeiro de 2009)

Foto de Shyko Ventura

"HIROSHYMA"

"Hiroshyma"

"A incompreensibilidade do ser,
Que seja, a sensibilidade de uma incompreensão,
E por menos que exista no ser,
Precedida seja de sensibilidade;
Quando da sua existência só,
Esta, arrasa os quarteirões da alma,
Incinerando-a de dores,
Levantando um cogumelo de nuvens cinzentas,
Obscurecendo a visão de ser à ser;
Desintegrando a existência de um amor,
Intensamente intrínseco, ora dado à Você;
Mas, num gesto singularizado,
Em que, de dois corpos, só prevaleceu o seu,
De dois caminhos, Você proferiu que não se cruzacem,
De um amor incondicional, Você necessitou condiciona-lo a "Outras Coisas",
Uma cidade de sentimentos e sonhos, transformada fora em escombros do "se amar";
A insensibilidade de uma incompreensão,
Que troca o afeto pela agressividade,
O carinho pela agressão,
O viver pela morte,
O amor pelo egoísmo,
O amar por condicionar,
A realidade pela religiosidade,
A extinção por uma indecisão!
Extinguida a nuvem cinzenta,
E a obscuridade se vai do ser,
Os olhos se olham em deficiência por tudo que se perdeu,
Que se quis perder,
Que se quis sofrer,
Sendo que o amor, incondicionalmente te espera!"
_______________by Shykko300109.

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