Relva

Foto de ltslima

Retorno.

O cheiro dos lirios,
as cores das rosas,
a grande motanha,
o pasto verdejante
onde nasci.

Voltarei e alcansarei
a espera desejada...
te agradeço meu Deus,
a dádiva da paciencia,
ter benevolência, em voltar a aprender
engatinhar os primeiros passos
na relva umida, tranquila.

Verdejante como as grandes montanhas.
estaremos de volta, terra amada
minha casa, minha vida.

lts.

Foto de Carmen Lúcia

Mudanças

Em fase de reconstrução
quebro meus tabus, estereótipos vencidos,
normas, padrões, regras , princípios,
tudo o que faz infeliz
e que a mim já não condiz.
Boto o pé na estrada...
Mudo a fachada, a cor descorada
mantida por nada.
Ausência de vida, pulsação, ação atrevida
acomodada em mórbida situação.
Perco a chave de casa
ao deparar a saída
e me entrego ao que vier, sem despedida,
ao que me desperte o desejo de viver.
Tiro da bagagem o supérfluo,
o peso, o excesso,
o desânimo expresso
num cansaço mental, moral, letal.
A inércia sem controvérsia, sem manifesto.
O sim bradado em contradição,
o não engolido por persuasão .
Quero gargalhar até chorar
lágrimas que brotem do sorriso...
Gritar mil vezes sim e não.
Florir em qualquer estação
sem respeitar placas de aviso.
Pisar na relva verde
e de verde reabastecer a alma
até que ela aporte num cais que seja calma,
onde seja feliz, onde conforte a alma.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Incógnita jornada

Os rios sabem onde ir,
seguem para o mar.
Mesmo quando nuvens
se apressam a cair
e depois do chorar,
voltam, como reféns.

Da mesma jornada,
que ruma ao somar
doutras águas, ao mar.
E seguem a estrada
que as faz retornar
sempre ao mesmo lugar.

Os vapores da noite,
a neblina que brilha
sobre a relva ao raiar,
já seguem ao convite
de buscar sua trilha
ao um encontro maior

Talvez seja como rio
a sorte, sina ignorada
seguindo, ruma ao oceano.
A vida em modo arbitrário
cala incógnita jornada.
Água... o mar é seu plano.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo Final

Amanheceu e chegou setembro. E quando setembro chega, por essas bandas do hemisfério sul, a primavera se faz presente e espalha as suas flores de plástico que não morrem, as pessoas ficam felizes, elas renascem das angústias e amansam seus ímpetos, elas colocam enfeites nas janelas, esperam a banda passar, alçam os pensamentos ao mais alto Parnaso e para a mais verdejante Arcádia. Os corpos se aqueciam, como se um forno tivesse sido aceso na sua mais adequada temperatura. Tudo parecia lindo.
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A turma do pastoreio gritava em sonoros brados:

- Baco! Dionísio!

Os tambores ressoavam o vento dos leques, os Miami Bass dos moleques, os maculelês dos pivetes. Sonos eram interrompidos pela festa popular. Num determinado momento, dois ou três já desfilavam sem roupa. Quando a balbúrdia foi notada, os ditos dominantes trocavam de pele na rua. Não se obedecia a nenhuma hierarquia estabelecida. As pessoas nasciam e morriam no torpor da natureza humana, viva e bruta como a de qualquer outro animal, os instintos eram deflagrados, nem Freud e nem Jung eram mais uns reprimidos. Lembrava em certo ponto até o Brasil.

- As flores! Não se esqueçam nunca das flores!

Os miseráveis eram coroados e os nobres decapitados, mas ninguém deixava de ser alegre. Um tarja preta virtual assegurava a plena satisfação dos envolvidos na comédia. O paradeiro de muito era desconhecido. O que importava isso agora? Me diz? É dia de rock, bebê. Se você não entende a sensação de atravessar a Sapucaí e repetir o batuque da bateria, então vá embora, o seu lugar não é aqui. Dona Clarisse, com seu erro ortográfico e seu rosto reconfigurado, até arriscava uma derradeira conclusão.

- Eu nunca mais quero acordar desse sonho...
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Luís Maurício, que não havia se manifestado até então, pede a palavra:

- Amigos, é chegada a hora da reconciliação. A hora em que seremos livres de todas as nossas culpas e arrependimentos. Eu declaro anistia geral! Constituiremos desde já uma nova república, uma democracia quase que direta, uma pátria do Arco-Íris e do pote de ouro, um paraíso na Terra, um novo Éden, a Canaã que deu certo!

Clarisse recosta-se ao palanque improvisado.

- Eu posso ficar...? - Silaba.

- Evidente.

- Que sim ou não?

Feito isso, ela coloca-se para se despedir de Dimas.
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Um homem estava parado no meio da multidão. Ele dava alguns passos para trás, com o devido cuidado de não deixar nenhum folião o encochar. Ele andava de lado, como quem ia para fora. Clarisse o viu perto do portão pelo qual se sai para sempre da Sociedade.

- Espere... Eu tenho que te falar mais algumas coisas...

- Diz.

- Eu não te amo e nunca vou te amar um único segundo da minha vida.

- Eu sempre soube e nunca me iludi do contrário.

Tânia, incógnita até então, não se sabe observando de longe ou entretida com outra orgia, puxa o lixo pelo braço e faz cara de que se estivesse com ciúmes.

- Ele é meu, ouviu? Meu! Dá o fora logo sua vaca! Vai procurar o homem dos outros! Ele já tem a quem comer, tá, queridinha! E não adianta dizer que ele tá te querendo, que se você tentar alguma coisa, eu mato os dois! Sua puta, sua piranha! Você não me conhece! Não sabe o que sou capaz de fazer! Eu sou mulher de verdade, sua vagabunda! Rapa fora daqui!

Dimas sorriu, e por um exato milésimo de segundo sentiu-se amado de verdade. Clarisse debochou com a mão, engoliu a tragédia de ter desperdiçado o único sentimento cristalino que já havia presenciado e deu suas costas, andando tropegamente de volta ao seu destino. Uma lágrima furtiva caiu sobre seu cenho? Procurou a corda mais próxima? Não saberemos, e nunca vamos saber. Ela disse que não se importava, e esta ficará sendo a versão oficial. Se falarem alguma coisa sobre o que aconteceu com ela ou então comigo é mentira, o que vale é o que está registrado nessas linhas. Enfim, temos um final.
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- Vamos, amor, ser felizes para sempre?

Tânia e Dimas atravessaram o portal daquele mundo.

Ao que se sabe, não existiriam mais pessoas de sangue frio ou quente naquela realidade. Apenas pessoas, Tudo aconteceria conforme o planejado, por todas as eras, e nunca mais mudaria, pois não era necessário.

O casal apaixonado corria nu pelos prados. Correram até não aguentar mais, até um lugar que parecia longe o distante para que fizessem amor pela eternidade. A tarde caia, e com ela o pulsar atingia seu auge. Tânia e Dimas se abraçaram e deitaram na relva, um beijo selaria a felicidade interminável consagrada naquela união.

- Eu te amo e pra sempre vou te amar! - a Torta nunca fora tão reta na sua declaração.

E ela foi sincera como poucas vezes se viu em toda a existência.

Até que um dia sua pele começou a descascar...

Foto de Carmen Lúcia

Reconstruindo a vida

Venho

lá do fim do mundo
onde manhãs são estrelas
riscando o céu de dia,
luzindo sobre o orvalho e a neblina
onde a lua redonda se declina
e lança o seu brilho mais profundo.

Onde o sol da meia noite
é rei vestido de ouro,
silvo do açoite que arrebata
e desvenda o tesouro,
deus irreal, imortal,
luz que nunca se acaba
dourando a Terra adormecida
que a seus pés se deita, vencida
e a paz do infinito surge de um portal.

Venho
dos prados mais distantes,
campinas e flores exuberantes,
matizes, cores em gradações
que encantam olhos já pesados,
acariciam a relva e os pés cansados,
as caminhadas e tribulações.

Venho
e trago a paisagem mais bela
mesclada com tons d’ aquarela
ceifando rancores, mazelas
sobre o andor da devoção
regado à imensa emoção...

Onde o profano desfia o rosário,
o cético se ajoelha ao sacrário
e o sagrado é mais que uma oração.
É um pedido proclamado em homilia,
é a vontade de gritar que ainda é dia,
que hoje e sempre é dia de reconstrução.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Mudanças...

Em fase de reconstrução
quebro meus tabus, estereótipos vencidos,
normas, padrões, regras , princípios,
tudo o que faz infeliz
e que a mim já não condiz.

Boto o pé na estrada...
Mudo a fachada, a cor descorada
mantida por nada.
Ausência de vida, pulsação, ação atrevida
acomodada em mórbida situação.

Perco a chave de casa deparando a saída
e me entrego ao que vier, sem despedida,
ao que me desperte o desejo de viver.
Tiro da bagagem o supérfluo,
o peso, o excesso,
o desânimo expresso
num cansaço mental, moral, letal.

A inércia sem controvérsia nem manifesto.
O sim bradado em contradição,
o não engolido por persuasão .
Quero gargalhar até chorar
lágrimas que brotem do sorriso...
Gritar mil vezes sim e não.

Florir em qualquer estação
sem respeitar placas de aviso...
Pisar na relva verde
e de verde reabastecer a alma
até que ela aporte num cais que seja calma,
onde seja feliz, onde conforte a alma.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Tributo à Vida

Vida, grata por manter-me viva.
Ver o sol nascer devagarinho,
aquecer o mundo e num toque de carinho
derreter geleiras de corações truncados,
olhares vazios, janelas emperradas.
De almas aflitas que anseiam ser tocadas.

Vida, grata por manter-me viva.
E poder ver o vaivém do mar...
O festival de barcos e velas içadas
Indo e vindo em ondulações e emoções
no verde-azul das águas...
Caminho de sonhos, partidas e chegadas.

Vida, grata por manter-me viva.
Andar pela relva ainda molhada
de orvalho suave da madrugada
a refrescar meus pés durante a caminhada
numa estrada salpicada de dor e muita flor,
onde o espinho não penetra tanto quanto o amor.

Vida, grata por manter-me viva.
E me ter guardado boas lembranças do passado.
Hoje tenho o presente em minhas mãos.
É nele que me situo e meu viver é compactuado.
O amanhã é penumbra que o tempo engole,
é rédea fora de meu controle.

Vida, grata por manter-me viva.
E ter o privilégio de confabular com o universo
tentando entender toda a dimensão de seu mistério,
pedindo estrelas para enfeitar meu verso
e à lua, nova fase para que eu sempre recomece
crescente, cheia de vida, da alegria que permanece.

_Carmen Lúcia_

Foto de carlosmustang

CONTIDOS

Continuo a andar livre
Se caminhar é liberdadde
Em amar escolher,querer
Ser,sou, vencer, sangue, bei...

Entre meu quarto, até você LUTA
E pequenos caminhos, puros e nobres
Desejos belos imperfeitos
Livres e correndo pela relva

De batalha a vida, fazer amor
Alguém pode existir com fé
Desandar sem amor

Liberdade sobre o copo, ignorar
Restos pra não chorar
Deixar esparramar esperança

Foto de Carmen Lúcia

Corrida insana

Da janela semiaberta observo a vida
acelerada, apressada, incontida...
Em movimento cíclico
voltando sempre ao ponto de partida
pra de novo recomeçar...
sem saber onde chegar,
sem saber como parar,
onde parar...

Passos incertos conduzem as pessoas
num vaivém desnorteado, descompensado...
A incerteza do caminho as levam a perambular,
vontade insana de chegar...
Em desalinho procuram uma porta,
ansiedade é o que se vê em cada olhar,
entre tropeços e arremessos elas se trombam,
mas não importa,
sonham chegar em primeiro lugar...

Nessa corrida cega e obsessiva
regada à ambição desmedida
desprezam paisagens significativas,
o belo em cada canto contido,
as cores pintadas pela primavera,
flores que sempre estão a nossa espera...
Canções entoadas pelos rios,
a relva que seus pés acaricia,
mas seguem em frente sem se importar,
sem ver o pôr do sol, tampouco o amanhecer,
indo sempre em desencontro ao amor,
sem dar a ele o mínimo valor...

Queimam as etapas mais bonitas da vida
numa competição desenfreada e descabida
sem tempo de parar e observar,
sem tempo de se render e absorver...
Sem nunca amenizar essa corrida,
sem perceber o real sentido da vida...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Leva-me...

Leva-me...
Contigo qualquer lugar é inusitado,
fixo-me em ti e o resto é inacabado,
toda beleza pelo mundo derramada
provém de ti...
Em tua presença fica apagada.

Leva-me...
Andemos pela relva, que molhada,
suaviza nossos pés da caminhada,
deixando pegadas pra felicidade...
E subiremos por escadas de nuvens
aventurando-nos ao léu, ao céu...imensidão!
Onde seremos Adão e Eva
reiniciando a Criação...

Leva-me...
Não quero mais ficar sem ti.
As horas transcorrem iguais e frias.
A monotonia pesa minha alma.
A cama torna-se gelada, vazia.
Procuro-te e não estás aqui...
O medo invade, nutre meus fantasmas
e só tua presença os combate e os afasta.

Leva-me...
Serei aquela estrela que veneras,
pra ti serei eterna primavera,
seja qual for a estação que se revela...
Flores cobrirão nossos caminhos,
um grande amor aquecerá o nosso ninho
e será eterno como nossa primavera.
Sem mais ausências e esperas!

(Carmen Lúcia)

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