Rosto

Foto de Oliveira Santos

Não Sei Nadar

No alto de duas montanhas,
onde ao meio corre um rio,
no cume de cada uma delas,
tão alto de dar vertigens
estamos nós dois.

Cá em cima o vento, o ar escasso e o frio;
lá embaixo as pedras, a água do rio.

Quem me dera ser Ícaro e então ter a coragem
de tentar voar para ao outro lado chegar
(para poder te abraçar...)

Quem dera no mundo houvesse outro dilúvio
e o rio subisse até que eu te visse
refletida n'água, teu rosto, tua espádua
num brilho solar...

E então nela pular para poder te alcançar,
porém, não sei nadar.

18/07/96

Foto de Ana Rita Viegas

Anelante

Acordo cedo
Sinto-te
beijando o meu rosto.
Sinto-te
junto de mim Suado.
Não existe
cumplicidade maior
de que estarmos juntos.
Sinto, pressinto,
tua respiração anelante (ofegante).
Ardentemente absorves
o meu amor.
És forma.
És gramática erótica.
Tu anulas meu escuro.
Dás forma ao meu ser.
Dás conceito à minha vida.
És um exagero, exagerado.
És meu pecado incontrolado.

http://drafts-of-my-life.blogspot.com

Foto de Oliveira Santos

Ressaca Moral

Quem disse ser o ser humano o animal mais adaptável e que capaz ele seria de estar todos os dias,
nas manhãs quentes ou nas noites frias a labutar com a solidão?
Quem sangue frio teria de , naquela calmaria dos bares agitados de casais aconchegados, transitar
furtivamente sem ter quem lhe acompanhe e ainda querer beber champanhe?
Não me venham com discursos ou qualquer das parolices que só dizem mais tolices filosóficas ou hipócritas
tentando dar justiça, pois, partindo da premissa de que tudo tem sua vez. Eu prefiro a embriaguez!
Pois nela é oito o oitenta, ou alivia ou então arrebenta tudo que estiver por dentro: intestinos, pensamentos
cândidos ou impuros num clima assim, romântico para deixar tudo mais duro.
E vou para casa, onde, bêbado, me julgo, sentencio e executo a pena do total expurgo. Sinto sede, fico puto,
cambaleio, pelas pernas titubeio em meio aos móveis mais que móveis aos meus olhos. Que momentos
vexatórios!
Frente ao espelho lavo o rosto, lavo a boca, olhos vermelhos, voz rouca a murmurar palavras ocas de auto-ajuda, de auto-ofensa, daquelas que não se pensa refletindo sobre o dia que termina em agonia.
E amanhã, de cabeça assaz pesada, levanto a carcaça cansada para mais momentos de pesar até passar
o mal-estar e, num canto da minha mente, paro por alguns segundos para me ver diante do mundo, como fui,
estou e sou e vejo que nada mudou. Tanto faz ou tanto fez, tudo começa outra vez: solidão e insensatez.

12/10/99

Foto de Fabricio silva

De ilusão em ilusão

Estou escrevendo esta carta para dizer que nunca te encontrei. Eu nunca estive onde você estava, onde você esteve. Minha margem era sempre o fundo do rio. Você insistia em voar de asa delta.

Ontem sentei novamente na ponta daquele quebra-mar. Lembrei das tantas vezes em que tudo era saber você. Lembra do universo que era meu corpo? Está implodindo, toda aquela escuridão de beleza, de prazer, de intimidade, está indo embora. Meu corpo (e isso é algo que me deixa triste) está voltando a ter a cor de sempre. Mas essa, essa cor não fica para sempre e você também não vai ficar.

Estou escrevendo esta carta porque o tempo é inevitável. Esta carta foi feita para ser perdida dentro de um livro esquecido na estante, para ser roída pela traça mais gordinha que a sua biblioteca tiver, para ser encontrada por escanfandristas (Ah! Chico Buarque...) quando o dilúvio vier e o sertão virar mar. Esta é uma carta feita para ser desfeita.

Ontem foi ontem novamente e eu lembrei de você pela penúltima vez. A última ainda está por vir, e não é essa. Ontem foi ontem, mas a minha sede, que você imbecilmente ignora, é de apenas um hoje feliz. É de um carinho que retorne para mim como o protetor solar espalhado nas suas costas. Eu também quero me proteger do sol. Quero que me protejam.

Estou escrevendo esta carta porque não paguei o telefone, esqueci dos prazos esperando que as nuvens refizessem a imagem do seu rosto. Estou escrevendo esta carta porque você não atende o telefone. Estou escrevendo esta carta molhado da chuva que tomei no orelhão.

Ontem ficará para trás, mas enquanto isso eu deixo esse dia ecoar no meu albúm de fotos imaginário. Irá diminuir, diminuir, passará de poster de 3 folhas, frente e verso, para uma fotografia 3 x4 no canto inferior esquerdo da página ímpar. Vai ser preciso separar com cuidado as folhas para não arrancar seu rosto dali. Enquanto isso, ocupe o espaço que quiser.

Estou escrevendo esta carta porque você não quer. Estou escrevendo esta carta porque não sei onde você está.

Escrevi esta carta, mas não sei como entregar.

Carinho,

Later.

Foto de Phenix

Sinto-me

Sinto-me só...
Sinto-me nua...
Sinto um vazio dentro de mim,como se faltasse algo.
Algo essencial para a minha sobrevivência.

Já não agüento mais.
Cada vez que olho pro mar ele me chama...
Como se quisesse que eu me lavasse de tudo o que me atormenta em suas águas.

Meu coração está tão solitário.
Você me faz falta,e ele,não me preenche mais.
Minha luz foi apagada
Meu brilho se esvaiu junto com você.

Tenho medo de não ter mais meu brilho dentro de mim,e conseqüentemente não ter mais você.
Tenho medo de acordar mais uma vez e ver que minha vida não faz mais sentido algum.

Procuro seu rosto em todo lugar...
Procuro sua voz em todo telefonema.
Mais você permanece intocável...
Fora do meu alcance.

Foto de Arnault L. D.

Reencontro

Quando vi seu rosto
o tempo estancou de sangrar
você não é mais igual
e eu tao diferente, aposto...
Mas, dentro do peito a morar
pulsou o eterno, o atemporal

Inda sei porque a amo
motivos insondáveis, não distantes
Que o tempo em nada alteraram
o que vejo inda és o que amo
indiferente de agora e dantes
meus pedaços em ti se juntaram

Acontece que sei que você
foi o mais perto do paraíso
foi o que conheci do amor
mesmo sendo este o que fenece
em olhar-la inda visualizo
em meio a dor... rimar o amor

Foto de Diario de uma bruxa

Lagrimas

Há gotas de chuva
Correndo pelo seu rosto
São lagrimas
Que correm sem cessar
Lagrimas de um coração
Que sofre sem explicação
Sofre pela dor
Causada por desilusão
Lagrimas caem
Com soluços na escuridão
Soam como trovoadas
Gritando na tempestade
Chuva densa
Que não para
Molhando constantemente
Seu coração
São gotas de chuva
Lagrimas
Transbordando de seu coração

Poema as Bruxas

Foto de solangemota

Amores Inversos

Se por um instante sequer
Pudesse te esquecer
Meu rosto de mulher
Não mostraria tanto padecer

De mim vive tão distante
Escrevo um verso de solidão
Por um amor tão inconstante
Lágrimas seriam em vão

Mas minha dor aqueço
Com tantas recordações
Não lembro bem o começo
São tamanhas revelações

Risos e sonhos dispersos
Cheios de esperanças
Saudades, amores inversos
Por tantas andanças

Foto de Diario de uma bruxa

Seu rosto

Seu rosto combina
Com seu coração
Tão belo e meigo
É doce... Encantador

Seu rosto transmite
Compaixão
A magia do entendimento
A grande paixão

Seu rosto contagia
Traz alegria
Paz ao meu coração
É minha doce mania
Meu vicio... Meu grande amor

Poema as Bruxas

Foto de Ana Rita Viegas

O meu mundo

Abri os olhos
suavemente
Eras tu,
Mesmo aqui a meu lado.
Aqui
A felicidade
Está reflectida no meu rosto!
Abri a porta do meu coração
E deixei-te entrar
no meu mundo
imperfeito.
No meu mundo
com poucas qualidades
no meu mundo
a preto e branco.
Mudas-te-o
a cor nele
rejuvenesceu
o meu mundo gélido
com o tempo aqueceu

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