Ruído

Foto de Sonia Delsin

COMO UM CONDOR

voo livre como um condor
sou puro amor
nasci no campo
onde os pássaros livres cantavam
onde as bananeiras balançavam suas folhas e me assustavam
onde o ruído do moinho era melodia
e os bambuzais se dobravam
sou um condor
gosto de voar
sonhar
a minha terra costumo visitar
gosto de recordar
nasci numa terra que me inspirou a poetar

Foto de marylife

EM SEU RASTRO!

Tenho andado tão distante de você preocupando-me com pessoas que não
São e nem foram tão importante quanto você foi para mim.
Sei que tenho andando para bem longe do seu alcance para viver mais daqueles que
Estão cada vez mais longe de mim.
Você sempre tão perto que às vezes sinto uma brisa em meu rosto, sinto
Sinto carinhos em minhas faces e seu olhar bem dentro dos meus olhos
Faz-me as vezes sair do meu torpor trazendo minha menti sinto sua presença
Através de um objeto que cai, um ruído invisível uma sombra em meio a minha noite
Meu escaro se tornava tão legível me faz sempre ter a sensação de que andas
Sempre ao meu lado esquerdo demonstrando sempre o seu amor infinito
Que até então desconhecia.
Sinto meu coração ser levado por suas mãos esta sempre apontando me apontando os
Perigos em minha volta sempre querendo me proteger.
Pegando em minhas mãos me leva a ver coisas que sinto que sei mas que não quero
Enxergar a cada cortina levantada havia somente decepção por detrás delas
Viajou a lugares onde me trouxe todas as inverdades que eu pensava serem verdades
Descobriu um véu negro que eu pensava que era literalmente branco
Levando-me a lugares onde pude ver todas as promessas falsas, sorriso enganosos e olhares vazios que se mostravam doces mas eram frios afiados cortavam feito faca
Carinhos palavras que eu absorvia soavam como mel mas eram amargos como fel
Via apenas pureza eram almas de toda impuras.
Afasto-me de tudo para estar apenas em seu rastro e não ficar distante de ti
Em você eu sei que posso encontrar o verdadeiro amor límpido e transparente
Um amor que é para a eternidade.
marylife

Foto de Arnault L. D.

mil palavras... e silêncio

As vezes as palavras são desnecessárias.
Somente basta olhar, tocar, deixar sentir,
o calor gostoso, a brisa fresca, a paisagem...
Como a brisa ela foi caricia suave
e eu beijo o calor de uma tarde morna,
seus encantos de mulher desejada:
Profundo e fascinante mar, a guardar segredos
quando em seu amor a encontar tesouros submersos,
até o sol recostar-se, adormecido, no dorso de suas águas
como um amante exalrido em prazeres.
Sei; as vezes as palavras são desnecessárias:
é quando a olho nos olhos, é quando seus olhos me acham
e a amo, e me perco
e o mundo aquieta-se em suspenso
como aves a planar no horizonte
girando, brincando entre o poente e o mar
mergulhados em imensidão, reflexos e espuma,
bailando uma antiga canção, perdida,
sonha-se talvez, um devaneio, um ruído do vento
E mais ainda sei que a amo
e sabes que a amo, mesmo sem palavras,
por tantas mil palavras... e silêncio.

Foto de António Ferro

Um desejo...em pretérito perfeito

Acordo,
é Domingo!!!
Tento fechar de novo os olhos,
é cedo,
para Domingo.

Só os automóveis quebram o silêncio.

Procuro uma posição,
o corpo não ajuda,
beijo o meu braço esquerdo,
fico insatisfeito
e quero voltar ao sonho que não me lembro...
Nem faço esforço para recordar...

Passo a mão no cabelo,
mas é a minha mão!!! É o meu cabelo!!!
Aperto as coxas e sinto o calor,
mas são as minhas coxas!!! É o meu calor!!!

Tento beijar novamente,
mas é o meu beijo!!! Na minha almofada...

Hoje, até tenho saudades dos almoços familiares,
do ruído dos talheres,
da sensação de ficar cheio
e das vozes que teimam em não se calarem...

Gostaria de te ter a meu lado,
para te fazer uma festa,
para te dar um beijo,
para apertar a tua mão,
ou apenas, para sentir o calor do teu corpo junto ao meu.

E quem serias tú? Interrogo-me...
Uma antiga namorada ?
Uma amiga colorida ?
Um engate circunstancial ?
Não!!! Preferia que não tivesses rosto
que não tivesses nome
que não tivesses...

Hoje o sexo não entra no meu desejo,
gostaria apenas de te dar carinho
e nada receber em troca...

Gostaria apenas de te poder abraçar,
mesmo que os teus braços continuassem estendidos.
Gostaria apenas de te poder beijar,
mesmo que os teus lábios, não tocassem os meus.

Tú não tens idade, não tens sexo,
és apenas aquele Ser, a quem eu quero dar carinho.
Um Anjo ?
Seria perfeito!!!
Um amor ?
Assim sem jeito...

Um desejo em pretérito perfeito.

Foto de Lu Lena

SONHOS E PESADELOS NUM GRITO CALADO...(Dueto de Bira Mello e Lu Lena)

*
*
*

SONHOS-PESADELOS

Sonho por um momento
Que correspondes com plena paixão,
Ao meu amor e meus sentimentos;
Que entorpecem minha mente
Me deixa confuso em pensamentos:
De possuí-la, de ser seu dono,
Seu servo-escravo, seu macho em cio...
Apenas sonho nesse momento
Que sou cego por seu amor
E em braile leio com suaves toques
Todo seu corpo.
Sinto, vejo as nuances de su'alma
Decifro seus ícones...
Seus mais profundos segredos!
Percebo que cristalizas
bem dentro do seu casulo (su'alma)
Apenas por puro medo
De que eu não seja bom o suficiente
E transforme seus mais nobres sonhos
Em tristes pesadelos.
Agora o dia já vem...
Meu despertador acorda-me
Desperto desse meu triste sonho
Só pra ver a minha realidade
Perceber que dentro e fora de mim
Por hora não existe mais sonhos
Tudo é apenas sombrios,
Tenebrosos e eternos
Sonhos-pesadelos.

Bira Mello

GRITO CALADO

Lanço vôo nos lençóis alvos que
descortinam-se no campo estelar
em meus olhos pontos cintilantes
que ofuscam o meu olhar...
na obscuridade, a ardência e o
peso das pálpebras que insistem
em ocultar...
na deriva de meus pensamentos
sensações vibrantes...
no céu...
um pássaro a desenhar
o esboço inglório que resplandece
em ``flash´´ como raios de luz
teu sorriso esmaecido preso em
teus lábios, que atravessa o
tempo e insiste em dizer
que ainda me quer, que ainda
vai me encontrar...
oscilam as recordações que
costurei em retalhos e cerzi
com as marcas e as nuances
nessa incógnita que adormece
minha sobrevivência em ti
varam comigo madrugadas infindas
e na mudez de minha voz trancafiadas
inerte em estado de dormência em
transe...
na garganta ainda presas estão as minhas
lágrimas secas... que ainda insistem
em cair...
magia, divagação nesse contentamento
lá fora sinto o balançar da árvore que faz
ruído com as folhas que se dispersam
na brisa do vento...
em meu silêncio mórbido e trancado
teu nome ecoa dentro de minh’alma
num grito calado...

Lu Lena

Foto de Lu Lena

GRITO CALADO...

*
*
*

Lanço vôo nos lençóis alvos que
descortinam-se no campo estelar
em meus olhos pontos cintilantes
que ofuscam o meu olhar...
na obscuridade, a ardência e o
peso das pálpebras que insistem
em ocultar...
na deriva de meus pensamentos
sensações vibrantes...
no céu...
um pássaro a desenhar
o esboço inglório que resplandece
em ``flash´´ como raios de luz
teu sorriso esmaecido preso em
teus lábios, que atravessa o
tempo e insiste em dizer
que ainda me quer, que ainda
vai me encontrar...
oscilam as recordações que
costurei em retalhos e cerzi
com as marcas e as nuances
nessa incógnita que adormece
minha sobrevivência em ti
varam comigo madrugadas infindas
e na mudez de minha voz trancafiadas
inerte em estado de dormência em
transe...
na garganta ainda presas estão as minhas
lágrimas secas... que ainda insistem
em cair...
magia, divagação nesse contentamento
lá fora sinto o balançar da árvore que faz
ruído com as folhas que se dispersam
na brisa do vento...
em meu silêncio mórbido e trancado
teu nome ecoa dentro de minh’alma
num grito calado...

Foto de Sonia Delsin

“Esta outra que eu sou”

“Esta outra que eu sou”

Introspectiva.
Esta mulher contemplativa.
É a mesma mulher ativa?
É.
Numa hora gosto do silêncio profundo.
Me afasto do mundo.
Noutra eu gosto do ruído, das vozes, dos passos...
Dos laços.
De abraços.
Tem horas que preciso mergulhar fundo
nesta outra que eu sou.

Foto de Dyego m£ssala

Por que me Sinto só ...

Eu me sinto só, não sei por que ?
Preciso de alguem, mas quem ?
Sinto o frio da noite ouço um ruído bem de longe
Sinto aquela solidão sem compaixão se amor ou ternura
Penso em voce, porem vc nao me quer, sou triste e sem ninguem
Por dentro minha alma grita, eu choro a noite, não sei o que fazer
Por que eu Sinto essa coisa dentro de mim
Que me seca e deixa completamente vazio
Quando na verdade só quero poder ser pelo menos uma vez
importante para alguem, sentir que precisam de mim ...

A Solidão é no interior de nossa alma, onde nós podemos nos esconder de tudo e de todos ...

Uma prisão infinita ...

Que desejo sair, porém sempre estarei lá ...

Foto de Carmen Vervloet

OLHOS QUE VEEM, CORAÇÃO QUE SENTE

No meu coração, gravada em felicidade, a fazenda Três Meninas! O casarão caiado em branco, portas e janelas pintadas em ocre, a varandinha, como mamãe chamava, com jardineiras repletas de gerânios coloridos e camaradinhas que caiam até o chão. Em frente à casa, estonteante jardim, onde borboletas faziam seu ritual diário, beijando com amor a cada exuberante flor, cena que meu coração menino guardou para sempre. As cercas todas cobertas por buguenvílias num festival de cores. Em seguida ao jardim, o pomar com gigantescas fruteiras (olhos de criança, enxergam tudo maior), mangueiras, abacateiros, laranjeiras, goiabeiras e tantas outras que não se conseguiria enumerar, onde com a agilidade da idade subia, não só para colher e saborear os frutos maduros, mas, para ver de perto os ninhos de passarinhos, que papai com sua profunda sabedoria, já me ensinava a preservar. Passava horas sobre os galhos das minhas fruteiras prediletas, principalmente goiabeira, que era só minha, ficava ao lado do riacho, onde também costumava pescar. Lá do alto, no meu galho preferido, junto aos pássaros, voava em meus sonhos de criança feliz!
Nos meus devaneios, fui mãe (das minhas bonecas), fui anjo (nas coroações de Nossa Senhora), viajei pelo mundo (sempre que via um avião passar), fui menina-moça (sonhando o primeiro amor). Na vida real fui criança feliz, cercada pelo amor e carinho de minha doce mãe, de meu sensível e amigo pai (ah! Que saudade eu sinto de você, pai), de minhas duas irmãs mais velhas que faziam de mim sua boneca mais querida, colocando-me sobre uma pilha de travesseiros, num altar improvisado sobre a cama de meus pais, onde eu era o anjo, na coroação que faziam de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha apenas dois anos e se o sono chegava, a cabecinha pendia para o lado, logo me acordavam, pois não podiam parar a importante brincadeira.
Já maior, menina destemida, levei carreira de vaca brava, só porque me embrenhei na pasto, reduto das vacas com suas crias, para colher deliciosa jaca, que degustara com o prazer dos glutões. O cheiro da jaca sempre me reporta às boas lembranças da Fazenda Três Meninas... Até hoje tenho uma pequena cicatriz na perna, que preservo com carinho, sinal de uma infância livre e feliz. Desci morros em folhas de coqueiros, cavalguei cavalos bravos, pesquei com peneira em rio caudaloso! Ah! Tempo bom que não volta mais!...
Mês de dezembro. Tempo de expectativas e alegrias. Logo no começo era a espera do meu aniversário, da minha festa, do vestido novo, do meu presente, o bolo, a mesa de doces com os deliciosos quindins feitos por mamãe. Depois a expectativa do Natal, a escolha do pinheiro, do lugar estratégico para montar a imensa árvore, os enfeites coloridos, estrelas, anjinhos, bolas que eu ajudava mamãe a pendurar, um a um, com delicadeza e carinho, junto à certeza da chegada do bom velhinho, em quem eu acreditava piamente, com todos os presentes que havia pedido por carta que mamãe me ajudava a escrever. O envelope subscritado com os dizeres: Para Papai Noel – Céu
E depois era esperar a chegada do grande dia. Era o coração batendo em ansiedade, era a aflição de ser merecedora ou não da atenção do bom velhinho. Quando chegava o dia 24, sentia o tempo lento, as horas se arrastando, o sapatinho, o mais novo, sob a árvore, desde muito cedo, o coração batendo acelerado. Mal anoitecia, já deixava a porta entreaberta para a entrada de Papai Noel e corria para minha cama tentando dormir, sempre abraçada a minha boneca preferida, para acalmar as batidas do meu coração. O ouvido apurado para tentar ouvir qualquer ruído diferente. Era sempre uma noite muito, muito longa! Os olhos bem abertos até que o cansaço e o sono me venciam!
No dia seguinte, cedo pulava da cama. Que grande felicidade, todos os meus presentes lá estavam sob a árvore. Era uma festa só! Espalhava os presentes pela casa toda, na vitrola disco LP tocando canções natalinas, função de papai que adorava música... (Ah! Papai quanta coisa boa aprendi com você). Lembro-me bem de um fogãozinho, panelinhas, pratos, talheres que levei logo para o meu cantinho, onde brincava de casinha. Lembro-me também de uma boneca bebê e seu berço que conservei por muitos e muitos anos.
Todas essas lembranças continuam vivas dentro de mim, como se o tempo realmente tivesse parado nestes momentos de paz e felicidade. Os almoços natalinos na casa de meus avós paternos onde toda a imensa família se reunia em torno de uma enorme mesa. Vovô na cabeceira, vovó sentada a sua direita, tios, tias, primos e mais presentes para as crianças, comidas deliciosas, sobremesas dos deuses, bons vinhos que eu via os adultos degustarem, (depois do almoço, escondida de todos, eu ia bebericando o restinho de cada copo), arranjos de frutas colhidas no pomar, flores por toda a casa e depois minhas tias revezando-se ao piano, já na sala de visita, onde os adultos tomavam cafezinho e licores. A criançada correndo pelo quintal, pelo jardim, pelo pomar... Tantos momentos felizes incontáveis como as estrelas do firmamento! Momentos que eternizei no meu coração.
Hoje o tempo é outro, a vida está diferente. Muitos se foram... Outros chegaram... Os espaços estão reduzidos, as moradias se verticalizaram, as janelas têm grades por causa da violência, as crianças já não acreditam em Papai Noel, desapareceu o espírito cristão do Natal para dar lugar a sua comercialização, as ceias tomaram o lugar dos grandes almoços em família, da missa do galo...
Mas a vida é dinâmica e temos que acompanhá-la. Os grandes encontros de família são raros. As famílias foram loteadas, junto aos espaços, junto a outras famílias, junto à necessidade de subsistência.
Nada mais é como antes, mas mesmo assim continuamos comemorando o nascimento do Menino Deus, em outros padrões é verdade, mas com o mesmo desejo de que haja paz, comida e felicidade em todos os lares.
Feliz daquele que tem tatuado nas entranhas da alma os venturosos natais de outrora vistos por olhos que vêem, olhos atentos de criança, sentidos com a pureza do coração!
Olhos da alma, sentimentos eternizados!...

Carmen Vervloet
Vitória, 23/12/2008
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À AUTORA

Foto de Henrique Fernandes

MAR DE NÓS

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.

Cada onda é um pedacinho
Teu que chega até mim
O mar ama-me por ordem
Do teu amor sem fim

Traz um beijo teu
Na borrasca branca
Espalhando-se na areia
Expondo seres franca

O ruído deste mar
Por ti mandado
Estronda-me a alma
Faz-me sentir amado

Em mim te entregas
Maior que este oceano
Arrasto-me na maré-cheia
Mergulhado em quem amo

Guio-me pelas estrelas
Neste mar de nós
Salgados de distancia
Num tom doce da voz

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