Sempre

Foto de Carmen Lúcia

Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
Comparadas a uma linha tênue, sutil,
Levadas por um sopro, aragem febril,
Girando sempre, eternamente, sem partir,
Sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
Sem realmente ir...

Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...

Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

Foto de José Bento

ALMA DE POETA

Uma pequena homenagem a todos os meus amigos poetas, homem ou
mulher, que sabe interpretar como ninguem os sentimentos humanos.

O poeta é igual ave que encanta,
Mas se esconde entre o verde da folhagem.
É forte e é frágil.
Ás vezes é silêncio que canta.
Mas que também grita
E nem sempre agrada,
E mesmo agradando, ele também espanta.
É um sóbrio delírio, instante breve,
Que reluta ao furor da ventania.
É o ombro amigo,
A voz que acalanta.
Traduz e interpreta os coraçõs errantes,
Na sombra da noite.
No claro do dia.
São tantos os desejos delirantes
Que se escondem por detrás face nua.
Por dentro de casa,
Andando na rua.
Mas quem se importa?
E quem quer saber?
Só a alma do poeta interpreta,
E acredita nas razões do própiro ser.

Já passou de meia noite e estou só.
Silêncio na rua.
Ouço um carro que passa e gente correndo.
De repente, um susto!
Um pássaro noturno dá um grito,
Rascante e horrendo!
Depois, mais um, e ainda um terceiro,
Agora distante.
Outra vez o silêncio!
Dessa vez, tão intenso, que dói os ouvidos.
É alta madrugada.
Das alturas ouço um avião pequeno,
Que logo se vai, plainando, sereno
Quem será que vai nele?
Alguém os espera,
Anciosos por sua chegada.
São pais e são filhos,
Parentes, amigos...
Mãs quem se importa?
E quem quer saber?
Pois somento o poeta se ocupa
De enxergar o que quase inguém vê.

Agora, o vazio.
Silêncio eminente.
Ouço tão somente um grilo que canta.
Quem dera sentisse a paz que aparento.
Fico remoendo pensamentos vãos.
E no coração, um leve desalento.
Sinto um vento frio.
É chuva chegando
As horas se passam
O sono não vem!
Agoniza lenta, a madrugada fria
E os minutos vão passando devagar.
Vejo a lua inválida,
Com a face pálida
Declinar de leve.
Num instante breve, pensei em alguém.
Momentos vividos,
Desejos sentidos e a saudade morna.
Mas quem se importa?
E quem quer saber?
Só a alma de poeta interpreta,
E acredita nas razões do própiro ser.

José Bento.

Foto de Cesar Jardim

Reviver

Renasci com o teu perdão,
agora a vida segue em frente,
e deixamos para trás todas as mágoas.
A intenção de rever teus olhos bem de perto,
segue aos meus desejos ilusão.

Se fores além,
permita que eu te siga sem pedir.
Se eu for também,
permita que eu te ame a luz do sol.

Voltamos a viver,
pelo teu amor,
e não há dívida melhor a se pagar.

Se ao silêncio fores embora,
ao menos da sua voz me deixe a canção.
Se me deixares ir,
Sempre irei ao teu encontro.
Se me deixares te amar,
saibas que nunca terás o que sofrer.

E ao viver assim,
você será a minha eterna musa,
inspiração e minha razão mais pura,
que Deus criou com perfeição.

Foto de Cesar Jardim

Amor em alto mar

Navego em alto mar,
calmaria das ondas,
maresia me sinto a distâncias,
ao alto balanço,
apenas as manhas das marés.

Mas assim como em outros tempos,
bem lá quando eu era menino,
nas histórias das sereias,
que ao canto mais bonito,
ao marinheiro apaixonar.

E de encantos preenchendo,
as lacunas do destino,
vivendo entre as profundezas,
no qual dos sonhos o mais lindo.

E vivo sempre na esperança,
de um dia encontrar,
a lenda viva permanece,
em cada onda que eu cruzar.

Foto de Paulo Gondim

Procura

PROCURA
Paulo Gondim
14/04/2013

Segui teus passos por muito tempo
Por muitas léguas, muitas andanças
Me fiz sentinela por tua volta
E aos poucos me vi sem esperanças

Andei por vias tortuosas, infinitas
Te procurei em vão, em cada estação
O inverno chegou, se foi o verão
E a tristeza instalou-se no meu coração

E por onde mais procurar, não sei...
Dei voltas ao mundo, como andei...
Juro que perdi as forças, cansei
Acho que perdi mesmo a quem amei

Mas não desisto. Continuarei de pé
Na solidão do frio que minh’álma corta
E quando uma brisa me sussurra
Sempre acho que és tu, batendo a porta.

Foto de Francis Raposo Ferreira

Conquistar a Felicidade

Felicidade

Tal como tanta outra gente, também já me vi, diversas vezes, confrontado com esta pergunta que nos provoca desconforto e para a qual nem sempre tenho conseguido encontrar resposta: “O que é a Felicidade?”
Umas vezes pensei ter encontrado resposta, quando sentia aflorar um sorriso motivado por um qualquer acto, ou atitude, quantas vezes espontâneo. Outras vezes pensava que a felicidade residia no facto de verificar como um gesto meu, por mais simples que possa ser, provoca o sorriso de outro alguém. Não nego que se tratam, efectivamente, de momentos de Felicidade, só que, permitam-mo, penso tratar-se de um 1º estágio da Felicidade, isto é, uma Felicidade momentânea, mesmo que possamos argumentar que a Felicidade plena não existe, que o que existe é uma sucessão de momentos de Felicidade.
Noutros momentos de reflexão, pensava ter descoberto o verdadeiro significado da palavra Felicidade, quando revisitava a minha vida e ia identificando os vários objectivos, pessoais, familiares, profissionais, sociais, etc., que já conseguira concretizar e contribuir na concretização de Alguns objectivos daqueles que fazem parte desse mesmo percurso de vida, mas chegava, novamente, à conclusão de que ainda não descobrira o verdadeiro significado dessa palavra mágica que é a Felicidade, quando muito poderia ter identificado aquilo a que chamarei de 2º estágio da Felicidade, isto é, a conquista de um espaço onde a Felicidade passa de momentânea a mais consistente, um espaço onde podemos definir objectivos pessoais e sociais mais abrangentes.
Foi um destes dias, muito recentemente, quando ao chegar a casa, em plena solidão, que penso ter conseguido identificar o significado da palavra Felicidade, ou talvez seja só mais um estágio desse mesmo sentimento. É curioso dizer-vos, e concluir, que foi em pleno estado de solidão que dei mais este, significativo, passo, ou talvez até nem seja assim tão curioso, basta aceitar-mos o facto de que não há contexto melhor para a reflexão do que um pleno estado de solidão, pelo menos solidão espiritual, como que um vazio da nossa consciência, que nos permita uma viagem, sem enviesamentos, ao nosso subconsciente. Estava eu no tal estado de solidão, quando dei comigo a olhar não para tudo já consegui concretizar, mas sim para aquilo que poderá ser o meu, acompanhado de quem faz parte desta corrida, futuro. É verdade, foi como que uma viagem ao futuro, um futuro onde nunca estive, mas onde me senti bem, um futuro onde não senti preocupações de maior, um futuro que se me afigurou de estabilidade, emocional, sentimental, familiar, social, profissional, enfim, um futuro onde gostei de estar. Foi deixando-me ficar neste futuro que me fui apercebendo do estado de Felicidade, permanente e não momentânea, em que vivo, isto é, foi olhando o futuro de todos aqueles que hoje consigo identificar na minha vida, incluindo o meu, e só assim, de olhos no futuro, é que penso ter dado mais este passo.
Este 3º estágio da Felicidade, a que chamarei de horizontal, quando conseguimos identificar indicadores seguros de que todos os momentos de Felicidade momentânea se solidificaram e se transformaram em verdadeiros, e fixos, suportes para um futuro de estável desenvolvimento do tão desejado estado de alteridade.

Francis Raposo Ferreira

Foto de Elias Akhenaton

Pensamento

A vida é uma melodia constante, onde temos que manter o tom da fé, caminhar com a voz da esperança se não quisermos desafinar na nota do lamento e sempre agradecer a Deus com um canto de oração.

-**-Elias Akhenaton-**-
"Um peregrino da vida, pescador de emoções."

Foto de Xufia

A história de um menino especial

Olá. Eu sou um menino, tenho 5 anos. Como ainda não sei escrever, e só sei ler o meu nome, quem vai começar por contar a minha história vai ser a minha mãe, segundo o ponto de vista dela. Talvez daqui uns anos, seja eu a contar...

O meu menino nasceu há 5 anos atrás, com 3450kg, e 50cm. Ainda me lembro de tudo como se fosse hoje. As dores foram horriveis, mas apesar disso o momento mais especial, o momento pelo qual pensamos e sentimos que valeu apena todo o esforço foi quando o colocaram nos meus braços, encostado ao meu peito. É uma sensação única...

A gravidez do Daniel não foi planeada, eu tinha 21 e meu marido é dois anos mais velho. Casamos, e fomos viver com os meus sogros durante os primeiros dois anos de vida do Daniel. Para mim, foi uma das épocas mais dificeis da minha vida, mas não quero nem estou pronta para falar desse assunto, até porque esta história é do meu filho e não minha...

O primeiro sorriso, os primeiros dentes, os primeiros passos...ocorreram todos dentro do espaço de tempo esperado no desenvolvimento de uma criança. Era, e é, um miudo muito barulhento, mas na altura não falava, fazia apenas sons.

Os pediatras diziam que era uma atraso na fala, até tivemos uma médica que dizia que a culpa era nossa por não o estimularmos o suficiente. Chegou a ser operado aos ouvidos, com receio de algum problema auditivo mas nada.

Os avos maternos e paternos, sempre nos ajudaram quer a nivel financeiro quer a nivel de criar o Daniel. E começamos à procura.... uma altura também ela muito complicada, mas que fica para outro dia...

Xufia***

Foto de Carmen Vervloet

O Silêncio

Um grande silêncio habita nosso interior
e tantas vezes falamos para não o escutar,
ele é a voz de Deus, nossa consciência superior,
sempre atenta para não nos deixar vaguear.

Enquanto a gente fala, fala, fala, fala...
Fazendo barulho para não o escutar,
o silêncio simplesmente escuta e cala
esperando paciente o nosso despertar.

Mas quando descobrimos toda sua riqueza,
mestre sempre pronto a nos ensinar,
compreendemos a clareza da vida e sua beleza
e como ouvindo o silêncio fica mais fácil caminhar.

Somos antenas que captam os mistérios do universo
e só no silêncio acontecem as grandes explosões,
foi no silêncio que Quintana compôs seus versos
e Bach fez suas notáveis e primorosas composições.

Foto de Francis Raposo Ferreira

Beleza da Noite

A beleza da noite

A noite está a chegar,
É bom sentir o anoitecer,
Saber que te vou beijar
E teus beijos receber.

A noite traz solidão,
Dizem alguns solitários,
A mim traz-me a bênção
De beijos extraordinários.

Talvez seja curto o espaço,
Mas é sempre belo
Tudo o que nele faço.

Estar junto a ti
É prazer singelo,
Que quero só para mim.

Francis Raposo Ferreira

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