Som

Foto de DeusaII

Tu não estás!

Oiço o teu nome,
Como um eco distante,
Que penetrou na minha alma,
Sem pedir licença.
Sinto tua presença perto de mim,
Apesar de não estares do meu lado.
Tua força domina meu coração,
Meu sorriso se abre,
Ao som da tua melodiosa voz.
Meus pesadelos transformam-se em sonhos,
E sorrio perante a fantasia.
Teu corpo esbelto, aparece diante de mim,
Teu olhar matreiro,
Faz-me percorrer histórias que já não existem.
E teu coração....
Oh, teu coração, esse
Faz-me vibrar dos tempos que passamos,
Leva-me ao delírio e à loucura.
Mas a tua alma,
Que está colada à minha,
Relembra-me do amor que vivemos,
Das noites tantas que sonhamos
Dos amores frígidos que tivemos.
Das inconstâncias de noites de amor.
Sinto tua presença,
Perto de mim,
Que rodeia-me e aquece meu coração.
Mas ao acordar
Sinto o frio a tomar conta de mim,
Olho para a minha cama vazia,
De ti, de mim...
E apercebo-me com dor no coração,
Que tu não estás!

Foto de Dirceu Marcelino

EXCITAÇÃO POÉTICA

*
* Inspirado no poema Quando à Luz de Joaninha Voa
*

A excitação é júbilo e alegria
Vinda do profundo do coração
E traz graça à lida que se inicia
Vontade de viver com emoção.

Ela nos inspira e dá energia
Liga nosso inconsciente à razão.
Incita-nos a esta parceria
D’onde sai o fruto da inspiração.

Faz – nos escrever a letra da poesia
E ouvir ao fundo o som da canção
Parecendo tudo obra da maestria

De profissionais da viola e violão,
Mas na realidade é a sintonia
A corresponder com empolgação.

Foto de Sandra Ferreira

Momento…

*
*
*


*
*

Campo verde,

Meu lar neste momento,

Sem rumo, caminho sobre ele,

Cabisbaixa, pensativa

Perdida em sofrimento…

Com as gotas da chuva

As ervas daninhas resplandecem,

Insensíveis, atrevidas

Selvagens e frias,

Impedem a minha passagem

Enroscando se nas minhas pernas

Molhando-as, ferindo-as…

O telhado do meu lar

Cinzento e nublado,

O orvalho que mansamente

Se aloja nas minhas pestanas

Dificulta me a visão

Já cansada e marejada…

Paro por momentos e o silencio é total,

A ausência dos pássaros

Do som das cigarras, do uivo do vento

E sinto me só, muito só neste momento…

Foto de Sirlei Passolongo

Retirante do Progresso

Na beira de uma estrada
Uma casinha de madeira
Lá vive um peão boiadeiro
Ali não se vê mais bois,
Não se vê pasto ou invernada.
Não se ouve mais o som do berrante
Que era a canção das madrugadas...
Mas de longe se ouve uma viola
Que a saudade do peão chora...

A poucos metros da velha casa
Um sarilho velho abandonado,
Uma paineira centenária
E um gasto arreio de gado;
Nos olhos do peão...
As marcas da sua história...
E de longe se ouve uma viola
Que a saudade do peão chora.

Ele relembra com saudades
Do quanto era puro o lugar,
A única fumaça que havia
Era da chaminé a assoprar
Avisando que era hora
De o rebanho ajuntar...
Mas de longe se ouve uma viola
Que a saudade do peão chora.

Ali não havia outros ruídos
Além dos pássaros cantadores
Não lhe faltava na mesa
O pão e o frango ao molho
Domingo ia à missa
Na Igreja do Nosso Senhor...
E agradecido sorria
As crias do gado reprodutor.

Mas longe se foram seus filhos
Na ilusão do progresso,
Depois foram os amigos
Atrás de um futuro incerto...
E a velha igrejinha, hoje está vazia
O asfalto corta a velha estrada...
O canavial queima à beira da casa,
E o som do berrante
Ele ouve apenas na memória...
Mas de longe se ouve uma viola
Que a saudade do peão chora.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Poesia inspirada no poema Mulher de Retirante.
Dedicado aos sertanejos do Sul.

Foto de Carmen Vervloet

SERENATA DE AMOR

SERENATA DE AMOR

Acordo no meio da noite a sonhar!
A lua desliza com as bochechas cheias de vento.
Ouço ao longe uma voz a cantar
E o som não identificado de um doce instrumento!

Levanto-me silenciosamente e abro a janela.
Reconheço o som suave do violão.
A natureza pálida, linda aquarela,
Borda em estrelas meu coração!

O som agora nítido e forte.
“Carmen te amo... Te adoro... Te quero...
Outra vez!”
Meu coração viaja lânguido, sem passaporte...
Entrego-me ao momento que tanto espero,
Sem talvez!

Serenata de amor ao luar!
A beleza da noite flutuando no ar!
As flores umedecidas pelo sereno!
Fazem um bailado em êxtase pleno!

Toda a natureza baila ao ritmo do violão!
Meu amor soltando a voz na canção!
“Carmen, a hora é agora não vamos deixar passar!”
Sou apenas um sonho de amor ao luar!

As plantas se agitam no meu jardim!
As trepadeiras sobem, enroscam-se, caem de novo...
O perfume exala dos brancos jasmins!
O pintinho feliz, piando, deixa seu ovo...

Pequenos detalhes que só enxerga o coração!
Detalhes de vida, de luz, de amor em ação!
Detalhes que se tornam gigantes como o mar!
Detalhes sutis percebidos pelo amar!

E a serenata continua
Seguindo o deslizar da lua!
Num violão chorado...
Acordando o passado!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de Ana Botelho

ARTE ABERTA, ESCLARECIMANTO

ARTE ABERTA, ESCLARECIMENTO
Poetar é mostrar a linguagem da alma e do sentimento
É curar qualquer dor, sem nunca lhe faltar um argumento
É deixar nascer o poeta que existe em você, sem tormento
Porque a poesia inebria, entorpece o corpo e o pensamento
Traz alegria às mentes, depois dança e sobe ao firmamento
Emociona como a prece, cria ondas, é o melhor tratamento
Quando doce, promove a paz com a energia vinda no vento
Se banhada de dor, é rima que soa forte, se rasga, fragmento
Onde está a poesia não há desculpa de ser passatempo
Porque ela carrega em si nostalgia, retrata um sentimento
Nasce da explosão, da agonia, ou de qualquer doce evento
Na música da vida ela é o tom, o tempo e o contratempo
É o nascer do sol e o cair das nuvens, é deslumbramento
Um brincar, um sonhar, eternas palavras, é documento
Se entardece em lilases, ou anoitece em lamentos
Vira memória, para não se esquecer do esquecimento
Ela é a maior fala, o grande protesto, bendito talento
Vira na dor, lenitivo, terapia e quem sabe ungüento
Em abandono, tem o som de corredores de convento
Na festa interior, eterniza tudo, o melhor momento
Será a poesia o nosso mais perfeito invento...
Em meio a tanta vírgula, parágrafo e acento
Que preenchem e emolduram esse monumento
Tratando o coração, conhece o seu sofrimento.

Foto de LuzCintilante

RAIOS DOURADOS

*
*
*
*
Dia de raios dourados
O som do mar à saudar
Forte brisa à abraçar
A paz impera a azular
Ondas brincando na areia
Revoadas de pombos no ar
Crianças felizes a cantar
Felicidade brilhante surgindo
Lembranças teimam em aflorar
Revivendo momentos apaixonados
De carinho e doces beijos aveludados
Da história de dois eternos namorados

Foto de Carmen Lúcia

Aprisionadas...

Olho o céu coalhado de pipas
dançando ao som do vento, mortas-vivas,
num vaivém de efeitos especiais,
desafiando os fortes vendavais...
E os grandes festivais.

Embaixo a gritaria...criançada e correria,
ajeitam carretilhas...Puxam, riem...Euforia!
Dão mais linha, muita linha...E qual delas ganharia?
Mais altura alcançaria?
A mais ousada, qual seria?

Mal sabem que, aos borbotões,
tentam se livrar dos grilhões
que as mantêm prensadas, enclausuradas, pesadas,
Assim como dos trens, os vagões...
os vergalhões.

Anseiam pelas rajadas de vento
que ninguém pode impedir...
Que, de repente, quebrem as correntes...
Libertem-nas, as façam subir...
Livres...leves...soltas...Ao léu!

E o desejo de liberdade prevalece.
O sonho de voar permanece.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Morte e ressurreição de um poeta...

Sangra, agora, seu coração...
Mudo, destroçado, descompassado.
Quer bramir um verso,
despertar a emoção...
Mas cala-se ante o gemido que brota
confirmando a triste derrota.
Sangrando assim, não é capaz...
Sangrando assim, seu verso jaz.

Outrora voava com a fantasia,
som de violino em feitio de poesia,
seus versos percorriam céus e terras...
Era o amor indo ao encontro de almas vazias.

Pisotearam o poeta, tiraram-lhe a visão,
Rasgaram os seus versos, escarraram suas rimas...
Amores perversos, almas desumanas,
maldade imbuída na mente humana...

Hoje, um farrapo vagueia pelas esquinas,
um resto de inspiração o incita à nova vida...
E tateia as emoções pelos cantos, perdidas,
restaurando seus versos, resgatando suas rimas...
Esculpindo sua alma, um verdadeiro artista!

(Carmen Lúcia)

Foto de SANDRO KRETUS

A valsa das rosas

Lembra quando dançávamos a luz do luar, meu amor?
E as rosas giravam, iluminadas, no jardim das petúnias
Ali nossos corpos rodeavam, deslizando ao som dos violinos
Que alçava-nos a urbe da luz, nos iluminado de azul

Dançávamos ao som do Danúbio, seguido por outra valsa
E mais uma, assim se fazia, sem pensar na hora, mas que hora?
Se não existia, era só nós dois
Dançando a luz da lua

Até nas noites frias, mas que frias?
Se o calor nos aquecia
Em cada dança, ali se fazia
Um passo de magia

E nos bailes de máscaras? Lembra?
Sempre um cavalheiro roubava-te dos meus braços
E mesmo distantes, nossos olhos
Estendiam-se na mesma vértice que nos unia

Éramos um do outro, meu amor
Que adorável companhia
Tê-la ao meu lado, assim
Todos os dias

Agora, uma púgil agonia
Em meu peito se afia
Ao lembrar-me destes momentos
Oh! Que tristeza! Em meu coração se alogia

Desde que partiu
Vivo esta tormenta
A dor me castiga, em infinita sentença
Porque meu amor, me deixaste?

Meu pensamento viaja, tentando encontrar
A substancia que esvaiu do teu corpo, ao postemar-se
Vejo teu sorriso em cada estrela, mas não consigo alcançar-te
Porque meu amor, me deixaste?

As vezes sou capaz de ver-te, dançando no véu da noite
Iluminada, me sorri, sorri, mas não diz nada
E ao alcançar-te em desespero, desapareces
Como nevoeiro,dispersando-se por inteiro

Oh! Espirito iluminado
Porque não me levas contigo?
Quero ficar ao teu lado
Dançando eternamente no luar encantado

Hoje mais um dia, sonho acordado
E ao olhar as petúnias mortas no jardim
Lembro-me de como éramos felizes
Também hoje, mais uma vez, venho trocar as rosas de teu jazigo

E ao sentir tua lápide fria em meus pés
Mais uma lágrima surgi em meu rosto sofrido
Digo-te, meu amor, como sempre digo
Hoje as petúnias estão mortas, mas as rosas girarão, iluminadas pelo teu sorriso.

( O jardim sombrio )

http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1013646

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