Terra

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DESPEDIDA A MEU PAI

DESDE O DIA QUE SAISTE DE CASA
NAQUELA HORA QUE FICASTE TÃO DOENTE
SAÍ DE CARRO PELAS RUAS NA BRASA
PARA TE LEVAR AO HOSPITAL TÃO URGENTE

E NÃO MAIS VI BRILHO NO TEU OLHAR
O QUE ME ENCHEU A ALMA DE TRISTEZA
TIVE INTUIÇÃO QUE JAMAIS TE IRIA ABRAÇAR
POIS ESTE MUNDO DEIXARIAS DE CERTEZA

DESCANSA AGORA NO INFINITO DOS CÉUS
DAS PENAS QUE NA VIDA PADECESTE
REPOUSA TUA ALMA NA PRESENÇA DE DEUS
POIS DA VIDA TERRENA O SOFRIMENTO ESQUECESTE

FICARÁS SEMPRE GRAVADO EM MEMÓRIAS
DO FILHO QUE CRIASTE E A QUEM DESTE ENSINO
E QUE HOJE EM POEMAS CONTA HISTÓRIAS
DO AMOR QUE LHE DESTE EM MENINO

FOSTE O PAI QUE ENSINOU COM PRAZER
O ESFORÇO DO TRABALHO ÁRDUO E DURO
MAS SÓ COM ELE NA VIDA SE CONSEGUE VENCER
TODA A VONTADE DE CONSTRUIR O FUTURO

REPOUSA PAI AO LADO DE DEUS HOMNIPOTENTE
E PEDE COM FERVOR DO MUNDO A SALVAÇÃO
QUE NA TERRA COMO UM PENITENTE
NÃO TIRO TUA LEMBRANÇA DO MEU CORAÇÃO

ERGO ASSIM AS MÃOS AOS CÉUS E AGRADEÇO
O ENSINO E O AMOR QUE TU ME DESTE
POIS DE TI A MINHA VIDA FOI O COMEÇO
E O CÉU COMO PRÉMIO MERECESTE

DESCANSA POIS DESTA JORNADA AGRESTE
DO ESFORÇO NESTA VIDA DISPENDIDO
QUE EU NÃO ESQUEÇO O AMOR QUE ME DESTE
E EM MEUS POEMAS NUNCA SERÁS ESQUECIDO.

29.3.95
ONIL

Foto de onil

TERRA NATAL

O SONHO DE QUEM PARTIU
É VOLTAR A ESTAR PRESENTE
NA TERRA QUE UM DIA O VIU
PARTIR COMO IMIGRANTE

SOU IMIGRANTE EM PORTUGAL
MAS SOU BEM PORTUGUÊS
EMBORA Á TERRA NATAL
SONHE VOLTAR OUTRA VÊZ

E SARAR ENTÃO A FERIDA
DE QUANDO EU DISSE ADEUS
VOLTAR Á ALDEIA QUERIDA
E ABRAÇAR TODOS OS MEUS

ESSA ALDEIA PEQUENINA
Á TARDE TÃO SOALHEIRA
DOS MEUS OLHOS É A MENINA
O SEU NOME É NOGUEIRA

MATAR TODAS AS SAUDADES
OLHAR O CAMPO VERDINHO
SACIAR TODAS AS SEDES
COM A CÔR DO NOSSO VINHO

NÃO DEIXAR MAIS OS ENCANTOS
DA ALDEIA E REDONDEZA
GOZAR ENTÃO NOS SEUS CAMPOS
TODO O BEM DA NATUREZA

E SONHO DESDE RAPAZ
EM TERRRAS DE PORTUGAL
MORRER VELHINHO E EM PAZ
NA MINHA TERRA NATAL

16.5.93
ONIL

Foto de onil

NOGUEIRA

EU PARTI DA MINHA ALDEIA EM CRIANÇA
E UMA VIDA EU CONSTRUI NUM OUTRO LADO
MAS MEU SONHO É VOLTAR E NÃO SE ACABA A ESPERANÇA
NEM A LEMBRANÇA DOS BRINQUEDOS DO PASSADO

Á TARDINHA EU FICO A ADMIRAR
A BELEZA E A GRAÇA DO SOL-PÔR
PENSO ASSIM QUE UM DIA HEI-DE VOLTAR
POIS ESTA ALDEIA PARA MIM TEM MAIS VALÔR

A SAUDADE QUE EU SINTO DESTA TERRA
ME OCUPA O PENSAMENTO NOITE E DIA
QUANDO SINTO E RESPIRO O AR QUE VEM DA SERRA
A MINHA ALMA VIBRA LOGO DE ALEGRIA

A VIDA VIVEREI PENSANDO EM TI NOGUEIRA
DURANTE TODA A NOITE MEU SONHO É SÓ EM TI
MAS TODAS AS MANHÃS ILUSÃO PASSAGEIRA
ME OCUPA O PENSAMENTO E FAZ-ME ESTAR AÍ
E EU GOSTO DOS TEUS PRADOS DOS TEUS MONTES.
AINDA TENHO ESPERANÇA DE ESTAR EM TI NOGUEIRA
VIVER ENTÃO A VIDA QUE EM TI NUNCA VIVI
LEMBRAR TODO O PASSADO SENTADO Á LAREIRA
TOMAR TODO O AROMA DA TERRA ONDE EU NASCI
BEBER A ÁGUA PURA QUE CORRE EM TUAS FONTES

EU PARTI DEIXEI OS MEUS AMIGOS
MINHA VIDA PARA SEMPRE É EM LISBOA
DEIXEI PRADOS E NOS MONTES DEIXEI OS MEUS ABRIGOS
E O AROMA DESTA TERRA QUE É TÃO BOA

A LEMBRANÇA DAS TUAS GENTES FRANCAS
QUE VIVERAM JÁ EM TI TANTOS AMORES
DOS TEUS PRADOS, E AS TUAS CASAS BRANCAS
OS TEUS CAMINHOS FLORIDOS DE MIL CORES

QUE SAUDADES DA MINHA LINDA ALDEIA
DA VERDURA DOS SEUS CAMPOS NO VERÃO
SUA BRISA QUE É TÃO PURA NÃO SAI DA MINHA IDEIA
POR ISSO EU CANTO PARA SEMPRE ESTA CANÇÃO.

A VIDA VIVEREI PENSANDO EM TI NOGUEIRA
DURANTE TODA A NOITE MEU SONHO É SÓ EM TI
MAS TODAS AS MANHÃS ILUSÃO PASSAGEIRA
ME OCUPA O PENSAMENTO E FAZ-ME ESTAR AÍ
E EU GOSTO DOS TEUS PRADOS DOS TEUS MONTES.
AINDA TENHO ESPERANÇA DE ESTAR EM TI NOGUEIRA
VIVER ENTÃO A VIDA QUE EM TI NUNCA VIVI
LEMBRAR TODO O PASSADO SENTADO Á LAREIRA
TOMAR TODO O AROMA DA TERRA ONDE EU NASCI
BEBER A ÁGUA PURA QUE CORRE EM TUAS FONTES

ONIL

Foto de onil

REGRESSO Á ALDEIA

AO REGRESSO Á MINHA ALDEIA
VEIO-ME LOGO Á IDEIA
LENÇOS BRANCOS DA DESPEDIDA
QUE TROUXERAM AOS OLHOS MEUS
LÁGRIMAS DE UM GRANDE ADEUS
NA HORA DA MINHA PARTIDA

VER AGORA ROSTOS CHOROSOS
LEMBRA-ME OS BEIJOS SAUDOSOS
QUE TROQUEI NA DESPEDIDA
DEIXEI A ALDEIA COM SAUDADE
VIM PARA A GRANDE CIDADE
CONQUISTAR A MINHA VIDA

AGORA NO MEU REGRESSO
EM TI ALDEIA EU CONFESSO
A RAZÃO DA MINHA VINDA
RECORDEI A MOCIDADE
QUE ME TROUXE ESTA SAUDADE
SAUDADE QUE AGORA FINDA

PORQUE REGRESSO Á MINHA TERRA
SINTO JÁ O AR DA SERRA
FUSTIGAR OS MEUS CABELOS
ONDE EU DEI OS PASSOS PRIMEIROS
POR ENTRE VERDES PINHEIROS
COMO É BOM VOLTAR A VÊ-LOS

CASAS DE BRANCO CAIADAS
RUAS DE PEDRAS CALCETADAS
A MINHA ALDEIA É ASSIM
CAMPOS FLÓREOS, VERDEJANTES
SERRAS VALES E NASCENTES
MAIS BELO QUE UM JARDIM

DESDE O DIA QUE EU PARTI
EM MEUS SONHOS SÓ EU VI
NUMA SAUDADE TÃO SENTIDA
NUNCA MAIS SENTIR O GOSTO
DESSE PRANTO NO MEU ROSTO
NEM VER LENÇOS DA PARTIDA.

ONIL

Foto de GEOVANEpe

AVISO DO ESPAÇO

Estava descansando em minha sala, deitado em um sofá estampado com flores, e uma cortina que deixava as luzes entrar bem fraquinha, aquecendo minha paz.
Quando um estrondo perturbador me tira do lugar.
Vou até meu quintal e vejo que lá está uma pequena cratera cravada no chão, dela uma fumaça exalava e dentro uma rocha ainda em fervura queimava minha grama.
Após certo tempo olhando, percebo que uma rachadura aparece e faz com que a rocha parta ao meio,
Dentro da mesma observo que um pergaminho esta intacto, retiro e leio em uma língua que nunca vi em toda vida, mas que naquela hora parecia o meu idioma.
Nele continha uma grande situação de algum canto, que estava assim:
- Que pena irmãos, vejo que nossos vizinhos estão à beira do fim, como eles se proliferaram e acabaram com sua casa?
- Como eles acabaram com o verde?
- Como eles desgastaram tanto o solo?
- Eles têm sorte de não poderem ver essa visão de suas águas,
- Como elas secaram rápido, tão rápido quando o fim de quem a abrigava.
- Como eles não Vêem que estão contribuindo para o seu maior castigo?
Que o universo e sua divindade considere a minoria e as poupem de ver o que estamos vendo,
Pobre planeta, pobre terra.

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de Izaura N. Soares

GRITANDO PARA O AMOR

Gritando Para o Amor
Izaura N. Soares

Meus versos são para cantar o amor...
Gritar em seu louvor...
Lentamente despir-me, receber o calor
Do dia que com o sol aquece o meu corpo
Nu que deitara na terra fértil do amor.
E esses primeiros versos iluminaram
Minha vida que com um leve assopro voou
Pela magia ladeando os pequenos trechos do
Meu caminho, onde eu avistei um lindo sorriso
Daquele que um dia eu amei.
Meu céu ganhou as cores do arco-íris
Que nenhuma nuvem escura se atreveu a cobrir
Aquele lindo céu cor de anil.
Um dia, busquei no tempo o infinito
Que há muito já o perseguia nas horas de solidão
Em que meu coração não mais sentia.
Com uma busca insensata deixei-me levar
Perambulando pelo espaço como uma alma penada.
Sem esperança de encontrar o que tanto procurava,
Desiludi-me nessa estrada, pois procurava algo
Que julgava não significar nada.
Perseguindo o desconhecido conheci o que não queria.
Fugi de mim mesma, mas minha alma cansada
Buscava a sorte nesta árdua caminhada.
De branco, só a alma, pois o meu sofrer
Estava em cada pedacinho do meu ser.
Os versos que compus na primavera, as flores se
Encarregaram de colorir, mas com o calor do sol,
Algumas pétalas secaram, e o meu amor começou a
Sentir a secura daquele tempo árido que nenhuma vida
Fazia sentido para um coração que precisava sorrir.
Restou apenas a saudade tocando a canção que fiz pra ti.
A dor me seguia... Por onde passasse pressentia
Que eu buscava a cura para aquele mal que me afligia
E não entendia que minha alma também sofria.
Ninguém poderá dizer que eu não procurei a cura,
A cura do amor que aliviasse um pouco a minha angústia.
Comecei a cantar a música do outono para você.
Falei das árvores, das folhas que caiam...
Falei do meu amor que o vento assoprou...
Deixando a distância e ficando essa triste dor!
Ninguém poderá dizer que não procurei a cura
Para a saudade, a cura para a solidão que sofre de paixão.
Ninguém poderá dizer; que eu não busquei o seu amor!

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Respeite os direitos autorais do autor.
Autor: Izaura N. Soares

Foto de Carmen Lúcia

Ame...

Ame...
Com toda intensidade...
Ame...
Sem medidas adotadas, normas ou condições.
Ame...
Não pela beleza exterior,
ela um dia se acaba.
Ame...
Não pela exacerbada admiração
que leva à alma, frustração.
Ame apenas...

Nada nem ninguém pode acabar
com um amor sem explicação.
É esse amor que me torna melhor,
sem essa gota o oceano é menor.
Que sua palavra brote do coração,
trazendo luz aos náufragos da escuridão,
sem julgá-los, discriminá-los...
Sejamos o porto que irá ancorá-los.

Ame...
Incansavelmente...
Ame...
E o descanso?
Está no amor.
Ele é a fruta de qualquer estação,
está ao alcance de toda e qualquer mão.
Ame...
Sem limites estabelecidos,
caminhando e semeando amor...

Atrás de cada linha de chegada
há outra de partida...
Atrás de cada vitória
há outro desafio.
Enquanto estiver vivo,
sinta-se vivo...
O amor é o combustível
que move a vida.
Torna-a substancial e admirável...
As palavras de amor podem ser curtas,
mas seu eco é infindável...

Ame sempre...
Com todo amor que de seu eu descerra
e terá cumprido seu desígnio na terra.

Carmen Lúcia

Foto de onil

MORTE DO CRUZADO

DESCANSA Á SOMBRA DOS ACIPRESTES
Ó GUERREIRO VALOROSO E FIEL
NAS TUAS JORNADAS AGRESTES
COMBATESTE OS INFIEIS SOB O AZUL DOS CÉUS
NUMA LUTA FEROZ E CRUEL
MAS AGORA TUA ALMA ESTÁ COM DEUS

TUA ESPADA DE SANGUE MANCHADA
SOBRE O TEU PEITO DESCANSA DA LUTA
CONTRA OS INFIEIS NA TERRA SAGRADA
A PAZ PORQUE TANTO LUTASTE
E QUE TORNOU TUA VIDA TÃO CURTA
AO LADO DE DEUS NO CÉU ENCONTRASTE.

2.02.92
ONIL

Foto de onil

OPINIÕES

TANTO TEMPO JÁ PASSADO
E O AMOR QUE SEMPRE TIVE
DOUTRA ERA ENAMORADO
ATÉ HOJE JÁ CASADO
NO MEU CORAÇÃO VIVE

E GUARDEI SEMPRE RESPEITO
PELA TUA DECISÃO
MAS BEM FUNDO NO MEU PEITO
GUARDAREI SEMPRE O DIREITO
DE TER MINHA OPINIÃO

O CARINHO É MEU LEMA
E O AMOR DO DIA A DIA
NO CORAÇÃO DE QUEM AMA
SEM AMOR SE APAGA A CHAMA
DA TERNURA E ALEGRIA

NÃO DEIXAREI DE PENSAR
E LIVRE É MEU PENSAMENTO
MAS A FORMA DE TE AMAR
ESSA NUNCA VOU MUDAR
EU NÃO MUDO COMO O VENTO

A MESMA FORMA DE SER
DE AMIZADE E SEM RANCOR
MINHA ALMA AO NASCER
FOI FEITA PARA VIVER
NO MUNDO SÓ UM AMOR

ESSE AMOR QUE EM MIM NASCEU
COM CARINHO E RESPEITO
OUTRO IGUAL HAVERÁ NO CÉU
PORQUE NA TERRA É SÓ TEU
ESTE AMOR DO MEU PEITO.

18.02.92
ONIL

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