Poemas Inéditos para Colectâneas

Foto de Fernanda Queiroz

Pedaços de infância

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.

Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.

Meu pai me aconselhou a planta-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.

Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, primaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.

Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de "dentinhos, arrebitadinhos".

Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.

O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.

A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.

Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontra-las.

Papai quieto assistia meu marasmo em deposita-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.

Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escudeiras dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.

Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.

Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na sequência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.

Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.

Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.

Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.

Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.

Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Resernados

Foto de Fernanda Queiroz

Dia de Hoje

Dia de acordar
de ver meu rosto sem ver o teu,
a penumbra não mais oculta o presente,
não mais aquece meu corpo,
não mais é meu alimento.
Olhar para meu corpo sem sentir o teu
onde libera pensamentos,
que por momentos foi uma paixão
sem ser razão, sem ter noção,
da realidade que espera
da solidão que impera.
Dia de acordar,
sem ter que viver a vida,
sem aquecer a ferida,
sem clamar por amor,
mesmo que isto traga a dor.
Sem querer em teus braços
esquecer o cansaço
sem pensar que a mente
faz brotar contundente
o direito de ser, de ter,
sem enganar a gente,
sem sufocar brutalmente
como um tufão esmagador,
sentimentos apenas querido,
tempo jamais existido.
Dia de hoje,
dia que faz sentido,
não há vencedor nem vencido
não há nada a esperar.
A imagem não reflete nada,
das pupilas mudas e caladas
apenas o vazio vaga
apenas eu e mais nada

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Arnault L. D.

Amor tanto e triste

Ele não te ama;
e a culpa, se culpa, não há.
Foi tudo a revelia.
O amor não atende a quem chama,
nem se dá para quem o dá,
ou seu ele seria.

Merecer o amor é bom,
sendo amado... melhor,
merecer e não ter.... acontece.
Despertar o amor não é dom,
é um enigma mor,
o sibilar de uma prece...

Você chora e ele não sabe,
o ama e ele não usufrui.
Não há o que entender,
merecer em nada cabe.
Não há dono p´ra dar quem possui,
ou fogo que o possa acender.

Ele não te ama;
e isso é, assim, e só.
Não entenda, não tente, ame.
Sem a vergonha da lágrima que derrama,
ou do engasgo da garganta, o nó,
e deixe que o ardor inflame.

Este amor, tanto, e triste,
que só coube em seu peito
só você o soube amar...
Amor que só em você existe,
porque de você ele foi feito
e só você o pôde dar.

Foto de katia Macedo

Solidão

"Eu sou solidão de dia quando acordo e a noite quando durmo,
Eu sou solidão ao meio dia e nas horas impróprias
Eu sou solidão disfarçada, forçada numa máscara que a todos convencem menos a mim
Eu sou solidão e seus genéricos; porque também sou tristeza e angústia e sendo assim conheço o meu íntimo
sei até que altura Deus está, porque essa é a altura da minha fé.
Posso ir pra qualquer lugar, porém o lugar que eu mais gosto de estar é dentro de mim, onde posso abraçar-me por inteira, reconhecer-me como mulher, certa, absoluta... a espera do que um dia foi e que logo será
Vivendo um amor quase que imaculado, coexistente com o funcionamento de todos os sentidos
Aquele que um dia tocou meu coração não tocou a minha alma e aquele que tocou minha alma não consegue tocar meu coração" ...

Foto de Paulo Zamora

Medir (Paulo Zamora www.pensamentodeamor.zip.net)

Medir
O mundo começou a medir pessoas de uma maneira errada, como se mede um ser humano? Um todo pode se criar, avaliar conceitos e forma de vida; somos os únicos responsáveis por tudo no mundo; talvez fomos concordando involuntariamente com atitudes egocêntricas dos nossos governantes ou mesmo pelas pessoas que nos rodeiam. Medir alguém... contar de suas virtudes, os erros do passado, saber das mudanças que aconteceram, como está agora olhando a vida; como medir? Mas se trata da personalidade, comum? Incomum? As diferenças são levadas em conta? Nós somos o mundo, fazemos a diferença quando nem percebemos, devido ao corrido tempo nem nos olhamos no espelho. Somos responsáveis em medir as pessoas? Por sua riqueza ou pobreza? Por sua profissão e salário? Você sabe o que realmente forma a personalidade? Nossas capacidades sempre vão além do que podemos imaginar, tanto para o bem como para reações contrárias. O bom humano existe porque ainda existem pessoas corretas e sensatas. Defina-se como autor da sua história de vida, dono dos seus passos e do seu sorriso...
A responsabilidade abre caminhos surpreendentes. Se você não sonha um amanhã melhor nem mesmo o hoje poderá ser confortante. Meça a você, pense em como ajudar, em como indicar a saída no momento certo, quando você surge como socorro no uso das palavras que se inspiram do comportamento dos que acreditam no seu potencial.
Nada acontece sem escolha. Visar o futuro não compromete somente a renda, o primeiro lugar está dentro da sua auto-estima, ou seja, sua vida emocional direciona todos os outros ângulos. Essa é uma verdade comprovada.
Nunca pense viver sem retornos, recebemos o damos, damos o que recebemos, enfim, temos o que merecemos. Mudar os méritos depende de reconhecimento dos erros, dos acertos e das condições. Esqueça o “medir”, porque ao dar-se a alguém automaticamente a mente vai gerando conceitos e direcionando os sensatos a saberem quem são as pessoas, e qual o limite que poderá servir como breque. Nada é como antigamente, amanhã seremos eternos enquanto durem os que se lembrem da gente.
Medir pode ser sinônimo de competitividade, saiba que amizade não depende sempre dos meios de vida da pessoa, afeto nunca foi e nunca será conquistado por uma tabela de preços. Faça a sua parte, assuma seus compromissos, não leve tarefas do trabalho para casa, viva colocando cada coisa no seu devido lugar, inclusive sua fé.
Vale a pena medir? Medir o quê?
Somos muito complexos, completos, confusos, amigos, destináveis ao que não pretendemos, somos seres humanos, correspondentes do viver. Meça seu amor, aumente em calor fraternal, seja HUMANO em tudo, e o resultado? Sua própria felicidade...
(Escrito por Paulo Zamora em 17 de março de 2010)

www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de Cabral Compositor

Sem Chance

A rede Globo de televisão no Jornal da manhã
divulgou nessa terça, uma noticia, referente as fortes chuvas em todo Brasil
E os estragos causados, etc...

Disseram ainda sobre as inúmeras arvores que caíram e danificaram casas, carros
e ainda acertou a cabeça de um rapaz, que praticava uma corrida na calçada, alias, esse mesmo rapaz, está em coma, não sei de qual estado ele é
Pô, fiquei assustado, com tanta agua que caiu, e tanta arvore que tombou...

Aí, vem lá um repórter e diz:
-As arvores estão causando um grande perigo a população do nosso país, elas estão caindo
em cima das pessoas e em cima dos carros e das casas, etc...

Que sacanagem, logo as arvores
Acho, que talvez, as arvores também são culpa-das por outros danos no país

Quem sabe, aquela roubalheira em Brasília talvez...
O craque que anda mutilando essa garotada por todos os becos, praças e ruas das grandes cidades
Quem sabe, talvez, as arvores também são culpa-das pelas brigas do Adriano e sua noiva
Dos amigos lá da Rocinha, do Wagner Love

Sei lá, quem sabe as arvores são culpa-das pelo beneficiamento de Urânio lá no Irã
Dos desastres tão atuais no Chile e no Haiti

As arvores, as arvores, coitadas tão urinadas nas madrugadas, tão dilaceradas logo na infância
As arvores, que nos dão alguma sombra nesse calor infernal por questões do aquecimento global

Eu, que na infância subi em tantas arvores, hoje relembro com certo pesar, pois essa nova geração de arvores está aprontando tanto

Sei lá, sem chance, fico na duvida se elas são realmente culpadas...

Foto de Arnault L. D.

Start

Se for para esquecer
nem comece, não conte até dez
estanque antes de haver
pare já, e acabe de vez

Se for para não ficar
nem se mova, nem aproxime
Para que retardar?
Faça já o crime

Se for para amenizar
não se inocente; fira
por que a dor não vai cisar
se no fim a arma mira

Se tanto fez, tanto faz
não desperdice atenção
Deixa, sumir feito gaz
sem valer nada então

Se não fosse para esquecer,
se fosse para ficar,
se valer até doer...
só assim vale começar.

Foto de Miraene

Eles

Dói!
Eu posso sentir a dor!
E mesmo eu respirando não me sinto viva.
O que segura minh'alma rouba meu coração.
E não há certeza, nem solução.
Ouça as vozes ao seu redor.
Elas são tão más.
Você conhece a verdade.
Também conhece a solidão.
Eles estão mentindo pra você.
Eles são falsos, mentirosos e traiçoeiros.
Eles tem ódio, inveja de você!
Todos têm. Porque eles não sabem ser felizes com o que tem.
Quanta hipocrisia num sorriso, num olhar.
A verdade é que isso não há fim.
É que na verdade nunca acaba.

Foto de DAnys2BrUnO

Gaviões*-*(L)

Somos guerreiros de fé,
Deitado ou em pé,
Lá ou cáh!!
Pra sempre vou te amar,
Meu time do coração!!!
Vamu lá CORINGÂO!!!
Detonar eles então,
Provar-te que somos o melhor.
Corinthians pra sempre Corinthians!!!

DanyOliver♥

Foto de Arnault L. D.

Sim

Fale-me uma coisa bonita
frases que a ternura dita
uma só oração, ou palavra
mas, que seja de sua lavra

Toque o meu coração
pelos dedos de sua mão
alcança-me a alma
e a tenha em sua palma

Por favor me seduza
abra-me como drusa
exponha as gemas entre os talhos
de sob a casca de cascalhos

Seja minha amante
venha mas não visitante
Pois a quero, e quero ouvir
e a tudo que irá de vir

Fale-me uma coisa bonita
Fala-me do que me habita
Fale-me antes do fim
Por favor... Diga sim

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