melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Hoje é carnaval

Hoje o dia está triste. Chove lágrimas de um céu cinzento e hostil, em discrepância com o carnaval. Ainda há carnaval!
A alegria descabida e camuflada de um cenário não convincente onde protagonizam a vida vestida de dourado, teima em desfilar pela avenida em desagravo às sanguinolentas feridas.
Querem curá-las a qualquer custo...mesmo arrancando suas cascas com as unhas para sangrá-las de uma só vez. Ou quem sabe estancar o sangue no intuito de reverter a dor e viver intensamente, no sentido mais amplo da palavra, o real carnaval, pois é ele que corre nas veias de um povo sonhador, que não se curva, não se abate, não desiste de fazer desse momento um canal gigantesco, surreal, por onde possam extrapolar todas as mazelas sofridas e dar vazão ao sonho de ser rei, rainha, deus, destaque, bateria, samba, enredo... de até voar, voar... concretizando o "Sonho de Ícaro".
Três dias que valem por uma vida! Momentos a serem relembrados e aclamados durante o ano inteiro!Felicidade que alivia a infelicidade das desigualdades e injustiças sociais. Momentos que anestesiam os ais e energizam para a luta de cada dia.

_Carmen Lúcia _

Foto de Rosamares da Maia

A Dois Passos da Vida

A vida que não viveu ficou a dois passos de Ser,
A dois passos de nada...
Bem ao alcance das suas mãos.
Com um paladar de ausência em sua boca.

A vida que não construiu, apenas sonhou,
E que mora logo ali, ao lado da realidade,
Edificada no tom sem ritmo dos seus desejos,
Na falta do som da coragem concreta.

Tudo acomodação do politicamente correto.
A dois passos da Vida

Na vida ficou a dois passos de Ser,
Não viveu e ficou a dois passos do nada.
Quase ao alcance das suas mãos.
Com um paladar de ausência na boca.

A vida que não construiu, apenas sonhou,
Mora logo ali, ao lado da realidade,
Edificou no tom sem ritmo da sua vontade,
Na falta do som da voz, da coragem concreta.

Tudo acomodado e politicamente correto.
Molde e dogma social das vontades alheias.
A dois passos da sua vontade flácida,
Passivamente odiando o politicamente correto.

A dois passos de viver embarcou sem ver.
Viagens distantes, caminhos indeterminados,
Mas sem passos aventureiros, apenas miragens.
Não arredou um milímetro do tacanho chão.

E o tempo de quem não realiza é implacável,
Tem revelações contundentes, próximas demais,
A dois passos do espelho, olhos nos olhos.
Dos cabelos brancos e da pele cansada.

A vontade cordata oculta o caráter pequeno,
Negou a própria história, os amores, os desejos,
A vida escorreu na ampulheta do tempo,
Escreveu na areia fria - politicamente correta,

Os dois passos, traços num beijo frio,
Moinhos de vento que a vida levou,
Castelo plantado na areia que desmoronou.

Foto de Carmen Vervloet

Meus Meninos

Busco sob uma pitangueira,
(Ela já nem existe)
seis pezinhos sujos de poeira
que eu beijava mesmo assim...
E amava tanto, tanto, tanto...
Que chegava a doer em mim!
Foi um tempo que passou
rápido demais!
Que se perdeu entre
horas encantadas,
muitas alvoradas,
o cantar da passarada,
quebra potes e um jardim!
O cheiro da inocência
exalava das noites enluaradas,
num lar onde a harmonia
fazia sua morada.
Mas a infância é fugaz
e o tempo a sorveu, voraz!
Hoje eu busco este tempo
num jardim que não existe,
em lembranças que persistem
gravadas no coração.
Meus meninos cresceram,
mas o ouvido continua
a ouvir aquela canção de ninar.
“Dorme neném do meu coração”...

Foto de Carmen Lúcia

Babilônia

Difícil conviver imune de pecados
ou conviver, simplesmente,
em meio a essa Babilônia que se espelha
e se prostra a minha frente
tentando dominar corpo e mente,
impondo um sol brilhante, ilusório,
que cega e se apaga de repente
priorizando decretos humanos
acima dos humanamente divinos...

Desfilando por tortuosos caminhos
uma verdade anacrônica, desgastada,
deteriorando-se passo a passo
num confronto irreversível com meu tempo,
com o que penso, com o que faço...

Vestes escarlates e púrpuras bailam
convidando para uma dança sensual
onde a razão e o bom senso
se desequilibram nesse ritual
e se afastam dos princípios certos da moral.
Impossível beber do cálice sagrado
e conciliá-lo ao pecado mortal.

Procuro outros jardins que não sejam os da Babilônia,
onde as sementes plantadas gerem frutos do bem,
onde a vida transcorra simples como os rios,
embora chorem o que o homem deflora
maculando suas águas límpidas que cristianizam
navegadas pelo amor, luz e serenidade
numa trajetória imaculada.

_Carmen Lúcia_

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
19/01/2011

Foto de poetisando

Tudo que nasce

Tudo que nasce também morre
Assim acontece com o amor
É bom em quanto o temos
Quando ele morre fica-nos a dor
Podemos fazer-nos de fortes
Dizer até que compreendemos
A morte de um grande amor
Com ele também morremos
Em quanto somos amantes
De um amor que nos faz sofrer
Tudo nós compreendemos
Quando esse amor morre
Ficamos com o coração a sofrer
Enquanto estamos a amar
É bom com o amor estar
Mas como nos dói tanto
Quando o amor está a morrer
Sem que nada possamos fazer
Tudo que nasce vai morrer
Num tempo não esperado
Mas a morte de um amor
É algo que não foi sonhado

De: António Candeias

Foto de Maria silvania dos santos

O amigo que é amigo,

O amigo que é amigo

_ Você já notou que tem dias que as vezes estamos um pouco deprimidos, ou mesmo um pouco pensativo tentando colocar as ideais no lugar?..
È, Tem dias, que não queremos dizer nada nem mesmo ouvir ninguém, apenas refletir no que temos vivido ou que desejamos viver...
As vezes, queremos dialogar apenas com a solidão, talvez fechar os olhos e na escuridão examinar nosso próprio coração.
Quem sabe até pedir a Deus perdão pelas feridas que provocamos...
A momentos, que queremos apenas ter o direito de ficar sozinho e calado sem explicar nada a ninguém, outrora, gritar para o mundo, desabafar, rasgar a garganta e tirar o que está a nos sufocar, arrancar do peito a angustia que nos atormenta...
Mas nem sempre, as pessoas ao nosso redor sabe entender ou não quer compreender o nosso silencio, o nosso silencio transforma em seu tormento...
Dizem que são nossos amigos que podemos confiar, que é bom desabafar para que sentirmos melhor.
Mas será que realmente queiram ouvir nosso desabafo porque são nossos amigos e quer nos ajudar, será que realmente estão preocupado com nosso sofrimento ou apenas quer saber de nossa vida e depois simplesmente nos apedrejar?
Amigo que são amigos, sabe respeitar nosso silencio, sabe nos ouvir quando necessário, sabe compreender e respeitar nossa dor mesmo que para ele seja a menor dor!
O amigo que é amigo, mesmo não conhecendo nossos problemas, ele não invade nossa privacidade, apenas espera o nosso momento e nos escuta sem nos apedrejar, mesmo que ele não passa ajudar...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Arnault L. D.

E talvez... amor

Vou juntar as alegrias que souber,
para todas desejar dá-las a ti.
Por um anjo, uma estrela, o que puder,
num soprar da noite, ou no que vier,
que as entregue e diga que é apenas sorte
tudo desejado deste “bem lhe quer”.

Pode a Lua, mais enorme, ou a menor;
a chuva, a neblina, até garoa...
Leve incógnita, engendre ao seu redor,
sem cartão, caixa, apenas o teor.
Qual canção, que ao fundo de uma cena soa,
discretamente, anônimo faça dispor.

Estando aonde for... por onde for...
Sem seguir teus passos, sopro ao que puder
desta ternura, imensa, e talvez... amor...
Que o destino, caprichoso, tornou dor.
Mas, que o tempo bom, fez voltar por mister
velha doçura no lembrar teu rosto por...

Não como antes, eu daqui tão distante,
sem a esperança a queimar em fúria,
sem a ânsia, nas entranhas a rasgar.
Esse carinho, silente, quase triste...
Bem no fundo, alegra, por havido historia,
em saber que um dia, eu fui tanto amar.

Foto de poetisando

Vida

Tenho vivido sempre lutando
Numa luta constante sem fim
Assim vou continuando a viver
Sentindo a vida a fugir de mim
Esta vida que desconheço
Que tanto desejo abraçar
Peço a Deus nosso criador
Que me de forças para lutar
Desejo continuar a viver
Com que a vida me ensinou
Irei sempre aprendendo
É por isso vida que cá estou
Tenho vivido a minha vida
Sempre numa grande labuta
Agora não vou perder a força
E parar esta minha luta
Quando não puder lutar
Farei a minha despedida
Desta vida que foi curta
Mas que foi bem vivida
Nesta minha vida de luta
Que sinto chegado o fim
Continuo mesmo assim a lutar
Vendo-a a fugir de mim

De: António Candeias

Foto de Arnault L. D.

Remédios amargos

Matar o amor é algo tão triste,
mas, que as vezes, não há opção
que ele arrancar do coração.
O que tão raro, sei que existe...

E não há uma forma rápida,
ou que torne a dor mais amena,
dor do não mais valer a pena
alguém amar, tê-lo a ser à vida.

Enraizado a cada entranha,
a qual dilacera ao se arrancar.
Mas, pena, o sofrer é o seu amar,
pois, é só perder o que ele ganha...

E vai morrendo-se em parcela...
na magoa, que aos poucos desce
e até a esperança se esquece
de acreditar... até mesmo nela...

Tão assim amargo e dorido
vê-se triste, a chorar baixinho,
seu desperdício do carinho;
vinagrar a vida e o sentido...

Nas vezes que maltrata e fura,
que magoa, feri, e joga fora...
Preciso matar o amor, agora
e com ele, talvez, morrer da cura.

Foto de Arnault L. D.

Cacos de amor

As estrelas, retornar ao céu,
a despir dos olhos os brilhos.
A poesia, tornar ao papel,
o sentir confinar aos trilhos...

As pérolas, devolver ao mar,
o belo deixar naufragado.
Volver atrás, o que fui buscar,
enquanto estive apaixonado.

Voltar as flores ao vaso,
e este vaso depois ao chão.
E o sonho que subiu ao raso,
mergulhar, fundo, ao coração...

A canção que veio envolver,
junto a tanta coisa bonita,
devo uma a uma devolver,
para aonde a beleza habita.

Mas, eu não sei o que fazer
com estes cacos de amor.
Lugar algum os vão caber,
seja o canto qualquer que for.

Estrelas, pérolas e o amar...
A doce poesia e a canção,
sei aonde voltar, ou guardar.
Porém, os cacos do amor... não.

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