pesar

Foto de Angelgoiabinha2

Pesar

Hoje eu queria um pincel
uma tinta que colorisse o papel
uma inspiração trazida do céu
para minha vida poder alegrar

pesar!

Hoje eu queria um poema bonito
e o sorriso mais belo
talvez reerguer meu castelo de sonhos
que a guerra cotidiana fez questão de derrubar

pesar!

Hoje eu queria voltar a infância
ser a menina de tranças
e não viver de lembranças
que o tempo fez questão de apagar

Foto de carmenpoeta

Pobre manhã

Pobre e crédula manhã
sempre a surgir invicta,
convicta do bem a ofertar…
Esbanja luz candente
sobre um mundo displicente
no esforço vão de o elucidar,
clarear caminhos que se atropelam
e por vias dúbias se desencadeiam
absortos por desvios que não vão chegar.

Manhã promissora e persistente,
não se cansa de amanhecer,
de se oferecer majestosa e iluminada
a quem só caminha sem ver nada
esnobando a magnitude de sua beleza,
desprezando o convite de abraçar o dia,
nova esperança embrulhada no presente,
estrada nova onde a vida principia.

Bendita manhã que morre e nasce
no afã do recomeço do amanhã…
Nada de novo sob o sol
a incendiar candeias de brilhos e poeiras
desperdiçadas onde transita o arrebol,
onde o horizonte rastreia a imensidão,
onde o homem se perde ante a visão
de sua finitude, desvario e reverso,
e se apavora ante a grandeza do universo.

(Carmen Lúcia)

Foto de Arnault L. D.

E ela adormeceu ( Para minha cadela Tchuca )

É... amiguinha, descansa,
eu lhe digo, pode ir, não tema.
ao seu lado estou, e fico.
Então sossegue e não se prenda,
Foram tantos anos, tanto tempo...
você foi a melhor, lhe garanto
você me fez sorrir, brincando,
implicando, ou apenas sendo,
Sempre confiando em mim.
Mas, é tarde e está cansada
então lhe canto um acalanto.
Dorme agora... não fique por mim
lutando contra este sono,
sinta a minha mão e relaxa...
estou aqui com você.
Tenha certeza que foi a melhor,
tenha certeza que eu a amo,
mas, agora é melhor você dormir
então dorme, em paz minha amiga
minha menininha.... adeus.

Foto de Arnault L. D.

A poeira do tempo

Ah, se esta chuva pudesse lavar
o pó que norteia a história,
levar as folhas mortas, a sujeira,
e entregar mais uma vez ao olhar,
a vista clara, que guarda a memória,
antes do opaco de toda poeira...

Foto de Carmen Vervloet

O Gemido das Águas

O choro vão da água tristonha
Na sua escassez de cada dia
Já não desperta no homem a vergonha,
De devastar sua fonte de vida e energia.

Tão desperdiçada a pobre coitada,
Contaminada por lixo e poluição...
Sobre ela ameaça o gume da espada
Empunhada pela mão de quem não ouve a razão.

Corre em seu leito gemendo tanta dor
Golfando o lixo que a sufoca e mata...
Este outono mudou mais e mais sua cor,
Tirou-lhe o brilho cor-de-prata!

E triste ando pelas margens ermas
Recordando sua abundância do passado
Sentindo a desolação das águas enfermas
Enquanto sinos dobram aos finados.

Foto de Carmen Vervloet

Algoz

O tempo mastiga os homens:
mandíbulas frenéticas,
sem tempo pra degustar.
Alimenta-se deles sem dó
e deseja (inconsciente?)
que logo virem pó.
O tempo sorve os homens,
como o mar sorve embarcações,
levando-as para abaixo da superfície,
num mergulho profundo e sem volta.
O tempo dejeta os homens:
o abatimento, a doença, a morte,
o silêncio, a solidão...

Foto de Paulo Master

Pálida Morte, o que a precede?

Profana e desleal, a morte é o aborto da vida. Um caminho poeirento e sinistro, a estrada do além. Entidade fantástica, jaze a mente insegura dos incautos. Há olhos argutos sob o funesto capuz, olhos que tudo veem. Seu sorriso no entanto, é sem vida, revela natureza vil. O instrumento curvo de ceifar, aniquilador de almas, concerne o mais terrível pesadelo. Sua fome é voraz, seu desejo; incalculável. A vida é a afirmação veraz de um sinistro presságio, e a profecia da morte é mal agouro, um nefário acidente. Ainda que bela e abastada de esplendor a vida têm seu propósito, está ligada a um desfecho ordinário, ou talvez, à súplica dolente. Lançada ao desatino, ao labor insano, ela está em cada esquina, ubíquo, sem descanso.

O que a precede? O sopro da vida!

Foto de Moisés Oliveira

O amor sumiu da terra

Não se acha mais, na vida não há perdão,
já sumiu da terra, foi embora sem razão.

Ele deixou saudade, frase por completar,
não se acha o sentimento, tudo fora de lugar.

O dia sem ele é noite, violência sem razão,
o jornal escorre sangue, nem doi mais no coração.

De quem estamos falando? Não preciso explicar.
Falo do amor mas pode ser tudo, nada parece funcionar.

Foto de Carmen Lúcia

Eu, o poder!

Cala-te, poeta!
Teus sonhos altruístas e liberais
ameaçam os meus, consumistas e tridimensionais.
Tuas atitudes certas se imbuem de gritos de alerta
às minhas, duvidosas e incorretas.

Teus voos inusitados e abrangentes
podem estimular muita gente
a quebrar correntes...(Hoje, liberdade aparente!)
Voos incoerentes a uma inverdade existente.
A luz que irradias ameaça clarear caminhos
que quero manter em vão...na escuridão.

Tua essência põe em risco toda a abordagem da embalagem
roubando-me a prepotência, a persistência...
O teu lirismo contagiante carrega multidão adiante,
mudando seu pensar...
E eu não quero vê-la dissipar.

Tua poesia é como um escudo salvador
livrando-te a alma do poder avassalador...
Tua sensibilidade me acovarda, me amedronta
ao quebrar o gelo da sociedade, que me afronta.
Teus anseios pelo fim das desigualdades
ferem meu egocentrismo, minha vaidade.

Enfim, cala-te, poeta!
Não destruas meus castelos construídos
pelo suor, sangue e dor
de um povo pacato e sonhador!

_Carmen Lúcia_

Páginas

Subscrever pesar

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma