angústia

Foto de pttuii

Menina perfeita à chuva I

Fez de si um borrão em carta de despedida de vida. Falhanço criativo, em noite de chuva. Tempestade aiurvética, acompanhada com a cavaleria rusticana de dois trovões que caem no mesmo sítio de um quintal de nespereiras de acervo. Tratava-se de uma indefinição subjectiva, que a acompanhava....
Refazendo a ideia,...
que se colava à pele de quinquilharia que sempre quis arrancar.
Foi a menina., sim, experiência genética ‘não alfa’, que chorava aos cantos da escola de cantos redondos. Nunca sabia o que tinha, sempre soube o que queria.
Mas diluía-se em expectativas indefinidas de felicidade gótica. Quis casar com um dragão de masmorra de castelo, e ser feliz à sombra de uma nespereira de acervo. Desistiu, quando o mundo um dia lhe disse que as meninas são pingos dos anéis de Saturno, que esperam o fim a qualquer momento.
Tudo estaria alegadamente dependente de Deus um dia se aperceber que tinha errado ao criar uma raça humana que se levanta, quando o dia nasce, simplesmente para se deitar quando as estrelas se alimentam, com a sensação de desprezível alegria astrológica.
Teve flashes de felicidade meteorológica. Adorava sentar-se em cadeira de pau podre, e sentir a frescura das chuvas de Outono. Caracóis de um louro desmaiado humedeciam ao passar dos segundos, e tornavam-na parte de um ecossistema de renovação. Terra, água, e ar, embalavam a pessoa de indefinições em desejos de aspiração divina.
Para depois gozarem com o sorriso de neve que sempre a matou por dentro. Sofria com o vestido de cambraia que a avó de afectos lhe bordara. Serviu o cós da saia muitas vezes para assoar fluidos de vergonha.
O rapaz de pó acariciava-lhe o rosto, e prometia-lhe redenção. Ela não existia. Mas ela poderia vir a ser caso sério de amor incondicional. Sem réstias de arrependimentos. (continua)

Foto de fer.car

PAI

As perdas que temos em nossa vida
Os momentos que ficam na lembrança
A marca que nunca sai, a saudade que não cessa
Tudo que foi sentido em plenitude
As palavras, os ensinamentos, a luta constante
Hoje, a ausência de uma presença física
Mas como sinto-o aqui, perto de mim
Não seria capaz de pedir que ficasse
Não seria justo o seu sofrimento
Sua imagem para meus dias é a mais linda
Daquele que foi e continua sendo o meu herói
A pessoa mais justa, mais correta
O eterno sonhador num mundo de tanta adversidade
O sorriso mais encantador e a crítica mais inteligente
Pai, eu nem poderia em palavras dizer o que sinto
Apenas que me prosto em teus pés e digo que sinto
Sinto por não poder dividir o futuro e experiências ao seu lado
Por talvez não ter lhe dito o quanto o amava
Mas sei que vc enxergava que em minhas ações
Havia a filha mais dedicada em prol de um pai maravilhoso
Um ser de uma mente brilhante, de um carisma único
E por não saber exatamente o que lhe dizer
Toquei pela última vez a sua mão e apertei
e em meu coração e em minha alma
pude dizer: Obrigada por vc existir em minha vida
Obrigada pela paciência, pelo amor de pai
Insubstituível, especial, e que somente vc Pai
soube ser um verdadeiro Pai na essência da palavra
Porque sou fruto de um amor que nasceu um dia
E a continuação de sua descendência
Obrigada por me dar este sorriso tão pleno
Este olhar de um lutador, um guerreiro incansável
Por vc, sou muito mais do que um ser
Sou sua filha, e vc meu Pai!!

Te amo!!

Autoria: Fernanda Carneiro
Direitos Autorais Reservados

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

CLARABÉLA

CLARABÉLA

Não há mais canto de um pássaro
Não há mais canto;
Só a lembrança de um choro
De criança sem acalanto;

A solitária prisão de uma gaiola
Amanheceu gritando de saudade
Do canto majestoso que se foi
Recebendo de presente à liberdade;

Como carta desprezível de alforria
Assinada e concebida pelo tempo
Desapareceste nesta tua valentia
Na incumbência de um falso juramento;

Predestinada pela fria natureza
Cumpriste com brio a tua obrigação
Teu canto sofrido de uma rara beleza
Calou-se pra sempre me trazendo à solidão;

Onde repousas pequena Clarabela
Meu ouvido reclama o teu canto
Diga-me e juntarei as tuas cinzas
E de min’halma extirparei meu pranto;

Pudera fosse eu o Criador
E não partirias do meu lar sem razão
E arrancaria do peito tamanha dor
Trazendo de volta teu canto em meu coração.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 14
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Rosinéri

SE EU PUDESSE FARIA DIFERENTE

Porque as pessoas de quem gostamos, vão todas embora

Chega a uma altura que percebemos que a nossa vida,
não percorreu o plano que tínhamos em mente.
Percebemos também que simplesmente já não podemos fazer nada,
ficamos a observar o que já construímos..
Ficar sem poder agir, desacreditando na possibilidade
de quando voltarmos naquele mundo que tudo seja como antes.
A uma altura, vemos que..
até relacionamentos diários que tínhamos com pessoas naquele momento,
hoje perderam totalmente o contato com a gente..
Simples momentos vividos com a pessoa não bastaram para ficar na nossa memória...
Sentimo-nos sozinhos, sem um refúgio..
um certo vazio, afinal a nossa vida era aquela,
os nossos amigos eram aqueles..
E agora ? Qual é a nossa vida?

Há momentos que achamos que tudo é para sempre,
que o meu amanha será programado pela minha mente
e que nada será diferente do que mentalizei.
É que, se eu pudesse roubar o tempo do mundo... Faria tudo diferente

Foto de pttuii

Claro desconforto nos dias presentes

fizeste desta vida,
com a sobriedade de
muitas mortes,
o desconforto de
um acordar semi-traçado
a cores desnudadas
e lavadas com o sangue
das esporas do
cavalgar da rotina que mata....

Foto de pttuii

Interior IV (e último)

João parece estar disposto a voltar à repartição depois do próximo nascer-do-sol, mas o careca não o deixa sair. A saída do pequeno cubículo está estrategicamente tapada por um homem que não suporta a ira dos desvarios da vida. O vulto cónico que esconde num dos bolsos do casaco ganha nova dimensão, e parece já não haver dúvidas. O alvo é João.Ao primeiro passo, o plano de agressão é declarado. O segundo, deixa de parte qualquer hipótese de tréguas.

O terceiro passo injecta desespero na pacata personalidade de João. O menino em idade de pré-primária assiste ao confronto, e alerta a mãe para um cenário de eminente desfile bélico. Pelos olhos de um ser humano de cinco anos, a caminho dos seis, estão prestes a digladiar-se dois guerreiros do espaço, armados com sabres de luz e escudos de neutrões.A senhora idosa já desmaiou. O calor sufocante de um dia húmido de Janeiro fez efeito na pressão alta de uma mulher que já foi saudável.
É preciso levá-la com urgência ao centro de saúde mais próximo, porque o coma pode estar eminente.- O jovem é bom que saia da minha frente, porque eu não gosto de servir aço às pessoas.A breve, e agressiva declaração foi a única produzida na repartição pública durante os últimos 30 minutos. João desviou-se, e o careca saiu para a rua. A caminhar, sem olhar para trás, parecia não incomodar-se com o peso da bátega de água que se abatia sobre os ombros.O autor enganou-se. Não houve nenhum homicídio.
Morreu uma barata, produziu-se um coma, acentuou-se uma depressão, e ter-se-á originado mais uma. Quem lida com a ficção, não tem dotes de médium-vidente. A realidade muda consoante as curvas dos polegares que agridem o teclado.
Fim

Foto de Chácara Sales

Quem Sabe na Próxima Aurora?

Não podes imaginar o quanto
Um quarto escuro aborrece minha alma.
A faz gritar solitária e ela, coitada,
Presa neste corpo que triste chora,
Nada pode fazer para acalmar
Este magoado ser, e, no entanto, sofro.

Penso nas vezes em que
Hei de me trancar ali,
Ficar sozinho, remoendo...
Castigando minha vida
Sem ter ela culpa alguma.

Não obstante ela não sabe
Que és tu a razão do sofrer.
Eu, homem franco em desalento
Adoeço a cada momento
Com o coração sedento de ti
Que ameaça parar de bater.

Confesso que choro.
Como não sei de tua volta, me pergunto:
Talvez um dia ela me explique a razão da ida?
Foste como se vai a noite - despercebida - .
Sacrifitaste uma estrela a se eternizar - nosso amor -
Agora vivo em luas pálidas como já é minha face.

Sempre após as chuvas clamo a Deus.
Não tenho aqui esperanças de tê-la de volta.
Minha alma dentro em mim me consola,
Fujo do escuro que me assola,
Procuro luz, expulso tristezas do coração.

O destino falará por mim.
Hoje a passear costumo dizer:
Posso talvez te encontrar por aí,
Abandonada pelas ruas do sem mim;
Ou, quem sabe na próxima Aurora?

*Autor: Chácara Sales

Foto de Rosinéri

SOMOS MARIONETES

Se por um instante Deus se esquecesse
que eu sou uma marionete de trapo,
E me presenteasse com um pedaço de vida,
Talvez eu não diria tudo o que penso,
Mas pensaria em tudo o que digo.
Desse jeito eu não sofreria tanto
por palavras ditas erradas.

Daria valor às coisas, não pelo valor,
Mas pelo que significam.
Dormiria menos e sonharia mais,
Entenderia que cada minuto que fechamos os olhos,
Perdemos sessenta segundos de luz, de vida.

Andaria quando os demais param,
Despertaria quando os demais dormem,
Escutaria enquanto os outros falam, e
Desfrutaria de um bom sorvete de chocolate,
humm delicia...

Se Deus me desse um pedaço de vida,
Me vestiria com simplicidade,
Me atiraria de bruços ao sol,
Deixando descoberto, meu corpo,
E também minha alma,
Aqueceria meu corpo de trapo.

Se eu tivesse um coração....
Escreveria meu ódio sobre o gelo,
E esperaria que saísse o sol
para derreter e levá-lo embora.

Pintaria com um sonho um quadro
Sobre as estrelas um poema
E uma canção de serenata
Que ofereceria à lua e as estrelas.

Regaria as rosas, com minhas lágrimas
Para sentir a dor de seus espinhos,
A suavidade do beijo de suas pétalas
E a fragancia de seu perfume...

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida...
Não deixaria passar um só dia
Sem dizer à todos que eu os quero
Convenceria a cada mulher e homem
De que são meus favoritos e viveria enamorado do amor.

Aos homens provaria quão equivocados estão ao pensar
Que deixam de amar quando envelhecem,
Sem saber que envelhecem
Quando deixam de se amar.

A uma criança daria asas, mas deixaria
Que ela aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos, ensinaria que a morte
Não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi sendo uma marionete....
Aprendi que o mundo todo quer viver no alto da montanha,
Sem saber que a verdadeira felicidade está
Na forma de subir a escarpa
no esforço de alcançar o topo.

Aprendi que quando um recém-nascido
Aperta com seu pequeno polegar pela primeira
Vez o dedo de seu pai,
O tem amarrado para sempre.

Aprendi que um homem tem o direito de olhar
Outro homem por alto ,
Só quando o tiver ajudado a se levantar.

São tantas coisas as que pude aprender,
Mas muito não poderá me servir
Porque quando me guardam dentro desta maleta,
Infelizmente estou morrendo
vida só tenho quando estou nas mãos
que me conduzem...

Foto de Osmar Fernandes

Seu veneno é seu fim...

Seu veneno é seu fim...

Você é o veneno da mentira.
Se acha esperta, vitoriosa.
Mas não passa de uma maldita.
Sua atitude é vergonhosa.
Não tem freios na língua.
Por onde passa, espalha o ódio.
Vive sozinha à míngua.
Seu orgulho vai virar pó.
Não sabe o que diz.
Só carrega malícia.
Não tem mais raiz.
Seu desejo é cobiça.
Tem inveja da felicidade alheia.
Sua vida é vazia.
Sua linguagem não tem letra.
É azeda e só anda com azia.
Assim é sua imagem no espelho.
Briga com todo mundo à-toa.
Seu sangue não é vermelho...
Sua alma vive sem roupa.
Você é asim!
Por onde passa é pavor, confusão.
Não tem Deus no coração.
Seu veneno é seu fim.

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A MÃO QUE MACHUCA A ROSA

A MÃO QUE MACHUCA A ROSA

Mão direita, indefesa, cheia de tristeza
Mão que afaga, hipócrita, escassa
Mão carente, persistente, displicente
Mão de súplica, estúpida, que machuca
Mão pequena, quebrantada, que envenena
Mão apática, cansada, sádica
Mão solitária, perversa, ordinária
Mão que planta, destrói, mão que arranca
Mão que trai, sem amor, dói de mais
Mão honesta, rude, que detesta
Mão sem jeito, absurda, sem direito
Mão marruda, violenta, que derruba
Mão amiga, de intriga, mão que briga
Mão amável, detestável, vulnerável
Mão que escora, sobre o rosto, mão que chora
Mão que assola, que consola, desconforta
Mão que assusta, sem carinho, mão astuta
Mão que arde, sem saudade, mão covarde
Mão direita, sedenta, imperfeita
Mão dolorosa, assombrosa,
Mão que machuca a rosa.

Existe um buraco em minha alma
Para mim é adeus, pra você é saudade...
Por quem o sino vai tocar.

A poesia mais triste de minha vida.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Outubro de 2001 no dia 05

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