angústia

Foto de pttuii

Homo deprimidus

pêlo queimado nas
costas da mão que
matou o bebé perdido nos
enleios dos cabelos do tempo
que não parou quando a
estima do homem foi espezinhada
em correrias loucas de dragões
assustados pela extinção da
espécie mais ataviada
que o planeta ainda
acaricia mas que está
prestes a desprezar em
troca de promessas de amor fácil e lucros
descomunalmente insignificantes
perante o retorno das chuvas de
carvão que mataram hordas de dinossauros
deprimidos pela falta de conversas racionais
e emocionalmente intelectuais que
lhes permitissem ganha rsuporte cognitivo
e uma centelha de esperança
num futuro sem guerras virulentas de
supremacia e invejas entre
entidades tão díspares na concessão
de passaportes para a eternidade...

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de diana sad

Caos

Eu já nem abro mais a porta
Não deixo o ar entrar
O ventilador ventila e leva meu desespero
Pra qualquer cantinho que eu não precise enxergar

Eu nem abro as janelas
O pôr do sol que eu vejo é do cartão-postal
Que o porteiro me entregou por engano
E eu não quis devolver ao dono

Caos legitimo embaixo do tapete

Se o céu ainda é azul?
Pelo o que vi na TV parece que sim
As interpretações tão impessoais
Revelaram um raio triste dentro de mim

Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
Do imediatismo normal
Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
E nem volte assumir
Tudo que furtei
Buscando alguma coisa que nem sei

Já nem vou a nenhum lugar
Meu mundo se reduziu a 60 m2
Meu organismo se acostumou a viver sem amor
Não existe amor na rotina
Só mesmo na poesia de poucas linhas
Não acredito mais na força que ainda busco
Para distrair a mente e fingir que ainda sente
Tudo o que já morreu.

Foto de AnJuU BoOm

A Solidão....

Solidão...

Quem gosta da solidão?
Acho q a solidão só é bem vinda por pessoas perturbadas mentalmente!
A palavra SOLIDÃO, já é algo que nos assusta!
Ninguém em sã consciência gostaria de estar sozinho!
Vou usar alguns exemplos:
Eu por exemplo odeio ficar sozinho...
Quando digo ficar sozinho significa: sem família, amigos, uma pessoa que esteja do meu lado nos meus momentos ruins e nos meus melhores momentos, uma namorada no caso...
Não suporto admitir que não consigo fazer alguém feliz!

A solidão é conseqüência da insegurança
Uma pessoa insegura se torna solitária!
Ela acha que incapaz de fazer algo que alguém possa gostar, ela mesmo se acha uma pessoa desagradável!
Quando a pessoa esta com sua auto-estima lá embaixo, é impossível realmente que ela consiga reverter essa situação!
Por isso digo que só quem gosta da solidão são pessoas perturbadas mentalmente!

A solidão só e bem vinda quando precisamos de um tempo pra gente!
Como esse meu agora, momento de reflexão...
Mais mesmo assim me confortaria mais se olhasse pra cama e estivesse alguém deitado esperando eu terminar meu momento de reflexão...Rsrsrsrsrs...

Resumindo tudo...A solidão nunca é bem vinda...
Não seja uma pessoa solitária! Reservada talvez, mais solitária nunca!
Você não é obrigada (o) a sorrir e estar com seu pleno humor na flor da pele sempre...!
Mais você também não precisa ser uma pessoa amarga, ranzinza, chata....
Seja sociável... Que a SOLIDÃO nunca lhe fará uma visita inesperada...!!!

M.Vinícius AnJuU BoOm

Foto de pttuii

Fugir

Fugir, mas sem fazer com que me aperceba de cobardias adstritas. Aliás, sempre vi nas imposições de limites ao bater de asas, uma forma de conter abismos deleitados. Quase como se derrubasse uma ponte estreita, de palhota, entre o quase e o consumado, o impossível e a medalha de ouro, o escuro e a alva.
Conheci-me numa fase em que desdenhava que teria alguma vez futuro. Sentia-me surdo, e se alguma vez falei com o devir, tornei-me capaz de ignorar a lição de métodos que porventura tenha sido proferida. Vesti-me antes de sonolência, com um xaile de xadrez fortuito, que nem sequer já conseguia aquecer. Passaste por mim sem que eu te compreendesse, e frustrei em mim mesmo o que me pareceu um pedido.
Ainda vais a tempo de traduzir o refastelamento sintáctico que me pareceu ter percebido. Se calhar foi ladaínha. Provavelmente nem foi nada. O que restou? Sou incapaz de me dar de mãos vazias. Prefiro longos campos de trigo, com um vento inquiridor que, de sorriso de criança em riste, deixa na terra uma fenda igual a amor ensanguentado. Sobram pequenos resquícios de um conflito benemérito. Galhos de árvores sucedâneas do limbo, ninhos de pássaros que, indiscretos, explicam em linguagem pré-românica a diferença entre um segundo, e o outro.
Dá para ponderar a pouca estima que existe entre as pessoas que guardaram o passado em meias rasgadas. Envolve-as um fumo azul, medíocre, que eu nunca tive por nunca ter querido fazer da lealdade uma nódoa de pequenas dimensões, no quadro resoluto da existência.
Acabei. Fico-me pelo suficiente das coisas simples. Sem necessidade de fugir.

Foto de pttuii

Zapping

Pisca,
Regurgita,
E buuummmmm,.....

O mundo fez
de ti a sua puta,...

Mandou-te pelos ares,
Mas nada temas,

Porque sim,
E não morreste,

Apenas o que
se quer para ti
são momentos,...

A sós,
Contigo,
Sentado,
A
chafurdar,

Ideias de
whopper,

Com acompanhamento,
light,

Refastelado,
Ao telemóvel,....

Neurónios,
Contemporâneos,
Que morrem,
Cancerosos,...

E tu,
De saúde,
Com quietude,

Distorcido,
Colérico,
Com todos,...

E ninguém,
Lá fora,
Para te dizer,
O sim,
Que precisas,
Como de vida......

Foto de pttuii

Estou chateado e provo-o

Escrever, para menos que viver. Será esse o antídoto certo para quem ilude o acto de criar, com o simples acto de viver? Mas será que resta alguma ilusão por descrever? Menos certo que o amanhã vir adocicado, é o hoje que somos obrigados a consumir amargo. Com todos os requintes de envolvência medricas que sublinham, a negro, os detalhes insignificantes da nossa vida. Aliás vida que, a existir, morre logo no dealbar de uma existência desnorteada.
Para informação coerente, que fique registado a minha opinião pessimista. Nem sequer penso chegar a qualquer das ilusões poéticas que já criei. Não passo de indecisão. Como o próximo, comisero em doses irregulares. Interrogo o que nunca se justificaria interrogar, e no fim ganho o som agudo da flatulência indiscreta de um sonho discriminatório.
Sinto-me perseguido, angustiado, massacrado pela irregular torrente de paranormalidades que nos atacam diariamente. As nossas vontades estão presas ao chão, porque nunca se conseguirão soltar do agrilhoamento efectivo. A escola, tirei-a com a certeza de que no fim ‘orientei’ um mapa para me orientar na displicência que é estar vivo.
O mundo borrifa-se para a plena realização do homem, porque o homem nunca existiu. A felicidade é a prova disso. Estamos felizes, na mesma medida em que o apetite da morte sabe bem a um canceroso em fase terminal. Jesus foi prova disso, porque Cristo é o apelido dos inexistentes. Dos falhos de espírito. Figuras ridículas somos nós, com capa de gordos, magros, pobres, ricos, gays, fodilhões, lésbicas vedetas de televisão, velhas com mini-saias e tatuagens. Tudo são soluções para problemas que recalcitram o nosso viver. A morte poderá ser um acrescento à indecisão. Mas no fim, a emoção deve morrer aconchegada, em noite de chuva ácida.
Só nos resta mesmo um mícron de pedantismo, para que a envolvência do desvanecimento, seja um quadro surreal com assinatura descompassada....

Foto de pttuii

O homem que quis matar a luz

Disseram-lhe que a luz morria quando contida num frasco opaco. Bem definida a separação, levantou o cós da bainha do mundo em que tresandava, e pôs-se à coca daqueles raios que os outros falavam em dias de reflexões preconcebidas. Queria sentir nas veias, nos traços azuis de hesitação que lhe pintavam os braços, a dor de decidir o destino ou a felicidade dos que dependiam disto para simplesmente andar. Lembrou-se dos pais do pai que chorava nas tardes de chuva. Eram dois velhos sem pernas, que adoptaram aquele cagalhão, que depois cagou o cagalhão que era. Na súmula destes deslizes, nasceu um mundo cónico. E fora dele corria tudo o que verdadeiramente interessava, porque dentro do irreal já existe o que as pessoas pensam que não lhes fará falta. A luz é sinónimo desta inenarrável certeza de quem respira. Fez de si mesmo aquela chuva de recordações cinzentas que pintava o chão de farelos do mundo que contava, para depois vir o que se prometia. Rasgou o céu acobreado, deu um silvo na água suja que mexia em musica aquele torpor apetecido do entardecer, e morreu tão depressa como havia dealbado. Acocorado, percebeu que tinha hipóteses de sobreviver a um mundo que não conhecia. O que contava depois seriam os instantes fatais de querer ter mais depois de um momento que pouco mais foi que menos.
De novo o céu encolheu o esfíncter. De acobreado a amarelo, e quando o vermelho se desenhou em manchas etéreas, já estava posicionado para o destino. A luz caiu no ponto de não retorno, mas não morreu. Eram pequenas criaturas risonhas que se movimentavam, num bulício dificil de explicar. Agitou o que lhe pareceu ser um momento de viragem no processo da criação, e da luz fez-se noite. E da noite, consumou-se o amor com a madrugada. E quem morreu foi quem quis mudar o que o destino nunca pretendeu deixar de controlar.

Foto de pttuii

Pelo menos sou são I

Havia um desatino naquela face, parecia
de mármore com cueiros puxados,
para baixo, sim,
sem atavio,
Figura longínqua que me lembrava o vazio
de ideias que tenho ao lanche,não,
porque não passo fome,
e se algo me recorda a infância,
sou eu, desatinado,
vestido de mármore.....

Foto de Paulo Gondim

Um ciclo se fecha

UM CICLO SE FECHA
Paulo Gondim
26/01/2009

O arco-íris escondeu-se por trás da serra
E levou consigo o pote de ouro desejado
E nuvens de chumbo turbaram o céu
Que de muito escuro se fez feio e calado

Sinto que um ciclo começa a se fechar
Do que se fez, a contar, pouco resta
Poucas lembranças, de fraca memória
Já se avizinha, cá, o final da festa

E aquele arco-íris de cores vivas
Já não brilha tanto desta vez
Já não esconde o pote, nem o ouro
Perdeu-se na noite em sua palidez

E o que fazer do tempo que resta?
Juntar os pedaços, remendar feridas?
Recolher as vísceras decompostas
Das ilusões que há muito são perdidas

E o ciclo se fecha. Frio, impiedoso, lento...
Um fio de tempo inda corre em minhas veias
Levando o sangue podre do desprezo
Vampiros que me assustam em luas cheias

As amarras se soltam. O trem do destino apita
Faz-se breve a indesejada hora da partida
Embarcarei nele, como sempre, só
E que apague a luz, o último, na saída

Páginas

Subscrever angústia

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma