Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Voo para a liberdade

Ando sem sentir o chão...
Voo? Indecifrável sensação.
Agora já posso voar...
Para onde?
Ainda não sei.
Há muito o que desbravar,
há pouco eu acordei...

Mundo sem fim!
Giro em torno de mim
vagamente,timidamente,
sentindo uma paz envolvente.

Aos poucos, conquisto meu espaço.
Volto e refaço
o mesmo caminho apertado
libertando a liberdade
incrustada em meu âmago,
empoeirada, amedrontada,
aconchegada em minha verdade.

Ameaçada anos a fio,
presa aos desafios
de viver,de fluir,
resplandecer, expandir.

Feito ave livre do cativeiro
alço voo embora rasteiro,
solo, único, primeiro...
Rodeio e volto ao mesmo lugar.
Quero me descobrir antes de partir,
certificar-me de que não vou cair.

Mantenho-me firme e calma,
livre das correntes da alma.
Corro atrás dos sonhos
e sofro pelos que já se foram
tragados pela velocidade do tempo.

Os que restaram,
serão razão pra minha inspiração.
O brilho do sol traz a esperança
que reflete sua luz...
E agora a liberdade é quem me conduz.

_Carmen Lúcia_

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Despojo

Quero despojar-me de meus bens.
Não os materiais, não os carnais,
mas os que fazem bem.
Não os que o tempo devora
e não devolve jamais.
Os meus bens mais preciosos
que enaltecem minh’alma,
não quando piso em falso
a encarar meu fracasso.
Não o pior, mas o melhor de mim.
Todos os sentimentos nobres
de meus dias melhores
encobrindo os ruins...

À mais exímia bailarina
esse dom que me fascina,
acrescendo a ela , ainda mais.
A alegria que me predomina
quando a noite dá passagem
a um novo amanhecer,
pra quem está prestes a descrer.
A tristeza que é só minha,
que choro quando estou sozinha,
pra quem não sabe chorar
e a dor aliviar.

O passado incrustado
das mais doces recordações,
momentos que nunca têm fim.
Recordar é viver, enfim.
O equilíbrio:razão e emoção,
em igual proporção
pra quem só é coração
e se perde na ilusão.
A dor pra quem não sabe sofrer
e que faz parte da vida...
O sofrimento lapida,
deixa a alma evoluída.

Devolvo essa saudade
que meu peito invade
pra quem se foi e a deixou...
Que a leve, pois ainda não vou.
Todo amor que ainda sinto
cultivado em jardins
pra sentir o seu perfume
exalado de dentro de mim.

E por fim, a minha inspiração,
ao poeta que faz da pedra, flor...
Que salve meus melhores versos
e derrame por todo universo
o amor!...

(Carmen Lúcia)

Respeite os direitos autorais.

28/06/2008

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Sinos

Conto com minha insensata sensatez pra continuar,
com minha imperfeita perfeição pra prosseguir,
com minhas ilimitadas limitações pra desbravar,
com minhas fragilidades pra não desistir.

Conto com meus erros e acertos para reaprender,
com derrocadas e vitórias pra me fortalecer,
entre lágrimas e sorrisos quero me ver
pois assim são escritas as páginas da vida.

E assim foi o ano que se findou,
dores imensuráveis, decepções, fatalidades,
e flores indescritíveis beirando estradas arborizadas
de um palco descortinado onde se encena a realidade.

Claro que tudo foi aceito como lição,
descarto o peso inútil que me foi provação
e me entrego mais leve pro futuro que descreve
o alegre ressoar de sinos a celebrar
o novo ano que virá.

(Carmen Lúcia)

A cada ano que desponta torcemos sempre pelo melhor, em todos os sentidos da vida. É o que desejo a todos meus amigos e poetas deste site tão querido. O melhor, em qualquer direção!

Abraços afetuosos e obrigada por serem meus amigos!

Carmen Lúcia

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Tempo de Natal

Tempo de Natal...

Os sinos bradam alegremente...
Anunciam um suposto novo tempo,
tentam arquivar no esquecimento
os contratempos que marcaram a vida,
agentes de todo o mal...

Querem incutir o bem
num esforço supremo de alegrar alguém,
como se a dor instalada no peito
pela saudade que nada dá jeito
se esvaísse com as badaladas,
ressuscitando pessoas amadas
ceifadas do âmago de nosso contexto.

Estrelas se põem à mostra
acendendo um céu
que de marinho se borda.
O mesmo céu onde a lua aporta
inundando os lugares de prata angelical
de um mundo manchado de vermelho,
molhado de lágrimas, desolado e aviltado
em contraste com a suavidade da noite
inocente, a ofertar a paz celestial.

Tempo de Natal...

Árvores são enfeitadas com aparato,
luzes coloridas faíscam com recato,
exterioridades expõem beleza e luminosidade
que não alcançam os interiores escuros,
não abrangem o significado da data
nem apontam o caminho da simplicidade
onde o amor transita com humildade.

_Carmen Lúcia_

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Flor tardia

Sou da primavera a flor tardia
escondida na relva escura e baldia
onde o brilho do sol não se aventura
e a luz do luar nunca me vê...

Fruto de sementes corroídas
de solo infértil e devastado
onde cores jamais se aproximam
e o perfume expira já fora do prazo .

Viva, graças às migalhas que o vento
sem contento,sopra em minhas pétalas deflagradas,
e a seiva que esforço em retirar da terra,
derramo em lágrimas poluídas e malfadadas .

Sou o que restou da estação mais bela,
o que ficou pelos cantos, esquecida,
flor que não cumpriu sua missão,
que surgiu quando se foi a primavera.

_Carmen Lúcia_

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Vendo o tempo se perder

Ter que ficar, querendo ir,
sabendo que o tempo passa veloz
ou que velozes, por ele, passamos nós,
nostálgica sensação de não ter sido,
não ter tido, não ter ido...
Em vida, morrido.

Querer voar tendo os pés plantados,
apenas idealizando um futuro
que já pertence ao passado...
Perdendo-me em irrealizações,
tempo longínquo arcado de esperas,
trazendo o presente carregado de quimeras.

Hoje, estrada curta pra tão longa caminhada,
aspirações tamanhas esboçadas
em avenidas traçadas rumo ao sol,
por tudo o que deveria ter andado,
não fosse o peso das asas quebradas,
arrastadas por dias ausentes de arrebol...

E o arrependimento de não ter ousado,
não me ter ao mundo atirado,
não me ter perdido e me deslumbrado
sentindo as vibrações do inusitado,
vivendo a intensidade dos momentos
cabíveis aos sentimentos mais profundos.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Ter você...

Ter você...

É atingir o inatingível,
decifrar o indecifrável,
transpor o intransponível,
explicar o inexplicável,
compreender o incompreensível,
violar o inviolável,
profanar o mais sagrado.
E viver a plenitude do inusitado...

Pra ter você...

Quebrei todos os preceitos,
livrei-me de preconceitos,
rompi barreiras,
transcendi fronteiras,
desagravei as leis,
desacatei princípios,
desmoralizei os fatos,
repudiei valores.
Morri de amores...

Sem ter você...

É ver o amanhecer sombrio
trazendo a luz de um sol sem brilho...
É ver a noite sem o prata da lua
e o breu soturno de estrelas apagadas;
fantasias pelos cantos, desperdiçadas,
entre sonhos vazios, solitários, vagos.

É viver com a sensação de ter morrido;
é morrer como se não houvesse nascido.

_Carmen Lúcia_

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Eternizando momentos...

Vou eternizar nossos momentos,
guardá-los distantes do tempo,
conservá-los no congelamento
pra revivê-los sem desgastes,
sem mudanças e resgates
quando longe estiveres de mim,
afastando os dias ruins.

Vou reforçar tuas pegadas
em todos os cantos do quarto
e em meu corpo as marcas do teu tato.
Nos lençóis, o azul do cetim,
como um céu a presenciar o pecado,
induzindo ao que é proibido,
convertendo o profano em sagrado,
pensando estar próximo o fim.

Vou reacender os sentimentos
que fizeste desabrochar em mim
pra que me envolvam a cada momento
enquanto longe estiveres daqui,
feito luzes a projetar nas paredes
sombras de um filme de amor sem fim
ocupando o vazio dos espaços
- que deixarás quando partires-
até o dia em que aos meus braços voltares
e inundares a mim e os lugares
“de ti”...

_Carmen Lúcia_

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Só o amor...

O amor pode gerar
com a mesma intensidade,
em gotas de simultaneidade,
o sorriso da alegria e a lágrima chorada,
a euforia à revelia e a dor já saturada,
a agonia da partida e o júbilo da chegada,
a tristeza em desvario e a satisfação sonhada,
a malícia do desejo
e a candura da ingenuidade,
a mentira tão sincera
e a verdade mais austera,
a experiência não vivida
e a vivência despercebida,
a felicidade bem sentida
dos momentos sacramentados,
instantes que marcam a vida,
que fecham ou abrem feridas.

Mesmo diante de desafios,
do certo ou do incerto
só o amor aponta
corretamente os trilhos
onde devemos passar.

_Carmen Lúcia_

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Faça de conta...

Se me vir andando pela rua
finja que jamais me viu,
como se esse meu olhar triste
por um motivo qualquer surgiu
e que não foi você o causador
do estrago que em meu peito
transformou-se em dor.

Finja com naturalidade
como sempre muito bem o fez
fazendo parecer verdade
a mentira que nunca desfez,
que se vestiu de autenticidade
levando-me a crer que o amor
nunca pudesse morrer.

Mude de calçada, siga calmamente,
deixe que as mágoas todas eu transporto,
mesmo com a alma pesada
pela dor que transbordo.
Faça de conta que a culpa foi minha,
que toda farsa em meu ser se aninha...
Deixe que eu carregue o peso desse fardo
e siga como se nunca o houvesse amado.

_Carmen Lúcia_

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