Alentejo

Foto de José Herménio Valério Gomes

CALEIROS OBREIROS DO ALENTEJO BRANCO

Hà uma história para contar
Que nos preencheria o dia inteiro
Tal Avenidas a apregoar
A àrdua realização dos Caleiros

Posteriormente tantas horas
Ou sucessivos dias a cozer
Do forno extrai a cal para fora
Para de seguida ir vender

De Monte em Povoação
( ÒLHÀ CÀL BÔA ) apregoando
Vestidos numa oração
Que os vai acompanhando

De volta no carro de macho`s
Traz um sorriso de esperança
Para trocar o habitual gaspacho
Numa refeição com mais abastança

Pelo caminho vem cantando
E nas mãos o lucro adquirido pelas arrobas
Que as senhoras vão caiando
De täo branco o Alentejo,terra das A©ordas

zehervago
( Ilustração) Tela cedida por Carlos Ganhão

Foto de José Herménio Valério Gomes

ALENTEJO QUE ME VALES INSPIRAÇÃO

Alentejo,que me encantas
Vestido com humildade
Por casas tão brancas
Desde o monte à cidade

Com teus campos dourados
Que os meus olhos admiram
E nunca ficam cansados
Mesmo se as lágrimas desfilam

Alentejo de que tenho orgulho
Ser estilha das tuas raizes
E vivo distante este agulho
Na ilha dos humildes

Lugar de todas as saudades
Resguardo dos teus artistas
Que nasceram em dia da verdade
Para que tu existas

Meu Alentejo só tu me tens
Este único céu no meu caminho
És meu dia sem nuvens
Que eu detenho com carinho

Tenho como aspiração
Voltar a ver soprar o vento
Entre planícies na tua direção
Nos teus dias de calor intenso

Pelas manhãs de orvalho
Passear entre os campos
Caminhos e atalhos
Searas teus mantos

Alentejo que me vales inspiração
Pelo homem até Deus...
Na hora de retomar a emigração
No mais doloroso adeus....,

zehervago

Foto de poetisando

Há fome em Portugal

Pôs-me me um dia percorrer
Este nosso lindo Portugal
Do sul até ao norte eu vi
Como vive o povo tao mal

No algarve terra da alfarroba
Encontrei gente a apanhar
Perguntei para que a queriam
Com elas a fome ia matar

No Alentejo que trigo já teve
Assim o chamaram celeiro da nação
Vi tanta gente cheia de fome
Já não há dinheiro para o pão

No ribatejo terra de toiros e toureiros
Onde já também a fome graça
Quase não tem de comer
Dizem que país em desgraça

Nas beiras fiz uma paragem
Queria ouvir o que iam falar
A todos ouvi a palavra fome
Sem saberem se ela vai parar

Subi até ao douro terra do vinho
Em tempos até foi bem farta
Hoje não há-de comer nem trabalho
E a fome também la não falta

Subi até Trás-os-Montes
Ai faziam um coro em exaltação
Perguntando onde para o dinheiro
Que era para a sua modernização
Vim descendo pelo litoral
Terras que foram de muito peixe
Hoje também se queixam da fome
Só não sabem a quem se queixe

Corri a orla marítima
Onde tinha peixe de fartar
Hoje se tiverem algum carapau
Para quatro pessoas tem de dar

Depois de todo o país percorrer
Aos políticos tenho que perguntar
Que fizeram a tanto dinheiro que veio
Para este país se poder modernizar

E os senhores ditos deputados
Á tantos anos na assembleia sentados
Não lhes pesa a vossa consciência
De verem os seu povo ser roubado

E a nossa justiça está cega
Para não ver as grandes jogadas
Que colarinhos brancos e políticos
Fizeram de roubos às descaradas

E nós povo que nada dizemos
Deixamos que a fome mais aumente
Se não se revoltarmos todos
A fome acaba com agente

De: António Candeias

Foto de poetisando

Alentejo

Lindos campos de trigais
Em tempos que já lá vão
Época em que até diziam
Que eras o celeiro da Nação
Tempos que já não voltam
Às paisagens dos teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Com o esvoaçar dos pardais
E quando chegava a época
De o trigo ter que se mondar
Era ver ranchos de gente
Homens e mulheres a cantar
Como era lindos os teus campos
Até na cor das suas papoilas
Como era o trigo mondado
Por rapazes e por moçoilas
Logo cedo pela madrugada
Era ver tanta gente a se juntar
Homens e mulheres faziam coro
Para com alegria irem mondar
Alentejo que tanto pão produziste
Desses tempos só recordações
Deixaste de ser o que eras
Só se vê a tua gente triste
Lindos eram os teus campos
Cobertos com teus lindos trigais
Hoje estas a ficar deserto
Tempos que não voltam mais
Que saudades têm a tua gente
Desses tempos que já la vão
Davas trabalho á tua gente
E que produzias tanto pão
Que lindos eram os teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Ouvir o teu cante alentejano
Cantado também por moçoilas
O que fizeram de ti Alentejo
Que deixaste de ter trigais
Fizeram de ti um deserto
Que já nem sustenta pardais
De: António Candeias

Foto de onil

CASA DO MONTE

NÃO NASCI NO ALENTEJO
MAS QUANDO POR ELE VIAJO
SINTO UM ENORME PRAZER
JÁ HÁ EM ALGUNS LADOS
PINHEIROS VERDES PLANTADOS
QUE DÁ GOSTO PODER VER

HÀ UNS BONS ANOS ATRÁS
DESCOBRI AQUI A PAZ
NESTE MONTE DE VAQUEIROS
CONHECI NOVAS ALDEIAS
AQUI REFRESCO AS IDEIAS
REVEJO ALGUNS COMPANHEIROS

DE MANHÃ PELA ALVORADA
O SOL DE COR AVERMELHADA
FAZ ADIVINHAR GRANDE CALOR
NESTA TERRA DE SOL QUENTE
O CLIMA É BEM DIFERENTE
OS MONTES TEM OUTRA COR

AS ESTEVAS ESTÃO FLORIDAS
PEGAM-SE ÁS ROUPAS VESTIDAS
QUANDO ANDAMOS ENTRE ELAS
VEEM-SE CARREIROS DAS LEBRES
QUE VÃO DAR A ALGUNS CASEBRES
E AS PERDIZES COMO SÃO BELAS

CORRE-ME O SUOR NO ROSTO
ESTAMOS NO MÊS DE AGOSTO
AQUI O CALOR É IMENSO
DEPOIS DO ALMOÇO É A SESTA
NÃO HÁ TERRA COMO ESTA
AQUI NA VERDADE EU DESCANSO

OS PASSEIOS SÃO SALUTARES
RESPIRAM-SE OUTROS ARES
NESTA TERRA POUCO POVOADA
AQUÉM ALÉM HÁ UM MONTE
MAS CADA UM TEM UMA FONTE
PARA A SEDE SER SACIADA

O MONTE DE VAQUEIROS É PORREIRO
FREGUESIA S. MIGUEL DO PINHEIRO
CONCELHO MÉRTOLA BEJA DESTRITO
HÁ ANOS FOI ISTO QUE EU IMAGINEI
COM ESFORÇO O SONHO REALIZEI
TENHO CASA NUM MONTE BONITO

VIRADA AO SOL-NASCENTE
VEJO-O DE MANHÃ BEM BRILHANTE
PARA MAIS UM DIA DE CALOR
É MAIS UM DIA DE VERÃO
ESTA É A MELHOR ESTAÇÃO
PARA BRONZEAR E DAR CÔR

FOI SORTE REALMENTE
NESTA TERRA DIFERENTE
ESTE MEU MONTE ENCONTRAR
AQUI LABUTEI BEM DURO
MAS TENHO CASA PARA O FUTURO
ESTE É O MEU SEGUNDO LAR

FAMILIA E AMIGOS DE VERDADE
AQUI MATAMOS A SAUDADE
DO AMOR QUE TEMOS NO PEITO
QUEM MINHA CASA VISITAR
AS PORTAS DE PAR EM PAR
ESTÃO ABERTAS A PRECEITO.

17/12/09
ONIL

Foto de onil

NO ALENTEJO

SÃO MOMENTOS FELIZES
AS MINHAS RAÍZES
NÃO SÃO DAQUI
MAS LIGUEI-ME A TI!
GOSTO DAS TUAS PAISAGENS
TUAS SECAS PASTAGENS
TEUS MONTES SEM FIM
QUE ME DEIXAM A MIM
LIGADO AO LUGAR
QUE DE NOITE AO LUAR
MAIS ESTRELAS SE ADMIRAM
POIS AQUI ELAS BRILHAM
AINDA COM MAIS FULGOR
NÃO SEI SE É DO CALOR
SE É DA ESTRANHA MANSIDÃO
DO SILENCIO E SOLIDÃO
DOS TEUS CAMPOS ESQUECIDOS
QUE PRENDEM MEUS SENTIDOS
NAS ESTEVAS COLORIDAS
OU NAS SOMBRAS PERDIDAS
DE UM CHAPARRO ISOLADO
ÚNICO SITIO ABRIGADO
QUE PROTEGE DO SOL ESCALDANTE
QUE É FORTE MAS A SUA GENTE
JÁ ESTÁ HABITUADA
TRABALHA DE MADRUGADA
NESSA FRESQUIDÃO MATINAL
DEPOIS DO ALMOÇO HABITUAL
A SESTA TAMBÉM É SAGRADA;
NOUTROS TEMPOS A ENXADA
RASGAVA A TERRA BRUTA
DO POVO ERA ESSA LUTA,
HOJE TUDO É DIFERENTE
IMIGROU SUA GENTE
FARTA DA TERRA LABUTAR
SÓ A VEM VISITAR
PARA MATAR AS SAUDADES
GOZANDO AS LIBERDADES
QUE NOUTRO TEMPO NÃO GOZAVAM
APENAS NO CAMPO SUAVAM
SEIFANDO AS SEARAS DE TRIGO
AO SOL SEM QUALQUER ABRIGO
GOSTO DO ALENTEJO
SEMPRE QUANDO O VEJO
SINTO-ME BEM DIFERENTE
E O MEU PRAZER É CONSTANTE.
SOU BEIRÃO ORGULHOSO
MAS NO ALENTEJO MARAVILHOSO
PARA QUEM O COMPREENDER
DÁ GOSTO AQUI VIVER.

26.08.99
ONIL

Foto de HELDER-DUARTE

Minhas terras

Em Monchique nasci.
A Alvor e Portimão desci.
Em Alcobaça casei.
Para a Deus servir, a Monchique voltei.

A Deus servindo,
Vim subindo
Ao Alentejo e ao Minho
E a terras do Douro vinho.

Mas houve fome nessa terra,
Com Deus fui ao Egipto,
Como foi o filho de Tera.

Mas de lá subi,
Senhor contigo,
Ao céu ascendi!...

HELDER DUARTE

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