Canto

Foto de Elias Akhenaton

Floresta Mística

Viaja meu peregrino pensamento,
Ao encontro do templo zen da floresta;
Pairando como uma pluma ao vento,
Na vibração de sua paz manifesta.

Quão encantadora é à natureza!...
Reflexo do Arquiteto Deus Criador,
Fonte da mais indelével beleza,
Concebida no santo jardim d’amor.

Contemplo o verde esp’rança das matas
E o canto alegre dos passarinhos
Qu’ sob arrebóis fazem serenatas...

Inda às cachoeiras e suas cascatas,
Que n’alma lançam gotas de carinhos,
Revelando insp’rações inatas.

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Carmen Lúcia

Despedidas

Hora da despedida.
Mais uma. Quantas mais?
Quantas ainda me reserva o destino?
Quantas lágrimas ainda por derramar?
Assim é feita a vida...
Lágrimas, sorrisos, sorrisos e lágrimas.
Alegrias parcas, instantes concisos.
Dores, mais do que se é preciso.
Melhor seria não haver
ou durarem o tempo que dura o riso.

Despede-se do que faz bem,
e ao mal, um leve aceno
com a certeza que virá também.
O bem é ameno, sereno, instável.
Vem, rodopia e docemente se vai
deixando seu gosto nos lábios de alguém.

Preciso me desgarrar...
Saber partir sem chorar,
seguir em frente, não olhar para trás,
pisar as lembranças pra não me seguirem mais.
Deixar que os lugares se esvaziem de mim...
Cada canto, cada recanto que me conhece tanto,
onde passei horas a fio dedilhando
os sentimentos que vinham me povoando
e agora choram por me ver partir.

Vou de encontro ao novo,
ao estranho , ao desconhecido.
O novo nem sempre é bem acolhido.
Mudança que me cansa,
transformação exaurida, mexe com a vida.
Meus espaços serão preenchidos...
Cada lugar de aconchego
agora tristemente deixado
pertencerá ao passado.

_Carmen Lúcia_

Foto de P.H.Rodrigues

Violeiro

Um mundo em linhas, queria cantar.
Não queria o canto por notas,
queria notas para encantar.

Com trapos fez cobertores;
Com a pedra que machucou-lhe o dedo,
fez um esquadro de espelho.

Das cinzas de sua casa, com lágrimas,
fez um violão. Não cantavas pela boca...
Mas cantavas com as mãos.

Foto de Carmen Vervloet

Nosso Lar

A nossa casa, o nosso ninho,
nosso aconchegante cantinho...
Na jardineira flores sem espinhos,
gerânios e o canto dos passarinhos!

Nosso neto correndo por todo espaço
entre porcelanas, flores e cristais...
Nós dois a espera do seu terno abraço
enquanto, da janela, admiramos o cais.

Da cozinha vem um cheiro de comida
impregnando todo o ambiente,
despertando aquela fome escondida.

Depois, meu amor encantando ao piano,
arrebatando o coração e a mente,
apagando qualquer dor ou desengano!

Foto de Carmen Vervloet

Ao Som do Violino

O spalla, com seu arco de madeira,
fricciona as cordas do violino
amaciadas pelo breu da noite
nas crinas do meu cavalo alazão.
Tira um som morno, aveludado,
varrendo as cinzas do meu coração.
Misturam-se nossas almas...
Tudo é calma!
Seu timbre soprano
retira-me o eu urbano
e incita-me a cavalgar pelos campos
em delírios, alegria, canto,
desejos, arrepios, encantos...
Prantos evaporados,
medos incinerados...
Sonhos perseguidos,
na garupa do meu cavalo alazão,
ardendo em paixão!
Sem luneta, sem lupa,
sonhos perseguidos a olhos nus
com a esperança que indica a luz!

Foto de Carmen Lúcia

Liberdade tardia

Liberdade tardia

Quantas vezes perdoei...
Mais que setenta vezes sete.
Quem sabe a alma se abastece
e nunca mais venha a sofrer.
Dei minha cara à tapa
sem sequer contradizer
as vontades que preponderaram
e por longo tempo vi prevalecer.

Calei minha boca em consentimento
mesmo com um não na ponta da língua
a explodir a qualquer momento
podendo até reverter minha vida
alterando o argumento.
A covardia e o medo se infiltraram em meu peito
e mais uma vez o não se calou, rejeito.
Mantive o disfarce colado a minha face
e a irrealidade projetando o que não era,
o que não quisera, o que não condissera com a verdade.

Oportunidade perdida não volta atrás.
Mas o tempo é borracha. Apaga e volta a escrever.
Reinventa enredos .As emoções já vividas
deixam o palco e num canto qualquer, vão morrer .
O perdão não tem mais razão de ser.
A história em questão muda o contexto,
os capítulos se compactam, pedem fim,
a mágoa até então guardada, jaz isenta desse texto.
A liberdade concedida passa bem longe de mim.

Feito um pássaro cativo diante da gaiola aberta
sem saber o que fazer, sem ter para onde ir.
Alça um voo rasante, itinerante sem destino.
Retrocede ante a dubiedade dos caminhos...
Tem nas mãos o livre arbítrio,
mas não no cerne o desejo que impele.
A liberdade interior que o libere.

_Carmen Lúcia_.

Foto de Rosamares da Maia

CONFISSÃO

Confissão

Somente por você confesso em versos,
Os desvarios deste amor sem medidas,
Este amor que dizem já não mais existe.
Como não, se está aqui em meu peito?

É meu. Transpira-me por todos os poros,
Exalando o odor dos amantes ansiosos,
Sobreviventes à deriva da própria história.
Nada temo e nada nego. Quero mais.

Eu quero cada minuto desta nossa história.
Da vida em looping sem poder controlar,
Deste sentimento que não consigo estancar.

Quero as incertezas das tuas ausências,
As alegrias e presentes das tuas chegadas.
Sentir quanto os teus braços são fortes,
E que o meu corpo tem a tua medida,

Que teu abraço me estreita, aperta e sufoca,
Mas que sem ele sou folha solta ao vento,
Ar que respiro sem sentido de viver e razão.

Só por você volto a confessar nestes versos,
A música que canto pela manhã é teu nome,
E em cada nota desta letra eu digo – te amo.

Rosamares da Maia

Foto de Paulo Gondim

Por te amar

POR TE AMAR
Paulo Gondim
06/06/2013

Por onde andará o meu amor
Que me deixa confuso em sua volta
Se é que volta, se é que quer voltar
Se é que pensará em meu amor
Se é que ainda pensará

A cada instante que passa
A saudade aumenta
Como nuvem que anuncia a tormenta
Como velas que derivam no mar
Expostas ao vento na procela
Como eu em cada vela
Vivo por te amar

Por onde andarás, amada minha
Que não vens sufocar meu pranto
Trazer teu canto, como acalanto
De minh’álma triste, em desencanto
Esquecida, jogada num canto
A penar por ti, que se faz longe

Vem, minha amada, não se furte
Sinta o prazer de meu colo quente
A energia que minh’álma sente
Em ter-te de forma permanente
Na ilusão da vida incosequente
Por te amar tanto, tanto assim

Foto de Carmen Lúcia

Momento único

Um doce enlevo me conduz à recordação,
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final da tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar;
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora...

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Amo a Língua Portuguesa

Amo a língua portuguesa.
Com franqueza, com pureza, com certeza.
Ela me navega na imensidão dos mares,
na mansidão dos ares, além do infinito.
Desbravo os mais profundos abismos
e seus mistérios abissais...
Alcanço o ápice das montanhas,
percorro a estrada de meus ancestrais...
Então finco minha bandeira luso-brasileira.

Desvendo em palavras as minhas proezas,
de minhas bravatas relato as grandezas.

De origem latina, primitiva, abrangente
difunde e aflora a “Última flor do Lácio”;
incita o poeta a dar vida às palavras,
faz das palavras imagens dos anseios da gente.

Vinda de caravelas aqui aportou;
trouxe um abraço que me cativou...
permeou as belezas, protestou as mazelas,
deu à flora e fauna ricas definições,
das riquezas da terra desenhou emoções.

Amo da língua portuguesa
a magia, o lirismo, o encanto.
Com ela choro o meu pranto,
grito a dor, causo espanto.
Sou rio, sou tanto, sou música e canto...
Choro, sorrio, me acarinho em seu manto.
Divago em palavras a minha alegria,
na página em branco derramo a agonia.

_Carmen Lúcia_

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