Desamor

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Nas cordas do tempo.

Nas cordas do tempo.

O tempo está apressado, sem ter mais tempo
Ele está de aborrecido com a falta de amor
Com a nossa falta de tempo para o tempo
Nem mesmo para nós mesmos, egoístas...

E neste egoísmo esquecemos-nos do silêncio
De escutar o silêncio que o tempo nos oferece
Este silêncio que abrasa, embala a nossa alma
Entre o tempo, o silêncio e o Nosso Pai...

Esta desunião apenas afina as cordas do tempo
Que acelera cada dia mais em desencontro da união
E os eixos se movem e transformam a nossa terra
E os povos estão incapazes de ter tempo para entender...

Não tem mais tempo para orar, para escutar, ajudar
Nem mesmo mais tempo para preservar e mudar
Sequer para criar nossos filhos no amor e os orientar
E o tempo dos meus pais foi perdido em vão, abandono...

E o tempo está zangado, sem tempo para escutar
Tanta lamúria, tanta barbaridade, tanto desamor
Tanta morte, corrupção, abandono, guerra e desespero
Porque o tempo apenas corre nos ponteiros do relógio...

E o tempo trás consigo a negra noite com a sua lua
Com ele os seus fantasmas da inquietude da alma
Para alegrar ele traz o dia com seu sol majestoso
Apenas para te alertar do renascimento da alma...

E o tempo chora como ele chora lágrimas de sangue
Ele abraça o silêncio, juntos eles choram e choram
E o tempo e o silêncio juntos abraçam Deus e choram
E como eles choram! E o tempo vai correndo sem parar...

betimartins

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Porque a guerra e não amor?

Porque na guerra vence o estúpido
No amor o inteligente, o sábio
Na guerra o sangue corre sem rumo
No amor apenas brotam pétalas de rosas...

Na guerra, o mau instinto é agouro do indeciso
No amor, apenas a bondade aflora do coração
Na guerra usam armas e destroem o mundo
No amor usa-se a amizade e juntos o constroem...

Na guerra, são surdos avançam para a escuridão
No amor, são faladores, espalhando a alegria
Nessa alegria eles iluminam o mundo de cores
Onde apenas o belo e a fraternidade são um só...

No amor, a partilha, a nossa reconstrução da alma
É feita com dignidade, seriedade, junta e unida
Deixando enterrados os soldados que partiram
Orando cada dia mais pela vida! Vai embora guerra...

Vai embora e não voltes, fica no fundo do mar
Não magoes os golfinhos, apenas morre ali
Deixa que o amor cure, resgate e os traga de novo
Da cruel guerra que um egoísta e maldoso! Inventou.

Basta, hasteei a bandeira do amor, de cor vermelha
Vermelha como a rosa perfumada abençoada
Vermelha como o coração pulsando vida e sentimentos
Mas nunca, os rios de sangue que correm ainda...

Rios que ainda mancham a nossa humanidade
Rios que ainda marcam o desamor e a dor
Mas eu acredito no amor, acredito no perdão
E sim ao amor e sumam com a terrível guerra....

Foto de betimartins

Partículas de amor

Partículas de amor

Derramei os meus sonhos, belos sonhos, são sonhos de amor, doados nas mãos das nossas crianças, entre uma lágrima sombria, triste e solitária, eu deixei-me sonhar simplesmente.
O meu mundo está moribundo, doente, incapaz de curar as suas feridas, cheio de partículas de maldade e egoísmo.
O meu mundo tem gente que apenas conhece o desamor e o derrama como ervas daninhas por todos os lados que passa e deixa semeada a confusão e a ignorância.
Se eu não acreditasse no amor, jamais estaria aqui escrevendo isto, jamais tentaria despertar para um novo dia aqui na terra
Jamais deixaria de acreditar que não voltaria a ver nos olhos dos nossos avôs a tristeza estampada, o descuido, a intolerância, o abandono e a ingratidão.
Jamais deixaria de acreditar, que existem seres capazes de derramar sofrimento, dor, abusos, maus tratos e muitas mais coisas que recuso aqui a escrever, pois é demasiado penoso até para mim, muitos diriam que são seres da escuridão apenas.
Discordo quem plantou aqui toda a esta dor, toda esta ilusão, fomos nós mesmos, por preguiça, por não querer educar, por falta de tempo, por leis brandas, por maus governos, descréditos, ganâncias e guerras e uso indevido de nosso lindo planeta, fomos exatamente nós seres humanos.
Ser humano é como quem diz seres egoístas e demasiado consumistas, exatamente, o mundo esta como está por demasiado consumismo, até os países ricos estão a ficar pobres, até começar a faltar tudo mesmo.
Vamos à parte que importa, a escuridão existe é um fato, dentro de cada um ela é mais que evidente, por vezes comanda até as vontades de quem é fraco e preguiçoso. É bem mais agradável se fazer o bem sem olhar a quem que fazer o mal.
Existe também a luz dentro de nós, se existe a luz é porque somos pessoas inteligentes, audazes e capazes de evoluir no amor.
Ora aqui a esta a palavra chave do segredo da espiritualidade e do mundo, uma simples palavra que é a mais grandiosa de todas as palavras do vocabulário, que tanto nos faz sonhar, sentir e existir.
Lembrando nosso irmão Jesus, o que ele passou por amor a uma humanidade, para trazer a esperança, ensinar o amor na sua real existência. Jesus não era letrado, não tinha posses, nem era especial aos olhos humanos, mas tinha algo sim muito especial o amor dentro de si.
Quanto amor ele doou e arrastou multidões, fez milagres em nome desse amor, orientou sobre a nossa existência e que sempre nos falava por parábolas, pacientemente ele suportou a maldade dos poderosos, dos prepotentes e dos mal amados.
Ele apenas tinha um único chefe o seu pai, o único que apenas podia o julgar ninguém mais. Estranho mesmo ele num momento de dor e superação ele fraquejou, apenas porque ele era humano e suportou alem dos limites humanos, mas na sua fé ele apenas foi intocável porque ele conhecia o amor.
O amor que muda com disposições, o amor que nos faz chorar, rir, faz doar, ser felizes e sermos os verdadeiros seres de luz aqui.
Amor uma palavra tão pequeninha, tão despercebida e ao mesmo tempo nem o próprio universo consegue descrever a dimensão da mesma pela sua maravilhosa criação, ou não terá sido um ato de amor e inspiração de Deus ao criar todas as coisas que nos rodeiam e ate as que ainda desconhecemos.
Quando pegamos num bebê ao colo, sentimos o seu cheiro, seu calor, seu sorriso, sua pele aveludada e sua pureza quanto sentimento bom ele nos desperta e já em Jesus o mesmo acontecia.
Talvez a sua alma esteja ainda pura, imaculada de pensamentos ruins, claro que esses mesmos pensamentos poderiam ficar nesse bebê, mas logo que começa a crescer ele leva doses letais de materialismo e de egoísmo, se um o tem algo ele terá que ter algo bem melhor ou não será mesmo assim?
Mas se observar este ser tão pequenino a dormir, ele sorri, ele transmite a paz interior e a sua pureza. Ora todos os seres humanos deviam ser assim, deviam ter pensamentos puros, caminhar no amor e na doação de ajuda mutua e fraterna.
Jesus o fazia mesmo quando ninguém acreditava que ele o faria, ele não destingia classes sociais, nem vestimentas e nem condutas apenas ajudava nada mais, o resto era por conta de quem errasse.
Essas eram as partículas de amor que ele derramava como estrelas cintilantes no firmamento, nas mesmas partículas ele as adoçava com a esperança de um novo dia melhor e bem mais feliz.
“Como “somos ignorantes e egoístas, como somos preguiçosos, somos como uns caracóis arrastando-nos na nossa incompreensão” è melhor assim”, claro não sabiam e não somos cobrados por isso.
Somos bons a fugir das nossas responsabilidades, não queremos problemas, sempre escuto isto:
- Não é problema teu.
Fico incapaz, de asas cortadas, mas dentro do meu coração eu posso fazer algo sim vibrar amor e enviar amor, ai sou intocável e imputável ninguém acessa e pode criticar. Essa é a minha liberdade a do meu pensamento e ele pode ir bem longe se eu me permitir e eu nos damos ao luxo de eu me permitir sim.
Se todos começar a derramar as nossas partículas de amor em cada pensamento, em cada gesto, em cada atitude ainda vamos a tempo de merecer dar um mundo melhor para nossas gerações seguintes senão teremos um carma tão pesado e tão denso que certamente vamos regredir cada vez mais e mais para voltar a aprender de novo algo simples como o amor.
Eu estou a derramar as minhas partículas de amor e tu? Quando é que tu decides a te amar e ai derramares as tuas partículas de amor. O mundo precisa de ti e Deus também afinal tu és parte dele.
Que a partir de hoje derrames as tuas partículas de amor como as belas rosas perfumadas na estrada da tua vida e da vida do teu irmão sofrido. Afinal não custa nada sonhar, pois não? Começa a fazer a tua parte da aprendizagem.

Betimartins

Foto de Carmen Vervloet

O Protesto da Natureza

O universo queixa-se em profunda dor...
O céu acinzentado,
mostra seu luto na cor,
entorna lágrimas de chuva
que caem em granizos de cristal,
o vento faz seu manifesto em vendaval.
O sol se esconde atrás da nuvem pesada,
quem sabe com vergonha por tanto desamor!
As sombras deixam as flores desbotadas,
a tristeza cerra o bico do pássaro cantor.
O mar invade cidades,
tsunami de destruição,
ondas gigantes que vem e vão
levando o povo em comoção.

Por onde eu passo, freme a ambição!
Homens amputados de seus sentimentos,
cegos pelo egoísmo do momento...
A Mãe Terra em agonia,
triste, sem energia...
Vivendo seu grande tormento,
últimos suspiros
debilitando seu giro!

Antecipo um suicídio coletivo,
o planeta destroçado
pelo mais inteligente ser vivo!

Este cenário estremece minha vida...
Meus olhos embaçados por lágrimas
vêem o protesto da natureza que agoniza!

Foto de betimartins

Poema do povo!

Poema do povo!

O povo é o maior poeta da nossa humanidade
Ele consegue em vez das rimas e das estrofes
Sorrindo, ele se transforma de forma capaz
No pouco pão e nas suas magras economias!

Então ele em vez de lindas palavras, floridas
Ele! Apenas se deixa morar em lugares frios
Em morros, em favelas e nas ruas, esquinas
Sorrindo!Alegre para a vida e as estatísticas...

As mães! Essas apenas ficam apenas aflitas
Pelas mãos, que traja uma arma apontada
Em vez de uma caneta de tinta e um caderno
E um simples tiro acerta aquele que fica na mira!

A mulher essa apenas é mais um desabafo
Do homem mal encrencado, mal resolvido
Que a estupra sai da cadeia em indulto, premiado
E logo encontra e desfaz inocência de uma criança...

E este poema é do povo, poema de desamor e de dor
Onde apenas! Na minha escrita correm rios de sangue
Onde não existe respeito, onde apenas existe!A heroína!
E logo, alguém morre ou é roubado pelo maldito vicio...

E que venha daí as leis, os indultos e os ladrões
Será a nossa maquina judiciária a maior punição?
Que na tinta do jornal corre a dor dos que já partiram
E nos telejornais apenas servem para níveis de audiência!

Mas o meu poema é do povo do que usa havaiana
Dos que correm para festas do funk, samba e outros
Onde a cerveja é a nota da rima do coração sofrido
Que apenas quer esquecer seu triste fado da vida aqui...

Pois é e na mesa deste poema aqui, o poema do povo
Apenas se vê feijão, com arroz aquecido numa panela
Já tão velha e gasta que nem sabe a cor dela! Um dia!
Ao som do batuque, das crianças chorando com fome...

Pois é meu poema! Apenas traja retalhos de sentimentos
Onde as palavras caem num esquecimento e se vestem
De um vermelho vivo, que corre pelas ruas e casas e esquinas
De uma justiça adormecida e desumana neste meu Brasil!

Foto de betimartins

As Pedras do meu caminho.

As Pedras do meu caminho.

Na vida tudo acontece e nada é ao caso, nada fica de lado, nada é esquecido, apenas pode ficar adormecido e esperando pela hora certa. A minha vida não foram flores, mas plantei muitos jardins, semeei arvores, colhi da terra, a terra também cobrou, resmungou e sabe lá que mais ela aprontou, ali.
Como uma buscadora de respostas, aprendi que não adianta as buscar, apenas aprender sobre a vida e a vida é sagaz na sua sabedoria, ela não dá tempo para aprenderes, ela te cobra de forma cruel na lei da colheita.
Claro que tive alegrias, recebi muito da vida, mas no meu caminhar a vida não foi nada meiga, nada fácil, vivenciei muita dor, caminhei sobre pedregulhos, alguns calhaus também, pedras e em muita areia. Quando eu falo de areia, fui levada no colo de meu irmão mais amado do mundo, pegou-me no colo, levou-me, confortando-me, me vendo chorar, aliviou a minha dor e me carregou para eu descansar e voltar ao meu caminho, ainda com muitas pedras para eu superar.
Existiu uma determinada parte de minha vida que ela retirou um a um aqueles que eu mais amava, deixando-me sozinha, confusa e revoltada. Como eu estava confusa que Deus era este que me abandonava aqui sozinha, apenas caminhando como um bebê com medo de cair do precipício?
Curiosamente, eu cresci como eu cresci e entendi que era hora de partida dos meus entes tão amados, que eles apenas tinham feito o seu papel, diria que na peça teatral da vida eles acabaram sua apresentação e eu seguia com a minha ainda. O medo deixou de assolar-me, aprendi que existe algo, poderoso, profundo, maravilhoso que nos protege nos conduz, O Deus do meu coração.
Este maravilhoso pai, que nunca abandona seus filhos, por vezes se julga que ele é cruel, porque exatamente ele coloca estas pedras no nosso caminho, para ver como aprendemos a caminhar e superar o mesmo. Este nosso Pai, confesso que ele esta triste, chorando, até, porque ele não vê melhoras dos meus irmãos aqui na terra.
A ganância, a guerra, a fome, a morte, a podridão parece governar, a escuridão parece estar cobrindo a terra no desamor, isso entristece meu pai, entristece a mim e a nossa futura geração se é que irá existir essa geração ainda..
Hoje aprendi a ter desprendimento, nada me pertence, nada é meu nem o corpo que uso é meu, apenas está emprestado e tenho que o conservar e dignificar, ainda bate aqui dentro alguns sentimentos que não consigo controlar, mas sei que irei os aperfeiçoar aos poucos e superar as pedras que ainda estão no meu caminho.
Engraçado, nas bordas do meu caminhar, deixei plantado flores, belas flores de amizade, que hoje florescem lindas e perfumadas. Outras secaram, por falta de entendimento, inveja e malvadez, mas eu as lembro e agradeço pela sua passagem em meu caminho. Elas foram importantes a mim, ajudaram-me a crescer e ser o que hoje eu sou e isso eu devo a elas e que Deus as cobra de benções e amor.
Deus meu pai, deu a oportunidade de poder agradecer aqui de forma clara as pedras que eu tive que calcar, fazendo sangrar meus pés na dor, mas também na caminhada ele facultou as ervas da cura para as pedras do meu caminho.

Betimartins www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Carmen Vervloet

AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando nos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

Carmen Vervloet

Foto de Marilene Anacleto

Teus Olhos

*
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Teus olhos são claro livro,
Cujas folhas abrem-se em flor.
Pena que nele está escrito
Só tristeza e desamor.

O rico desenho da capa,
Bordado de tênue alegria
Desaparece ao vento
Do viver o dia-a-dia.

Na gentileza das letras,
Em grande e perfilado alinho,
Tenta esconder a rudeza:
Disfarça-a nas entrelinhas.

Teus olhos, tão claro livro,
Que estrelas me mostrou
Não é hoje, sequer, uma vela
Que me provoca queimor.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Sinais dos tempos confusos.

Sinais dos tempos confusos.

Durante a minha caminhada eu já vi muito sofrimento, vi muita dor, vi amor e muito desamor também. Por vezes fico a pensar que levam um ser agüentar sofrimento, dor, punição e escravidão de outrem, complicado observar tudo isso, tentar entender mais ainda. Que levará um jovem que teve quase tudo e nada serviu para seu crescimento, tornando-se revoltado, confuso e sempre violento na sua forma incrível de amar.
Um jovem que viva sobre pressão, sobre violência do seu parceiro e sentindo-se ninguém, sem ele não vive apenas sobrevive., quase uma panela de pressão, explode
Certamente mais dia menos dia.
Será um jovem que se saiba amar? Que tipo de amor ele conhece? Será que no seu entendimento ele tem algo além de si, alguma espiritualidade, regras, limites?
Não tem qualquer um deles, nem amor a si mesmo, nem sabe o que é limites, muito menos as regras e pior ele não acredita em absolutamente nada apenas que vive e nada mais.
Hoje vemos mortes violentas, casais onde a violência é prato do dia, roubos, estupros, violências nas crianças de vários tipos e quem geraram tudo isto? Falar na velhice, melhor nem falar, pois me envergonho por isso...
A sociedade, onde os valores familiares caíram por terra, onde já não existe mais dialogo compreensão, não existe mais tempo de lazer juntos, país e filhos e por ai fora. A sociedade começou a dar valor aos bens materiais, as comunicações, seja pela via da televisão ou internet, apenas têm que viver de acordo com os padrões da moda impostos pela sociedade consumista.
No meio disso eu me pergunto quem somos que estamos fazendo aqui? Porque estamos compactuando com tudo isto e ficar de boca calada. Para muitos apenas pensam que podemos fazer nada, absolutamente nada, engano total, podemos fazer tudo e tudo mesmo.
Podemos começar a nos mudar, mudar dentro de nós, agindo certo, caminhando certo repondo valores, mudando visões e fazer uma vistoria dentro de nós onde estamos errando, consentindo-nos a ver algo errado e ficamos calados por medo de repressão, erramos quando um filho nos desrespeita e ficamos calados por vergonha e falta de pulso, erramos quando permitimos que nós desvalorizássemos e ficar calados, tristes, chorando pelos cantos.
Tenho um marido que hoje me ensinou melhor “é chorar ela, que tu daqui a uns anos por ela”, ele estava certo, certíssimo, pois se ela errar quem vai chorar é eu, por vários motivos.
Hoje acho que a educação é imposição de regras, limites e aprendizagem com outros irmãos, aprendendo, a saber, compreender e respeitar seus limites e suas opiniões.
Claro que muitos falam de amor, amor isto amor aquilo, que acham que é o amor? Amor é criar um ser inteligente, compreensível, humano e com verdadeiros sentimentos.
Amor é saber dizer não, não mesmo, amor é orientar e conduzir nos trilhos da vida, onde existem leis, existem os que tudo tem tudo e os que nada têm, mas todos eles têm que ser respeitados e compreendidos.
Talvez a minha linguagem seja simples, sem grandes palavras caras, eu sou uma filha de Deus que ama a vida e o que ela me oferta, gosto de escrever, gosto de observar, sentir e deixar as emoções falar comigo. Como eu acredito em Deus SEM QUALQUER SOMBRA DE DUVIDA, eu apenas pergunto o que é que serão os nossos filhos no amanhã, que eles esperam da vida?
Que será dos nossos netos, que perspectiva eles terão da vida e do que ela nos ensina e oferece?
Sinceramente eu não sei e sinceramente eu gostaria de acreditar que o mundo esta a mudar, mudar seus valores a começar pelos governantes, mas tu e eu sabemos que isso é impossível, sabemos que todos hoje em dia não gostam de suar a camisa, fazer sacrifícios, apenas tirar proveito de tudo. Alguns o fazem na mais descarada forma, por isso vemos mercados a inflacionar, poderosos e mexer com preços e fazer cair um país e por ai fora. Não sou economista apenas sou responsável pela gerência de minha casa e família, sabendo até onde posso ir ou não.
Hoje vemos e vamos ver coisas bem piores, que pais matarem filhos, filhos matarem pais, alunos bater nos professores, uns nos outros, outros matando tudo que esteja a sua frente e no final veremos coisas ainda piores.
Vemos Católicos, Evangélicos, Judaísmo, Hinduísmo, Islamismo, Budismo, Xintoísmo e por ai fora, acho que hoje já perdi a conta a tanta religião, mas o que mais me intriga neste momento é com tanta religiosidade ninguém tem Deus dentro de si. Apenas querem fazer valer quem está certo e quem não está eu diria que é uma corrida através do tempo e da vida.
Uma corrida direta ao precipício dos fins dos tempos, tempos cheios de dor, culpa e arrependimento e vamos fazer parte dele sim, pois foi nossa geração e geração anterior que permitiu que errássemos na forma de educar e amar. A nossa culpa e estamos a pagar muito caro mesmo basta ver os crimes hediondos na TV, no jornal e a corrupção que avança de forma incrível pelo mundo fora.
Poderia falar muito mais aqui, mas seria chata, terrivelmente chata, hoje ninguém gosta de literatura que nos “encha o saco” como se fala na linguagem de hoje.
Apenas lamento tanto sofrimento que semeamos e estamos a colher quando deveríamos viver no amor, na partilha e na igualdade da humanidade.
Pausa para reflexão!

Foto de Carmen Lúcia

Uma razão pra sorrir

Procuro razão pra sorrir,
mas vejo o amor partir
mesmo sem querer ir...
E seu espaço deixado
nos corações, extirpado,
ocupado pelo desamor.
Retrato claro e falado
de que amar é difícil,
que doar-se é impossível,
pois quem ama, cuida,
dá-se, perdoa...não magoa,
divide, permite, admite...
Abençoa .

Amar dá trabalho.
Assim é que encaro.
E comparo com a realidade,
com a solícita sociedade,
solicitude mascarada,
sociedade estagnada,
a cruzar os braços
pra se privar do abraço.
Mantém-se calada
inibindo a palavra
num momento de dor
em que se faz necessária
uma simples palavra de amor...

Procuro razão pra sorrir,
fazer poemas alegres, rir,
mostrar um lado mais risonho,
correr atrás de um sonho,
despojar os versos enfadonhos...
Mas escrevo o que sinto e vejo.
E o que vejo, eu sinto...
Não desejo.

_Carmen Lúcia_

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