Desenhos

Foto de Cecília Santos

FELIZ DE VOCÊ

FELIZ DE VOCÊ
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Feliz de você, que hoje, pode ver o sol.
Que pode olhar o infinito, admirando as suas maravilhas.
Que encontrou no vento, uma maneira de ser feliz.
Que fez de seu pranto, as águas dos rios.
Que fez do seu dia, um eterno paraíso.
Que fez da relva, sua cama macia.
Que fez do silêncio, a mais bela melodia.
Feliz de você, que viu a manhã acordando.
Que viu o céu se colorindo, por pincéis invisíveis.
Que se encantou, com o despertar dos passarinhos.
Que juntou seu assovio, a canção da manhã.
Que viu as flores se abrindo.
Que viu as abelhas colhendo o néctar.
Que bailou à exaustão, com o beija-flor.
Que se encantou com as borboletas.
Feliz de você, que observou as nuvens.
Descobriu desenhos no céu.
Esqueceu que era adulto, brincou feito menino.
Esqueceu os temperes da vida.
Jogou sorrisos ao vento.
Colheu ramalhetes perfumados,
vindos juntamente com a brisa.
Feliz de você, que tem motivos pra sorrir.
Que tem lembranças pra recordar.
Que tem lágrimas pra chorar.
Que tem amor pra dar.
Que tem alguém especial pra amar.
Feliz de você, que pelo menos hoje,
se encantou com a vida...

Cecília-SP/10/2010*

Foto de Arnault L. D.

Dança e canção

Uma linda canção
quero dançar contigo.
Uma musica suave.
Vou tomar a sua mão
e seguir consigo
juntar as nota e voar como a ave

Te envolver em meus braços,
apertar seu corpo ao meu.
Sentir seu cabelo e respirar
guiar nossos passos
apenas você e eu
a girar, girar e girar...

Na curva de sua cintura,
seu pescoço e perfume,
sentir sua boca perto a minha
e que a minha procura...
Como uma flor ao lume,
como ao céu a andorinha

Haverá musica em nossa dança
sob a penumbra e pulsação,
no ritmo de um só coração
que para você me lança,
e a toma em assalto e canção
a toca-la como a um violão

Nossos desejos em parceria
fazer um solo, leva-la ao solo,
e improvisar desenhos e rotas
a fazer a fantasia como gostaria
num bailado sem dolo
para o crescente das ultimas notas

E em cada minuto e compasso
que estivermos a bailar,
colado ao corpo e seu ventre,
será musica e amor que faço
em sua boca e alma tocar
nas notas e dança, que adentre

Foto de Arnault L. D.

Sobre o vento

Coisas inconstantes,
nuvens altas, distantes,
a formar desenhos imaginários
que se multiplicam em vários
e se desfazem em instantes.

Raios de sol brilhantes,
mais frios e mais quentes,
verões e frios glaciais
a não serem mais iguais,
a distanciar do antes...

A tábua das mares
e as fases da Lua,
os caprichos dos ares,
os humores da rua.
Inconstantes; tudo flutua.

As vontades e emoção,
os amores e a opção,
os prazeres e o momento.
Inconstantes, por mais lento...
Falo de nós e sobre o vento.

Foto de Joaninhavoa

Só quero te encontrar

*
Só quero te encontrar
*

«Procuro a textura que falta
quando os olhos teimam fechar
serão traços desenhos d`asa delta
ou escadinhas para te alcançar

Sei lá! Sei lá
Só sei que quero é te encontrar
Na praia do lago ou na beira-mar
Meu sonho te pede vem já

E as linhas desenham rectas
curvas trângulos e malhas de lã
doce aconchego logo pela manhã

Traço de traço de meus traços são
eu os teço e tecidos do leito me levarão
às alturas para lá de Condão»

Joaninhavoa
(helenafarias)
2010/06/19

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Joaninhavoa

No Reino dos Sonhos

*
No Reino dos Sonhos
*

«Escrevo com os sentidos
que me embriagam e inebriam...
E os desenhos das letras
vão surgindo...
Como um enorme pano de fundo
Painéis! Ilustram
Toda uma alquímia
Domina meu ser e minha fantasia...
Sonhos!
Mas que mundo é este
que vos estou para aqui a mostrar...
Ao longo dos versos das prosas
e de todo este meu versar!?».

Joaninhavoa
(helenafarias)
04/01/2009

Foto de LuizFalcao

Rios de Gente!

De LuizFalcão

Centro da cidade!
Rios de gente ganham as ruas!
Rostos em quantidade!
Em quantidade, bocas... olhos... pernas...

Bocas em silêncio!
Bocas em conflitos!
Bocas que metralham palavras perdidas!
Bocas que falam o que não sabem!
Bocas que sabem e que não falam!

Olhos!
Olhos que sorriem!
Olhos que choram!
Olhos que se fecham!
Olhos que se olham!
Olhos que se negam!
Olhos que seguem os desenhos das calçadas!

Membros!
Membros que se agitam!
Braços que se acotovelam nas entradas!
Pernas que tropeçam nas saídas!
Tantos braços!...
Tantas pernas!...
Em movimentos frenéticos no balanço do andar.

A grande massa de gente se multiplica com o passar das horas.
“Formigueiros” humanos!
Sobem e descem os arranha-céus com pressa!... Tanta pressa!
O tempo não espera!... Os ponteiros dos relógios não param!
E mais pressa!...

Pensamentos voam longe!...Atravessam fronteiras!...
Viajam o mundo na face dos caminhantes.
Muitos rostos nos olhando nos olhos,
Espelhos da alma dos viajantes!

Tristezas, alegrias, decepções!... Amores!... Paixões!
Mundos em meio a outros mundos, satélites de si mesmos!
Universos únicos em expansão!

Foto de DAVI CARTES ALVES

COMPOR VOCÊ ILUMINANDO O NOSSO AMOR

Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos???

Será que há mais delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres???

Será que os afagos da brisa
naquele entardecer de Bombinhas – SC
são mais vertiginosos & oníricos
quanto aos teus seios de amor
beijando uma alma
engessada de grilhões ???

É só no deleite dos teus beijos
que posso decifrar & traduzir
os desenhos hieroglíficos
nas asas da borboleta imperial

É só na doçura dos teus afetos
que sinto como é confeita
a tinta mágica & artesanal
na fábrica de sonhos & colibris

e ver derramar-se
dali & de nosso amor tão sideral,
algumas das matizes,
quão generosas em vida & luz
na feitura em poesia
da aurora boreal

assim tento compor você
com ternura & ardor
irradiando, colorindo, iluminando
enaltecendo o nosso amor

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de jcguimaraes

Pure(za) de Coração





Meu coração,
ficou tão diferente
do de antigamente
que não há tomógrafo
que consiga mostrar
seus novos contornos
ou mesmo registrar
radiograficamente
essas alterações.

Já meio cansado
de carregar emoções
em doses alternadas
das fortes às sutis,
das fatais às banais,
perdeu aquele formato
dos desenhos de criança.

Mais parece uma batata...

... mas em forma de purê!




Foto de Joaninhavoa

AMO-TE TANTO!

*
AMO-TE TANTO!
*
Minha Cinderela...

Teus rabiscos são desenhos moldados
de sonhos
São desejos são mágoas árduas palavras
versadas
Embalada pelo balanço da cadeira oiço tuas
cantatas
Começo a sentir com tranquila lucidez teus
desejos

Tuas versões são tuas alusões de sentimentos
ousados
Discernimentos caracterizados pela distância
de um passado
Refrescas nas águas memórias e pensamentos
simulados
Misturados mesclados manuseados combinados
vingando

Na doce ilusão em forma de paixões reflectidas
à luz do luar
Gritando a dor no prazer de ter o tal acontecer
eterno
Num viver sem limites numa verdade conducente
d`amar

Verdadeiramente o imperdoável dom de ter de dizer
um dia
Amo-te tanto à luz do dia no luar da noite e no despertar
da manhã
Amo-te tanto como quando Cinderela correste d`mim
ao toque da meia-noite

Ficando só com teu sapato!

Joaninhavoa
(helenafarias)
13 de Outubro de 2008

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