Deuses

Foto de Elias Akhenaton

O silêncio

“O silencio é uma taça sagrada
Existente em nosso interior
De onde bebemos o vinho
Santo dos Deuses.
É um momento de introspecção
Onde nos conectamos
Com o divino.”

-**-Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com/

Foto de Paulo Master

Os Grandes Heróis

A eternidade é uma metáfora que para nós seres humanos não têm fundamento, afinal, não somos deuses.
Nossos estágios são contados a dedo e os elementos que compõem a nossa existência têm prazo de validade. Mas uma história pode levar séculos sendo lembrada assim como as lendas de bravos e valentes guerreiros que com ousadia e coragem em seus corações desbravam incontáveis fronteiras e vencem as guerras impostas pela tirania de seus cruéis inimigos.
Valentes na dor e vibrantes no amor.
Assim como as batalhas da guerra devem ser vencidas por grandes e audazes guerreiros, a essência do amor precisa efetivamente ser mostrada e levada por virtuosos e conceituados cavaleiros. O som que emana em suas ações não é o da destruição da guerra e sim de melodias sopradas em seus ouvidos pela voz da própria natureza em constante evolução. Pois sua sensibilidade vai além da capacidade humana, como o sangue que corre em suas veias e permite pulsar seu coração nobre e justo, de sábias palavras e inspiradoras decisões. É verdade o que contam por aí: “Os grandes heróis se consagram por suas ações empregadas em proporcionar o bem-estar a quem necessita!”. Pois sua ânsia e seus desejos estão muito acima do seu próprio entendimento, o que os proporciona poderes inimagináveis, levando-lhes à glória através da habilidade na generosidade e a destreza em oferecer o afeto. Mostrando habilidade e destreza apenas com o coração, com armas, jamais.

Foto de Allan Sobral

A lenda do Amor

Prestem atenção, pois é provável que esta será a única vez em que ouvirão esta lenda, pois houve um decreto divino, proibindo a sua propagação.
Aconteceu em uma terra longínqua, mas muito parecida com a terra em que vivemos, em um tempo onde as horas não eram contadas, as noites eram mais longas e os dias eram sombrios, onde as pessoas eram feitas por sentimentos, na maior parte tristes ou covardes. Reinava sobre o mundo uma guerra inexplicável, guerra esta que já perdurava por tanto tempo, que as pessoas nem lembravam por que começaram, mais a febre por riqueza era tanta, que suas almas já eram cegas.
Deuses já não eram lembrados, e a fé era quase que inexistente. Mas no mais alto ponto escondido ponto do céu, porem o mais belo jardim, habitava o Criador, mais conhecido como Deus, que observava com grande dor, sua criação mais preciosa se destruir freneticamente, sem motivo algum, pois as mortes já eram incontroláveis, e os que ainda viviam possuíam almas mortas.
Então o Pai se levantou do trono para criar algo que compensasse sua dor, foi até o jardim, e buscou das mais puras e verdadeiras essências a inspiração. E como bom artista criou mais uma obra, mais essa era diferente, era uma flor, pétalas de ouro, raiz de cristal, seu caule era diamante, sua folhagem era alegria, seu perfume era pureza. O céu havia parado, pois era raro ver o Criador inspirado, os anjos já sentiam no ar a emoção de um artista, mas o céu inteiro se calou quando o Pai regou aquela flor, e como bom poeta ao concluir sua obra, a banhou com suas divinas lagrimas, e a batizou com o nome de Amor, e decretou que qualquer que o tivesse seria feliz, eternamente Feliz.
Mas a terra era impura e os homens gananciosos, e não mereciam o Amor, Com voz mansa, mandou que chamassem Igório, o pássaro do canto mais bonito, e do vou mais ligeiro, E ordenou que Igório teria a missão de esconder o Amor, onde jamais fosse destruído.
Imediatamente voou o pássaro, em busca do lugar perfeito para guardar o Amor, passou pelas terras tristes, pelos mares revoltos, pelos campos mais ermos, voou o deserto mais seco, mas cansado não encontrava. Sempre acompanhado do seu amigo vento, que curioso perguntava sempre:
- Igório, porque voaste tanto? O que tu procuraste? Já não ouvimos mais os seu canto.
Cansado o pássaro deixou escapar, que carregava, o Amor, algo desconhecido, mas que era o segredo para que todos os reais desejos se cumprissem, a chave para a paz, ou talvez até mesmo trazer o fim da guerra.
O vento implorou para que o pássaro o permitisse tocar o amor, ou ao menos ver, mas o pássaro não permitiu. O vento permaneceu curioso mais não se contentou.
Ao anoitecer, o vento deixou com que a noticia se espalhasse entre os ventos do Norte, Sul, Leste e Oeste. Os quais contaram para as estrelas, que não ocultaram o segredo para a Lua, Lua esta que ao beijar o Sol na hora pontual de nascer mais uma manhã, também contou ao astro Rei, o Sol por sua vez, não temeu em espalhar para todos os que o viam, que Igório carregava o segredo da paz, e da suprema felicidade.
Toda a natureza e toda a triste humanidade imediatamente começaram a buscar o Amor, sem nunca o terem tocado ou se quer visto, mas sabiam que o pássaro do canto mais belo era quem carregava o amor.
O arcanjo amigo de Igório, sabendo que todos o cassavam, imediatamente recomendou a Igório que se escondesse.
O pássaro apavorado seguiu as recomendações do amigo, e escondeu-se a traz de uma arvore seca, que ficava na beira do Lago das Lagrimas, ficou lá por horas e horas, até que algo lhe incomodou, era um choro tristonho e distante, o pássaro curioso foi verificar o que lhe incomodara, e observou que na outra beira do lago, havia um menino que chorava bastante, Igório que era o dono do canto mais belo, decidiu cantar para tentar acalmar aquele menino. Igório foi cantando, cantando, até que o menino se acalmou, e encantado admirava o canto, e ainda com os olhos brilhando pelas lagrimas, deixou manar em seu rosto, um sorriso belo e sincero.
Naquele momento, o pássaro descobriu o lugar perfeito para guardar o Amor; dento do coração daquele menino, onde ninguém o tocaria, viria, e muito menos o destruiria, e se multiplicaria através da pureza de um sorriso, ou a ingenuidade em um abraço.
Então Igório voou em direção aos sonhos, com uma lagrima que brilhava em seu olho, lagrima até então desconhecida, foi a primeira lagrima de alegria.
E até hoje o Amor vem se propagando, com sorrisos puros, abraços, beijos, piedade, compaixão ou qualquer gesto de carinho.
E os homens continuam guerreado, invejando, destruindo e chorando, em busca da suprema felicidade, sem entender que o segredo da paz, e da felicidade, está enraizado dentro do próprio coração.

Allan Sobral

Foto de Elias Akhenaton

Corpo divinal

Saciar minha sede
De prazer em teu corpo divinal,
É sentir o aroma de
Mil flores delicadas...
O maior regalo dos Deuses.

Elias Akhenaton.

Foto de Marilene Anacleto

Confiar - Fiar Com

Confiar é tecer vidas
Luminosas, coloridas

Urdidura, os fortes fios
Condição que a nós surgiu

Tênue fios intercalados
Nossas disponibilidades

Com a calma paciência
Ao tecido, a aparência

Nova criatividade
Borda cenas de qualidade

Constante e ingênua alegria
Acrescenta-lhe beleza e sorriso

Os pés no chão, com certeza
Dão ao tecido, firmeza

Misericórdia, indispensável
Torna-me flexível e maleável

Alma e coração, ponto a ponto,
Inspira, a quem a vê, a um canto.

Transforma-se em manto sereno
Acolhe-me nos desesperos.

Ou, então, tapete seguro
Trilha certa em caminhos escuros

Para fiar, da vida, o tecido
Parceiro bem escolhido

Já nomeei muitos deuses
Criei esburacados tapetes

Não me serviram de manto
Nem me acolheram nos prantos.

FIO COM DEUS no coração
Manto, ou tapete no chão
São minha segura canção

Meu querido, meu amado,
Meu brilhante encantado,
Presente em cada chão.

Meu êxtase, minha oração
Minha sagrada comunhão.

Marilene Anacleto

Foto de Tehana Madra

OS PAIS DE EROS

OS PAIS DO AMOR
Pênia era uma pedinte, mendiga mesmo. Certo dia, estava acontecendo um banquete num palácio grego e Penia apareceu por lá pedindo restos de comida a fim de saciar sua fome, pois a pobreza torna o ser humano carente todos os aspectos. Pênia depois de ter suprido sua carência alimentar resolveu também preencher sua carência física, foi então que tudo aconteceu. Pênia encontrou Poros um jovem rico que estava deitado no jardim do palácio, embriagado pelo nectar dos deuses. Foi então que Pênia deitou-se com ele e o seduziu. Dessa forma, Penia engravidou e deu a luz a um filho chamado Eros. Eros é filho de Pênia e Poros, a sua condição é ingrata. Filho da riqueza e da pobreza. Seu nascedouro é pura contradição. É por isso que o amor não escolhe novo ou velho, rico ou pobre, belo ou feio. O amor simplesmente acontece. O amor é um sentimento feio e bonito conforme a sua concepção. É a realização que todos procuram para si próprio, ou seja, todos querem ser amados.

Tehana Madra

Foto de Vágner Dias

Em seus olhos negros

Em seus olhos negros
Que vejo a beleza da tua alma
Em suas pupilas é que se esconde
Algo sem palavras, inexplicável
Olhando em teus olhos
Os Deuses me recita poemas
Me conta prosas em contos
E ensina a respirar outro ar
Seus olhos negros escondem
Um segredo a mostra
Uma pergunta com resposta, exposta
Aos Deuses é bom e me permite observar
Assim tudo se encaixa
Como se eu fosse personagem
Vivo em um conto de amor
Vivendo soluções sem limites
Em um mundo limitado
E sonhos intermináveis
Em meio a tantos pesadelos
Em seus olhos
Descanso meu pensar.

Foto de Dom Arthur Santos Rocha Pereira de Souza

Abelhas

Segundo a aviação, uma abelha é incapaz de voar, suas asas são muito pequenas para sustentar seu volumoso corpo.
Mesmo assim as abelhas ignoram a ciência e voam. A ciência não está errada, tecnicamente uma abelha seria incapaz de voar, as abelhas não são um caso inexplicável, se elas não podem voar, alguém as sustenta, alguém tem suas mãos postas embaixo delas dano sustentação, esse alguém é Deus.
As abelhas são apenas um estimulo para podermos pensar, por que Deus se ocupa sustentando uns dos menores seres deste mundo? E se no lugar das abelhas colocarmos as nossas vidas? Deus também sustenta nossas vidas, nosso corpo e nossa mente. Mesmo com um complexo e quase perfeito esqueleto, nossos corpos simplesmente cairiam se não tivesse um ser maior que está acima de todas as leis da física para sustentá-lo. O que nos leva a outra linha de pensamento, Deus é auto-suficiente, não precisa de mim nem de você, ele pode viver sem nada nem ninguém, então por que ele não larga mão de sustentar as nossas vidas neste mundo? Nós que tanto ofendemos a Deus com calunias e difamações, merecemos mesmo que ele sustente as nossas vidas? Olhando por este lado não existe motivo para isso, mas na bíblia esta escrito que Deus tem um motivo acima de todos os outros, o motivo que levou Deus a criar o universo, e tudo que existe nele, esse motivo é o Santo Amor, eu poderia citar inúmeras passagens que fale sobre o amor incondicional de Deus a nós, mas certamente versículo que melhor expressa esse amor é João 3:16: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Em todos os seus atos Deus revela que seu motivo para tudo é Santo Amor.
Em todos os tempos, todos os deuses da história se separaram dos homens por que reconheciam que nós somos falhos e pecaminosos, mas o Deus judaico-cristão, foi o único que desceu da gloria para nos limpar de todos os pecados, morrendo na cruz em nosso lugar, pois o preço do pecado é a morte, a bíblia fala que o homem não morreria se não desobedecesse a Deus, no momento em que Adão come do fruto que Deus havia lhe proibido comer, ele perde a semelhança que tinha com Deus (Gênesis 1:26 “E disse Deus: Agora faremos o homem, que se parecerá conosco. Ele terá poder sobre todos os animais do mar, do céu e da terra.”
Se Deus se dedica deste modo por nós, sem ter necessidade, por que não sermos mais dedicados a Ele também? Por que não vivermos unidos com Ele e andarmos como Ele: “Quem diz que vive unido com Deus deve viver como Jesus Cristo viveu.” 1ª João 2:6.
Pare e pense…

Foto de P.H.Rodrigues

Bicho Gente

Bom, mas uma vez tentei escrever algo, mas acho que não saiu coisa boa rsrsrs

Se nem os deuses conseguem entender o que é amar
Porque nós questionamos quando estamos amando
Se eles desejariam estar em nosso lugar
Porque não amamos cada vez mais ao em vez de ficar nos preocupando
Com o que os outros acham
Ou estão achando
Com a opinião de quem não esta em nosso lugar
Com quem nunca se relacionou
E não sabe o que é se perder em um olhar
Ou nunca seu coração a alguém entregou
Bem aventurado os animais
Que assumem o que sentem
Ao contrario desse bicho chamado gente
Que esconde das pessoas que por eles tem sentimentos iguais
O que realmente sentem.

Foto de Felipe Ricardo

Conto Sobre Um Dia Perfeito

Logo no inicio da noite, términos de suas aulas, Renato, um jovem estudante de direito de uma universidade local, se dirigia ao trabalho de alguém que para ele era muito especial que se encontrava em seu trabalho, cerca de 20 minutos de onde ele estava.
- 17:30 ela sai, então tenho que me apressar – Dizia ele sempre apreensivo por ter medo de chegar e não vê-la.
Com pouco mais de 5 minutos de adiantamento lá ele chega e logo seu olhar se completava em preocupação e alegria, pois na porta de seu trabalho lá ela estava sentada com certo ar de cansaço e dor.
- Bianca o que você tem? – Perguntava a ela com um tom de preocupação
- Não estou bem, sinto muita dor de cabeça, acho que estou passando mal e ainda tenho que espera a Julia – Dizia ela com uma voz que fraquejava em cada palavra dita e com um olhar abatido.
Bianca trabalhava em um órgão publico de seu estado ligado à medicina, mas ela cuidava da área administrativa e ela sempre tinha o costume de ir com esta amiga que morava perto de sua casa, uma velha amiga de escola
- Sente-se e descanse que eu fico a espera Julia – Falou Renato olhando-a com uma ternura sublime, como alguém que faria tudo para que a outra ficasse bem.
- Sim, esta bem, vou me sentar aqui nos degraus da porta – O respondeu e logo se sentou.
- Não! Entre e fique lá pelo vidro estarei lhe vendo e lhe chamarei se ela estiver a vir – Disse serio, com certo ar de ordem, mas visando o bem esta dela.
E em um olha ele a leva para dentro de seu trabalho e no lado de fora ele divide suas atenções para a chegada da amiga e os cuidados da amada
Sim para ele Bianca era um das razões dele sempre ir ao trabalho dela, sempre desejando sua presença para fazer o dia dele melhor como ele sempre dizia.
- Onde a Bianca esta? – Perguntou Julia meio preocupada por não vê-la
- Esta lá dentro – Disse apontando para a porta.
- Por que ela esta lá dentro? – Perguntou com preocupação.
- Não esta se sentindo bem, por que você não entra e fica lá com Lea? Não “se preocupe eu fico aqui esperando o ônibus – A responde com uma seriedade de quem se preocupava.
Então ela entra e após 10 minutos ambas voltam e com um semblante ainda pálido o abraça de maneira terna e tranqüila. Para Renato o mundo não importava mais, ele apenas queria protegê-la, vê-la melhor com a velha expressão jovial que tanto o fez se apaixonar inúmeras vezes, mas sua timidez o tirava a escassas oportunidades de fala a ela o seu verdadeiro sentimentos e em sua cabeça ele ficava há imagina o dia que em tais abraços nasceriam os mais sublimes carinho e os mais sinceros beijos, mas ele sempre dizia:
- “Ninguém tem o direito de invadir o mundo de alguém e fazê-lo dele
O que quiser, só porque simplesmente se apaixonou por esse alguém”.

...

... O ônibus chega, coisa estranha para aquele horário, um ônibus vago, ate se sentaram algo raro em suas viagens de vinda, mas parecia que os “Deuses lá de cima” teciam cada segundo deste momento que assim acontecia. Ele como um verdadeiro guardião, disposto a proteger sua amada, velava os caminhos dela como se nada mais importasse.
Elas conversavam, brincavam e ele sempre sereno “quebrando suas regras”.
No fim eles chegam e como por milagre ou brincadeira de algum anjo ela torna a ser a beleza jovial que tanto incandescia as velhas poesias mortas, de um jovem “poeta falido”, que vivia a procura palavras e inspirações em outras vidas e pessoas.
- Renato obrigado por hoje, você é muito especial para mim – Disse ela com um olha cheio de ternura e amor.
Tal agradecimento inflou seu coração de tal maneira que ele sentiu que era à hora de contar o que tanto sentia.
- Não há de que menina, você também é especial para mim, de uma fora maior... – disse ele com um olhar fixo nos olhos dela.
- Como assim? – O perguntou de forma espantada por tal complemento.
- È... Seu ônibus vem!
Ele a puxa pelo braço, não quer que ela se atrase e pelo bem dela ele sacrifica mais uma oportunidade de dizer a ela o que tanto lacerava seu peito de uma forma tão amórfica que nem ele mesmo sabia quanto tempo ele poderia espera para ter ela finalmente em seus braços e fazer dela a criatura mais sublime e primordial, mas não era hora e nem momento e num abraço ele diz em seu ouvido:
- “Jamais esquecerei daquilo que faço imortal, jovem Ondina!” – Disse ele da maneira mais terna que alguém poderia sussurra para alguém.
- “Ondina”, o que é isso Renato? – O pergunta meio sem saber o que significa tal palavra.
- Leia o que tem nesse “envelope laranja”, você saberá, mas agora tchau Bianca e Julia - Fala isso segurando sua mão de maneira bem carinhosa.
- Tchau Renato – Fala Julia.
- Tchau, depois conversamos – Disse Bianca já no ônibus.
- Tá certo meninas – Fala isso com um sorriso no rosto e uma expressão jovial em sua face.
Depois que Bianca se perdeu de seu olha ele para e diz bem baixinho de uma forma onde só ele e ela pudessem escutar:

- “Amo-te, Bianca!” –

E ele parte para sua morada feliz por saber que ela esta bem e que seu dia foi perfeito ao lado dela.

-Fim-

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