Dia

Foto de Azahhy

Grande amor...

Me vem o amor, sem explicação
Trazendo junto a dor que machuca meu pobre coração.
Será que um dia já existiu amor sem dor,
Sem saudades ou distancia?
Pois, que hoje,
Me ponho a querer chorar
Sentindo muita dor, saudade
Nessa imensa distancia.
Alguém já ouviu alguma história de amor
Que não tenha sofrimento para que o final se feliz?
Eu nunca ouvi!
Será que todos os amores são assim?
Machucam, maltratam, e depois acabam bem?
Tomara que sim!
Eu não agüentaria se fosse ao contrário.
Pois que meu coração esta à sofrer.
Mas, com a esperança de
Ter nos braços, um dia,
Meu grande amor.

Foto de Dennel

Porta do passado

A porta semi-aberta
Esperando a sua entrada
Desde sua partida
Nada mais fiz, senão esperá-la

Não sei se é sonho ou ilusão
Mas fato é que a espero
Que resisto, persisto, insisto
Em crer que irá voltar

Fantasio este momento
Preparo-me para o encontro
Na cama lençóis ligeiramente dobrados
Um cheiro de fragrâncias no ar

Um CD pronto para tocar
Um som para ser emitido
Uma palavra para ser jurada
Ilusões, mente fantasiada

O tempo parou
Apenas o tic-tac do relógio
Alterna-se com o som da minha respiração

O vento balança a porta
Que se entreabre mais e mais
Revelando minha angústia
Meus olhos inquietos a observam
Desolados, frios e indiferentes

Só a saudade não é indiferente
Esta é intensa, crescente
Feito fogo que consome impiedosamente

Num impulso, levanto-me
Ligo a televisão, em intenso volume
O som adentra o quarto
Exorcizando o fantasma do amor

Distraio-me, saio da minha letargia
Percebo que passadas são as horas
Um novo dia então nascera
Fecho a porta do passado

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de tchejoao

Alguém vai pela rua

O olhar, tão diferente,
Exclama!
Indiferente, diz que ama,
E assusta
A rua, quando passa...
Co'a boca fechada,
Colada entre os dentes,
A língua, a nota,
O acorde que faltava...
Na pauta, nas cordas,
Na vida que ela leva
Pra casa, que alegra
O mais triste fantasma...
Mas mata, enterra,
O pouco que restava
Daquilo, que o corpo,
Chamava de Tezão...
E o peito jurava
Que o nome era paixão...
E o dia entendia
Como sendo uma canção.

Foto de Boemio

Anjo caido

Nunca vi tanta maldade junta em um só coração
Tenho vontade de chorar mas não consigo,
Perdi minhas asas ao cair,
Chamei meu pai
Mas parece que ele quer que eu fique aqui
Por que meu Deus?
Fui trancado numa jaula pra apresentações de circo,
Eles jogavam amendoim em mim e riam de mim,
Pediam para pular e fazer caretas engraçadas,
Da minha auréola jogaram disco,
Calçaram-me sapatos de marca, calça jeans e gravata social,
E tive de trabalhar 8 horas por dia,
Deram-me um barraco na favela
E todos os dias eu volto de ônibus lotado
E sou assaltado na esquina.
Minha jaula não tem luz pra iluminar,
Quando tenho tempo de orar ao Senhor
Logo tenho de acordar,
Meu Criador me ajude
Estou sofrendo muito aqui
Minhas asas estão demorando a crescer
O que eu faço?
_ “Meu anjo, esta é uma provação que estou lhe impondo
Faço isso pra ver o quanto se parece com eles
E o quanto sua fé se equivale a deles,
As pessoas que lhe fazem agora sofrer
Oram todos os dias mas não pedem pra suas asas crescerem,
Você é um anjo e deves lhes proteger
Mesmo para que isso aconteça deixe de existir...
“Mas meu Senhor o que eu posso fazer,
“Teu filho aqui morreu, imagine o que farão comigo...”
“Tens muito medo, deixe que lhe protejo
anuncie o que foi anunciar, que logo Eu vou voltar.”
O anjo foi trancado no calabouço frio do esquecimento,
Seu Senhor voltou pra lhe buscar, suas asas cresceram, ele não quis voar.

Foto de Boemio

Bianca Del'Plagio

Bianca, mulher de cinco estrelas,
Com pérolas no pescoço, anéis de ouro,
Casaco listrado de zebra,
Bebe somente e tão unicamente vinho de porto,
Gosta de festa de glamour
E na torta não dispensa o glacê,
No dente aplica flúor,
Sai todo dia a meia noite pra ninguém perceber
Que também se interessa por samba de mesa,
Jazz e blues, seus lindos olhos azuis
Brilham ao ver com tal clareza
O samba que envolve seus delicados
Passos de realeza,
Quando ela menos nota
Já está com o suor da dança na veia,
Bianca, mulher de poucos homens
Tem um gosto sofisticado
Por seu pulso eletrizado
Prefere outras mulheres
Que a alma lhe revele,
Acredita ser assim
O único modo de ser feliz,
Bianca mulher trabalhadora
E que gosta muito de seu trabalho,
É dona de uma empresa prestadora
De serviços ao mais intimo labor
E mais tarde horário,
Atende as criancices dos velhos,
A meninice dos adultos,
A cafonice dos jovens de terno
Enfim atuam em todo mundo
Bianca mulher de muitas batalhas
Nasceu sob uma estrela desafortunada
Em sua casa pra comer não tinha nada,
Sua mãe morreu quando a ela deu a luz
Seu pai a pegou para criar sozinho
E por muitas vezes acusou Jesus
De tê-lo abandonado no caminho,
Aos 40 morreu de câncer no pulmão
Deixando Bianca só com as contas pra pagar
E com um partido coração
Por seu pai no quintal ter de enterrar,
Saiu bem cedo pra vida
Com 13 anos já se sentia sofrida
Caminhava na vastidão da praia
Quando um moço vistoso e pomposo
Puxou pra si sua saia
E lhe ensinou como se tornou vitorioso,
Bianca naquele dia perdeu a pouca pureza que lhe restava
Conheceu a dor e se aliou a quem lhe mostrou: o deputado,
Que logo lhe emprestou seu dinheiro roubado,
Para Bianca construir o seu tão suado
Hotel do consulado,
Bianca que depois matou de prazer
O deputado aposentado
Tentou ao mesmo cargo concorrer
Só que sem resultado,
Bianca mulher que resolveu olhar pra traz
E tentar ver seu pai lhe sorrindo
Sua mãe ao seu lado lhe fazendo carinho,
E Bianca se sentiu fraca e deprimida
Por que então sentiu sua vida
Assim sem ser vivida,
Viu os carros pela vitrine da suíte presidencial,
As rosas brancas na sacada da janela,
O lençol de cama rosa colossal
E sentiu o cheiro que exalava da vela
Que queimava no seu quarto,
Bianca chorou, minguou e no seu luxo
Despediu-se do mundo aos 33
Mas antes da escuridão se apossar de sua alma
Gritou um grito que foi por todo o tempo abafado
“_Eu sou: Bianca Del’plagio...” E continuou a sorrir...

Foto de Boemio

A Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Natal
Pinheiros,
Páscoa ovos de
Chocolate sem sabor,
Festa do vinho, do funk,
Do fumo, do absurdo, do tudo,
Já quase não consigo respirar no meio
De tanta fumaça, quentura e mau cheiro,
Sei o que pedir a papai Noel de presente:
Uma arvore cheia de folhas verdes e frutos,
Pedirei pequena porção de “todo dia igual” e também
Na meia na janela que coloque um pouco de sementes ,
Afinal vale festa sem bolo, aniversario sem parabéns, sol sem
Chuva da tarde, amor sem saudade, cor sem vida, beco sem saída.
A televisão queimou e não dá pra plantar um nova no meu quintal,
Moro em apartamento três por quatro e o sol não invade o inerte
Interior da minha residência, quer saber cansei! Não vou mais esperar por Eva, vou agora comer da fruta da arvore do conhecimento
Do bem e do mal.
Será que deveria?
Cadê a cobra agora ?

Foto de Nana ´De Má

Sem motivos.

Muito tempo se passou muito tempo eu levei, procurei por todo canto e nada encontrei, mas não sabia, nem sequer sabia o que estava procurando, nisso a busca se tornou mais difícil, mas sabia que não tinha encontrado, andei muito até então, fiz muitas coisas das quais não me orgulho, e em um dia sem querer por assim dizer, quase tropecei em você, e desde então venho descobrindo coisas lindas, e nessas descobertas finalmente entendi o que tanto procurava, era você e gosto de acreditar que também procurava por mim, estamos juntos em um continuo aprendizado de algo novo pelo menos para mim, o amor, esse abre tantas cobranças, e trás tantas felicidades e vontades sem porquês, erramos mais e cada vez mais todos os dias, mas aprendemos nos machucamos sem querer sem intenção, tudo de ruim que vêm de alguém que se ama é absolutamente perdoável e compreensível, dá sempre uma dor de cabeça, horas e horas se cuidando, não é fácil e é exatamente por isso que muitos desistem, mas não nós, acreditamos, por mais burradas que façamos, sempre acreditamos no melhor do outro, e se o perdão é pra ser usado, que seja usado com pelo amor, posso exigir muito, nem sei se faço isso, posso esperar demais, isso sim eu faço, mas nutro sempre a esperança de que fará o melhor, mesmo tendo a certeza de que você não sabe como, e muitas vezes se atrapalha na intenção e acaba sendo muito tardio, em atos, em passos, em reações, e sem querer chicoteia meu coração, nesse tempo, eu explodo, e fico totalmente sem chão, tento me animar e seguir com o coração, mas tem hora que não dá, eu choro calada de cá, não dá pra segurar, pois assim é o sofrer do amante, e choro e você ignora meu choro, porque engulo minhas lastimas, mas aos poucos explodo, e aí, acha paciência, me recupero logo, e tento voltar, mas me esqueço sempre, que pra te fazer entender primeiro no chão eu preciso te jogar, me esqueço também que é lerdo ao se levantar, e mesmo lhe dando a mão você demora a aceitar, mas tento, eu tento, até novamente vir me irritar, não me irrito fácil não, mas no amor tudo é tão delicado, cada palavra, cada dizer, cada tom, quantos cuidados se deve ter, mas mesmo assim esta sempre aqui, mesmo sendo retardatário, sabe que tem que ficar, pois de gatinha a onça eu posso passar, e tranqüilo e coerente fica a me acalmar, até os papeis se inverterem e domadora eu me tornar.

Foto de NuzzyII

Amor platônico!

O tempo passa
Lembranças permanecem,
Como cicatrizes que se formaram no passado
Marcam o presente...
O tempo passa,
A vida acontece...
O dia amanhece,
A tarde anoitece
E dentro de mim lembranças permanecem eternizando a história de um amor ainda não vivido...

Foto de Minnie Sevla

Mendigo

Vejo o sol que resplandece e
salta das nuvens reverenciando
o dia que nasce com o pulsar da vida,
mesmo que moribunda ainda insiste.

Onde nem a dor é sentida
e todos os sentimentos indiferentes.
Vive dentro de mim um mendigo,
que busca no súbito silêncio a esperança do amor que persiste.

No dia que não tem reprise, na noite interminável,
na cor púrpura de minh’alma que sofre
um vazio imenso, uma camada de ozônio,
que se resume no nada para compor uma canção.

Queria ver seu sorriso, os dentes brancos e bonitos,
pois hoje é dele que preciso, anseio seu toque suave
e a chave inexorável do seu coração
para alojar-me no jardim das tuas emoções.

Arriar minha cabeça em teu peito másculo
Deixar as lágrimas rolarem pela face ainda pálida
Aconchegar-me em teus braços, como ninho
e inebriar-me com tuas palavras cálidas.

Sou mendigo vagando pelo mundo da solidão
Vasculhando o lixo e tentando juntar meus pedaços.
Dormindo nas ruas da amargura, me aquecendo com jornal,
pois o frio que congela meu ser já não causa tanto mal.

Minnie Sevla/Ramgad

Foto de joycededé

Tristeza...

Por que faz isso comigo...
Me deixa só... Triste...
E se alguém chegar e me fazer feliz...
Tenho medo... Muito medo de tudo que possa acontecer...
Mais mesmo assim sigo em frente...
Pois acredito em nós ainda... Muito...
Fico tão triste porque você me deixa...
Me sinto só... Muito só nesses momentos...
Não me deixe assim... Não me deixe só assim....
Espero que isso passe...
Não agüento mais tanta solidão...
Sofrimento...
Tristeza...
Quero que isso acabe logo...
Não me deixe só...
E se alguém chegar e me fizer feliz...
O que fazer...
Acreditam muito em nós...
Quero muito estar junto a ti...
Mais esta me deixando...
Estou triste... Muito triste...
Não me deixe mais sozinha...
E se alguém chegar...
E se alguém me cativar...
Suprir o que me falta...
Não deixe que isso aconteça...
Pare antes que seja tarde demais...
Pare agora... Por favor...
Não me deixe só. Não me deixe...
Não quero isso para mim...
Quero paz... Muita paz...
Uma família tranqüila...
Feliz...
Volta para mim... Não me deixe só....
E se ágüem chegar...
E me fizer feliz...
Não me deixe só...
Não me deixe...

Joyce Ceccon
São Paulo, dia 17 de janeiro de 2007.

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