Fantasmas

Foto de Carmen Lúcia

Noite sombria

Noite de breu, sem lua,
Estrelas não querem acordar,
Mistérios pairam no ar...
Fantasmas assombram
Esquinas vazias, sombrias...
Nos becos, sombras a vagar...
Vaga-lumes receiam piscar,
Corujas espreitam, não piam,
Lobos se escondem, não há luar...
O silêncio acentua a escuridão
E sugere, insinua à solidão.
E os poetas, onde estão?
Mais uma noite em vão!

Foto de Daemon Moanir

De amores

Enquanto o meu amor florescia
Uma parte de mim padecia
Lentamente morria, desaparecia
E a minha face sem esforço sorria
Sem medos eras tu a minha alegria
Pensava que tudo podia
Mas tu ao meu lado nunca estarias
Nada de mim querias, mesmo assim, meu amor continuaria
Até ao ponto de hoje
Até ao ponto de não saber quem sou

E hoje continuo a amar
Com toda a minha fé a gostar
Nunca com ódio agora estou
E penso em ti até me escapar o controlo

Os meus fantasmas vão voltando
A escuridão tenta de novo adornar-me
Mas, agora, amo-te a ti
És o meu caminho
A minha paixão é agora o meu guia.

Foto de Raiblue

No arco da íris...

Reparto minha face
Escondo a dor
Disfarces
Farsas ...
Sátiras
Da vida moderna ...
No asfalto
O palco das grandes cidades
Fantasmas ....
Picadeiro de sonhos
E malabarismos...
Aforismos...
Abismos
De eus
Repartidos
Espelhos
Embaçados
Sombras
Do passado
No arco da íris...
Prenunciando
Tempestades
No presente....
Trilhos urbanos
Vestígios humanos
Na trilha desse mundo
Insano ...
No meio do caminho
A flor e o espinho...
Sento diante de um rio
Que se enche com o meu vazio
Transborda minha dor anterior
No agora....
E a pupila se dilata
Túnel
Do tempo
Que não passa...

(Raiblue)

Foto de ivaneti

A Espera...

A Espera

Estou cansada... sinto-me cansada da solidão... das noites frias... das lembranças... chegando de mansinho... dos fantasmas torturando a alma...
Caminho... caminho em passos lentos pelas ruas desertas... A cidade está vazia...
O silêncio apenas... todos se foram... menos a sua imagem presente nesta sombra que me acompanha...
E no meu desespero grito seu nome... ajoelho neste asfalto molhado... e diante das estrelas... faço meu pedido... como um crente em oração à espera de um milagre...
E neste sonho chego a sentir teus lábios aquecendo os meus... tenho a impressão de uma nova magia... um novo dia... e ao acordar... esperamos por você...
Meu corpo... meu desejo... meus beijos... nosso filho e minha vida... esperando juntos ter uma vida com você.

Foto de Cecília Santos

NOITE SEM BRILHO

NOITE SEM BRILHO
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Noite longa, véu escuro.
Onde andas, eu te procuro.
Olho o céu, e não te encontro.
Só ouço o barulho do vento,
à açoitar minha vidraça.
Meu olhar se perde na escuridão.
Tudo é sem vida, é solidão.
Só o vento se agita, e me assombra.
Como fantasmas, ficam a me rondar.
Meus olhos estão cansados.
Meu coração está quebrado.
E você se oculta de mim, sobre o
manto da escuridão.
Estrela ponto brilhante, por que
não cintilas lá no céu?
Deixe cair o seu véu, se mostra pra mim!
Tens o mais lindo, de todos os brilhos!
Não fique acanhada, vem até a mim!
Acabe com essa escuridão,
e tira-me dessa solidão.

Direitos reservados*
Cecília- 03/2007*

Foto de ivaneti

Nossas Almas...

Quando abracei o travesseiro, busquei teu rosto...

Tua imagem se fez chuva escorrendo nos meus olhos,

Lacrimejados no amor e na saudade desceram as lagrimas ,

Gritava por seu nome... e na noite escura lá fora a solidão,

Brigava para entrar!

Eu só queria abraçar o teu corpo! e jogar fora esta dor!

Mandar embora os fantasmas que acordaram meus desejos!

Queria deixar nosssas almas saciar na fome amor!

Queria entrar na sua lua e descobrir suas fantasias!

Seus mistérios e empreeguinar-me de mansinho...

Na estrada dos seus sonhos!

E por um instante despir sua alma junto a minha...

E viver eternamente esse romance que nunca acabou!!!

Foto de Marta Peres

Noturno

Noturno

O rio soprava como uma orquestra,
seu leito enfeitado de flores
e as flores caíam lentamente e com vontade,
meu coração cheio de saudades
e palavras que não foram ditas,
pensamentos em desordem a procura
dos fantasmas de mim, cruel pesadelo
que acompanha minha vida...
Quando é noite não durmo, sinto medo
Dos pesadelos que tenho, voam soltos
E não os consigo controlar...
Abro a janela e os mando embora, não entendem
Minha língua ou não querem obedecer...
Me finjo de morta tento desesperadamente a fuga,
Não morri e não consigo fugir...
Tudo retorna ao início, começa novamente
Meu martírio...

Marta Peres

Foto de Stacarca

Satã

Satã

Ei-lo, obumbra a sânie lisa,
Míngua de soluços dolorosos,
Corno dos exórdios chorosos
Soluços pitorescos que giza.

Contemplativas, ó sacrílego,
Formidolosas contemplativas,
Idéias, compêndios, inativas
Castas, extremoso coligo...

Conglobadas noções pitorescas,
Ah Funesto pancalismo imundo,
Débil, ó sentimento inundo
D'áurea elegíaca funambulesca.

Ó formas, figuradas felozes
Que fanam, fulgurando fiéis
Formas fúlgidas, felosas féis
Formas flamejantes, ferozes.

Indefiníveis flébeis de rasa,
Choro, lamúrias indefiníveis,
Augusto da insânia, eiveis
A'çucena ao mefítico que vaza.

Ah! Horrorosa, esquisita, feia,
Magnífica, avultada, linda,
Tantas formas, formas qu'inda
Pálpebras duvidam sobre teia¹.

Palavras que abismam medonho,
Fracas, fortes, sorumbáticas,
Teogonias imagináveis, áticas,
Escuros, leis, parvo tardonho.

Caveiras, defuntos, fantasmas,
Sarau imprescritível de beleza,
Lésbia lamentosa, delicadeza
De lamentos lesbianos, asnas.

Préstito solene d'um ressupino,
Defeitos, belos e feios defeitos
Criados, vis, molemente feitos
Da ingenuidade, cantos de hino.

Cantante da crença reclinada,
Ululadas por padres idiotas,
Professores da burrice, rota
Abismada e d'cadência assinalada.

Que céu, que inferno, que afã,
Pugilato da fé e pululante,
Que entoada, que desgastante
As limitadas litanias de satã.

Risos, gargalhadas réprobas
Da chafurdaria, gargalhadas,
Ó ridículas, ó exorbitadas
Cachinadas anátemas de probas.

Ó insânia, doudice da doudice,
Tomada p'la lúgubre orbe maldita,
Ó Sofreguidão bonita, bendita
Vida medonha, como a bela dixe².

Ah! Pungente vida fulgente
Purgada. Ah! Vida pungente!
Pungida. De figuradas entes.
Vida, vida punida fedente.

Clamores ridículos do futuro,
Futuro ridículo de clamores,
Ante a fé, de medonhos amores
Molestados do frágil aturo.

Ah finito, finito glorioso,
Eflúvio de essência infinita
Do que é zimbório, que incita
O ímpeto abstruso, lamentoso.

A calma, raiva, interrogações,
Quantidades acerbas, tratadas
De limitações treplicadas...
Languidez, ah! Lamentações

Lamentações lânguidas, funérea.
Sacrossantos versos belizes,
De rimas nevoentas, infelizes,
Pavorosos, de idéias férreas³.

Genuíno de métricas falazes,
Oh podridão falaz, cautelosas
Elocuções verrinas, chorosas
De sentimentos, audazes.

Que nesse entendimento, vã.
Onde tudo vai, onde passa
A esboroada forma da graça
Empunha. Ah! Que seja sã.

Ah! Nas Noutes, nos luares,
Nas formas, na calmaria,
Na felicidade, na melancolia,
No medonho, no degredo de ares.

Na reza embutida de quimera,
Quiméricas palavras sofridas.
Sofrimento d'enganações lidas.
Ilusões bonitas, do que não era.

Evangélicas ubérrimas d'opaco,
Labutas da religião fedorenta,
Oh! Oh! Imaginação lazarenta
D'áurea combinação. Ataco!

Atacante da crença, o tuteles
Da negridão, de idéia suspirada
Por ditas idéias conspiradas.
Assim como eu, tu, Mefistófeles.

Abastados da burrice mórbida.
'Inda gerados da fatuidade;
Maldade, maldade, maldade.
Quanta desagregação, hórrida.

Quando no préstito andar torto,
Defuntos, fantasmas e caveiras
Nela terão fé, na traiçoeira
De tudo que está vivo, morto!

________________________
¹- s. f.
²- s. m.
³- fig.

Foto de Soninha Porto

NOCTURNE

O piano toca ao longe
acordes solitários
na madrugada

ária divina
delicada
voa como brisa ao léu
fica a sensação
de alma agoniada

expulsa fantasmas
que visitam a solidão
tons suaves
calam a noite
seduzem a lua prateada

dedos deslizam
ternos
leves
melancolicamente

piano e pianista
são um só
posse e posseiro
num recital
transcendente

mãos e sons
arteiros
respondem
se abraçam
se amam
lentamente

soninha porto

Foto de Marta Peres

Meus Fantasmas

Fecho os olhos e avanço
continuando minha caminhada.
Começa então o poema
onde meus fantasmas são personagens.
A cada verso avanço mais
e mais, cada vez mais no pensamento.
Minha regra é caminhar,
seguir meu rumo numa perseguição vertiginosa.
Em certo ponto deparo-me numa encruzilhada
então, o que fazer,
que rumo tomar,
que caminho seguir.
Meus fantasmas perseguindo
parecendo querer brincar
de cabra-cega.
Parecia um jogo,
mas não quero isto
meu destino não é jogar.
Tateio no vazio
no meu vazio
da expressão,
sigo, vou seguindo
sem mesmo olhar para traz.
Marta Peres

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