Hoje

Foto de P.H.Rodrigues

Uma certa sensação

Se eu soubesse que o fim chegaria, eu teria olhado mais vezes em seus olhos
se eu soubesse que o chegaria o fim, mais vezes teria dito eu te amo
se soubesse, ia te abraçar todo dia mais forte
ia não te desejar, mais sim ficar perto de você
não me perder no olhar, mais sim te encontrar em meu coração
sempre que começasse uma discussão, com um beijo eu ia te cala
não reclamaria em ter que acordar cedo, ou dormi tarde
se eu soubesse ....
talvez as coisas tomassem um rumo diferente
tanta coisa eu ainda quero te dizer
tantos segredos quero te contar, duvidas, perguntar
te deixar sem graça, ficar bobo, te chamar de minha ...
as músicas que não toquei, as palavras que não falei
o que deixei de fazer, o queria poder ter feito
mais hoje já não tenho o direito
sou apenas um apaixonado, tentando encontrar seu lugar
talvez um iludido, como todo apaixonado
querendo apenas, sonhando, em estar ao seu lado
já não escondo minha vontade, sim! ao contrario de muitos
eu digo o que sinto de verdade!
não ligo mais pro meu orgulho! o perdi
toda noite, ouço um som, um barulho
de batidas aflitas, batidas desesperadas
procurando um rumo, uma estrada,
tentando não caminhar sem direção
procurando uma luz, uma lanterna, uma saída
de dentro dessa caverna, querendo sair da escuridão.

Foto de Elias Akhenaton

Saudades de ti

Sinto saudades...
À dor que arde em meu peito
Me impede de dormir...
Estou com saudades de ti,
Pois partistes sem dizer adeus.

Hoje em meu leito tenho lembranças
Do tempo de outrora,
Dum tempo de inocência,
Onde trocávamos confidências.

Saudades do nosso passeio à noite,
De mãos dadas no calçadão
Da praia, sob a magia do luar
E em nossa pele o cheiro
Sedutor da brisa do mar.

Tenho saudades...
Saudades das noites em nossa cama
Coberta por rubras rosas,
Onde nossos corpos queimavam
No fogo ardente da paixão.

Agora só me restam
Saudades, recordações
Que não saem do coração.
Não sei se vai passar, quiçá, o tempo dirá,
Pois o que está meu peito é amor,
Com saudades de ti,
Clamando por ti!

-**-Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com/

Foto de annytha

O GRANDE CIRCO

O GRANDE CIRCO passou, deixando para trás uma grande multidão de sonhos e fantasias, falsas alegrias, pessoas vazias, que estiveram ali, talvez numa tentativa de encontrar algo que pudesse preencher os seus vazios, e por isso gritavam todos com uma só voz, os nomes de duas personagens, que pra mim, não passam de desconhecidas, mas penso que devem ser os protagonistas do GRANDE CIRCO – “ VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA JUVENAL...” e prosseguem nesse ritmo alucinantes, em busca dos sonhos que, possivelmente nunca se realizarão, pois, O GRANDE CIRCO, nada tem a oferecer, a não ser meras ilusões.
Colombinas, trocaram suas vestes de seda e babados, pelo semi-nu! Pra que tanta roupa?
Pierrôs, não são mais apaixonados, e já não têm mais olhares tristes e nem pingos de lágrimas escorrendo pelo seu rosto, “ que por causa de uma colombina acabava chorando!” Hoje, eles, preferem disputar com as mulheres, por isso, se travesti iguais a elas..., E assim, todos passam quatro dias caminhando e dando vivas aos tais Zé Pereira e Juvenal...
As chuvas de confetes, foram trocadas pela chuva de latinhas, copos e garrafas descartáveis (ainda bem que são descartáveis). Ninguém se incomoda com isso; todos cantam, riem e gritam freneticamente, num jogo de empurra-empurra...
Serpentinas, já não são usadas para laçar algum apaixonado!
Ninguém liga pro cansaço...
Enfim, chegam ao fim da linha, sem se importarem com a exaustão.
Todos com suas diversas fantasias multicores, que, na quarta-feira “ingrata” (até hoje ainda não conseguí descobrir por que essa quarta-feira é “ingrata" e os deixa contrariados)perderão seus encantos e as suas cores, deixando apenas grandes lacunas... Agora, já cansados e sem forças, e com olhares tristes, acompanham o GRANDE CIRCO que vai deixando as ruas para ir embora. Mãos acenam, dando adeus ao GRANDE CIRCO que está partindo, deixando apenas, angústia e solidão, porque era pura fantasia!
Hoje passei pelas ruas vazias e sujas, com um odor horrível, um misto de bebidas alcoólicas e cigarros! De longe, vi que alguém estava sentado numa calçada, com o olhar perdido e triste, talvez, fazendo um balanço dos quatro dias de euforia. Quem sabe, estivesse pensando aliviado, que não é e nunca foi “ladrão de mulher” e com o seu rosto quase sem pintura, dava pra ver que seu semblante estava triste e chorava, porque nem mulher ele tinha mais, pois o GRANDE CIRCO a levou, deixando-o só e desolado! Coitado do palhaço que já fez rir a tanta gente e agora, com o coração dilacerado, estava ali a pensar que O GRANDE CIRCO, não tinha picadeiro nem trapézio, só malabarista, e ele, mesmo sendo palhaço, fazia também malabaris, foi ai então, que caiu na realidade!
E assim, mesmo em meio a tantos sonhos perdidos, fantasias destruídas, falsas alegrias, desilusão e cansaço, todos aguardam com muita ansiedade, a volta do GRANDE CIRCO, que chegará com muito mais ilusões, sonhos e fantasias, pra oferecer aos foliões!

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Foto de Vágner Dias

Cansei de tudo

Hoje bateu uma solidão bandida que eu só queria um colo para encostar minha cabeça e fingir que o mundo lá fora não existe.. Hoje eu queria um abraço seu.. Daqueles que sufoca de tão apertado e ao mesmo tempo te protege de tudo. Hoje eu só queria ouvir sua voz dizendo" liguei para saber se você está bem", para sentir uma dor menos doida dentro do peito..Cansei de tanta mentira.Cansei de mentir pra mim.. Para ver se dói menos.. Cansei de me preocupar com quem não se preocupa comigo..cansei de sofrer de acordar indisposto, cansei de sentir o coração bater mais forte com uma sensação de arrependimento...de erro. Cansei de tudo..

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido recarregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria nesta onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...

Foto de Danilo Matos

Pensamento motriz

Uma tristeza sem precedentes mostra-se ativa na profundeza do meu ser.
Vozes vindas do além, quase que inaudíveis, ecoa constantemente calando a minha voz.
Interrogações sufocam-me constantemente, são dúvidas vociferando, causando um som insuportável nos meus tímpanos.
Quem sou? Por que sou?
Responder... Quem poderá?
Horas mostro-me forte, suportando todas as afrontas que a vida me propõe, mas não sou de ferro nem muito menos super-herói.
Quando não suporto mais, abro a boca e levanto meus ouvidos, com intrepidez vocifero: - Oh! vida minha, o que tu tens comigo? Por que me silencia quando estou convicto do que quero? Será que serei sempre escravo seu? Responda-me, pois, meu coração está ávido por respostas.
De repente, ouço um burburinho...
Meu coração palpita em uma velocidade desordenada, causando-me falta de ar.
Lanço-me ao chão e tento ouvir o que a vida quer falar:
-Oh! vivente insensato até quando me interrogará com suas perguntas vazias?
Não sabes que vives em uma escola? Não percebeste que o erro de ontem te fortaleceu para o agora? Até quando duvidarás de mim? Não sabes que só quero o seu bem!
-Viva constantemente o agora, pois, tudo que fizeres hoje refletirá amanhã.
Com os olhos lacrimejando, levanto-me do chão, conformado com tudo que ouvi, silencio-me.
Cabisbaixo, saí do anfiteatro, triste, mas convicto que: a escola da vida formará apenas aqueles que têm a sensibilidade de escutar o que todos rejeitam, de ver o que ninguém quer e de fazer o que todos têm medo.
Quando saíres em busca de seus objetivos não se esqueça de levar contigo uma caneta, para você reeditar todos os erros cometidos, os erros são quem te fortalece para o amanhã.

Foto de Sérgio R.

Para você...

Acendo um cigarro...
A cerveja já não esta tão gelada.

Enquanto escrevo, rola uma música que foi trilha de varias noites despertas, o nome é runaway train e o cantor é Brandon Boyd, e com ela, lágrimas dançavam pelo meu rosto, uma valsa triste, solitária, mas calma e doce.

Engulo seco, não quero dançar hoje.

Uma mistura de sentimentos me invadem e doem no peito, isso incomoda. Nunca estamos 100% curados de um corte profundo. Maldita internet, que me traz vc.
Te ver sorrir me traz momentos felizes.
Em toda minha vida ainda não encontrei nada mais belo que seu sorriso ao amanhecer, me chamando de vida e me desejando bom dia. Como pode, segundos que para alguns passam despercebidos, serem tão eternos em minha mente. Momentos em que pensei que iam durar pra sempre se tornam em algo que conhecemos em uma palavra de exclusividade lusitana, a saudade.
Vivo uma vida que não queria que fosse a minha. Muitos teriam orgulho. Baladas, mulheres, tudo pra tapar o vazio que você me deixou. Mas ela não é a minha, não é isso que procuro, não sou eu de verdade. É uma droga que uso, pra esquecer que um dia, você fez parte de mim.
Refiz minha vida por completo, de corpo e alma pra espantar esse fantasma que não cansa de me assombrar. Mas não tem jeito, você se faz presente.

Nesse amor avulso só me resta, no escuro do meu quarto, ao som da nossa musica, sob a luz do meu cigarro, rezar baixinho, pra que você seja feliz e guarde com carinho todos os momentos que passamos juntos, pois o que me mantém vivo é saber que um dia fui feliz de verdade, é saber que você existe e que, um dia, fez parte da minha vida.

Foto de odias pereira

" EM MEU SONHO TE ENCONTREI " ...

Hoje acordei sorrindo,
Feliz da vida eu sonhei.
Foi um sonho muito lindo,
Nesse sonho eu te encontrei.
Tu estavas tão linda,
Num vestido branco de alcinha.
Contando detalhes de tua vinda,
Ao meu lado você caminha.
Era um sonho tão real,
E eu estava feliz.
Tu estavas linda , um cristal,
Como uma dama em Paris.
Mais o tempo foi passando,
E você foi se despedindo.
E eu senti que eu estava acordando,
E lá ao longe você foi sumindo.
De mais um sonho eu acordei,
Acordei muito feliz.
Não importa, se com você eu não fiquei,
Foi o destino que assim quis...

São José dos Campos sp
Autor: Odias Pereira
20/03/2011

Foto de Zoom onyx sthakklowsky kachelovsky kacetovisk

Lembranças.

As minhas cicatrizes um dia já foram feridas doloridas, hoje servem apenas para lembrar que baixei minha guarda em momentos que não deveria.

Foto de Marilene Anacleto

Mulher

Início do dia
Falta energia
Veículos distantes
Vozes errantes

Assim a alma nua
Feito uma mãe lua
Acolhe a natureza
Com toda franqueza

Vida, momento breve,
Sem saber aonde a leve
Vestida de capa humana
Tanto em riso como em pranto

Engana-se e desengana-se,
Assim caio e levanto-me.

A tristeza de hoje cedo
Nem sei de onde ela veio
Uma semente, talvez,
Que quis brotar ao revés

Mais uma experiência de Deus
Leva-me ao maior bem

Saber que Ele está comigo,
Estando livre ou cativo
De um pensamento qualquer
Na arte de ser mulher.

Marilene Anacleto

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