Inverno

Foto de Arnault L. D.

O perfume da lembrança

Se os meus olhos fechar
e concentrar-me em solidão,
seu perfume faço brotar,
tal flor. fora da estação...

Como se estivesse ao lado,
mas, sinto que de algum jeito
no fundo do olhar cerrado,
vejo dentro de meu peito.

O perfume da lembrança,
o gosto do beijo que dei.
Doce fruta na bonança,
que hoje é temporã eu sei.

As vezes, flora no frio...
Contra as regras de rebento.
As vezes, chove no estio,
junto ao sol, por um momento.

Raros e breves instantes,
dos olhos fitando o interno.
De sentir aqui, como antes,
o olor das rosas no inverno...

Foto de Musa

Poemas por Alinne Silva

A lembrança de um ser amado

Amarei a cada olhar, pois pensarei que estará deitando a mim;
Amarei a cada sorriso, pois lembrarei que estava lá quando o procurei;
Amarei a cada carícia, pois sentirei que você ainda se encontrará sobre mim;
Amarei a cada brisa leve, pois sentirei que estará soprando meus cabelos;
Amarei a cada sensação de alegria, tristeza, amor, sofrimento, pois lembrarei que estava o meu lado, todo o momento me fortalecendo;
Amarei em todas as estações:
A cada primavera, pois me lembrarei das lindas flores que ganhei de ti;
Em todo o verão, nos dias quentes em que procurava me esfriar, muitas vezes com suas idéias malucas, porém encantadoras e magníficas;
Amarei a cada outono, pois só assim poderei apreciar sem você o sabor de uma fruta novamente;
Amarei ainda mais no inverno, pois lembrarei que você estava ali, procurando me aquecer;
Amarei todas as vezes que fui fria, esquiva e orgulhosa com o amor que estava sempre a me dedicar;
Amarei todas as vezes que estiver doente, pois só você é a minha cura;
Amarei todas as vezes que não sabia ou mesmo não percebia o amor que sentia por mim;
Amarei a cada ano, dia, minuto, segundo, instante, pois estarei lembrando a nossa história;
Amarei para sempre;
Por toda a minha vida;
Por toda a eternidade;
Amarei ainda mais o tempo, pois só ele me fará não se lembrar desse amor;
E esquecer um dia que você se foi, mesmo que sua presença permaneça ainda muito forte em mim.
Alinne Carulinda

Foto de Carmen Lúcia

Simples assim...

Simples assim...
Como se o amor fosse nada
e a saudade página virada...
Como se ao engolir o pranto
o nó não sufocasse a garganta
e as lágrimas não rolassem tanto,
por encanto...ou desencanto...

Como se o ato de fechar cortina
pusesse um ponto final na história
separando-a da memória
sem aquela dor que desatina
a se alastrar com a chuva fina...

Como se o rastro de teu perfume
exalasse pra bem longe meu queixume
por entre densa névoa, indo,
distorcendo aquela imagem
de ti pra mim sorrindo...

Tão simples...
como se calar a voz do pensamento
calasse também o grito do silêncio
dissimulando o brilho do olhar
a conjugar em qualquer tempo
o verbo amar...

Como se o coração se rendesse a regras
e em descontrole controlasse as emoções
congelando com o frio do inverno
as vibrações , as sensações, as paixões,
o sentimento mais terno...

Tão simples assim...
disfarçar o que se sente,
interpretação dolente
e com um sorriso displicente
ter que dizer: Fim!

_Carmen Lúcia_

Foto de Otávio Gomes

Lembranças ao vento dançante


Esparge, a lua, num brilho sem luz
No anoitecer do inverno, as folhas de uma Ipê rosa em dança,
Onde sintilante o vento, a dama árvore conduz
O vento sou eu te guiando no passado da lembrança

A lua te ilumina em pequenos feichos,
E na grama brinca, por sua sempre criança,
Em teu sorriso me envolvo e vos brinco
Tu se solta aos suspiros irradia confiança.

Paira o anjo, de leve em meu ombro
Como o cisne se movimenta com exatidão
Abre tuas exuberantes asas ao espaço longo
A Ponta dos pés se esticam com tamanha perfeição

Eu senti o talento de tu minha luz de aurora,
Da minha criança bela, mulher querida,
Carregada pela doce inocência da sua história,
Que os ventos trouxeram para ser minha, por toda minha vida.

By: Otávio Gomes

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

Respirar fundo

Inspire
Expire

Inspire fundo, encha o corpo de ar, de vida
Estar vivo, respirar
Prazer de sentir o pulsar do corpo
Como raios de sol brilhando, o fulgor da vida
Florescente e fresca, primaveril na infância
vivaz como o verão na juventude

Expire bem devagar
não se pode represar o ar
Vida que se esvazia pelo tempo
como um grito forte saindo do fundo do peito
ressoa até faltar o ar

O tempo muda, a vida muda
é preciso respirar muito fundo, presente, consciente

Amadurecer no outono
Envelhecer no inverno
Viver

Foto de von buchman

Um sonho, uma loucura, mais um pleno realizar...

Do nada parei na rua
E senti uma lagrima rolar
na minha face...

Estava eu a olhar uma família
como tantas eu conhecemos
a comprar os ovos de páscoa
e eu solito me voltei ao passado
não tão longe...

Esta eu cheio de chocolate levando
para meus 4 filhos e você Cet a me esperar...
Sua face angelical de criança sapeca
Quando ganhava bombons
irradiava um mui lindo sorriso
como o brilho da lua que se faz presente
ao cair da noite...

O vento ardente contrastava
com o arder da saudade de meu coração,
as lágrimas árduas aumentava na proporção da
tua ausência que desfalecia meu viver...

Senti uma sensação mórbida de um punhal
que penetrava lentamente meu peito
como pontas de lanças afiadas,
causando-me tremores na minha carne
atingindo profundamente
meu sofrido e gélido coração...

Veio a tona um pensamento que me persegue a meses..
Quando me abandonas-te fizeste um desastre
em minha vida, nada tem mais valor,
reduziste-me ao pó...
Tudo perdeu a razão de ser,
questiono muitas vezes para que viver?
No vegetar de minha vida,
o total abandono e o sofrer
tem sido meu estado de ser...

Um derradeiro olhar na felicidade
da família ao meu lado,
foi o bater do martelo para o ronde
final do meu martilho...

Baixo a minha cabeça
e tenho uma sensação horrível da morte...
Olho para o lado e vejo uma mão que estende até a mim
Não vejo o seu rosto,
mas pela sensação de paz veio ao meu viver,
acho que era um anjo que veio ao meu socorro...

Questionei a mim mesmo,
estou enlouquecendo...
E veio uma voz suave dele que me dizia,
Por que tanta dor e tanto sofrimentos..

Eu nem consegui responder e entrei em prantos...
Ele me disse ,
Não chores mais Luiz,
pois o Pai te ama,
ele não suporta ver-te mais sofrer...

Comecei a andar sem rumo a soluçar
as lágrimas vertiam em abundância,
quando me dei conta estava a perambular
na beira de uma praia deserta,
solito sem ninguém por perto,
só sensação estranha que você tem certeza,
de que tem alguém com você..

Parei e fiquei minutos ou talvez horas
a sentir a brisa fria e ardente do mar,
num inverno úmido que combinava
com o arder de meu coração...

Cheguei a um penhasco alto e inseguro,
me postei,pensei e fiquei a orar...
A minha vida passou como um fleche
no monitor de minha mente
o meu dia a dia, o meu sofrer
e na perda da família...

Veio-me uma sensação de pleno gozo,
de libertação e alivio,
mais uma vez senti a mão do anjo,
ele segurou a minha mão
e um súbito sono eterno começara,
atirei-me do penhasco mui alto
com pedras ao chão...

A queda foi de sendo mui lenta
uma eternidade...
O fim não chegava...
As lágrimas outrora de magoas e tristezas,
agora era de pleno gozo espiritual,
meu descontrolado soluçar
fazia a sinfonia da despedida...

Feio um impacto, com ele o sangue
que se esvai das minha veias,
meu corpo estendido já sem vida,
tudo para mim ficou escuro, sem nenhuma dor
e veio um branco de uma só vez...

Não escutava e nem via mais nada ...
Uma mão segurava minha mão,
guiando-me em um mui lindo túnel,
com muito branco e uma paz que nunca sentira...
Ao som de música angelicais
retumbando nos meus ouvidos.
Aos clarins dos querubins...

Entro em um portal,
Onde la tudo é lindo e belo,
via pessoas que um dia se foram ,
mas não sabia seu nomes e de onde eram,
sem lágrimas de tristezas
e sim de alegrias e felicidades...
Era uma nova vida que veio ao meu viver
no meu eterno realizar e sonhar...

Saudades de ti Luiz...

Foto de Carmen Lúcia

Estações do tempo...e da vida (inspirada no texto de pe Fábio de Melo:Outonos e Primaveras...)

Final de inverno...
Lacradas estão as folhas
que esverdearam sonhos,
derrubadas pelo vento,
sepultadas pelo rigor do frio
no silêncio das sombras
na escuridão do chão...

Embaladas pelo outono
que tristonho se foi
e ansioso espera
ver renascer a primavera
que adormecida sob o solo
nos priva da visão
de sua germinação...

Fase que não vemos
mas que nela cremos..

É o ciclo de vida e morte...
Vida que não se finda,
morte que não se acaba...

Processo que se encaminha sem pressa,
movimento que vai se cumprindo em partes,
o cair das folhas, fecundidade,
cumplicidade do tempo,
canto das cigarras, assovio dos ventos,
o ressurgir da aquarela , o florido sobre a terra,
o renascer da primavera...

Cumprida a missão, o outono agora espera
o retorno de outra primavera...
a sua ressurreição.
Assim como a vida...
a próxima estação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Marilene Anacleto

A Mãe Dele Partiu

A mãe dele partiu
Flores de lágrimas
Emprestaram-lhe
A aura iluminada

Carinho eterno
Do último abraço
Prevê doloroso inverno
Que agora começa.

Deixei de ser a mulher.
Nada de desenhos loucos no ar
Nem corpos em caos e calmaria.
Feito mãe, pude apenas abraçar.

Muitos beijos, carinho materno.
Comida em meio a prantos.
Folia de carnaval, nada terno.
Silêncio da natureza distante.

Abraços, colo, afeto.
A mulher é tudo nesta hora:
Amiga, mãe, irmã, terapeuta
A acolher o amado e sua alma,

No triste momento
Em que seu maior amor,
Com tristeza, certamente,
Despediu-se e foi embora.

Foto de Alexandre Montalvan

Folha ao vento

Folha ao vento, em uma dança lenta, a folha cai
Ao desprender da origem não sabe o destino, não importa aonde vai
Seus temores são metáforas sua dor é solidão
Em sua liberdade sem sentido ela dança um sonho uma canção
Tanta força a castiga tatuando-lhe carismas
Ela cria movimentos para transformá-los sofismas
O outono é a razão de sua misteriosa existência
Altera verbos para que se perca a eloqüência
Sua tristeza é a antítese das manhãs e dos jardins
Sempre sonha o mesmo sonho
E o que é bom diz que é ruim
Sabe ser apenas uma folha ao vento
Tão simples assim
Vendo rostos conhecidos frios sem sentimentos
Que mudam a todo o momento
Transformando o ferro em aço
Eu me laço
Nos teus braços e abraços
Beije-me
Em teus lábios me enlace
Afaste-me deste inverno
Que me afasta de você
Deixe-me repousar em teu delírio
Renascer em tua aurora
Aquecer-me em tua luz, saborear tua doçura
A cada amanhecer estar agarrado ao teu ser
Pois por mais que eu flutue ao sabor da brisa e do vento
Meu destino você

Alexandre 18/03/2011

Foto de Carmen Vervloet

Rosa, Sempre Rainha

Quisera ser eternamente rainha rosa
linda e perfumada feito à flor,
cheia de encantos, ardorosa,
símbolo da paixão e do amor.

Todos querem muito bem a rosa,
seja flor ou mesmo rosa mulher...
Cantam-na em versos, canções e prosas,
cantam-na como botão belo que é.

Nas igrejas, brilha como noiva ou ornamento,
soberana, no lar como esposa, ou flor de jardim,
reina nos sonhos, nas paixões, nos casamentos,
decantada por poetas, declinada em latim...

Rosa... rosae... rosam...rosae... rosa... rosa
São tantas ... são lindas... são rosas...
Ah!... No inverno declinam para o fim,
igual a mim!

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