Linhas

Foto de P.H.Rodrigues

Astros

Os fragmentos que se foram
brilham na espiral eterna
em meio a explosões

em torna da Terra
E da terra avista-se
em sonho o cometa
a cauda cadente,
da estrela

Que ressoa os acordes
em singelos toques
nas linhas da vida
e das vidas, ali contidas

E tudo torna-se belo
E tudo se torna um espetáculo.

Foto de Evandro rosa rodrigues

lirico

Me embriago em doses e doses de emoçao pois apenas escrevo em devaneio
De um sentimento que cai em linhas virando versos
e nesse mar de amores me encontro imerso
Um barco levado pela mare sob uma noite de luar cheio
Naufrago na ilha da solidao o vento me faz compania tocando sua melodia no assobio
Apago as estrelas e tiro o brilho do luar em protesto a esse amor tao vil

Foto de Arnault L. D.

Livro

Quando um livro chega ao fim
ele abre-se na mente
a pagina final não fecha em nós
ele permanece aberto
feito semente, vindo a brotar
quiçá uma florada e depois
ao tempo a fruta do saber
no amadurar, doce, da saudade...

Quando a pagina final
debruçar sobre a penúltima
certeza um sentido vou querer
embora nem sempre o encontre
e diversas vezes as palavras
se calam por calarem-se em mim
e outras calaram-se de mim,
declamaram somente aos olhos

Mas em essência as levarei
mescladas feito em simbiose
tantas linhas que somei as minhas
enraizadas... vida enxertada
a soma germinar um novo grão
livro, arvore, será sempre aberto
em cada vez que eu buscar
palavras que li, de seus versos

Quando encerrar o livro
serei dele mais uma pagina
das historias de muitos momentos
que irei rever nos pensamentos
reler por minhas memórias, as suas
tomo inteiro que ficará aberto
impresso, de mim a se encadernar
Os “poemas de amor” que irei guardar.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo Final

Amanheceu e chegou setembro. E quando setembro chega, por essas bandas do hemisfério sul, a primavera se faz presente e espalha as suas flores de plástico que não morrem, as pessoas ficam felizes, elas renascem das angústias e amansam seus ímpetos, elas colocam enfeites nas janelas, esperam a banda passar, alçam os pensamentos ao mais alto Parnaso e para a mais verdejante Arcádia. Os corpos se aqueciam, como se um forno tivesse sido aceso na sua mais adequada temperatura. Tudo parecia lindo.
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A turma do pastoreio gritava em sonoros brados:

- Baco! Dionísio!

Os tambores ressoavam o vento dos leques, os Miami Bass dos moleques, os maculelês dos pivetes. Sonos eram interrompidos pela festa popular. Num determinado momento, dois ou três já desfilavam sem roupa. Quando a balbúrdia foi notada, os ditos dominantes trocavam de pele na rua. Não se obedecia a nenhuma hierarquia estabelecida. As pessoas nasciam e morriam no torpor da natureza humana, viva e bruta como a de qualquer outro animal, os instintos eram deflagrados, nem Freud e nem Jung eram mais uns reprimidos. Lembrava em certo ponto até o Brasil.

- As flores! Não se esqueçam nunca das flores!

Os miseráveis eram coroados e os nobres decapitados, mas ninguém deixava de ser alegre. Um tarja preta virtual assegurava a plena satisfação dos envolvidos na comédia. O paradeiro de muito era desconhecido. O que importava isso agora? Me diz? É dia de rock, bebê. Se você não entende a sensação de atravessar a Sapucaí e repetir o batuque da bateria, então vá embora, o seu lugar não é aqui. Dona Clarisse, com seu erro ortográfico e seu rosto reconfigurado, até arriscava uma derradeira conclusão.

- Eu nunca mais quero acordar desse sonho...
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Luís Maurício, que não havia se manifestado até então, pede a palavra:

- Amigos, é chegada a hora da reconciliação. A hora em que seremos livres de todas as nossas culpas e arrependimentos. Eu declaro anistia geral! Constituiremos desde já uma nova república, uma democracia quase que direta, uma pátria do Arco-Íris e do pote de ouro, um paraíso na Terra, um novo Éden, a Canaã que deu certo!

Clarisse recosta-se ao palanque improvisado.

- Eu posso ficar...? - Silaba.

- Evidente.

- Que sim ou não?

Feito isso, ela coloca-se para se despedir de Dimas.
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Um homem estava parado no meio da multidão. Ele dava alguns passos para trás, com o devido cuidado de não deixar nenhum folião o encochar. Ele andava de lado, como quem ia para fora. Clarisse o viu perto do portão pelo qual se sai para sempre da Sociedade.

- Espere... Eu tenho que te falar mais algumas coisas...

- Diz.

- Eu não te amo e nunca vou te amar um único segundo da minha vida.

- Eu sempre soube e nunca me iludi do contrário.

Tânia, incógnita até então, não se sabe observando de longe ou entretida com outra orgia, puxa o lixo pelo braço e faz cara de que se estivesse com ciúmes.

- Ele é meu, ouviu? Meu! Dá o fora logo sua vaca! Vai procurar o homem dos outros! Ele já tem a quem comer, tá, queridinha! E não adianta dizer que ele tá te querendo, que se você tentar alguma coisa, eu mato os dois! Sua puta, sua piranha! Você não me conhece! Não sabe o que sou capaz de fazer! Eu sou mulher de verdade, sua vagabunda! Rapa fora daqui!

Dimas sorriu, e por um exato milésimo de segundo sentiu-se amado de verdade. Clarisse debochou com a mão, engoliu a tragédia de ter desperdiçado o único sentimento cristalino que já havia presenciado e deu suas costas, andando tropegamente de volta ao seu destino. Uma lágrima furtiva caiu sobre seu cenho? Procurou a corda mais próxima? Não saberemos, e nunca vamos saber. Ela disse que não se importava, e esta ficará sendo a versão oficial. Se falarem alguma coisa sobre o que aconteceu com ela ou então comigo é mentira, o que vale é o que está registrado nessas linhas. Enfim, temos um final.
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- Vamos, amor, ser felizes para sempre?

Tânia e Dimas atravessaram o portal daquele mundo.

Ao que se sabe, não existiriam mais pessoas de sangue frio ou quente naquela realidade. Apenas pessoas, Tudo aconteceria conforme o planejado, por todas as eras, e nunca mais mudaria, pois não era necessário.

O casal apaixonado corria nu pelos prados. Correram até não aguentar mais, até um lugar que parecia longe o distante para que fizessem amor pela eternidade. A tarde caia, e com ela o pulsar atingia seu auge. Tânia e Dimas se abraçaram e deitaram na relva, um beijo selaria a felicidade interminável consagrada naquela união.

- Eu te amo e pra sempre vou te amar! - a Torta nunca fora tão reta na sua declaração.

E ela foi sincera como poucas vezes se viu em toda a existência.

Até que um dia sua pele começou a descascar...

Foto de P.H.Rodrigues

Senhor do Papel

No papel escreve o criador.
Possuidor do lápis, negro carbono,
risca o branco papel puro e sem cor.

Linhas tão extensas quanto a antiga Babel;
Linhas tortas que se revoltam contra o papel;
Linhas que são apagadas pela borracha;
Linhas tortas que não podem fazer nada.

Conteúdo que não sabe de sua existência;
Existência que faz a diferença;
Diferença que mostra resistência;
Resistência que garante a sobrevivência.

E o poeta com alma de bardo
escreve sua canção sem um canto cantado,
mas em em versos simples rimados.

Foto de P.H.Rodrigues

Violeiro

Um mundo em linhas, queria cantar.
Não queria o canto por notas,
queria notas para encantar.

Com trapos fez cobertores;
Com a pedra que machucou-lhe o dedo,
fez um esquadro de espelho.

Das cinzas de sua casa, com lágrimas,
fez um violão. Não cantavas pela boca...
Mas cantavas com as mãos.

Foto de Angelgoiabinha2

Palavras

****
***
**
*

Elas ficam atoladas em um turbilhão de pensamentos
Sem coesão, com coerência.
Fazendo sentido em um tão só meu, universo.
Elas querem ser cuspidas em formas de versos,
Elas pedem a métrica, a rima, ou somente a forma.
É um desejo de liberdade, ser entre linhas tecidas...
Querendo voar sobre ondas sonoras,
Preencher papéis alvos,
Divagar sobre mundo a fora,
Pode ser por luta, desabafo, por amor ou outrora.
Tão cheias de vontades são essas palavras.

Foto de Bretiney

O poeta que dorme em mim

Diz o poeta que dorme em mim:
Que não sou triste,
Que sou um poço de amor sem fim,
Seco, neste mundo agreste

Diz que escrevo em linhas retas
As tortas coisas, podre, vil
Que escrevo ódio, pelas canetas
Em ponta suave, fina e dócil

Que acuso o Homem, eternos imperfeitos
Em palavras que nascem perfeitas
Que crescem em estrofes aprazíveis, afeitos
De sentimentos em rimas feitas

Diz o poeta que dorme em mim,
Que faça sonetos desse avesso,
Dos desígnios versos do Caim,
Do carma que segue em mal confesso

Que fale do amor, não por fim
Mas em quantas horas vagas…
Diz o poeta que dorme em mim:
Não esmoreças pelas pragas

Foto de Bruno Silvano

Sou Carvoeiro

Não éramos mais do que um bando de apaixonados
Apaixonados com razão, passávamos por dificuldades e aflições
Mas que mesmo assim não deixavamos de cantar e apoiar o Criciúma
Não importa, o tempo, a distância, ou a ocasião, o carvoeiro sempre esteve e estará em nossos corações

A medida que o tempo passava, a nossa torcida crescia
Diziam que o criciúma nunca ganharia nada
Que não passava de um pequeno time de refugo
Foi ai que viram a força que tem nossa torcida

Cruzamos nosso estado, conquistemos os troféus dentro das 4 linhas
Cantemos alto, mais alto que qualquer torcida
Crescemos e nos tornemos os maiores de Santa Catarina

Passamos o limites do estado, fomos além da terra das maravilhas mil
Passeamos por vários lugares, por vários estádios, em todos os cantos do país
Demos a volta e tivemos a conquista da copa do Brasil..

Enquanto muitos insistiam em dizer que não éramos ninguém
Viajávamos pela América
Conquistando vitórias, conquistando a fama que nos convém

Passamos por varias dificuldades, mas nada disso deixou nos desanimar
Seguimos apoiamos, partida após partida
Isso tornou-se um vicio
O Criciúma tornou-se nossa vida..

Isso vocês nunca vão entender
Somos um torcida diferente
Que tem orgulho de ser carvoeira, pelo mesmo motivo que tem de viver...
Não tentamos imitar os outros, somos simplesmente só a gente.

Foto de Ayslan

Eu te amo, Eu te amo

Deixa eu te dizer que te amo
Deixa eu repetir a mesma frase sem notar
E repetir várias vezes sem parar
Eu te amo, eu te amo…
Fico enrolando nestas linhas procurando um elogio ainda não descrito
Uma frase única para ser destinada apenas para você
Deixa eu te dizer como é bom poder te amar
Te ter comigo, conversar puxar assuntos só pra te ver falar
Ficar debaixo do coberto assistindo e te observar dormir
E então os poemas são criados pronunciados no olhar
Digitados pelo coração acelerado em ritmos frenéticos
Se eu ao menos pudesse escrever, mas neste instante não quero te acordar
Quero deixar meu braço dormente sacrificando ao vento as palavras que não podem ser escritas
Por que sei que encontrarei de volta em teus beijos, em cada sorriso
Encher meu pensamento de frases que se alojam em lagrimas nos meu olhos
E quando tento descrever em versos repito
Eu te amo, Eu te amo...
Entre frases resumidas e representadas por uma única palavra
Quero apenas te dizer que nada seria escrito se não tivesse vivido todos esses
momentos com você é tão rápido e intenso não vou parar
vou descrever esse amor quem sabe um dia vou poder te falar
Olhar em teus olhos e dessa vez não vou esquecer de respirar
Vou falar sem ser apenas no olhar
E se nada conseguir dizer te puxarei pra perto, bem perto
E deixarei que escute...
- Feche olhos eu te peço
Talvez ele repita o mesmo verso
Mas a tradução só mesmo seu coração pra te dizer...
(Eu te amor, Eu te amo)

Para: Priscila

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