Mãos

Foto de Ana Botelho

RETORNO

RETORNO

Após uma longa caminhada
Retorno totalmente extênue...
E aqui, de olhar longínquo
Aguardavas ainda por mim.
Eu, profana, aturdi-me
Brincando com tantos perigos,
Iludi-me entre os sinos,
Sorri para a vã felicidade
E, permaneci soluçante
Entre as fátuas alegrias,
Sepultando em minha vida
As mais cândidas alegrias...
De vestes estranhas e sedenta,
Solitária e de alma vazia
Personificava a própria dor,
Quão pobre eu era!
E, se vislumbrei os campos,
Foi por pensar em ti,
Sorvi doces esperanças
Como fora raro vinho...
E nem por um instante
Te afastaste de mim.
Agora nos pertencem
Os sorrisos, a beleza,
A musicalidade dos versos.
E como prêmio te ofereço
Um composto madrigal,
Na ansiedade da aurora
Desta manhã em festa,
Em cujo alabastro precioso
Esculpido nas vigílias noturnas,
Guardo ainda úmidas de dor
As minhas, só minhas lágrimas.
E, nas mãos,um tanto trêmulas,
Trago madressilvas raras
Colhidas nos nossos jardins
De tão lindos castelos,
Para ornarem pelo eterno
Os nossos, só nossos sonhos...

Foto de Joaninhavoa

Saí dos lençóis

Eu deixo a emoção fluir...
e a vida real aparece a sorrir!...

Hoje deixei os lencóis
por ti!
Hoje mudei os lençóis
por ti!
Hoje deitei mãos à obra
e lutei por nós!
E tarefa a tarefa das tarefas
a fazer fui fazendo e fiz! Graças
a ti! Deste-me forças, energia
e luz! Estou feliz
ganhei esta luta
na continua labuta
da nossa vida
em cruz!

JoaninhaVoa, in "Vidas Cruzadas"
(em 2008/02/10)

Foto de reginaldossjr

Soneto de Amor e Eternidade

Olhar fixo nos olhos cheios de afeto,
Nem ao menos piscam as pálpebras
Ainda assim as mãos molhadas
Do suor que jorra em vez de lágrimas,

No pulso uma pulseira banhada
Uma lembrança dos tempos dourados
Talvez um vestígio do amor adormecido
Que implora e anseia por um afago,

Por ironia do destino, separados!
Mesmo no agora de mãos dadas
Mesmo na frieza da apatia
Que tomou-se em toda sala.

Vibrando em nossos peitos irradia
A esperança em torno de uma vida
Que o destino sempre afasta!

Embora a eternidade diga:
Filhos carreguem seus martírios
Pois foram dados de graça.

Autor: Reginaldo Sena de Souza.

Foto de DAVI CARTES ALVES

A TIMÍDEZ DE MARIA CLARA

Maria Clara?
Já lhe perguntei três vezes anjo de mel?
E você me balbucia tão baixinho

Por quê põe as mãos
nesses lindos lábios nacarados ao sorrir
escondendo um paraíso de diamantes de neve?

Olhe nos meus olhos Clarinha
Saia de dentro de si mesma
Quão introspectiva nesse olhar distante, fugidio
Ora, absorta a afagar devaneios quiméricos de amor
Ora, extraindo a prova real de mais um dissabor

Por favor!
fala comigo Maria Clara
Quero tanto ouvir sua voz maviosa,
Que transpassa a alma como uma colcha sedosa
porém tão escassa como o cometa Haley

Voz que quando surge, musical
Parece adoçada com três colherinhas de açúcar
E só meia de sal
Mas que quando finda
Submergi minha alma novamente,
na acidez do Kalahari,
a matizá-la num silêncio tão down

Oh Clara, solta só uma vez
Essas lindas madeixas
Represas teus encantos por puritanas presilhas
Quem sabe elas não abrem também, suas algemas d’alma
Mostrando-me um pouco mais, a graça e a faceirice
Da tua Alencarina Cecília

Oh Clarinha
Clareias com tua doce timidez
minha alma taciturna, sombria
erma dos teus comezinhos afetos
onde sonho com passeios efusivos entre flores e prados
e acordo nos belos jardins
dos teus lindos vestidos transpassados
entre mares & mares de abetos

Clara, por que suas amigas dizem hibernar
Sob os melífluos remansos da tua alma
Etnas, Vesuvios e Katrinas?
E tu extrai a cada novo dia
meigas, lindas e ingênuas meninas??

Maria Clara?
Fala comigo vai?
Clarinha?? ...

" O queee?????!!!!!
C parece que é do F.B.I
Quanta pergunta melosa Davi....
Sai, sai daqui!!! "

Tudo bem, deixa pra lá Clarinha....

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Darsham

Elogio ao Amor

"Quero fazer o elogio ao amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível, já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje, as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se numa questão pratica. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou farto de conversas, estou farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "está tudo bem, tudo bem?” Tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores de romantismo, romanticidas. Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo do amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos cante no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraço, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro e uma condição. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar e a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Foto de Sirlei Passolongo

Insano jeito de te querer

Esse desejo insano
de ter você
desvendar
a volúpia do teu corpo,
olhar em teus olhos
e me perder...

Degustar
cada pedacinho teu
Sentir
o calor das tuas veias
E o teu suor
misturado ao meu

Explorar
o céu da tua boca
e a tua língua
entrelaçada a minha...
Me embriagar do teu cheiro
e do teu gosto...
Como faz a abelha
com o néctar da flor

Depois, me aconchegar
em teus braços
sem pensar
como será amanhã...
ouvir o pulsar
do teu coração,
e adormecer...
segurando em suas mãos.

(Sirlei L. Passolongo)

(Direitos Reservados a Autora)

.

Foto de angela lugo

Perdida no amor

As lágrimas pela minha face caiam
Meus lábios eram seu rio
Navegantes lá morriam
Afogando-se no muco frio

Chorando pela saudade que sentia
Por ter se esquecido tanto tempo de mim
Por todas as flores que enviou eu partia
Com mãos tremulas e tristes assim

Lágrimas que orvalharam meu céu
Onde escolhi este amor imperfeito
Onde nada mais sei, tenho um véu

Cobrindo meus olhos, minha vida
Triste história sem vitória sem feito
Passei pelo tempo do amor perdida


Foto de Ludwig Plateau

Confusão

Só queria descobrir, de que jeito você ama?
Mesmo querendo e não entendendo,eterno confuso!
Ame-me do seu jeito!
Ame-me de qualquer jeito,
Apenas ame-me!
Pois te amo do meu jeito!
Diferente, mas igual em tudo que nos tormenta!
E mesmo parecendo que tudo que eu faça,
Seja pouco pra te fazer crer e ver claramente,
Inclino a morte, antes da solidão!
Nos preocupamos em demasia com o que nos enfraquece,
e esquecemos de nos fortalecer!
Coisas grandes que nos passam despercebidas;
O que é isso então, que temos por dentro?
É tão forte quanto o sol?
É tão intenso quanto um raio de sol nascente?
É tão claro feito a água do mar?
Até onde é forte o bastante?
E se não for?
Se me levares até o céu, não me soltarás lá de cima?
Ainda assim, eu não sei; eterno confuso!
Então, tento segurar o raio de sol com as mãos,
Abraçar a onda e sentir ela passar..
Precisaria mais tempo para aprender com isso!
Mesmo tendo isso todos os dias..
Asas curtas não me tiram do chão..
Alguém precisa de um novo lugar no céu
Um novo lugar na beira da água..
Um lugar pra cair livremente
E ser catado pela brisa leve,
E ser levado por uma estrela que o leve pro começo,
Por favor, leve-nos pro começo
Leve-nos pro começo;
Ó, eterno recomeço!"

Foto de Jamaveira

Prisioneiro

Prisioneiro

A angustia envolveu-me em abraço apertado
Apaixonada não quer largar-me
Não é para me o que quis
Mas, que faço diante de tão expressivo amor?
Cabisbaixo, atormentado, sem meta, vou indo...
Qualquer lugar mesma paisagem
As cores todas acinzentadas mausoléus abandonados
De mãos dadas resignado ao encontro do nada.
Lembro num lapso de saudade
Que a felicidade outrora dançou comigo
Nos bailes de fantasia gargalhamos de alegria
Descaminhos levaram-me a você: Agonia.
Acasalados no tormento navegamos sem alento
A brisa lá fora assobia macabra
Prenunciando o destino sem volta
Paixão ardente estacou meu coração.

Jamaveira

Foto de Antonio Marcos Dias Alves

"Apenas uma escuridão que virou claridade em um segundo"

"Olho o tempo atrás e vejo como tudo foi demais, sinto saudades sinto emoções, estou sozinho na solidão e aqui não me encontro espaço para a vida, tudo se cerca tudo se complica se aperta mas sozinho vou me virando me desapertando, olho a frente e vejo uma luz brilhando se aos poucos e quanto mais eu o sigo, mais longe ela fica, e vejo como canso como sofro com isso, como doi aqui em meu peito uma dor que vejo ao passado o como fui forte e hoje busco forças no alem e ao menos me espero apenas um toque em minhas mãos de uma luz do amor, que me salva a uma claridade de seguimento em meus passos, apenas tudo se transforma em questões de um segundo um amor de uma luz que busco a tanto tempo"

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