Morte

Foto de Edson Cumbane

ESPÍRITO SANTO

Espírito Santo meu amigo fiel
Meu braço forte que me livra
Do Inimigo cruel
Meu escudo poderoso que me livra
Dos laços da morte e me guia
À águas mansas e tranquilas

Espírito Santo meu Deus forte
Minha fortaleza espiritual
Meu cântico de alegria e de paz
Meu companheiro habitual e leal
Meu espírito junto à Ele alegra-se

Espírito Santo meu Deus comigo
Meu baluarte, meu médico
Meu consolador, meu intercessor
Meu chocolate, meu doce, meu!
Espírito de meu Deus: meu amigo!
Espírito de meu Cristo: meu amigo!
Espírito da minha vida: meu amigo!

Foto de carlosmustang

RESTOLHOS

Correndo, pela sobrevivência
Lido com dor,esperança e morte
Tentando ser feliz
Em umas pequeninas coisas, desanimadoras

Não me importo à entregar meu coro
Causas justas, me motivam a gritar
Vida viva, estou á contemplar
Mesmo aos porre de medo, desejo flutuar

Sempre desejei ver-te bem(como eu)
Num mundo maravilha(menos besta)
Mas o farrapo sentimental nos persegue

Bolo esta absanta esperança
Destoo a vontade de sucumbir
Abadeio o pavor para sorrir

Foto de poetisando

Bateu-me à porta a morte

Bateu-me à porta a morte
A morte bateu-me á porta
Fui abrir a ver o que me queria
Quando me viu deu uma risada
É mesmo a ti que eu queria

Quando ouvi a sua voz
Nem podia acreditar
Como eu também a conhecia
Pelo seu gelado olhar

Sorriu-me na sua roupa escura
Com um sorriso de arrepiar
Porque ainda tão novo
Ela me queria mesmo levar

Ocupou a minha casa
Sem ter razão para tal
Que eu me despedisse
Que ia deixar de ser mortal

Ficou ali bem instalada
Sem mais uma palavra dizer
Não tirava os olhos de mim
Para me ver até eu morrer

Muita vez eu a chamei
Sem ela me atender
Agora que quero a vida
Ela me quer a morrer

Já te conheço muito bem
Mesmo que tragas outras vestes
Conheço-te até na escuridão
Companhia já me fizeste

Bateu á minha porta a morte
Entrou sentou-se e ali fez guarida
Estava mesmo disposta
A levar a minha vida

Com o seu olhar gelado
Sorria-me na escuridão
Vendo o meu sofrimento
Apontava-me o caixão

De: António Candeias

Foto de poetisando

Cansado

Sinto-me cada vez mais cansado
Estou mesmo a fraquejar
Sinto-me até doente
Não sei se o coração vai aguentar

Sinto-me já tão cansado
De tanta maldade ver
Que desejo mais a morte
Que continuar a sofrer

Estou cansado de tudo
Cansado de tanto viver
O que vivo já não é vida
Desejo é mais morrer

Estou a ficar tão cansado
De sofrer tanta desilusão
Já não quero mais viver
Dar descanso ao meu coração

Estou já tão cansado
Estou mesmo a fraquejar
Já nem eu sei se aguento
Se o coração não me vai parar

De: António Candeias

Foto de Rosamares da Maia

AMOR À FLOR DA PELE

Amor à flor da pele

Amor é permanente estado de alerta.
Boca seca, paladar de beijo e saudade,
É viver a eterna felicidade do dia de hoje,
E as certezas das dúvidas do amanhã.

Quem ama perde os olhos na distancia,
Sangra nos desencantos, espinhos do caminho.
Não conhece horizontes, não sabe aonde vai.
Suspira pelos cantos, finge uma dor elegante,
Interminável e absolutamente indispensável.

Viver de amor é não caber nas palavras,
Porque o amor se expande e transborda
Não busca nexo, lógica ou explicação,
Ao amor só nos cabe amar, sem entender.

Mesmo quando a mão modula o gesto.
E não consegue medir a extensão do afago.
Mesmo quando o braço enlaça o próprio corpo,
Na tentativa de encontrar outro corpo no seu.

O amor pede colo como criança grande,
Acaricia sonhos, mas sonha o pesadelo.
Vai da lucidez a loucura abnegada, sem negar,
E quando tudo explode, naufraga e amarga.
Como a cicuta também envenena e mata.

É assim, todo ou nada, sem meio termo, inteiro.
Mais inferno que paraíso, ousadia absoluta.
Do amor somente provará quem topar o desafio,
De trilhar pelo fio, no corte da navalha.

No talho da carne, no peito que sangra,
Há o arrepio na pele, desejos a flor da pele,
A boca maldiz a sorte, mas, prefere a morte,
A viver sem de o amor conhecer e jamais provar.

Rosamares de Maia 31.10.2012.

Foto de poetisando

Vida III

A vida por mim passou
Nem dei por ela passar
Tenho comigo a solidão
Que ficou a me abraçar
Chora o meu coração
Não sinto já segurança
A vida por mim passou
Perdi de todo a esperança
De sonhos que sonhei
Só me resta é muita dor
Esperança a muito a perdi
Até de encontrar o amor
A vida por mim passou
Resta a dor do passado
Que não consigo esquecer
Depois de tanto ter chorado
Não sinto já segurança
Vivo dentro da escuridão
A vida por mim passou
Fiquei abraçado pela solidão
Vida que não dei por ela passar
Vou vivendo a vida á sorte
Perdi já de todo a esperança
Até ao dia que chegue a morte
De: António C.

Foto de Vinícius Edart

Poema: Namorados

Eu estou aqui,
pensando em você,
Não estou perto,
Mas quero te ver.

Ser só seu amigo,
Eu não quero não,
Ter você comigo,
Ser sua paixão.

Apaixonado,
Eu quero ter sorte,
Ser o seu namorado,
Até sua morte.

A minha vida,
Com tí irei viver,
Pobre ou rica,
Assim quero ter.

Autor: Vinícius Edart

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 8

E o gueto seguia a sua sina. Agosto continuava. De um lado, haviam uns pobres-diabos, de sangue quente e ralo, fracos como sua carne. De outro, os de sangue frio, os nobres, os prostituídos. É impressionante como esse universo em que vivemos sempre apresenta dualidades. O bem e o mal, a ordem e o caos, o positivo e o negativo. A vida e a morte. O destino e a discórdia. Parece que a chave da nossa existência, consciente, até que prove o oposto, é o puro e estúpido conflito entre um lado e outro. Como o branco e o preto, o homem e a mulher, eu e você. O amor e o ódio. A indiferença... As aparências enganosas...
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Clarisse, puta e fresca, mandava e desmandava após a morte do déspota Justo. Ela o envenenara, diziam os mais ácidos. De todo jeito, exercia seu poder de forma objetiva, sem rodeios para punir ou matar. A fome crescia. As rixas entre uns e outros esquentavam a frieza da antítese coletiva do buraco onde estávamos. Os tons variavam, para Clarisse, cinza e vampiro, para o povo, vermelho e sombrio. As facções tomavam conta do que o poder não se importava. E a turba, tarada e convulsiva, cantava assim:

- Morte aos infiéis! Aos traidores da fé e radicais! Morte aos sujos, aos virais! Que Deus abençoe os puros de espírito e só eles!

Clarisse ouvia e fingia que não.

- Esse bando de idiotas... Pensam até que fazem alguma diferença no mundo...

Clarisse se enfeitara de todas as jóias, roupas, perucas e os mais escandalosos adornos. Maria Antonieta sentiria inveja dela, se hoje possuísse a cabeça no lugar. Ela fizera um acordo com os dominantes, que poderiam explorar o que e quem bem entendessem do gueto sem interferências, desde que mandassem o mínimo de dinheiro e suprimentos para baixo. Uma troca perfeita. Bugigangas por ouro. Espelhos, pentes, pelo Pau-Brasil. Água potável por celulares. Qualidade de vida pela favela, e por aí vai. Enfim, tudo ia calmo e sossegado, até que os seres superiores decidiram controlar o crescimento populacional do gueto. Seu plano era jogar cocaína nas fontes de beber aos babacas de sangue quente. Marginalizar, culpar, destruir. Mas o efeito que obtiveram foi muito diferente do esperado.
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Pois bem, um Belo dia os dominantes jogaram o pó na água:

- É o pagode!

E o povo continuava:

- É o pagode!

O mantra se espalhava como a sangria de um cordeiro indesejado. Barrabás sorria. O reino dos homem resplandecia em alegria e empolgação.

- É o pagode!

Os dominantes jogavam o pó, jorravam, Clarisse deixa o canibalismo rolar solto. A massa é burra. Mas por ser massa, é manipulável. Quero dizer, todos ali tinham vontade própria, mas podiam ser condicionados. Outra hora eu estava falando com o Skinner, e foi isso o que ele me disse. O Planck discordou, mas o Planck discorda até dele mesmo. Já o Zeca Pagodinho assinou embaixo. Eu gosto do Zeca. Ele é legal.

Não se sabe bem como, mas em determinado avanço do batuque, as macumbas se intensificaram e o fogo começou. Não sei se o fogo foi proposital, se foi um gaiato que tocou, ou se foi uma empreiteira. Eu só sei que a chama subiu pelas paredes, madeirites, celulares de tela plana. O fogo destruia os crediários, os baús da felicidade, as roupas de marca, toda a tristeza de barriga cheia que o gueto alimentava para continuar a receber esmolas. Uma pomba andava os telhados, indiferente à baderna, uma cabra vadia olhava a correria e nada entendia. Eu só sei que a favela pegava fogo e não queria ficar lá para pegar fogo também.
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Eu corria e a torta segurava a minha mão. Os colegas, apesar do amor que eu sentia por eles, tentavam me pisotear e jogar contra o fogo. A tragédia era mesmo anunciada. Clarisse tinha anunciado aos macumbeiros que não interrompessem seus rituais, ainda que fossem consumidos pelas labaredas. A torta me puxava e impedia que a tara de me matar se consumasse.

- Dimas, não deixa esses porcos te matarem!

Não sei bem porque, eu por uns três milésimos de segundo valorizei minha vida. Me imaginei bem e feliz, realizado, sem medo de porra nenhuma. Obedeci a mulher que me amava e segui em frente.
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O fogo carbonizava colegas que eu sabia o nome e que não sabia. a cena era muito feia. As pessoas não tinham onde ficar, crianças choravam, vigaristas encenavam uma tristeza de forçar um choro inexistente, catárticos e sadicos apreciavam a ruína. O lixão da novela parecia um cenário de ficção, se bem que o lixão da novela é um cenário de ficção mesmo. Uma voz de olhos laranjas paralizou a escapada que a torta havia pensado com tanto cuidado.

- Calma lá, seus condenados! Chegou a hora da queima de arquivo.

Dona Clarisse queria nos mandar para o micro-ondas.

Foto de Anderson Maciel

NO ESQUECIMENTO

Tantas pessoas passaram por minha vida, muitas deixaram coisas terríveis que nem gostaria de lembrar, mas infelizmente tudo teve que ficar gravado por algum motivo em mim me fazendo entrar em depressão e dor, porém gostaria que tudo isso pudesse ser mudado com apenas um toque, um toque de algo que fosse essencial para mim. Minha vida hoje é o retrato de melancolia, de uma suprema agonia que me afeta me fazendo fraco a todo instante, ser feliz já não é o real motivo para minha vivência, porém a morte, ela sim me encaminhará para um futuro distante onde talvez esse sofrimento fique no esquecimento. Anderson Poeta

Foto de Anderson Maciel

LEMBRANÇAS

Lembro-me de sua fraqueza, da sua morte, da partida e de tudo que você deixou, pois a sua vida era tão linda, uma pena ter acabado assim. Você era a escuridão de uns inclusive pra mim, como também a luz de outros, afinal seu modo de viver era tão espontâneo que me cativava em todo momento, principalmente pelo seu modo de sentir a dor, de cultivar a agonia, de limitar a alegria e não amar qualquer amor. Anderson Poeta

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