Movimento

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de P.H.Rodrigues

Brincadeira

Portas com janelas, como passarelas.
De um mundo ao outro.
Envolva-me com teu corpo.

Deixando minha língua navegar em torno...
De seus seios, seu umbigo. Agarrando!
Sua cintura, apertando o quadril.

Vamos brincar na parede, na cama.
Afundar o colchão...
Ver o mundo de cabeça para baixo.
Elevando o desejo. Perdendo o chão.

Não controle-se, permita-se acelerar a respiração.
Sinta o toque, e o sussurro ofegante de prazer.
Em teu ouvido, pela frente, ou por trás. Fazendo-lhe gemer.
Mantendo o continuo movimento. Até a grande Explosão.

Foto de William Contraponto

NA FALTA DE VOCÊ

A cidade parece um sonho pálido
E tudo que acontece é exato
O sonho mais chato
Que se pode ter

Movimento está longe do retrato
Amarelado pelo tempo, sem cuidado
Onde nem o acaso aparece
Fato causado na falta de você

Na falta de você mundo desaba
Coração não sabe mais bater

É bem assim
Que me sinto por aqui:
Artista cujo público
Nunca irá aplaudir;
Alguém que mau consigue dormir
Vivendo naquele sonho prático
Quando sozinho, na falta de você

Na falta de você mundo desaba
Coração não sabe mais bater

Foto de Maria silvania dos santos

Obrigada por ser a rocha Senhor!

Obrigada por ser a rocha Senhor!

_ Obrigado, Pai, por tua presença dia a dia ao nosso lado!
Por não nos desamparar quando esquecemos de te.
Por dar Teu consolo na hora da dor, por nos fazer forte quando sentimos fracos...
Obrigada senhor, por firma nosso pés em rochas firme, quando vem a tempestade, por acalmar o vento quando estamos abalado e sem força...
Por ser a paz, que reina entre nós, por nos da o conforto na hora da perca, nas tribulações e nas angústias do cotidiano...
Obrigada por ser a rocha que segura e nos firma, os nossos passos quando não podemos mais andar...
Obrigada por ser a luz dos nossos olhos, por ser o ar que respiramos...
Por ser a nossa esperança quando encontramos desiludido...
Enfim, agradeço por ser o REI, por ser a nossa vida, pois sem te, somos apenas um pó em movimento...
Obrigada SENHOR!

AUTORA: Maria silvania dos santos

Foto de William Contraponto

Anoiteceu na Cidade

Anoiteceu na cidade
Renascendo um brilho
E um charme especial
Permita essa alegria
Estamos vivendo bem
No centro da capital

Anoiteceu em várias cores
Filhas nobres e elegantes
Que fazem a diferença
Sumir das avenidas
As tornando felizes, coloridas

Vão ser nessas horas
As melhores do dia
Vamos nos encontrar
Naquele bar de esquina
E festejar sem pressa
A parceria que não cessa

Entre buzinas e motores
Uma loucura sedenta
Estendendo vozes ao movimento
Da velocidade do apartamento

Entre buzinas e amores
A verdade sem pudores
Do que acontece
Depois que anoitece na cidade

Foto de poetisando

Espero por ti

Enquanto por ti espero
O meu coração anseia
Por ti cheio de saudade
As horas passam lentamente
E o tempo parece indiferente
Dias a fio eu te esperaria
Só para te ver a chegar
Mas a nossa distância é grade
Só poderei continuar a sonhar
Em meu redor não se vê movimento
Estou eu sozinho como perdido
Tento sorrir para alegrar o coração
Dizer-lhe que nunca irá ser esquecido
Sinto-me cada vez mais cansado
Sem ter nada onde me possa abrigar
Tenho tantas saudades de ti
Como é forte este meu te amar
O meu coração te anseia
Cheio de saudades de ti amor
O tempo esse é indiferente
Não tem piedade nem dor
Continuarei a estar á tua espera
Sabendo que um dia tu irás chegar
Não olho às horas a passar
Continuo contigo a sonhar

De: António Candeias

Foto de poetisando

Despedida

É dolorosa a despedida.
Ficamos sem alento.
É uma dor cada partida
Uma dor em movimento

Os nossos olhos e os ouvidos
Sempre estão acompanhados
Lembram-nos dos tempos vividos
Sem nos esquecermos o passado
De: António Candeias

Foto de Arnault L. D.

Seu nome... Amor lhe chamo

Sinto falta de a encontrar, falar
coisas doces, bobas, as dizer:
Quanto é linda... E poder olhar
em seu rosto, um riso acender.

E vir clara certeza, que ali,
vejo a mulher que eu amo.
Das palavras que penso, ou li,
acho seu nome... amor lhe chamo.

Só em sua pele um tal cheiro
faz morada, ao sentir, os olhos cerro...
E perto a boca, deixo em derradeiro,
meu pensar... Apenas provo e quero.

A pele macia da rosa boca,
e o movimento dos lábios no beijar.
O molhar da saliva a língua toca,
ballet de esquecimento e esfaimar ...

Mas, desejo mais , o todo e o detalhe.
Quero os cabelos, os pelos, e o ar,
quero ser em ti, a nos fazer entalhe,
tatuagem, quadro, as cores a mesclar...

Quero ser seu... sou. Vem e me leve...
Me enterre em seu ventre e me acabe
e a amarei até o descer da neve,
verter, escorrer num não mais cabe...

Quero ser somente o que faz-me ser,
ser simplesmente quem a ama...
E seja apenas o que é, e me faz ser.
Seu nome: Amor... Assim se chama.

Foto de Carmen Lúcia

Insana

E ela renasce a cada fase da lua...
rouba-lhe o brilho e lhe ofusca o luar,
percorre as estrelas seu insano olhar
e penetra o negro véu, indo além do céu.
De seus lábios um balbucio visceral
profetiza um tempo que jamais haverá igual...

De repente dança em estranho ritual
e a cada passo avança, imaginando-se normal,
tomando para si cada pedaço do espaço
sem se importar com a plateia atônita,
que aos poucos se esvai,
se descompassa pelos cantos
a amaldiçoar a figura lacônica...

Gira em torno de si toda sensação
como em movimento de rotação...
Pensa trazer os dias e as noites,
transladando cada estação...
Sinistra, caminha com a lua
que some no céu e ela na rua,
e como miragem, perde-se a imagem.

Deixa o cenário de ilusões e desenganos;
leva consigo a magia e o encanto.

_Carmen Lúcia_

Foto de poetisando

Roda da Vida

A nossa vida é uma roda
Que esta sempre a rodar
Mal da humanidade
No dia em a roda parar

É uma roda esta vida
Está sempre em movimento
Roda para o rico e para o pobre
Pode parar em qualquer momento

É uma roda esta vida
Que ninguém a pode parar
Roda para aqueles que amam
Para os que não tem a quem amar

Ninguém pode sair desta roda
Tenha ele vontade ou não
É uma roda em movimento
Que não tem mesmo travão

Gostemos nos ou não da roda
Temos que a acompanhar
Mal daquele que pensa
Que a roda ele pode parar

Tem um tempo de duração
Ninguém sabe quanto ela dura
Por isso não vale a pena
Andarmos todos á turra

Ninguém pode sair desta roda
Tenha ele vontade ou não
É uma roda em movimento
Que não tem mesmo travão

Mas a roda como a vejo
Está mesmo emperrada
Para uns solta demais
Para outra quase parada

De: António Candeias

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