Movimento

Foto de Marilene Anacleto

Mãe

Esparge, a lua, sua luz em raios,
No anoitecer de outono, em dança,
Ilumina as ondas em pequenos fachos,
E a mãe ora por sua sempre criança.

No movimento da onda, a lua
Penetra mais fundo na água.
A oração vem banhar o semblante
Enquanto ilumina a minha alma.

Entre suspiros e palpitar de coração,
Crescente, nova, minguante e cheia,
Há sempre um consolo ou um perdão.
Traz-me as bênçãos das manhãs serenas.

E no encontro depois de tempos,
Enquanto a lua faz dia no despido céu
Paira o anjo, de leve em meus ombros:
Beijo de mãe, saudade transformada em festa.

Foto de Bruno Silvano

Eu sei que é amor

Dos encontros, dos reencontros desencontrados.
Nunca mais esquecerei, daquele humilde casamento repleto de surpresas
Da união de todos os sentimentos e que só viraram sofrimentos quando não pude estar ao seu lado

Das lindas estrelas que avistei aqui dentro, que nasceram naquele momento
No único momento que ainda me arrepio de der ter vivido
Daquele único momento que vivi sem arrependimento

Do festejar, no doce encanto, da pura meiguice se perdendo
Se voltando a entrelace dos lábios que fui me envolvendo
Cada vez mais perto de você

Cada dança que dancemos das musicas bem me lembro
Da suavidade de cada movimento de você me conduzindo
Nesse grande momento

Das atitudes que incoerentemente, apenas nós entendemos
Daquela grande intimidade em tão pouco tempo
Que nunca mais esquecemos

Da despedida ao luar do amanhecer
Do seu olhar cruzando a linhas do querer
Me desejando intensamente em seus sonhos, sem entender

Das longas noites que fiquei sem você, te procurando em pensamentos
Tentando achar um porque, ficastes aqui dentro
Esperando a esperança de te encontrar

Cada vez mais o poder do querer nos fez aproximar
A cada luar o olhar a se despedaçar, nos fazendo interagir em um só lugar
Nos fazendo agir somente pela emoção, sem encontrando a cada sonhos em um mesmo coração

Do reencontro que encontramos em sonhar,
Em que nossa historia se fez estrela a brilhar,
Que encantou no nosso real encontro a se espelhar
Em um mesmo olhar..

Do amor possivelmente impossível,
Do improvável que se tornou possível
Que mais uma vez nos uniu

Bruno Patrício Silvano

Foto de Carmen Lúcia

Estações do tempo...e da vida (inspirada no texto de pe Fábio de Melo:Outonos e Primaveras...)

Final de inverno...
Lacradas estão as folhas
que esverdearam sonhos,
derrubadas pelo vento,
sepultadas pelo rigor do frio
no silêncio das sombras
na escuridão do chão...

Embaladas pelo outono
que tristonho se foi
e ansioso espera
ver renascer a primavera
que adormecida sob o solo
nos priva da visão
de sua germinação...

Fase que não vemos
mas que nela cremos..

É o ciclo de vida e morte...
Vida que não se finda,
morte que não se acaba...

Processo que se encaminha sem pressa,
movimento que vai se cumprindo em partes,
o cair das folhas, fecundidade,
cumplicidade do tempo,
canto das cigarras, assovio dos ventos,
o ressurgir da aquarela , o florido sobre a terra,
o renascer da primavera...

Cumprida a missão, o outono agora espera
o retorno de outra primavera...
a sua ressurreição.
Assim como a vida...
a próxima estação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Páginas em Branco

A cada dia nasce um sol no firmamento
e o meu caderno continua incompleto
e eu vagando entre as nuvens e o vento
desenho vida nas letras do alfabeto.

Junto pedaços perdidos em algum momento,
colho lembranças esquecidas em algum lugar,
a minha vida... é onda em movimento
que vem e vai à praia do meu mar.

É onda forte que arrebenta em sentimento,
que tinge em versos a voz do coração...
Viola triste que chora o sofrimento,
guitarra alegre que entoa a emoção.

E assim com tanto ainda por fazer
eu peço a Deus sua divina proteção,
vejo meus dias em lírios brancos florescer
nesta jornada que é um palco em confusão.

Ainda há muito que florir neste jardim,
são tantos sonhos desenhados em poesia,
é primavera que sorri dentro de mim,
é corpo e alma em perfeita sinergia.

Foto de Arnault L. D.

O girar do mundo

Cada vez é única.
Mesmo que hajam varias,
a soma é sempre singular.
Inevitavelmente não replica
e não são iguais os dias.
Detalhes inéditos em mudar...

O mesmo beijo não mais será;
aquela flor, o verso que se lê,
até o eterno céu é exclusivo.
O mesmo não mais se verá.
Se o visto não muda, muda o que vê...
Mas, nem por isso me privo.

Terei de novo, beijos únicos,
como se histórias que não findam,
continuam, mudando a permanecer.
Vivo o perene, mesmo desigual,
mas, na essência, eles ainda são...
O mesmo amor, é novo a cada amanhecer.

O inalterável geralmente é morto.
A vida, por si é movimento.
Tome de seu tesouro e dance.
Não o enterre, ou faça porto.
Seja a estrada, seja como o vento,
faça o girar do mundo o seu alcance.

Foto de Fernanda Queiroz

Vídeos em "Poemas de Amor"

Acabei de publicar um vídeo feito pela Enise, uma eterna amiga e grande editora de vídeo, onde as palavras recebem o movimento das imagens fazendo do belo o perfeito.
Tenho também que relembrar a quem já teve conhecimento e relatar a quem não sabe que este espaço multimídia foi criado exatamente para abrigar vídeos dos participantes, ou que contenham tua mensagem em poesia.
Reeditar vídeos de músicas, novelas, só nos faria uma extensão do youtube, e somos um site de poesias, de poetas inéditos, de editores de vídeos sublime... para ficar repetindo passos já de pegadas feitas.
Como estou longe de minha terra e com responsabilidades enormes no momento, não escrevi aos poetas que assim estavam postando.
Fica aqui minha observação, fazendo desta oportunidade um cumprimento á todos os poetas, protocolam do meu apreço e minhas saudades.
Espero estar de volta a nossa casa de poetas em breve.
Grande abraço
Fernanda Queiroz

Foto de Grace Rosario

Numa tarde de chuva

Pela janela olho a dança das chuvas
Se deixem carregar pela brisa
Quanta leveza, quantas beleza
Dá-me a vontade as juntam e voar
Na sacada vejo as folhas se flutuam
Nas ondas das chuvas em movimento
Quanta liberdade quanta alegria
Sinto-me a saudade do seu carinho
Na chuva e vento eu caminho lentamente
Sem rumo sem destino só de vontade
De vontade a chegar onde tem a minha saudade
A minha saudade de te abraçar com caricia
E no seu ouvido de suspiro murmurante
Como antigamente
Dizer-lhe Te Amo te desejo
Numa tarde de chuva embaixo de
Uma guarda chuva
Que só coube nos dois ...
Que saudade minha !!

Foto de nelson de paula

NOITE DOS MORTOS("De Vozes do Aquém")

Não acredite em vida,
depois da morte.

Só há a morte
lá do outro lado.

Viva a vida onde há vida.

Não haverá lembranças e nem sinais,
apenas uma noite contínua e silenciosa.

A alma acaba.

Finda com a vida,
pois a ela é inerente.

O mundo dos mortos
não é como o nosso.

Não é nada,
apenas o que sobrou,
enquanto persiste o eco
daquilo
que eventualmente foi.

Não poderiam caber
todos
no mesmo Paraíso,
por isso já foi tudo criado
como é,
sem nenhuma esperança
de ser diferente.

Ser é um prêmio,
mas perceber, um castigo.

Antecipar o desfecho
pode parecer razoável,
mas também
inútil.

Não resta à Inteligência
senão permanecer
inerte,
ou seja
burra.

Força a consciência
a farsa.

E resulta em uma farpa,
doída.

Saudade não constrói.

Toca.

Pedra tapa,
mas não garante
que escape
o desejo.

Talvez supere a vontade
o limite
e traga
esperança
para quem tenha
ousadia.

Nada garante,
mas vale a pena
plantar
a semente
no solo
que os pés
consagram,
ao marcar com a pegada
onde antes
havia
somente pó.

Evito,
mas também insisto
em chamar.

Não ouço,
mas prefiro
manter as portas abertas.

Confesso
que acho
que não creio,
mas acalento
algo
frágil,
como o movimento
repetido
perto
da minha
sombra.

Foto de Arnault L. D.

Canções do vento

Pergunto ao vento,
qual a canção que ele assovia...
Que não entendo, mas, em um momento,
vejo-me a dançar em sua melodia.
Mesmo sem saber me movimento.

Por entre as notas,
que brotam no cortar das coisas,
sem desviar, traçando rotas,
vendavais, ou brandas brisas.
Traz segredos de eras remotas...

Somente a alma,
sabe do canto, o que significa,
da letra que no éter se espalma,
que do chão a desprende, e não fica
junto a razão, levada a sua palma...

Mas, hoje ele canta, enfim,
somente para meus ouvidos...
Embora, saiba que ele cante assim
desde além das eras, anos idos,
aquém do agora e de mim.

Mas, cada vez é diferente,
muda um detalhe, nova vibração.
No sopro que transpassa a mente
faz novas notas para a audição,
ao instrumento que as toca e sente.

Musica do vento, soa ao coração.

Foto de fabio-rocha

O que sou em você.

Nos seus cabelos, perdido.
Nos seus olhos, encontrado.
No seu colo, um menino.
No seu coração, amado.
Nas suas mãos, vencido.
No seu abraço, apertado.
Na sua orelha, gemidos.
No seu suor, saciado.
Na sua pele, faminto.
Na sua voz, conquistado.
No seu sorriso, abatido.
No seu mundo, encantado.
No seu querer, prestativo.
No seu movimento, vidrado.
No seu desejo, motivo.
No seu prazer, viciado.
Na sua ausência, sofrido.
Na seu chegar, aliviado.
Na sua presença, ativo.
No seu partir, acabado.
Na sua volta, emotivo.
No seu perfume, embriagado.
No seu sim, festivo.
No seu amor, eternizado

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