Noite

Foto de NiKKo

365 dias

Hoje vou comemorar, mais um ano sem você.
Quero ir para as ruas me embriagar de fantasia,
entorpecer minha alma com falso carinho,
por horas pelo menos, fingir que sinto alegria.

Hoje quero comemorar e fazer brindes.
Levantar a taça de minha amargura ao céu.
Quero festejar esse vazio que você deixou
e da noite solitária, romper seu negro véu.

Quero festejar ate o sol romper em novo dia,
que iluminando todos os porões de minha alma
deverá arrancar de mim às lembranças que você deixou,
só depois disso vou voltar para casa com calma.

Hoje eu vou sair para comemorar como louca
o amor que você não me permitiu viver.
Por isso vou comemorar sozinha em meio a tantos
que somente, sorrisos em meus lábios vão poder ver.

Nenhuma das pessoas com que eu cruzar esta noite
poderão ver em mim a dor que estarei sentindo.
Porque hoje comemoro mais um ano sem você
e para todos que estou feliz, eu direi, mentindo.

Mas se você se lembrar do nosso aniversario
e por ventura ler estes versos em forma de poesia.
Saberás que hoje comemoro mais um ano sem você,
Trezentos e sessenta e cinco dias de tristeza e melancolia.

E então saberás que em meu peito ainda trago
as lembranças de tudo o que contigo eu quis viver.
Por favor, em silencio faça um brinde aos deuses do abandono
e implore a eles que me ajudem a te esquecer.

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÕES XVII - CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap III

*
* PRINCESA DO JOGO DE XADREZ
*
"Ah, esse jogo insano,
peças se arrastam delicadamente,
ao toque das mãos,
deslizam, pulam, encaixam
e comem deliciosamente...
Não importa quem venceu,
olhares cruzados, beijos roubados,
corpos abraçados, desejos saciados.
Nessa luta não há vencedores,
somente vencidos,
pelo cansaço, pelo amor,
enternecidos." (Civana)

**************
PRINCESA DO XADREZ

Acordei em tua cama
Coberto pela colcha de cetim
Que colocaste sobre mim
Enquanto cochilava.

Levantei-me:
Fiz as necessidades primárias
E fui para a área.

De tua bela casa,
Onde em uma mesa branca
Estavam as peças enfileiradas
Do nosso jogo preferido.

O xadrez.

Sentei-me a mesa,
Peguei o jornal e nem sei se o li
Pois, estava pensando
Na nossa última
Jogada.

Enquanto sonhava
Nem percebi tua chegada
Só senti o teu perfume
E o calor que me transmites.

Sentas-te à minha frente
E mudas, calmamente,
A primeira peça branca,
O peão da ala do Rei Branco,
E, automaticamente, mudo a preta,
Da ala correspondente.
Imediatamente, muda outra branca,
Eu, outro peão preto.
Mas, na próxima
Atacas-me com o cavalo.
Tive que prestar mais atenção,
Senão capturarias o meu bispo,
Pois, os teus cavalos são de raça,
Verdadeiros puros sangues,
Corcéis Negros, do haras,
De Carmem Cecília.

Ah! Como gosto de brincar com isso!
Foi assim a minha primeira “cantada”,
Disse-te para me atacar com a Rainha,
Pois, é essa que gosto de comer
E me advertiste, por usar
Termo tão chulo.

Eu, também, acho,
E, em então não falo mais,
Mais cada vez que eu te ataco
Não sei por que é isso que eu falo,
E tu, nunca mais o rejeitaste,
Como vou falar agora,
Como fiz ontem
Ao vê-la nesse vestido
Vermelho reluzente,
Marcante e sedutor,
Mostrando as tuas curvas
Os teus vales e teus montes,
Desde as falésias até o de Venus,
Os dois colossos e teus dotes.

E num racho cativante
Uma das colunas de alabastro
A mesma em que me encaixo
E ajeito-me o meu inchaço
E te abraço e te amasso,
E te levo e me segues
Suavemente.
Estou pensando, mas,
Isto foi ontem.

O teu colo
É um verdadeiro
Protocolo.

Suave,
Bronzeado,
Não se sabe pelo sol,
Ou pelo dom que lhe foi dado
No dia em que nasceste
E teve todo o corpo
Modulado...
Sarado.

Do jardim
Que nos rodeia
Exala-se um perfume sem igual,
Talvez, provocado pelo sol,
Em uma mágica da natureza
Que faz abrir as flores
E cantar o rouxinol.

Vejo inúmeras flores,
Mas sempre destaco as rosas,
Levanto-me, no exato momento
Em que me atacas com a Rainha
E apanho a mais bela rosa
Uma exuberante vermelha,
Mas vejo que teu vestido
E fechado por detrás
Com cinco botões
Em formato
De rosinhas,
Cor de rosas.

Então, me aproximo,
E te pergunto num sussurro:
“_Queres que te coma novamente?”
Pois, nessa posição, será fácil a captura,
E, não terás mais saída, pois, essa jogada é muito dura,
Ou te como a Rainha, ou capturo o teu Rei,
Como sou o Rei Negro, vou dar-lhe essa
Chance, mas tens de mudá-lo primeiro.

E foi o que fizeste,
E então se levantaste,
Demonstrando preocupação,
Como se a noite toda comigo não estiveste,
Ficou à minha frente, em pé,
Tremula e excitante,
E, então,

Carinhosamente,

Afaguei-lhe o pescoço,
Encostei-me suavemente
E dedilhei o primeiro botão,
Enquanto, levemente,
Fui acompanhando
Os teus passos,
E te beijando
Ternamente,
Abrindo o
Segundo,
E mordiscando teu pescoço,
No terceiro,
Já estávamos dentro da sala,
E toda sua costa exposta,
Não precisaria nem
Abrir os demais,
Pois, já deixastes cair
Teu lindo vestido vermelho
Até a cintura.

Então te beijo mais sensualmente,
Alisando com meus lábios,
Aquela pele reluzente e macia
Com gosto de quero mais.
Aquela rosa de pétalas felpudas,
Vermelha e sensual
Ainda está em teus cabelos
E por isso imagino em abrir os outros dois botões,
Nos dentes e te levo para o quarto,
Pois, com certeza, com eles abertos,
Vai desabrochar a rosa mais formosa
E é essa, justamente, a que quero.

Foto de Cecília Santos

MINHA OUTRA PARTE

MINHA OUTRA PARTE
#
#
#
Te espero com saudades,
Todos os dias, todas as horas.
Contando as horas e os minutos.
Na ansiedade da tua volta.

Te espero com o sorriso no rosto.
Com meu olhar de ternura.
Com beijos em meus lábios.
Com calor nos meus braços.

Te espero como quem espera a vida.
Como quem espera a brisa.
Como quem espera o riso.
Só pra viver de alegria.

Te espero porque te amo.
Porque minha vida é tua vida.
Porque meu carinho é teu carinho.
Te espero porque te quero eternamente.

Te espero porque você é a razão
do meu viver.
Porque você é minha outra parte
Partes que se completam.
Partes que se encaixam.

Partes que não vivem separadas.
Como o a noite e o dia,
Como o sol e a lua.
Como o céu e as estrelas.
Como a luva e a mão.
Como eu e você...

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de DAVI CARTES ALVES

SUA AUSÊNCIA

nesta noite erma e sepulcral
como minha alma
hoje fez um mês,
da sua ausência

entre as frestas
das mata-juntas carcomidas,
o vento surge solícito,
e chora comigo uma saudade

a lua já transbordando
generosa e condescendente,
me fita soberana da janela,

e na sua imutável empatia,
me empresta seu lenço alvacento
de compaixão.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Henrique Fernandes

BALADA DE AMOR

.
.
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Dono de mim sou a tua
Balada de amor
Vestes minha alma nua
Com o teu sabor

Falo de voz verdadeira
Quero-te ter
Desejo a tua maneira
E em ti arder

Acordo meu corpo no teu
Colo de paixão
Amar-te são estrelas no céu
Na noite do coração

Sonha acordada a meu lado
Um sonho vadio
Sou um ser apaixonado
Sem ti vazio

Foto de Henrique Fernandes

SEGREDOS PARA VIVER BEM

.
.
.

O sonho acabou e a noite terminou
Numa certeza que outra noite chegará
E um outro sonho no além sonhará
Abaixo as tristezas que nos extenuam
Temos de cultivar em nós ideias positivas
Fechar os olhos e pensar em alguém
Que tenha muito valor para nós
Começar os dias com sorrisos inéditos
Invocando sabedoria num ritual de paz
Numa atitude com poderes relaxantes
Para o corpo e a mente seguirem em frente
Como quem deixa a imaginação voar
Na privacidade debaixo do chuveiro
Dilatando-se suave sobre a água quente
Numa sensação de enorme prazer
Respirando com os braços leves e soltos
E cantar em voz alta o alívio profundo
Inalando e exalando o ar necessário
Para conforto dos sentimentos
Em altas e boas risadas mesmo sem motivo
Abrir todas as janelas ao bom dia da natureza
Receber na alma a luz do novo dia embelezado
Pelo canto da passarada nas cores das flores
Aumentando as hormonas do bem-estar
Receber a massagem do ar fresco da manhã
Sentindo cada um de todos os pontos nevrálgicos
No contacto apaixonante com a vida
Reflectindo um olhar sagrado de tranquilidade
É preciso reservar um tempo para amar
Namorar, estimular os desejos e sexo
Para encontrarmos muito da qualidade humana
Comunicando com as cores da paixão
São os segredos para se viver em harmonia
Com o sentido de se estar bem!!!

Foto de Joaninhavoa

BUQUÊ DE QUÊ

É um buquê eu sei que é
Resta saber do que é que é!...

Eu tinha rosas, rosas encantadas
Nasciam no dia dos namorados
Brilhavam de noite pela lua ao luar
Gritavam de fome por ter de passar

Regava-as! Com águas!...
Mas elas queriam mais muito mais
Queriam-se fundir em amores de Oxóssis
Em sóis de osois! ricas moléculas plenas

Vidas! eram minhas rosas encantadas
Todas vermelhas aveludadas, safiras
Macias no toque com`a mão, enamoradas
Todas sensíveis sensuais, delicadas

Umas vezes emaculadas outras bem
fadadas outras encabuladas até à raiz
E ao Sol Pôr! Estas ninguém
ousara tocar por sorte ou por triz!

Eu juntava-as maravilhada, enusitada
Cremava-as ao sentir esvaírem o néctar
Pó! a seiva toda a vida em si per si, acostumada
E mais que cheirando snifava perfumes pairando no ar!

Eram rosas encantadas, metamorfoseando
Eram vidas vivenciadas, refazendo
Suas vidas! Radical a todo o instante
Eu só sei que era um buquê
Ainda hoje não sei de quê!...

JoaninhaVoa, in “Valquírias, meus amores”
(2008/03/02)

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de diny

DOCE LÍRIO

DOCE LÍRIO

Nas montanhas do gozo; um lírio trêmulo
tão belo, tão mimoso, tão branquinho, tão pequeno.
Tremes?!ah...há tanto de ti nos meus suspiros!
Ai não sabes o que te amo doce lírio.

Tudo em mim te divisa pleno;
força,essência, sentimento, jeito.
Tudo me quer dentro do teu peito
Até lágrimas tercem caminhos.

Pra beber na concha de tuas mãos;
o teu amor,
o teu carinho,
e nos quer bem juntinhos, meu amor.

Então vou!
Pra amarmos um pouco, um pouquinho.
Mas meu amor;
Não me deixa ficar presa no teu olhar.

Senão posso ficar pra sempre tá?
Mas deixa-te capturar,
e fujamos por aí,
pela vastidão de nossos sonhos!

vamos caminhar,
de mão agarradas e pés descalços
pra que o rumor de nossos passos,
não assustem as borboletas nem os passarinhos

Nem se assustem meu amor
com nossos beijos, nossos abraços
nem ouçam nossos carinhos quentes
nem o farfalhar de nossas carícias.

Ah só as estrelas poderão conversar com a gente!
E só a lua poderá desaguar de nosso olhar;
Os nossos ais e suspiros,
os nossos enlevos de prazer.

Mas só o céu e a noite,
poderão ver estupefatos
a gente se amando tanto...tanto!...
Respirando só amor, até ao amanhecer.

Foto de Martorano Bathke

Hoje? Hoje não.

Hoje? Hoje não.
Hoje eu queria escrever um poema, mas não posso.
Seis horas da manhã, estou chegando em casa. Saí no começo da noite, fui confraternizar com amigos, bebi minhas cervejas, e por curiosidade resolvi esticar a noite, fui a muitos lugares da época em que em que saía para paquerar.
O choque de início é gradual, fui filmado e marcado com tintas cintilantes, entrando o choque é corpo a corpo sou chamado de tio, até aí tudo bem.
Depois sou eletrocutado, tio paga uma cerveja, tio dá um dinheiro para eu fumar, tio dá um dinheiro para eu cheirar, tio quanto vale o meu corpo, tio transo contigo se me deres um dinheiro.
Volto a minha mente para o dia anterior e lembro que fui visitar e abracei a minha mãe de noventa anos. Olho para a minha filha de doze anos, que está dormindo, e choro, choro as lágrimas da incerteza.
Ronald Martoraro Bathke.
*Publicação permitida: desde que conste o nome e e-mail do autor.

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